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A TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD


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INSTITUTO CEARENCE DE EDUCAÇÃO 
CURSO EM EXTENSÃO 
MARIA VENÂNCIO DE SOUZA
TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD
BOA VIAGEM/CE 
AGOSTO/2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 03
 
CAPÍTULO I – TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD.................................... 03
– INICIAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 03
– CONCEITOS PRINCIPAIS ..................................................................... 05
 1.2.2 – CONSCIENTE............................................................................. 05
 1.2.3 – INCONSCIENTE ........................................................................ 05
 1.2.4 – PRÉ-CONSCIENTE.................................................................... 06
1.3 – ESTRUTURA DA PERSONALIDADE FREUDIANA .............................. 06
1.3.1 – ID ......................................................................................................... 07
1.3.2 – EGO .................................................................................................... 07
1.3.3 – SUPEREGO ........................................................................................ 08
1.3.4 – RELAÇÕES ENTRE OS TRÊS COMPONENTES............................. 08
1.4 - MECANISMOS DE DEFESA DO EGO.................................................... 09
1.5 - AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL ...................... 14
BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 18
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, estaremos apresentando como surgiu a teoria psicanalítica desenvolvida por Freud. A conquista de Freud da teoria da psicanálise revolucionou o mundo científico na forma de poder serem compreendidos os traumas psíquicos do sujeito. Iniciou suas investidas com as histéricas, através do processo hipnótico e acabou por vislumbrar que a associação livre foi a melhor forma de analisar o psiquismo do sujeito.
Com o prosseguimento de suas análises pela associação livre, constatou que através da narrativa dos sonhos, o sujeito apresentava diversas demandas diferenciadas, foi quando institui o aparelho psíquico com seus três elementos: inconsciente, consciente e pré-consciente. Da mesma forma na continuidade de seus estudos, construiu a estrutura da personalidade: o Id, ego e superego.
- TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD
– Iniciação Teórica
Sigmund Freud (1856-1939) se formou em medicina em Viena e especializou-se em neurologia, interessando-se no psiquismo, em virtude de sua análise de que havia processos misteriosos no interior do sujeito, que considerou como regiões obscuras (as fantasias, sonhos, esquecimentos).
Seu modo de pensar assemelhou-se a Karl Mark na busca da compreensão dos processos históricos e sociais. Através da psicanálise, Freud acabou por descobrir que o sujeito tem um mundo inconsciente, uma fase não conhecida e que determinam nosso comportamento.
Dessa forma de conhecer esse mundo interno desconhecido e descobrir o que ocorria com as pessoas histéricas desde que esta sinaliza, por estrutura, a condição essencial do desejo humano, que KATZ afirmou que conforme Lacan é o desejo do outro.
Em suas investigações das histéricas resolveu utilizar o processo de hipnose como forma de tratamento da histeria, na busca do mistério que cerceava o ser humano em alguma coisa considerada até então desconhecida.
Entretanto através de suas pesquisas acabou por descobrir que a metodologia de deixar o paciente falar aleatoriamente, considerou esse novo método da “associação livre”, e com isso pode constatar que essa nova metodologia apresentou maiores resultados se desligando do processo de hipnose.
Freud, então, acabou por substituir a técnica da hipnose pelo método da associação livre, inventando o termo psicanálise, tendo dois significados:
“1) um método específico de tratar as perturbações nervosas e
(2) a ciência dos processos mentais inconscientes, que também é apropriadamente descrita como ‘psicologia profunda’”.
Ainda no desdobramento de sua nova teórica, acabou por deslumbrar que através da conversa, associação livre, descobriu que também através dos sonhos se é possível constituir material necessário para o analista possibilitar ao paciente se autoconhecer e desvendar o que de mal lhe sucedia.
E, desta forma, para desvendar o real e compreender o sintoma individual ou social e suas determinações, é através da interpretação. Com isso, o analista passou a analisar a associação livre, os atos falhos (esquecimentos, substituições de palavras, etc.), o que lhe faz ter acesso ao inconsciente, buscando a história pessoal do sujeito.
Para o analista, cada palavra dita durante a associação livre, através dos atos falhos, dos sonhos, cada palavra, cada símbolo, possui um significado particular, ao qual só é aprendido através de sua história que é única e singular.
