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Aula 07 Alterações fisiológicas e desconfortos da gestação

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Prof. Esp. Jéssica A. S. Zielinski
Curso: Enfermagem 5° período
Disciplina: Enfermagem no cuidado à Saúde da Mulher
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E 
DESCONFORTOS DA GESTAÇÃO
Generalidades
• O Ciclo gravídico 
modifica o 
organismo feminino 
para o acolhimento 
do feto;
• Essas alterações 
embora fisiológicas 
por vezes causam 
desconfortos;
Útero
• Pesa aproximadamente 
60 gramas;
• Aumentando cerca de 
20 vezes durante a 
gravidez;
• De 60 gramas, antes da 
gestação , para cerca de 
1.000 gramas, ao final 
da gestação;
• Ao fim da gravidez o 
útero tem de 30 a 35 cm 
de comprimento , de 20 
a 25 cm de largura e 22 
cm de profundidade.
Ovários
• Folículos não se desenvolvem, não há
ovulação;
• Corpo lúteo, grande produção de
progesterona até 6 – 7ª semana para
manutenção da gestação.
Tubas uterinas:
• Progesterona diminui sua motilidade;
• Localização é alterada em direção
cavidade abdominal.
Vulva e Vagina 
• Torna-se mais espessa, flexíveis, dilatáveis e de
cor violáceas;
• Grandes e pequenos lábios, meato urinário e
papilas da mucosa vaginal se hipertrofiam;
• Células musculares da vagina aumentam de
largura e o seu comprimento;
• Ocorre modificações períneo e assoalho pélvico;
• Secreção vaginal aspecto leitoso, grande
quantidade de células epiteliais descamadas;
• pH vaginal diminuído pela grande quantidade de
ácido lático.
Colo uterino
• Edema e aumento da vascularização;
• Cérvice mais curta e amolecida;
• Nas glândulas cervicais ocorre hiperplasia e
hipertrofia, ocorrendo alterações
colposcópicas;
• Muco mais espesso e viscoso, forma-se o
tampão mucoso.
Mamas
• Aumenta o tamanho e ficam mais cheias e sensíveis;
• Escurecimento da aréola;
• Ocorre o surgimento de delicadas veias que se 
mostram abaixo da pele (rede Haller) e as glândulas 
de Montgomery ficam salientes;
• Aumento dos elementos glandulares – canais 
galactóforos e ramificações dos ductos mamários;
• Expansão dos alvéolos;
• Formação do colostro
Rede de Haller, Montgomery 
e Hunter
Sistema Músculo - Esquelético
• Alteração da Postura;
• Relaxamento das articulações e
ligamentos;
• Diminuição do tônus muscular;
• Deslocamento do centro de
gravidade;
• Marcha oscilante (anseriana);
Ampliação da base de sustentação;
• Separação dos músculos retos,
chamado de díastase.
Quais os principais
desconfortos?
✓ Cefaléia, epistaxe, dispnéía;
✓ Desmaios, tonturas e fraquezas;
✓ Mal estar matinal, pirose;
✓ Sonolência, insônia;
✓ Hiperpigmentação da pele;
✓ Alterações na boca, Sialorréia;
✓ Sindrome do túnel carpeano; 
✓ Prurido, estrias;
✓ Dor abdominal, dor lombar e na região pélvica;
✓ Constipação , flatulência;
✓ Edema de tornozelo, câibras e veias varicosas.
Cefaléia
Mais comum durante o 1º e 3º
trimestre:
CAUSAS:
A tensão emocional é a causa
mais comum, tendo como causas
secundárias a ansiedade, a
apreensão, a insegurança e medo,
devido as mudanças de papéis e
tranformações advindas da gravidez
Nauseas e Vômitos
CAUSAS:
Metade das mulheres se queixa-se de
náuseas, em geral ao levantar e final da
tarde ,devido a redução da motilidade
gástrica, refluxo esofágico, insegurança,
problemas emocionais, rejeição
inconsciente a gravidez.
ORIENTAÇÕES:
Alimentação : dieta fracionada (seis
refeições leves ao dia); evitar frituras,
gorduras e alimentos com cheiros fortes
ou desagradáveis; evitar líquidos durante
as refeições, dando preferência à ingestão
nos intervalos; ingerir alimentos sólidos
antes de levantar-se, pela manhã.
