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ESTUDO DOS BENEFICIOS DO TRATAMENTO DE MELASMA

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ESTUDO DOS BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DE MELASMA POR 
INTERMÉDIO DO ÁCIDO KÓJICO ASSOCIADO AO ÁCIDO GLICÓLICO. 
 
Vanessa Cristiane dos Santos Martins1,Silvia Patricia de Oliveira 2. 
 
1 Acadêmica do curso de Pós-graduação em MBA em Estética Clínica Avançada e 
Cosmetologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 
2 Fisioterapeuta. Prof. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná. 
 
Endereço para correspondência: Vanessa C.S.Martins, vane-martins@hotmail.com 
____________________________________________________________________________ 
 
RESUMO: O melasma é uma hiperpigmentação caracterizada por lesões marrom-
acastanhada em regiões expostas ao sol, justifica-se pelo aumento na produção de 
melanina, e pode ser desencadeada por fatores hormonais, ambientais (exposição a 
radiação ultravioleta) e hereditários. O objetivo desta pesquisa é verificar a eficácia do 
tratamento do melasma utilizando o ácido kójico associado ao ácido glicólico onde o 
primeiro é um despigmentante que realiza a inibição da tirosinase, enzima responsável 
pela produção da melanina, enquanto que o segundo é um alfa-hidroxiácidos com 
capacidade esfoliante. 
 
 Palavras-chave: melasma, ácido kójico, ácido glicólico. 
______________________________________________________________ 
ABSTRACT: Melasma is a hyperpigmentation characterized by brown-brown lesions in 
areas exposed to the sun, is justified by the increased production of melanin, and can 
be triggered by hormonal, environmental factors (exposure to ultraviolet radiation) and 
hereditary. The purpose of this research is to verify the effectiveness of melasma 
treatment using kojic acid with glycolic acid where the first is a depigmentation 
performing the inhibition of tyrosinase, responsible for the production of melanin 
enzyme, while the second is an alpha-hydroxy acids with exfoliating capacity. 
 
Keywords: melasma, kojic acid, glycolic acid. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Atualmente a busca por um padrão de beleza é crescente visando 
tratamento para as alterações inestéticas como as discromias. Onde a pele 
clara, desprovida de manchas e rugas leva as mulheres cada vez mais a 
consultórios dermatológicos e clínicas de estética, sendo as discromias a 
terceira causa de procura á esses profissionais, cerca de 8,5% no Brasil. As 
hipercromias podem ser congênitas, com diferentes padrões de herança 
genética, ou adquiridas por fatores ambientais, hormonais, doenças 
sistêmicas, dentre outros. (CESTARI,2014) Segundo MAIO o melasma é 
uma hiperpigmentação adquirida, caracterizado por máculas de coloração 
marrom-acastanhada, é uma patologia crônica, acomete ambos os sexos e 
todas as raças. A etiopagenia do melasma não é completamente esclarecida 
e seu tratamento tem por objetivo inibir a produção de melanina que esta 
aumentada. (TEDESCO,2006; MAIO,2004; HENDEL,2014) 
O ácido kójico é obtido por fermentação do arroz, é considerado um 
potente despigmentante, atua inibindo a produção da tirosinase, enzima 
fundamental para a produção de melanina. Por não apresentar característica 
irritativa e não ser citotóxico é usado como substituto da hidroquinona em 
caso de sensibilidade a mesma, seu efeito é potencializado quando 
associado ao ácido glicólico. (BORGES,1010; GONCHOROSK,2005). 
O ácido glicólico é o representante mais utilizado dos alfa-hidroxiácidos, 
é derivado da cana-de-açúcar, em baixas concentrações tem efeito 
hidratante e em concentrações mais altas torna-se esfoliante. Por afinar o 
estrato córneo e diminuir a coesão entre os corneócitos, é indicado para o 
tratamento de hipercromias, principalmente quando associado à 
despigmentantes. (GONCHOROSK,2005) 
O objetivo desse trabalho é avaliar os benefícios do tratamento de 
melasma utilizando a associação do ácido kójico ao ácido glicólico. 
 