O processo do autoconhecimento proporciona e facilita ao sujeito lidar com o seu sofrimento, a criar mecanismos de superação das dificuldades enfrentadas, a enfrentar seus conflitos, caminhando a uma produção mais criativa, autônoma e gratificante.
Com isso, a psicanálise toma força como forma de análise para o processo terapêutico. O principal campo de atuação são as neuroses mais brandas (histeria, estados obsessivos, fobias, na malformação do caráter e até inibições ou anormalidade sexuais, e até os estados depressivos graves), provocando melhorias e até recuperação para o sujeito. Da mesma forma sobre casos mais graves como a demência precoce e a paranóia, entendiam que o processo era duvidoso.
A conclusão de um trabalho terapêutico pela psicanálise é fazer com que as questões inconscientes se transportem para a consciência do paciente, superando as resistências internas da mente do sujeito.
Pela ousadia, extensão, pressuposição, provocou, através de sua época, grande transformação na vida de toda geração. Com isso, o processo analítico tornou-se mais complicado, considerando que toda essa mudança alterou o pensamento e a imaginação, dificultando decifrar nas idéias dos sujeitos uma resposta mais imediatista e com fundamentos. E, desta forma, Freud necessitou estruturar cada parte de sua teoria.
– Conceitos Principais
1.2.1 – Determinismo Psíquico
Para Freud não existe uma descontinuidade na vida mental do sujeito. Sempre vai existir um evento para cada memória revivida, para os pensamentos, ação ou sentimentos; nada intercorre sem motivo e muito menos os processos mentais. Os eventos mentais sempre são proporcionados pela vontade do consciente ou inconsciente e originado pelas realidades que precederam.
1.2.2 – Consciente
Refere-se às experiências que o sujeito percebe, incluindo lembranças e ações intencionais. A consciência funcional de modo realista, de acordo com as regras do tempo e do espaço. Freud percebeu a consciência como nossa e identificamo-nos com ela. Existe uma parte de material que não está consciente num determinado momento e pode ser facilmente trazida para a consciência através da pré-consciência.
1.2.3 – Inconsciente
Quando os sentimentos e pensamentos não estão relacionados com os que os precedem, as conexões estão no inconsciente. Existe material e elementos instintivos que foi censurado e reprimido e com isso excluído da consciência e que não estão acessíveis a ela; não é perdido ou esquecido, mas não é possível ser lembrado.
Quanto o material inconsciente é descoberto, a descontinuidade estará resolvida, entretanto quando memórias muito antigas são liberadas à consciência, não perdem sua força emocional.
1.2.4 – Pré-Consciente
Apesar de ser uma matéria do inconsciente, pode tornar-se consciente facilmente. Esta porção da memória que retornou, na verdade foi para o préconsciente, e suas lembranças permitem que a consciência desempenhe suas
funções.
1.3. - Estrutura da Personalidade Freudiana
Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre por acaso e muitos menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer para cada memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem" ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar a descrever os elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro.
Ainda conforme os Schultz, Freud distinguiu o psiquismo em o consciente e o inconsciente. Onde o consciente é pequeno e insignificante, que representa somente um aspecto superficial da personalidade total. Já o inconsciente é vasto e poderoso, onde os instintos são a válvula propulsora de todo o comportamento humano. Também determinou a existência de um préconsciente, que é o material que não foi reprimido, inserido no inconsciente, e pode ser trazido com facilidade para a consciência.
Elucidando esta estrutura, Freud ordenou-a em três elementos básicos: o Id, Ego e o Superego:
1.3.1 – Id
O id é a parte mais primitiva e menos acessível da personalidade. As poderosas forças dele incluem os instintos sexuais e agressivos. Ele busca satisfação imediata, sem levar em conta as circunstâncias da realidade objetiva; assim age de acordo com o que Freud denominou princípio do prazer, que tem relação com a redução da tensão por meio da busca do prazer e da evitação da dor.
É a fonte da energia psíquica (libido). Formada pelas pulsões - instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes. Funciona segundo o princípio do prazer, ou seja, busca sempre o que produz prazer e evita o que é aversivo. O id não faz planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. Ele não tem contato com a realidade, e uma satisfação na fantasia pode ter o mesmo efeito de atingir o objetivo através de uma ação concreta. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego, irracional, antissocial, egoísta e dirigido ao prazer.