Desmaios, Tonturas e 
Fraqueza
Causas:
Instabilidade vasomotora,
associada a hipotensão
postural, resulta em
isquemia cerebral
transitória, em virtude de
acúmulo de sangue nas
pernas, nos territórios
esplênicos e pélvicos;
hiperglicemia; hipotensão
supina; anemia;
hipotensão e tontura;
hipotensão ortostática.
Desmaios, Tonturas e 
Fraqueza
Prevenção e Tratamento:
• Alternar repouso e exercícios, sendo
que o repouso deve ser feito, de preferência, em decúbito
lateral esquerdo;
• Evitar a mudança brusca de posição. Após quinto mês não
se deitar em posição dorsal, evitando compressão das
grandes veias;
• Realizar respiração profunda e movimentação ativa das
pernas;
• Evitar local com muitas pessoas ou sem ventilação
adequada;
• Orientar á dietas leves, hiperproteica, ricas em ferro e
vitaminas, fracionada sete vezes ao dia;
• Alimentar-se antes de realizar suas atividades;
Sonolência
Comum no início e final 
da gravidez
Causas:
Regressão inconsciente
ao seu nascimento; medo
em relação a gravidez:
querer e não querer.
No final da gestação é
uma maneira utilizada
para enfrentar os medos
em relação ao parto, ao
nascimento, ao encontro
com o bebê real e aos
cuidados com o filho.
Insônia
Não é rara no final da 
Gravidez
Causas:
Dificuldade em
encontrar uma posição
confortável para dormir,
devido ao peso tamanho
da barriga; movimentos
fetais vigorosos;
ansiedade e medo em
relação ao trabalho de
parto, parto e puerpério,
as condições e cuidados
com o RN e ao ambiente
da maternidade. Trabalho
excessivo.
Insônia
Prevenção e Tratamento:
• Estimular a leitura de 
livros, que relaxem;
• Orientar ingestão de 
liquido morno, antes 
de dormir;
• Estimular e orientar 
um banho de chuveiro, 
antes de dormir;
• Orientar a fricção e 
massagem nas costas 
com óleo;
• Orientar exercícios 
respiratórios profundos e 
relaxamento, o uso de 
travesseiros para apoiar o 
abdome pesado;
Hiperpigmentação de Pele
Ocorre na linha alba
(linha nigra), face, na
testa e bochechas
(cloasma), nas mamas,
nas aréolas (sinais de
Hunter) e mamilos, nas
mãos (eritema palmar),
por todo o corpo (sinais
ou nervos,
principalmente nas
mulheres morenas.
Causas:
Decorre da ação
hormonal, ao consequente
aumento de hômonio
melanotroficos; a função
hormonal da placenta:
Estrógeno e Progesterona.
Hiperpigmentação de Pele
• Aumento da Pigmentação também 
nas axilas e períneo.
Alterações vasculares:
• Hipersecreção das glândulas 
sebáceas;
• Queda capilar; 
Prevenção e Tratamento:
• Orientar a utilizar protetor solar 
para evitar o fortalecimento;
• Evitar o sol das dez as dezesseis 
horas;
• Orientar que regride com o término 
da gravidez.
Alterações na Boca
As gengivas tornam-se
mais sensíveis a traumas,
sangramentos e processos
inflamatórios
Causas:
Clinicamente estas
modificações se traduzem
por tumefação, hiperemia
e fragilidade capilar que
levam ao sangramento.
Tais repercussões
decorrem de ação
hormonal, agravada pela
deficiência de cálcio na
gravidez e do acido fólico.
Alterações na Boca
Cárie:
A dieta rica de açúcar, a
acidez bucal, a
regulação gástrica, os
vômitos, o ptialismo e
higiene deficiente são
causadores da cárie,
sendo infundida a
diminuição de cálcio na
gravidez para ser
Utilizada pelo feto.
Prevenção e Tratamento:
• Orientar a escovação mais
freqüente e suave, uso de
fio dental, e bochecho
com flúor, uso de escovas
macias, e dieta rica em
vitamina C;
• Tratamento de cáries
dentaria, tendo cuidado
de usar anestesia sem
adrenalina. As sessões de
tratamento dentário
devem ser limitadas a 30
minutos;
• Encaminhar ao dentista
para limpeza bucal e
retirada de tártaro.
Pirose
Azia ou indigestão ácida;
resultante da ingurgitação
gastresofágica (retorno da
secreção do estômago para o
esôfago) mais comum no
primeiro trimestre. Causa
sensação de queimadura
atrás do externo.