 
 
 
 
DISCROMIAS 
 
Discromia é um termo empregado para alterações de pigmentação do 
tecido cutâneo, normalmente relacionado à quantidade de melanina, ou a 
outros pigmentos endógenos como a bilirrubina e exógenos dentre eles a 
tetraciclina e cloroquina entre outros. As discromias podem ser classificadas 
como acromias (ausência de melanina), hipocromias (diminuição da 
melanina), hipercromias (aumento da melanina) leucomelanodermias 
(associação de hipocromias e hipercromias). (AZULAY,2011) 
As hipocromias (vitiligo) e as acromias (albinismo), bem como a 
hiperpigmentação podem ser hereditárias, congênitas ou adquiridas, dentre as 
principais hipercromias estão as manchas mongólica, efélides (sardas), lentigo 
(lentingens), fitofotodermatite, hiperpigmentação pós-inflamatória e o objeto de 
estudo deste artigo o melasma. (AZULAY,2011;HENDEL, 2014) 
 
MELASMA 
 
A origem da palavra melasma vem do grego, sendo “melas” traduzido 
como preto e refere-se a sua apresentação clínica acastanhada, enquanto 
que o termo cloasma ainda utilizado por muitos, deriva do grego “clorós” e 
significa esverdeado, sendo, portanto a terminologia melasma mais 
adequada a essa hiperpigmentação. (Im S - HANN SK,2002; HENDEL,2014) 
O melasma é uma hipermelanose adquirida que acomete as áreas 
fotoexpostas da pele, principalmente face, e em menor grau de ocorrência, 
colo e antebraço. Tal melanose é caracterizada por apresentar maculas 
simétricas de cor castanhas escuro, contornos irregulares, mas com limites 
nítidos. (Im S HANN SK, 2002; HENDEL,2014) Mesmo podendo ocorrer em 
ambos os sexos, acomete em sua maioria mulheres em idade fértil, entre 30 
e 55 anos, em cerca de 90% dos casos. Pode ocorrer em todas as raças e 
fototipos, porém estudos epidemiológicos relatam maior ocorrência em 
fenótipos com maior pigmentação, fototipo IV–VI segundo Fitzpatrick, como 
os asiáticos, indianos, árabes, hispano-americanos e brasileiros, regiões 
onde com maior incidência de radiação solar. (HENDEL, 2014; MAIO,2004; 
MIOT,2009) 
Histológicamente o melasma pode ser classificado segundo a 
localização da melanina como dérmico, epidérmico ou misto, para avaliar a 
localização da melanina utiliza-se a lâmpada de Wood (340 a 400nm) que 
baseia-se na absorção dos raios ultravioletas pela melanina e salienta a 
diferença na pigmentação da pele afetada, onde no padrão epidérmico que 
acomete 70% dos casos, há um aumento do contraste da cor, enquanto que no 
dérmico não há alteração do contraste. (LEITE,2004) Outros métodos de 
avaliação clínicas também podem ser utilizados como dermatocospia, biópsia e 
colorimetria. (HANDEL,2014; GONCHOROSK,2005) O melasma clinicamente 
considerado dérmico possui coloração variável do castanho ao azulado, em 
razão do aumento da melanina dos macrófagos da derme, já a hipermelanose 
epidérmica apresenta aumento da melanina nos melanócitos e queratinócitos 
da epiderme, conferindo coloração castanha. (LEITE,2204; FIGUEIRÓ,2008) 
Segundo a distribuição clínica a melanose facial pode ser classificada 
como centrofacial (as lesões são predominantes no centro da face, em 
região glabelar, frontal, nasal, zigomática, lábio superior e queixo), periférico 
(neste tipo as maculas concentram-se em áreas mandibulares fronto 
temporal e pré-auriculares) e o tipo misto, sendo no Brasil o tipo centrofacial 
o mais comum, que acomete 51,7% das mulheres afetadas, seguido por 
melasma misto com 43,4% dos casos. (HANDEL,2014) 
 A etiopatogenia do melasma ainda não está completamente elucidada, 
existem vários fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, tais 
como exposição à radiação ultravioleta, pré-disposição genética, 
envelhecimento, alteração hormonal (uso de contraceptivos oral e injetável, 
gestação, menopausa), drogas fotossensibilizantes, distúrbios endócrinos, 
cosméticos derivados do petróleo e estresse. (STEINER,2009; 
STEINER,2009; CESTARI,2014; COSTA,2014; ARMELIM,2004) Entre as 
teorias, a mais aceita é a de que a radiação ultravioletacause a peroxidação 
dos lipídeos da membrana celular, formando radicais livres que por sua vez 
estimulam os melanócitos a produzir melanina excessivamente, formando o 
melasma. Quanto à teoria hormonal sua justificativa se deve ao fato de 
grande parte das gestantes e usuárias de anticoncepcionais, bem como 