1.3.2 – Ego
O Ego é considerado o “EU”. Para satisfazer as nossas necessidades temos de interagir com o mundo real, para mantermos um nível de tensão confortável. Quem tem fome, deve procurar comida a fim de descarregar a tensão induzida pela fome. Uma ligação apropriada entre as exigências do inconsciente e as circunstâncias da realidade tem, portanto, de ser estabelecida. O ego, que serve de mediador entre o inconsciente e o mundo exterior, facilita essa interação. O ego representa aquilo que designamos por suprimido da consciência. O ego representa aquilo que designamos por razão ou racionalidade, em contraste com as paixões cegas e insistentes do inconsciente.
O ego é cônscio da realidade, percebendo-a e manipulando-a, regulando o inconsciente com referência a ela. Ele opera de acordo com o que Freud denominou princípio da realidade.
Desenvolve-se a partir do Inconsciente com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo. É esse princípio que introduz a razão, o planejamento e a espera no comportamento humano.
A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de conseqüências negativas. A principal função do Ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do Inconsciente e a realidade e, posteriormente, entre esses e as exigências do superego. O Ego não é completamente consciente, os mecanismos de defesa fazem parte de um nível inconsciente.
1.3.3 – Superego
O superego é o terceiro componente da personalidade de Freud. Ele se desenvolve já no início da infância, quando são assimiladas as formas de conduta e as regras existentes na sociedade e em consideração às diferenças culturais. Ele é o defensor de um impulso rumo à perfeição.
1.3.4 - Relações entre os Três Componentes
É a parte moral da mente humana e representa os valores da sociedade. Ele inibe (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e idéias por ele ditados (consciência moral); força o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional); e conduz o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras (ego ideal). Pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos.
Resumindo a Estrutura da Personalidade Freudiana, podemos afirmar que o inconsciente é o que está reprimido, os desejos não realizados, que foi suprimido da consciência. O ego somos “nós”, porém controlado pelo um superpai, o superego.
Com isso, passamos por um conflito interminável em nosso interior da personalidade humana. O ego é pressionado pelo inconsciente, que está querendo liberar seus desejos reprimidos e controlados pelo superego que o pressiona por causa das regras e condutas culturais da sociedade.
Em virtude dessa afirmativa, podemos concluir de uma forma mais clara a estrutura psíquica por Freud: O ego é o “eu”, o comportamento em si do sujeito; o inconsciente é o que foi recalcado, ou seja, aquelas idéias/desejos que de certa forma não foram realizadas e/ou esquecidas, se mantendo em uma parte da mente, mas que certa forma, sempre pretendendo voltar à consciência; já o superego é o que se considera como o “paizão”, que tenta controlar o que o ego, o sujeito com relação ao seu comportamento perante as regras da sociedade e ainda tentar impor ao ego uma resistência para que o material recalcado no inconsciente não perpasse para o consciente, infringindo normas sociais e/ou de contra-vontade do sujeito.
1.4 - MECANISMOS DE DEFESA DO EGO
O ego não é uma instância que passa a existir repentinamente, é uma construção. O mesmo se forma na sequência de identificações a objetos externos que são incorporados a ele. É um mediador, podendo, por um lado, ser considerado como uma diferenciação progressiva do id que leva a um contínuo aumento do controle sobre o resto do aparelho psíquico. Portanto, o ego é o pólo defensivo do psiquismo. Não é equivalente ao consciente, não se superpõe ao consciente nem se confunde com ele. O ego tem raízes no inconsciente, como é o caso dos mecanismos de defesa, que são funções do ego, assim como o desenvolvimento da angústia. 
A função do ego é mediadora, integradora e humanizadora entre as pulsões, as exigências e ameaças do superego e as demandas da realidade exterior. 
Ao contrário do id que é fragmentado em tendências independentes entre si, o ego surge como uma unidade e com instância psíquica que assegura a identidade da pessoa. 