CAUSAS:
Aumento da pressão intra-
peritonial; diminuição da
resistência, com redução do
esfíncter esofágico anterior;
distúrbio na motilidade
gástrica, por efeito docrescimento do útero.
ORIENTAÇÕES:
Reduzir o volume da cada
refeição
Sialorréia ou Ptialismo
Salivação excessiva. Pode
causar transtornos, por ser
associada a náusea, interferir
no sono implicar em perda
de liquido, eletrólitos e
enzimas.
Causas:
Estimulo de 2ª e 3º ramos do
trigêmeo; hipertonia e
psiquismo.
Prevenção e Tratamento:
• Orientar respiração e
relaxamento para
manter a tranquilidade;
• Facilitar a expressão de
ansiedade, de medos e
de sentimento;
• Não cuspir
excessivamente ou
acumular saliva;
• Orientar a ingesta
de líquidos;
Desconforto respiratório
• Aumento de secreções 3º trimestre e edema dos
tecidos, levando a congestão nasal;
• Aumento da frequência respiratória e do volume
corrente, volume-minuto, resulta em alcalose
respiratória diminuição da pCO2 e aumento da
pO2;
• Modificações da caixa torácica, com
deslocamento lateral e o afastamento das costelas
inferiores (devido a ação da progesterona), a
capacidade pulmonar fica a mesma.
Dispnéia
Freqüentes na gestação
Causas:
Em decorrência do
aumento do útero,
aumento de ansiedade,
hiperventilação
decorrente de ação
hormonal, devido
alteração do centro
respiratório.
Prevenção e Tratamento:
• Facilitar á gestante a 
expressão de suas 
ansiedades, medos e 
expectativas;
• Orientar a utilização de 
travesseiros sob a 
cabeça ao dormir;
• Exercícios respiratórios, 
com respiração lenta e 
profunda;
• Repouso em decúbito 
lateral esquerdo
• Deitar-se de costas com 
os braços estendidos 
sobre a cabeça;
Síndrome do Túnel 
Carpeano
Manifesta-se através de 
sensibilidade, dormência 
e formigamento do 
polegar
Causas:
A compressão do 
nervo mediano em 
torno do polegar e 
terceiro dedos da mão.
Prevenção e 
Tratamento:
• Orientar o uso de 
talas no pulso á noite, 
bolsas de gelo ou 
compressas frias. 
Repouso com as mãos 
elevadas. 
Alterações Cardíacas
• Aumento do coração e do débito cardíaco, 
frequência dos batimentos aumenta 10 a 15 
bpm;
• O coração desloca-se para cima e para 
esquerda, ápice é lateralizada;
• Os murmúrios sistólicos, são normais e os 
diastólicos são patológicos;
• Pode ocorrer alterações eletrocardiograma;
Alterações Cardíacas
• A capacidade também aumenta em função das
necessidades metabólicas do organismo.
• Pressão Arterial: No 2º trimestre da gestação
a PA materna decresce, retornando aos seus
valores iniciais antes do termo. No parto há
um aumento de 15 a 25mmHg na sistólica e de
10 a 15mmHg na diastólica.
• Pressão Venosa: Aumento uterino comprime
as veias pélvicas e a cava inferior dificultando
o retorno venoso.
Alterações Cardíacas
• Volume Sanguíneo 
• O volume de sangue aumenta de 30 a 50% 
em média; 
• Ocorre na 10ª semana da gestação e o seu 
pico se dá por volta da 30 a 34 semanas de 
gestação;
Leucócitos
• Aumenta para 15.000/mm3, se ultrapassar
investigar, possível infecção;
• Após 38ª semanas de gestação os leucócitos
decrescem.
Coagulação
• Aumento do fibrinogênio e de outros fatores de
coagulação a gestante fica num estado de
hipercoagulação;
• Pode produzir um estado de vulnerabilidade a
coagulação intravascular, desencadeando
tromboembolia até hemorragia por CIVD.
Volume Sangüíneo- Plasma e Eritrócitos: 
• O crescimento do volume sanguíneo durante
a gestação tanto resulta do aumento do
volume de plasma quanto do eritrócitos, mas
o primeiro deles é mais acentuado do que o
segundo.
• Ocorre elevação considerável na produção de
eritrócitos durante a gravidez (250 a 450ml de
glóbulos vermelhos, dependendo da
quantidade de ferro disponível), a expansão
desproporcionada do volume de plasma leva a
uma diminuição das concentrações de
hemoglobina e de eritrócitos e, portanto, a
um decréscimo do hematócrito durante a
gestação, logo, este processo fisiológico é
considerado “anemia fisiológica da gravidez”.