mulheres em fase de menopausa (que fazem reposição hormonal) 
apresentar hipermelanoses, percebe-se ainda níveis elevados de hormônio 
luteinizante (LH) e baixos níveis de estradiol sérico. Por fim a herança 
genética, pois a maioria dos pacientes portadores de melasma relatam a 
existência de familiares com a mesma hipercromia. (STEINER,2009; 
COSTA,2014; GONCHOROSKI,2005) 
Para compreender a fisiopatologia do melasma, é necessário entender 
o papel da melanina na pigmentação da pele. A melanina é um biopolímero 
heterogênio, produzida por células especializadas, conhecidas como 
melanócitos que são encontrados na pele, olhos e bulbo folicular, sendo 
responsável, portanto pela cor da pele, cabelos e olhos. Possui importante 
ação na pigmentação cutânea (bronzeado) e na fotoproteção, pois difrata ou 
reflete a radiação ultravioleta, após essa irradiação os melassomas sofrem 
um reagrupamento em torno do núcleo protegendo o material genético 
celular. Mesmo tendo grande importância na proteção contra radiação solar 
sua produção desordenada pode ocasionar hiperpigmentação. (MIOT,2009.; 
NICOLETTI,2002) 
A melanogênese ocorre nos melanócitos, que são células dotadas de 
dentritos que se desenvolvem lateralmente e para cima, embriologicamente 
derivados de melanoblastos, são fenotipicamente importantes, responsáveis 
pela pigmentação e pela proteção direta aos danos acarretados pela radiação 
ultravioleta, tendo seu número de células diminuído com a idade e em 
pacientes com pele normal (livre de hiperpigmentação) está situada na camada 
basal. (MIOT,2009) A melanogênese é controlada pela enzima tirosinase, 
sintetizada inicialmente no retículo endoplasmático rugoso, sendo então 
transferida para o complexo de golgi, associada ao lisossoma. Um pré-
melanossoma liberado pelo complexo de golgi une-se á vesícula para formar o 
melanossoma. Dentro desse melanossoma será produzida a melanina através 
da oxidação enzimática L-tirosinase, a L-dopa e a dopaquinona, em seguida 
espontaneamente a dopaquinona se transforma em dopacromo e 
leucodopacromo, levando a reações bioquímicas, que resultam na produção de 
eumelanina um grupo de pigmentos pardos, marrom ou negro, insolúveis, que 
resultam da polimerização oxidativa de compostos derivados da DOPA, além 
da pigmentação marrom tem como função absorver e dispersar a luz 
ultravioleta atenuando sua penetração no tecido cutâneo reduzindo os efeitos 
nocivos do sol, por isso indivíduos com maior pigmentação (fototipos IV,V,VI) 
bronzeiam com maior facilidade que as peles mais claras. Enquanto que a 
feomelanina responsável por pigmentos amarelos e vermelho-marrom, resulta 
da união de dopaquinona, cisteína ou glutadiona, que após diversas 
transformações resultam em cisteinidopa e glutationildopa, possui grande 
potencial de gerar radicais livres em resposta a exposição de radiação 
ultravioleta, causando danos no DNA, o que explica o fato de indivíduos com 
fototipos mais claros (fototipos I,II E III) terem a maior propensão a danos 
epidérmicos, inclusive neoplasias decorrentes da fotoexposição. (MIOT,2009; 
GONCHOROSK,2005; NICOLETTI,2002; OLIVEIRA,2013) 
A melogenese pode ser influenciada por fatores genéticos, hormonais e 
pela ação dos raios ultravioleta. A influência dos fatores genético ocorre pois 
todos os estágios da formação da melanina estão sujeitos a controle genético, 
enquanto que os hormônios estrogênio e a progesterona são responsáveis pela 
hiperpigmentação facial e genital e o hormônio MSH (Melanocyte Stimulating 
Hormone) hormônio hipofisário estimula a melanogênese. A influência dos 
raios ultravioleta UV-A oxida e escurece a melanina promove pigmentação 
direta, ou seja, sem eritema, já a radiação UV-B multiplica os melanócitos 
ativos, estimula a tirosinase, promove a produção de eritema actínico. 
(NICOLLETI,2002) 
Sendo o melasma uma hiperpigmentação adquirida, com recidivas, que 
resulta de um aumento na produção de melanina em todas as camadas da 
epiderme e um número aumentado de melanossomas maduros, na derme há 
um infiltrado mononuclear moderado com aumento de vascularização e 
elastose, seu tratamento que normalmente dura meses, visa clarear essas 
máculas de cor marrom-acastanhada, com reduzidos efeitos adversos. 
(STEINER,2009) 
 