Os mecanismos de defesa do Ego são processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade, os quais possibilitam a mente desenvolver uma solução para conflitos, ansiedades, hostilidades, impulsos agressivos, ressentimentos e frustrações não solucionados ao nível da consciência. Técnica psicológica para desenvolver a personalidade, sua afinidade é tentar defender-se, estabelecer compromissos entre impulsos conflitantes e aliviar tensões internas selecionadas inconscientemente e operando automaticamente Freud declarava que o termo defesa deveria ser utilizado “para todas as técnicas que o ego utiliza em conflitos que podem levar à neurose”. 
Posteriormente Freud ampliou o conceito de mecanismo de defesa, aplicando-o tanto a situações normais quanto patológicas (nas quais um método especial de defesa protege o ego contra exigências instintivas) 
Os principais mecanismos descritos são a repressão, a negação, a racionalização, o isolamento, a formação reativa, a projeção, a regressão e a sublimação, sendo tais
mecanismos encontrados em sujeitos saudáveis e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos. Freud cita outras observações sobre o tema, diz: mecanismos inconscientes pelos quais o Ego se dissocia de impulsos ou afetos sentidos como perigosos para a integridade. 
O processo do ego tem como mecanismos de defesa: 
• Anulação
Mecanismo no qual invalida uma ação ou um desejo anteriormente válido. Frequentemente usado por quem tem transtornos obsessivos. 
O pensamento geralmente é onipotente e não está relacionado com a realidade. 
Ex: pessoa que bate três vezes na madeira para evitar algo, para se livrar do pensamento. 
• Negação
Provavelmente é o mais simples e direto mecanismo, consiste simplesmente na recusa do sujeito a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada, ou seja, o indivíduo dá como inexistente um pensamento ou sentimento que, caso ele admitisse, causaria grande angústia. Este mecanismo é precessor de diversos outros mecanismos de defesa a projeção. 
Ex: gerente rebaixado de cargo e tendo de prestar serviços anteriores à promoção. 
• Sublimação
É o mecanismo pelo qual o sujeito desagressiva a energia agressiva ou dessexualiza a libido, transformando-as em algo socialmente aceito. A energia perde seu caráter, ou seja, a energia inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis é transformada e dirigida a objetos socialmente úteis. 
• Repressão – recalque
Considerado um dos mais comuns mecanismos de defesa do Ego, consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-a a distância – no inconsciente –manipular o conflito, impulsos em competição, tendências a atos que constitui uma ameaça é imagem que fazemos de nós mesmos, afastar-se ou recalcar a consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto. Resumindo, é o mecanismo que consiste em manter afastado da consciência alguma idéia penosa. Há dois tipos de repressão a primária que é inconsciente e equivale a negação secundária e uma segunda que é consciente, onde o indivíduo sabe que algo está lhe ameaçando, mas evita de qualquer forma que tal conteúdo venha á consciência. 
Ex: um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável. 
• Racionalização
Um dos mais comuns mecanismos planejados para manter o respeito próprio e evitar o sentimento de culpa. Constitui um mecanismo que visa a um propósito útil até o ponto que conduz à autoproteção e ao conforto psíquico. O sujeito cria uma justificativa falsa para não reconhecer a justificativa verdadeira 
• Regressão
É o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que se tornam recorrentes, repetitivas. 
Ex: uma abordagem infantil e imatura do mundo que pode ter permanecido latente por muitos anos pode ser despertada por uma experiência ou situação frustrante numa fase posterior. 
Adulto dando birra, fazendo pirraça. 
• Formação reativa
Mecanismo pelo qual a pessoa vai expressar uma tendência oposta ao que estava expresso anteriormente. É um traço de caráter que representa o exato oposto do que seria naturalmente esperado pela expressão de tendências libertadas, um traço desenvolvido para manter a repressão destes impulsos e para negar e mascarar tendências da personalidade que existiram de uma forma oculta. 
Ex: Traços de caráter perfeccionista e descompromissado constituem frequentemente formações reativas contra tendências, desejos e impulsos proibidos. 
• Isolamento
Mecanismo no qual o indivíduo separa a idéia do afeto pelo qual ela estaria unida, assim, a idéia torna-se inócuo, neutro. O afeto pode acabar aparecendo sem a idéia – o sujeito experimenta crises de angústia sem saber por que – e vice e versa. É um mecanismo comum em pacientes terminais onde a pessoa sabe que vai morrer, mas narra sua doença como se não ocorresse com ela. 