• Ocorre uma tendência à anemia de ferro e essa
possibilidade deve ser considerada quando:
. Hematócrito: < 34% (valor referencial: 37
a 47%)
. Hemoglobina: <11g/dl (valor referencial: 11 a
18g/dl)
. Eritrócitos: < 3,7milhões/ul (valor referencial:
4,2 a 5,4 milhões/ ul)
• O ferro medicinal é administrado
profilaticamente para responder à demanda de
ferro criada pela eritropoiese aumentada, ou
então quando aparecerem sinais de anemia.
Prurido
Desconforto comum, nas
mamas, abdome e as
palmas das mão os locais
mais acometidos,
podendo generalizar-se
Causas:
Aumento da função
excretóra da pele, que pode
ser resultante de substâncias
irritantes a pele.
Estiramento cutâneo, devido
ao ganho de peso,
crescimento de útero e dos
liquidos retidos na pele.
Prevenção e Tratamento:
• Orientar a banhos
mornos e adição de
bicarbonato de sódio na
água;
• Manter as unhas curtas
e limpas;
• Mudar de sabão ou
reduiz o seu uso; Secar
o corpo delicadamente,
ao invés de esfregar a
toalha; utilizar roupas
soltas e não restritivas
que desencadeiam
monos prurido; usar
óleos ou hidratantes
para hidratar a pele.
Estrias
Estiramento da pele.
Sobredistenção do
reticulo de fibras
elásticas. Presentes
depois do 6ª mês.
Causas:
Aumento de depósitos
de gordura; estiradas
das fibras, devido a
obesidade; falta de
hidratação; por ação
hormonal.
Prevenção e 
Tratamento:
• Realizar massagens locais; 
com substâncias oleosas, na 
tentetiva de preveni-las;
• Cuidar para não engordar e 
emagrecer subitamente;
• Não existe método para 
evitá-las;
Dor Abdominal
As alterações abdominais
que causam dor
decorrente de:
a)Tensão no ligamento
redondo devido a tração
do útero na medida que
cresce e mudanças de
posição da gestante;
b) Opressão pélvica, uma
sensação de queda ou
tração, causada pelo peso;
c) Flatulência, cólicas
intestinais e distensão do
útero sobre os suportes
pelvicos e a parede
abdominal;
d) Contrações uterinas de
Braxton Hicks- sem
ritimo, indolor e de
breve duração;
e) Contrações ritmicas,
duração de 40 a 70
segundos, constantes,
dor que irradia das
costas para frente,
havendo pressão na
região perineal, com
posterior sensação ou
vontade de evacuar;
f) A dor abdominal baixa,
decorrente do peso
uterino e relaxamento
das articulações.
Estômago e Esôfago
• O estômago altera sua anatomia, elevando 
seu fundo;
• Aumento da progesterona e a diminuição 
da motilina faz o peristaltismo ser lento;
• Relaxamento da cárdia causa retorno 
gástrico, causando azia;
• Alteração no metabolismo dos carboidratos 
e gorduras.
Sistema Gastroinstestinal
• Intestino Delgado e Grosso: Retardo do
transito intestinal, pela hipotonia da
musculatura lisa e a compressão das
estruturas abdominais;
• Fígado: Surgimento de colestase intra-
hepática e prurido cutâneo resultado dos
altos índices de estrogênio que inibem o
transporte intra-ductal de ácidos biliares.
Sistema Endócrino
• Hormônio Melanócito Estimulante
• Hormônio hipofisário, dá o escurecimento 
na pigmentação da pele e certas áreas da 
mulher. 
Aldosterona
• Ajuda a reabsorver sódio e água.
Estrogênio
• Desenvolve os ductos mamários, age nas 
fibras da pele, causa rubor e eritema na 
pele e sangramento nasal.
Progesterona
• Mantém o endométrio, auxilia na
implantação do ovo, inibe a contração
uterina;
• Desenvolvimento das mamas, aumenta a
sensibilidade do centro respiratório;
• Aumenta o metabolismo basal, reduz o
tônus dos músculos lisos, a motilidade
gástrica e relaxa os esfíncteres
Sistema Renal
• Rins, Ureter e Bexiga
• Aumento da frequência urinária, pelo
aumento do fluxo sanguíneo renal;
• Filtração glomerular aumentada pode
provocar proteinúria, hipercalciúria e
elevação nas concentrações plasmáticas de
uréia e creatinina;
• Cálices renais, pelve eureter se dilatam e a
peristalse diminui;
• Bexiga muda de posição, diminui a
capacidade residual.