 DESPIGMENTANTES 
A terapêutica do melasma visa retardar a proliferação dos melanócitos, 
inibir a formação de melanossomas e aumentar a degradação destes, evitando 
assim a produção excessiva de melanina. (FREITAG,2007) Os 
despigmentantes são substâncias que atuam diretamente na região 
hiperpigmentada, mas antes de escolher o despigmentante correto deve-se 
considerar o fototipo, o fotoenvelhecimento, fatores hormonais, a idade da 
paciente e o padrão do melasma que pode ser dérmico ou epidérmico, pois o 
melasma epidérmico possui melhor resposta ao tratamento, ainda assim 
independente do despigmentante escolhido o tratamento será ser longo e após 
suspenso a pele esta sujeita a recidiva da lesão pois não existe despigmente 
de efeito definitivo independente do mecanismo de ação. (FREITAG,2007; 
MODELLE,2014; BORGES,2010) 
Atualmente no mercado existem diversos despigmentantes com 
mecanismos de ação diferentes, porém todos relacionados a produção ou 
transferência de pigmentos, dentre os principais destaca-se a destruição 
seletiva de melanócitos, inibição da biossíntese de tirosinase, inibição da 
formação de melanina, inibição na formação de melanossomas e alteração de 
sua estrutura, alteração química da melanina, degradação de melanossomas e 
queratinócitos. (GONCHOROSKI,2005) 
Os despigmentantes estão disponíveis em diversas fórmulas 
farmacêuticas como pomadas, cremes, loções, evanescentes e géis, podem 
ser combinados a produtos cosméticos ou a outros ativos como esfoliantes, 
proporcionando além do clareamento da hiperpigmentação a renovação 
celular. Dentre os principais ácidos com ação despigmentantes temos o ácido 
fítico, ácido kójico, a hidroquinona, o biowhite, nano white, o licore PT 40, a 
arbutina e o ácido glicólico que é um alfa-hidroxiácido muito eficaz associado a 
outros despigmentantes. Devido as características próprias de cada 
despigmentante deve-se escolher o adequado para cada fototipo cutâneo e tipo 
de hiperpigmentação, levando em conta as características físicas, químicas, 
terapêuticas, microbiológicas e toxicológicas.(LEITE,2004; 
GONCHOROSK,2005; HERNANDES,1999) 
 
 ÁCIDO KÓJICO 
O ácido kójico foi isolado pela primeira vez no Japão em 1907, é 
chamado de 5-hidróxi-2-hidroximetil-4H-piran-4-ona, possui fórmula molecular 
C6H604, apresenta-se como um pó cristalino branco amarelado, seu pka é de 
7.9 a 8.03, é um metabólito fúngico obtido a partir da fermentação do arroz 
pelas espécies Aspegillus orizae, Flavus tamorii e Aspergillus esporulantes. 
(GONCHOROSK,2005) 
É considerado um potente despigmentante e tem como vantagens ser 
solúvel em água, etanol e acetona, não citotóxico, não irritante e não 
fotossensibilizante, reconhecem-se vários níveis de atuação do ácido kójico no 
processo de hiperpigmentação, como a conversão de tirosina em dopa, desta 
em dopaquinona, por inibição parcial da ação enzimática da tirosinase, tal 
inibição pode ser revertida por acetato de cobre; outro mecanismo de ação se 
dá pela inibição da enzima tirosinase por meio da quelação de íons de cobre no 
sítio ativo da enzima suprimindo a tautomerização do dopacromo 5-6-
dihidroxiindol-2-ácido carboxílico, inibi ainda a conversão da o-quinonas, 
norepinefrina e dopamina para a forma correspondentede melanina, promove 
a diminuição da eumelanina e seu monômero percursor; e por fim como tem 
sido demostrado atualmente por métodos bioquímicos é capaz de inibir a 
conversão do 5,6-di-hidroxindol-2-carboxílico em melanina. GARCIA,2004) 
Como desvantagens tem-se a instabilidade de coloração, torna-se 
gradativamente amarelo ou marrom devido a quelação com íons metálicos e 
sua fácil oxidação. Tal problema evita-se adicionando a fórmula um quelante ou 
um antioxidante, mantem-se o pH entre 3 e 5 e a temperatura deve ser menor 
que 70°. (GONCHOROSK,2005; BORGES, 2010; GARCIA,2004) 
 Os efeitos do ácido kójico são percebidos em cerca de duas semanas 
de uso diário, por pelo menos seis meses, os resultados dependem do 
fototipo, do tipo de pele e da localização do melasma, a concentração usual 
indicada é de 1 à 3% em veículos como cremes, emulsões fluidas não-
iônicas, géis, géis-cremes e loções aquosas. (GONCHOROSK,2005) Devido 
a suas características anti-irritante e não fotossensível, utiliza-se o ácido 
kójico como substituto da hidroquinona, este torna-se mais eficiente quando 
associado a outros ativos como o ácido glicólico. (BORGES,2010) 
Segundo ensaios clínicos realizados com ácido kójico nota-se ausência 
de efeitos adversos, percebe-se apenas uma maior sensibilidade em pacientes 
que fizeram uso diário do despigmentante por mais de um ano.(GARCIA,2004) 
Quanto ao dipalmitato kójico ainda não tem seu mecanismo de ação 
elucidado completamente, porém este é mais estável que o ácido kójico no 
tocante a oxidação e coloração. 
 