• Identificação
Este é um mecanismo geralmente não defensivo que faz o sujeito se sentir acolhido à outra pessoa ou grupo, mas se ocorre um exagero desta aproximação, a pessoa pode estar provavelmente fazendo uma identificação com intuito de se defender da pessoa. 
• Idealização
Mecanismo pelo qual o indivíduo exagera os aspectos positivos do objeto, visando se proteger de uma angústia. 
Ex: pessoa que tem santo forte. 
• Compensação
A personalidade em suas inadequações e imperfeições apresenta um mecanismo de compensações a fim de tentar assegurar o reconhecimento de que necessita. 
Ex: As pessoas cujas reações em relação à realidade em geral e aos estímulos sociais em partícula são bem integradas, a existência de uma inferioridade física pode provocar atividades construtivas que resultam em qualidades de notável utilidade social. 
• Projeção
É um mecanismo oposto à introjeção. O sujeito vai atribuir a objetos externos aspectos psíquicos que lhe são próprios, mas não são reconhecidos como seus. Necessariamente, antes da projeção vem um mecanismo de negação, ou seja, é uma forma de deslocamento que se dirige para fora e atribui outras pessoas seus traços de caráter, atitudes,motivos e desejos contra os quais existem objeções e que se quer negar. 
Ex: A incapaz de tolerar a angústia despertada pelo seu ódio de B, inconscientemente muda a sua atitude “eu odeio b” para “B me odeia”. 
• Introjeção
Intimamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas. É o mecanismo onde o objeto externo se torna efetivo internamente. Uma ordem externa passa a fazer parte do próprio indivíduo como um valor seu. 
A introjeção e a projeção estão intimamente ligadas com a identificação, formando assim dois outros mecanismos, a identificação projetiva onde se projeta uma característica própria no outro e se identifica com ela – ex; locutor de futebol – e a identificação introjetiva em que se introjeta características do outro e se identifica – 
Ex: um sujeito fã da F1 e que tem um piloto como ídolo e, ao vê-lo ganhar, sai do carro dirigindo como o piloto – É mais típico em pessoas que se sentem inferiorizadas e precisam de ídolos. 
• Deslocamento
É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita. Durante uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, entretanto, acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira no chão. 
• Cisão ou dissociação:
Mecanismo pelo qual um grupo de sentimentos/pensamento é separado de outro grupo de pensamentos/sentimentos. Ocorre quando um grupo é tido com bom e outro como ruim. É uma forma de defesa que evita a angústia de pensar mal de quem se pensa bem. Assim, a dissociação faz o indivíduo não sentir culpa por ter pensamentos mal de algo bom. 
• Reparação:
Consiste na reestruturação do objeto que foi danificado. Por exemplo, um indivíduo que fala mal de uma entidade religiosa, sente-se culpado e passa a rezar para restaurar o que fez e não mais sentir culpa. 
• Volta contra o eu:
Mecanismo que consiste num redirecionamento do impulso onde o objeto é o próprio indivíduo. Utilizado no caso do sadismo. Por exemplo, a alguém que faz algo agressivo a outro, sente-se culpado e passa a se auto-agredir. O narcisismo utiliza-se desse mecanismo, mas deforma não defensiva. 
• Fixação:
Detenção de uma forma incompleta na evolução da personalidade pela persistência resultante de certos elementos incompletamente amadurecido. Assim a personalidade apresenta uma carência de integração harmoniosa. Sua organização emocional encontra-se em permanente estágio imaturo e há um intervalo entre o estado biológico e a independência emocional. 
Cessação do processo de desenvolvimento da personalidade em um estágio anterior à completa e uniforme independência.
Ex: A criança pode continuar a falar como um bebê e a conservar sua dependência com a mãe do período em que estas características deveriam ter sido superadas. 
1.5 - AS FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 
A teoria do desenvolvimento psicossexual foi proposta pelo famoso psicanalista Sigmund Freud e descreveu como a personalidade era desenvolvida ao longo da infância. Embora a teoria seja bem conhecida na psicologia, é também uma das mais controversas.