Sintomas Urinários
A freqüência e a urgência 
urinaria são habituais no 
inicio e final da gestação.
Causas:
A pressão exercida pelo 
útero gravidico, em 
enteflexão exagerada, no 
primeiro trimestre, ou 
contato da apresentação 
fetal, nas últimas semanas 
da gravidez.
Prevenção e Tratamento:
• Orientar a ingesta de 
líquidos;
• Orientar repouso em DLE;
• Não fazer nada, pois é 
sintomas comum da 
gravidez, que regride após o 
parto;
• Esvaziar regularmente a 
bexiga;
• Agendar consultas médicas, 
caso exista dor ao urinar ou 
hematúria, acompanhada ou 
não de febre.
Dosagens HCG
Dor Abdominal
Prevenção e Tratamento:
a)Orientar calor local, 
repouso em DLE, 
relaxamento, postura 
adequada, respiração;
b)Repouso em DLE, uso de 
cinta para apoiar a 
barriga:
c)Orientar repouso em DLE, 
pois aumenta o débito 
cardíaco materno, facilita 
o fluxo placentário, maior 
oxigenação do feto e mãe, 
facilita o metabolismo das 
contrações;
d)Favorecer espaço para 
expressar suas 
ansiedades;
e)Orientar para procurar o 
médico ou enfermeira 
obstétrica para avaliação 
repousar em decúbito. 
Pode ser indicativo de 
parto prematuro; neste 
caso, orientar para DLE, 
para evitar esforços, 
manter abstinência sexual 
até término das 
contrações, não estimular 
o seio.
• Alterações do Peso Corporal: Um aumento do peso
corporal é um das alterações metabólicas da gravidez. O
ganho de peso total de um grávida nutrida após 40 semanas
de gestação fica usualmente entre 10 a 12,5 Kg. Se esse ganho
é ou não ideal não se sabe, pois algumas mulheres sadias
com gestação normal ganharão consideravelmente mais do
que a média antes citada. O ganho de peso da gravidez
inclui:
- Peso do feto: 3.400grs;
- Placenta: 650 grs;
- Líquido Amniótico: 1.000 gramas.
- Útero aumentado: 900 grs;
- Mamas: 400 a 500 grs;
- Volume de sangue materno: 1.300 a 1500grs;
- Líquidos extracelular: 1500 grs;
O ganho de peso durante a gestação não
explicado pelos aumentos enumerados acima
parece consistir principalmente da reservas
maternas de tecido adiposo.
Considerando o ganho de peso pelo liquido
extracelular em torno de 1500 grs, uma mulher
tenha edema mesmo que discreto poderá ter
até 5 litros de liquido extracelular. Essa
retenção de líquido tecidual pode aumentar
consideravelmente nas ultimas semanas da
gravidez, esse peso, no entanto, é rapidamente
perdido após o parto.
Cerca de 5 kg do peso adquirido na
gravidez são perdidos no parto com a saída
do feto, placenta e líquido amniótico.
Outros 2 a 2,5 kg são perdidos no puerpério
imediato, em grande parte devido à
liberação e eliminação do líquido
extracelular dos tecidos. Outra redução
ocorre durante as semanas seguintes,
quando o peso da mãe retorna para
aproximadamente o que era antes da
gestação.
A maioria das mulheres, especialmente as que
amamentam, continuam a perder peso por pelo
menos 03 meses após o parto, e todas, exceto um
pequeno número perdem todo o peso que
ganham durante a gravidez. Se tiver havido um
armazenamento excessivo de gordura e ele não
for perdido entre as gestações, poderá contribuir
para posterior obesidade.
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS MATERNAS
• Tendência a Cetose: A gestação exagera e acelera a resposta
ao jejum, tanto nos níveis de glicose sangüínea quanto os de
insulina no plasma caem mais rapidamente do que na mulher
não grávida. Isto precipita uma aceleração do processo que
leva à cetose durante o jejum.