ÁCIDO GLICÓLICO 
Estruturalmente é o alfa-hidroxiácido mais simples, permite penetração 
cutânea superior, sua maior concentração disponível sem precipitação é 70%, 
apresenta pH de 0.5 (na potência máxima não deve ser aplicado na pele com 
esse pH, por risco de queimadura), seu potencial irritativo principalmente por 
uso crônico é corrigido quando se ajusta o pH, ponto de ebulição de 112°C, 
ponto de fusão é de 10°C, possui odor leve de açúcar queimado, é encontrado 
na forma liquida com coloração levemente âmbar, é estável, não se decompõe 
ou polimeraliza. (GARCIA,2004) 
Pode ser o obtido por fonte vegetal quando extraído da cana de açúcar, 
beterraba, alcachofra e uva ou sintética por meio da liberação de monóxido de 
carbono a partir do formaldeído, seu mecanismo exato de ação ainda é 
desconhecido, é responsável pela diminuição da coesão dos corneócitos, em 
baixas concentrações de 2% apresenta efeito hidratante, concentração de 8-
10% aumentam a produção de colágeno (queratolítico) e em altas 
concentrações de 6-20% apresenta efeito esfoliante e descamativo. As 
concentrações de 70% são usadas para realizar peeling químico e dependendo 
do tipo de pele e da espessura da camada córnea pode levar a epidermólise. 
(GONCHOROSK,2005; MENÊ,2004) 
No tratamento do melasma o ácido glicólico se torna eficaz devido ao 
seu efeito esfoliante que reduz a pigmentação excessiva na área acometida 
pela hipermelogenese, afinando o estrato córneo e alisando a superfície 
cutânea sem comprometer diretamente a melanina. (GONCHOROSK,2005; 
MENÊ,2004) Utiliza-se ácido glicólico, (também conhecido como ácido 
universal) para realizar peeling químico superficial que visa atingir a camada 
córnea, usa-se a concentração de 40% a 50%, para peeling médio ou 
profundo, realizado por médicos, objetiva-se a estimulação dos vasos da derme 
papilar. É indicado para todos os tipos de pele e em qualquer região do corpo, 
apresenta efeitos positivos no tratamento de estrias, ceratoses actinicas, 
melasma, acne, lesões de fotoenvelhecimento e rugas finas. Como 
complicações adversas tem-se herpes labial, eritema persistente ou 
sensibilidade ao sol e hiperpigmentação pós-inflamatória. (BORGES) 
 
METODOLOGIA 
Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica no período 
de 1999 à 2014, em base de dados como Sielo, Pubmed, além de revistas 
científicas e livros, utilizando os seguintes descritos: melasma, ácido kójico e 
ácido glicólico. 
 