Então como é que esta teoria psicossexual funciona? Freud acreditava que a personalidade era desenvolvida através de uma série de estágios de infância em que as energias da busca do prazer do ID tornam-se focadas em determinadas áreas erógenas. Esta energia psicossexual, ou libido, foi descrita como a força motriz por trás do comportamento.
A teoria psicanalítica sugeriu que a personalidade é mais estabelecida aos cinco anos de idade. As primeiras experiências desempenham um grande papel no desenvolvimento da personalidade e continuam a influenciar o comportamento mais tarde na vida.
Então o que acontece durante cada estágio de desenvolvimento psicossexual? E se uma pessoa não consegue progredir através de um estágio completamente ou favoravelmente? Se essas etapas psicossexuais são concluídas com êxito, uma personalidade saudável é o resultado. Se certas questões não são resolvidas na fase adequada, fixações podem ocorrer. A fixação é um foco persistente em um estágio psicossexual. Até que este conflito seja resolvido, o indivíduo mantém-se “preso” nesta fase. Por exemplo, uma pessoa que está fixada na fase oral pode ser mais dependente dos outros e pode buscar estimulação oral através de fumar, beber ou comer.
1.5.1 - Fases psicossexuais do desenvolvimento
O resumo abaixo oferece uma breve visão geral desses estágios de desenvolvimento psicossexual , os níveis etários aproximados para cada etapa e o conflito primário confrontado em cada etapa.
Fase oral (nascimento até 1 ano)
Interação primária de uma criança com o mundo é através da boca. A boca é vital para comer, e a criança obtém prazer da estimulação oral por meio de atividades gratificantes, como degustar e chupar. Se esta necessidade não é satisfeita, a criança pode desenvolver uma fixação oral mais tarde na vida, cujos exemplos incluem chupar o dedo, tabagismo, roer unha e comer demais.
Fase Anal (1 a 3 anos)
Freud acreditava que o foco principal da libido estava no controle da bexiga e evacuações. O aprendizado do uso do banheiro é uma questão primordial com as crianças e os pais. Demasiada pressão pode resultar em uma necessidade excessiva para a ordem ou a limpeza mais tarde na vida, enquanto que muito pouca pressão dos pais pode levar a um comportamento confuso ou destrutivo mais tarde na vida.
Fase fálica (3 a 6 anos)
Freud sugeriu que o foco principal da energia do id é sobre os órgãos genitais. De acordo com Freud, a experiência do menino é uma experiência de Complexo de Édipo e da menina é Complexo de Electra, ou uma atração para o pai do sexo oposto. Para lidar com este conflito, as crianças adotam os valores e as características do pai do mesmo sexo, formando assim o superego.
Fase latente (6 a 11 anos)
Durante esta fase, o superego continua a se desenvolver, enquanto as energias do id são suprimidas. As crianças desenvolvem habilidades sociais, valores e relacionamentos com colegas e adultos fora da família.
Estágio Genital (11 a 18 anos)
O início da puberdade faz com que a libido se torne ativa novamente. Durante esta fase, as pessoas desenvolvem um forte interesse no sexo oposto. Se o desenvolvimento tem sido bem sucedido a este ponto, o indivíduo irá continuar a evoluir para uma pessoa bem equilibrada.
BIBLIOGRAFIA
CHERRY Kendra. As 5 fases do desenvolvimento psicossexual segundo Freud. Disponível em http://psicoativo.com/2016/04/as-5-fases-do-desenvolvimento-psicossexual-de-freud.html. Acesso em 17.08.2016.
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi Teixeira. Psicologias – Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 13ª Edição. Editora Saraiva. São Paulo, 1999.
KATZ, Chaim Samuel. A Histeria, o Caso Dora: Freud, Melanie Klein, Jacques Lacan. Editora Imago. Rio de Janeiro: 1992.
SCHULTZ, Duane P. SCHULTZ, Sydeni Ellen. História da Psicologia Moderna. 14ª Edição. Editora Cultrix. São Paulo: 2001.
SIGMUND, Freud. Máfia do Divã - O Mestre. Disponível em http://mafiadodiva.tripod.com/SFREUD.html. Acesso em 17.08.2016.
SIGMUND, Freud. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud: edição standard brasileira. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
SILVA Elizabete Bianca Tinoco. Mecanismos De Defesa Do Ego. Disponível em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0212.pdf

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