O metabolismo de uma quantidade excessiva de ácidos
graxos, especialmente na ausência de carboidratos, resulta na
formação de grandes números de corpos cetônicos. Os corpos
cetônicos são transferidos através da placenta, e podem ajudar
a atender às necessidades de combustível no feto se o
suprimento de glicose estiver limitado, isso pode ser perigoso,
pois existem evidências que o uso de cetonas pelo feto também
acompanham a cetose, e este processos tem efeito adverso
sobre o desenvolvimento do cérebro fetal.
• Tendência à Hiperglicemia: Os tecidos maternos à
medida que a gestação evolui os hormônios
produzidos principalmente pela placenta interferem na
ação da insulina, tornando os efeitos mais intensos no
terceiro trimestre. Quatro (4), hormônios parecem
exercer uma grande influência no metabolismo dos
carboidratos, são eles: (discutidos na próxima página);
Constipação e Flatulência
É um problema comum na gravidez, especialmente em pacientes 
que já tinham este problema antes da gravidez.
Causas:
• Causado pela diminuição do 
peristaltismo intestinal;
• Supressão da motilidade da 
musculatura lisa;
• Aumento da taxa de 
hormônios esteróides;
• Pressão sobre os intestinos e 
deslocamento dos mesmos pelo 
útero aumentado.
Flatulência:
• Ação das bactérias intestinais 
sobre os alimentos, o que resulta 
na formação de gases;
• Relaxamento do trato 
gastrintestinal.
Constipação e Flatulência
Prevenção e Tratamento:
• Dieta rica em resíduos: frutas 
cítricas, verduras, mamão, ameixas 
e cereais integrais;
• Evitar alimentos de alta 
fermentação, tais como repolho, 
couve, ovo, feijão, leite e açúcar;
• Caminhadas, movimentação e 
regularização do hábito intestinal;
• Ingesta de grandes quantidades de 
líquidos, antes e após refeições, e 
um copo de água em jejum;
• Evitar óleos minerais que 
interferem na absorção 
vitamínico;
• Não tomar laxantes ou realizar 
enemas, exceto sob prescrição 
médica.
Hemorróidas
Manifestam-se na gravidez ou 
agravam-se quando 
preexistentes
Causas:
O esforço para evacuar, 
especialmente em mulheres 
predispostas a varicosidades.
Prevenção e Tratamento:
•Causadas pelos esforços para 
evacuar;
•Aumento da pressão venosa no 
plexo hemorroidário;
• Constipação intestinal;
• Esforço abdominal no período expulsivo 
quanto do parto transpélvico.
• Não usar papel higiênico colorido ou 
áspero (molhá-lo) e fazer higiene 
perianal com água e sabão neutro, após 
defecação;
Hemorróidas
• Orientar e ensinar exercícios, 
em especial as contrações do 
assoalho pélvico que irão 
facilitar a circulação anal e 
perianal;
• Orientara e ajudar na colocação 
na bolsa de gelo e pomadas 
anestésicas, para aliviar a dor;
• Orientar a realizar dieta, a fim 
de evitar a constipação 
intestinal;
• Orientar a realizar banhos de 
assento morno vapor ou compressas 
mornas;
• Agendar consulta médica, caso haja 
dor ou sangramento anal persistente;
Dor Lombar e Dor na 
Região Pélvica
Durante a 
gestação a 
grande 
maioria das 
mulheres 
sofrem de 
lombalgia, 
podendo ser 
de pequena 
ou grande 
intensidade.
Causas:
Fadiga; Espasmos 
musculares e posturais; 
Afrouxamento das 
articulações pélvicas; 
Mobilidade das 
articulações sacrilíacas, 
sacrococcígea e da sínfise 
pubiana; Amolecimento 
das cartilagens pélvicas 
devidos os hormônios; 
Ganho de peso e pressão 
do feto em crescimento; 
Mudança de postura, 
dificultando o equilíbrio, 
nervo ciático e problema 
de coluna.
Dor Lombar e Dor na Região 
PélvicaMedidas de Prevenção e Tratamento:
• Sentar adequadamente;
• Apoiar os pés em um banco;
• Ao caminhar manter-se ereta;
• Procurar comprar trocadores, berços, 
tabuas de passar roupas que obedeçam 
aos princípios ergonômicos;
• Posição de cócoras de buda e o balanço 
pélvico auxilia a aliviar o desconforto;
• Usar sapatos com saltos baixos e 
confortáveis;
• Aplicar calor local e banhos mornos para 
diminuir a tensão, relaxando os 
músculos tensos e rígidos;
• Evitar carregar pesos, se necessário 
inclinar-senos quadris e joelhos, em lugar 
de utilizar as costas; 
• Usar colchões firmes adicionado tábuas sob 
o mesmo ou uso de colchões semi-
ortopédicos;
• Evitar atividades em excesso;
• Orientar para que evite subir em escadas 
evitando a perda de equilíbrio;
• Agendar consulta médica, caso a dor resulte 
em incapacidade. 