DISCUSSÃO 
Discromias são consideradas alterações pigmentares da pele, podem 
ser denominadas como acromias, hipocromias e hipercromias dependendo do 
acumulo de melanina existente na lesão. As hipercromias são lesões 
ocasionadas por aumento na produção de melanina. Melasma apresenta-se 
como manchas simétricas, cor marrom-acastanhadas, simétricas, 
histológicamente pode ser classificada segundo sua localização, pode ser 
dérmico, epidérmico e misto, sua etiopatogenia precisa ainda é desconhecida, 
mas sabe-se que existem alguns fatores desencadeantes como a exposição a 
radiação solar, gestação, reposição hormonal, uso de contraceptivos e a 
ingestão de medicamentos fotossensibilizantes. (AZULAY,2011;HENDEL,2014) 
Vários autores têm relatado resultados satisfatórios no tratamento do 
melasma associando o ácido kójico ao ácido glicólico. O ácido kójico é um 
despigmentante potente, hidrossolúvel, seu mecanismo de ação se da pela 
inibição da tirosinase, por não ser citotóxico, irritativo e fotossensibilizante é 
utilizado como primeira escolha quando o paciente apresenta sensibilidade a 
hidroquinona ( potente e tradicional despigmentante com alto poder irritativo e 
citotóxicos). Porém estudos demostram que seu efeito clareador torna-se mais 
semelhante ao da hidroquinona quando esta associado ao ácido glicólico, que 
por sua vez é um alfa-hidroxiácido com ação esfoliante e descamativa, afina o 
estrato córneo, diminuindo a hiperpigmentação da lesão. (GARCIA,2004; 
GONCHOROSK,2005; BORGES,2010) 
Esta associação é coerente pois segundo vários autores é a combinação 
mais eficaz no combate a hipermelanose, principalmente quando o paciente 
possui intolerância a hidroquinona, a concentração ideal para o tratamento do 
melasma é de 8% para o ácido kójico e 6% para o ácido glicólico. 
(GONCHOROSK,2005) Segundo Borges (2010) a eficácia da associação de 
despigmentante com alfa-hidroxiácido ocorre pois o ácido glicólico diminui a 
camada córnea, amolece o cimento celular , aumentando a permeação do 
despigmentante, potencializando seu efeito clareador sobre a 
lesão.(BORGES,2010; CESTARI,2014) 
 
 CONCLUSÃO 
Com base no mecanismo de ação do ácido kójico que inibi a ativação da 
tirosinase, pode-se verificar a eficaz ação despigmentante. Tendo como 
benefícios o controle e o clareamento do melasma bem como os efeitos 
hidratantes, esfoliante e queratolítico do ácido glicólico que afina o estrato 
córneo sem comprometer a melanina e reduz a pigmentação da lesão. 
 Pois analisando através das bases pesquisadas verifica-se que a 
eficácia da associação do ácido kójico ao ácido glicólico no tratamento do 
melasma se dá com concentrações de 8% de ácido kójico e 6% de ácido 
glicólico, porém mais estudos práticos devem ser realizados para maiores 
evidências da ação combinada de tais ácidos. (GARCIA,2004) 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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V.1, São Paulo, editora Roco Ltda; cap 13; pp 177 – 184; 2004. 
2. AZULAY, Rubem D.; AZULAY, Luana A. Dermatologia; 5ª edição; 
Editora Guanabara Koogon; pp 104-112; 2011. 
3. BORGES, Fabio dos Santos. Dermato-funcional Modalidades 
terapêuticas nas disfunções estéticas. 2° edição; Editora Phorte, 
327-351; 2010. 
4. CESTARI, Tânia F; DANTAS, Lia P; BOZA, Juliana C; Educação 
Médica Continuada; Anais Brasileiro de Dermatoogia; v.1; Rio de 
Janeiro; Jan/Fev; 2014. 
5. COSTA, Adilson; et al; Associação de emblica, licorice e belides 
como alternativa à hidroquinona no tratamento cliníco do 
melasma. RJ; Disponível em http://www.sciello.br acesso em 
13/12/2014 às 13:26h. 
6. FIGUEIRÓ, T.L.; FIGUEIRÓ-FILHO, E.A; COELHO, L.K; Pele e 
gestação aspectos atuais dos tratamentos e drogas 
comumente utilizados. Feminina; 36(8); pp 511-521;2008. 
7. FREITAG, Fernanda Magagnin; Aspectos clínicos, gravidade da 
doença e impacto na qualidade de vida de mulheres com 
melasma atendidas em um Hospital Universitário do Sul do 
Brasil; Porto Alegre – RS; Pós-Graduação de medicina, 2007. 
8. GARCIA, Claudia Rivieri C.; Tratado de Medicina Estética; 1ª 
edição. V.1, São Paulo; editora Roco Ltda; cap 18; 254-290; 2004. 
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