Edema de TornozelosCausas:
• Retenção de água e sódio, como 
resultado da ação dos hormônios 
esteróides do ovário;
• Da placenta e da supra-renal;
• Aumento da pressão venosa nas pernas;
• Veias varicosas com congestão venosa;
• Interferência mecânica do retorno 
venoso e de outras modificações 
circulatórias inerentes à gestação;
• O edema gravitacional esta limitado aos 
tornozelos e decorre do aumento da 
pressão dos capilares dos membros 
inferiores.
Prevenção e Tratamento:
• Dormir com as pernas elevadas, em 
DLE, principalmente o esquerdo, 
facilitando o retorno venoso e 
diminuindo a retenção hídrica;
• Evitar o uso de roupas que diminuam o 
retorno venoso (ligas, meias);
• Controlar o peso a cada consulta, ou 
com maior freqüência, quando 
detectar aumento de peso com valores 
superiores a 500g/semana;
• Elevar as pernas
durante dez á
quinze minutos,
várias vezes ao dia.
Veias e Varicosas
São usualmente em problema
das multíparas e podem causar
flebotrombose e a embolia.
Causam dor muscular, edemas
e úlceras cutâneas.
Causas:
Resulta do enfraquecimento
congênito ou adquirido das
paredes venosas; do aumento
da estase venosa das pernas,
devido a hemodinâmica da
gravidez, a inatividade,
redução do tônus muscular e
obesidade.
Prevenção e Tratamento:
•Não permanecer muito tempo
em pé ou sentada;
• Não usar roupas muito justas e 
nem ligas nas pernas, e se 
possível;
• Utilizar meia-calça elástica para 
gestante.
• Repousar de 15 a 20 minutos 
várias vezes ao dia em decúbito 
lateral, com os membros 
inferiores elevados;
Cãibras nas Pernas
A cãibra, ou nó dos músculos da 
perna, coxa ou nádegas, ocorre 
subitamente após o sono ou 
inatividade, principalmente, no 
último trimestre da gravidez.
Causas:
Pode ser resultado do estiramento 
da musculatura e da fáscia ou 
podem dever-se ao prejuízo 
circulatório nos músculos, devido a 
pressão do útero sobre os vasos 
pélvicos.
Prevenção e Tratamento:
• Recomendar a permanecer de pé e 
descalça em uma superfície fria;
• Orientar, ensinar o companheiro 
da gestante a massagem no 
músculo contraído e doloroso, 
debaixo para cima;
• Orientar a ingesta de alimentos 
com grande quantidade de fósforo 
limitando-se ao uso de carne em 
apenas uma refeição, ingerir 
alimentos com cálcio.
Cãibras nas Pernas
• Orientar a realizar movimentos 
circulares com os pés.
• Orientar a estender a perna 
acometida pela cãibra e 
flexionar os tornozelos, realizar 
rotação dos pés para cima com 
os dedos em direção ao joelho.
• Orientar para flexionar o pé;
• Orientar banhos de chuveiro
morno;
Fadiga
É mais suscetível no primeiro e
último trimestre.
Causas:
Postura alterada e peso
excessivo; ação hormonal;
anemia; medos em relação as
transformações, oriundas da
gravidez e mudanças de papeis.
Prevenção e Tratamento:
• Orientar a redução da
atividade diária e aumento das
horas de repouso;
• Ensinar e realizar
relaxamentos e
exercícios respiratórios;
• Facilitar a expressão de
sentimentos, angustias
e medos;
• Estimular atividades de
lazer, banho mornos e
massagens.
Leucorréia
Aumento gradual da
quantidade de
corrimento vaginal pode
ser esperado na gravidez,
em razão do aumento de
estrógeno. Quando
acompanhada de
ardência, coceiras,
sugere-se presença de
infecção
Causas:
Ação hormonal
Prevenção e Tratamento:
• Orientar a redução da
atividade diária e
aumento das horas de
repouso;
• Ensinar e realizar
relaxamento e exercícios
respiratórios;
• Facilitar a expressão de
sentimentos, angustias e
medos;
• Estimular atividades de
lazer, banho mornos e
massagens;
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS MATERNAS
Resumo da Fisiologia no Metabolismo do Carboidrato na Gestação
Fisiologicamente, a primeira metade da gestação é caracterizada por
intenso anabolismo, com aumento nos depósitos maternos de proteínas e
lipídios. Os níveis elevados de estrogênio e progesterona circulantes
provocam hiperplasia das células beta pancreáticas com conseqüente
aumento nos níveis plasmáticos de insulina, cuja ação anabolizante
favorece a gliconeogênese e a lipogênese.
O aumento da insulina circulante reduz a glicose plsmática, o que se
acentua após jejum prlongado, condição conhecida como accelerated
starvation.
A ingestão alimentar, nesse período da gestação provoca resposta
insulínica exagerada, há captação e metabolização aumentada de glicose
e aminoácidos, fazendo crescer os depósitos de glicogênio, triglicerídeos
d proteínas, situação conhecida como anabolismo facilitado.
No final do segundo trimestre de gestação modifica-se a tendência
materna de “estocagem” de nutrientes para a de catabolismo,
provavelmente no intuito de atender às necessidades nutricionais
crescentes no feto. A insulina plasmática após uma refeição, mesmo
elevada, não reduz da mesma maneira a glicose e os aminoácidos séricos
se comparados ao primeiro trimestre. Os níveis de glicose plasmática
pós-prandial estão acima dos valores encontrados em mulheres não
grávidas. Esta hiperglicemia pós-prandial fisiológica parece ter o objetivo
de sustentar o aporte nutricional do feto em crescimento.
A incapacidade da insulina em reduzir a glicemia aos
níveis pré-gravídicos (ou da primeira metade da gestação),
está associado à resistência tecidual. O aumento da
resistência periférica à insulina provavelmente seja
mediado por um defeito pós-receptor. As concentrações
maternas crescentes de progesterona, cortisol, prolactina e
do hormônio somatomamotropina coriônica humana, têm
sido implicados como fatores responsáveis pelo processo de
resistência à insulina. A sensibilização tecidual à insulina
está reduzida cerca de até 80% na gestação normal.
O hiperinsulinismo associado à relativa insensibilidade
tecidual à insulina caracterizam o estado diabetogênico
provocado pela gestação. A gestante normal consegue
compensar este processo com o aumento na produção
pancreática de insulina. A gestante com reserva pancreática
limitada não consegue alcançar a compensação e
desenvolve uma intolerância aos carboidratos, ou seja,
Diabete Melito Gestacional (DMG). A gestante com DM
prévio exibe uma compensação considerável, a qual,
freqüentemente, exige incrementos na dose de insulina
exógena.
Essas alterações no metabolismo de carboidratos se
fazem sentir no feto em crescimento, a glicose é fonte
primordial de energia para o feto, sendo transferida
continuamente através da placenta. A hiperglicemia materna
provoca transferência exagerada de glicose para o feto, o que
estimula o pâncreas fetal a aumentar a produção de insulina. A
placenta é essencialmente impermeável à insulina e ao glucagon
endógenos maternos e a produção fetal de insulina inicia entre
9 e 11 semanas de gestação.
O aportes excessivo d nutrientes maternos associados ao
hiperinsulinismo estimula a síntese exagerada de glicogênio,
proteínas e lipídios, resultando em um recém-nascido
macrossômico, com órgãos aumentados de volume, porém
imaturos. A macrossomia é observada no excesso de gordura
corporal, massa muscular e organomegalias preservando o
cérebro. O hiperinsulinismo fetal também implica no retardo de
produção do surfactante pulmonar e nas alterações
morfológicas da placenta podendo reduzir em até 40% no fluxo
uteroplacentário e conseqüentemente a hipóxia fetal. A
normalização das glicemias maternas pode ser o fatormais
importante na prevenção da hipóxia fetal.
Referências 
• Leveno, Kenneth J. Manual de obstetrícia de 
Williams: complicações na gestação. 22.ed. –
Porto Alegre: Artmed, 2010.
• Rezende, obstetrícia/ Carlos Antonio Barbosa 
Montenegro, Jorge de Rezende Filho. – 11.ed. – Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
• OLIVEIRA, M. E., MONTICELLI, M., SANTOS, O. 
M. B. (org). Enfermagem obstétrica e 
Neonatológica: textos fundamentais. 
Florianópolis: UFSC, CCS, 2007

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