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APOSTILA IMUNOLOGIA PDF CORRETO

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De Bicca, Xavier, Porto & Magalhães Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Imunologia – Material Didático 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Edição 
2017 
2 
 
 
AUTORES 
 
Milene Bicca da Silveira 
Graduanda do Curso de Nutrição da Universidade Federal 
de Pelotas (UFPel) 
Monitoria Voluntária 
 
Taila Freitas Xavier 
Graduanda do Curso de Nutrição da Universidade Federal 
de Pelotas (UFPel) 
Monitoria Voluntária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cláudia Costa Porto 
Graduanda do Curso de Nutrição da Universidade Federal 
de Pelotas (UFPel) 
Monitoria Voluntária 
 
Albino Magalhães Neto 
Professor de Microbiologia e Imunologia do Departamento 
de Microbiologia e Parasitologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Sumário 
Prefácio .............................................................................................. 5 
Introdução ......................................................................................... 6 
Órgãos do Sistema Imune............................................................. 8 
Órgãos Linfoides Primários ......................................................... 9 
Timo .............................................................................................. 10 
Medula Óssea ............................................................................. 11 
Órgãos Linfoides Secundários .................................................. 12 
Baço .............................................................................................. 13 
Gânglios Linfáticos ................................................................... 14 
Amigdalas.................................................................................... 15 
Tecido Linfoide .......................................................................... 16 
Placa de Peyer ............................................................................ 17 
Células do Sistema Imune .......................................................... 18 
Células Fagocíticas ...................................................................... 19 
Neutrófilos ................................................................................... 20 
Eosinófilos .................................................................................. 21 
Basófilos ...................................................................................... 22 
Monócitos .................................................................................... 23 
Macrófagos ................................................................................. 24 
Mastócitos ................................................................................... 25 
Linfócitos ..................................................................................... 26 
Linfócitos T ..................................................................................... 27 
Linfócitos T-helper ....................................................................27 
Linfócitos T-helper 1 .................................................................28 
Linfócitos T-helper 2 .................................................................28 
Linfócitos T-helper 17 ...............................................................29 
Linfócitos T supressores .........................................................30 
Linfócitos T- citotóxicos ..........................................................31 
Linfócitos B .....................................................................................31 
Células NK (Natural Killer) ...........................................................32 
Mecanismos Inatos .......................................................................33 
Componentes do mecanismo Inato ..........................................34 
Imunidade de Mucosa ...................................................................35 
Placa de Peyer ................................................................................36 
Natureza dos antígenos ...............................................................37 
Diversidade das imunoglobulinas .............................................38 
Sistema Complemento .................................................................41 
Vias de ativação do Sistema Complemento ...........................42 
Mecanismo Adquirido ...................................................................44 
Tipos de mecanismos adquirido ...............................................45 
Mecanismo de imunidade adquirida mediada por células .47 
Cooperação entre mecanismos de imunidade adquirida 
humoral e mediada por células ..................................................48 
Tipos de Imunidade .......................................................................49 
Imunidade Adquirida de forma Natural ................................49 
4 
 
Imunidade Adquirida de forma Artificial ............................. 51 
Soros com anticorpos .............................................................. 52 
O poder imunológico da amamentação .................................. 53 
Referências Bibliográficas: ........................................................ 58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Prefácio 
 
 A ideia da publicação dessa apostila surgiu da 
necessidade conjunta dos alunos de graduação dos 
cursos de Medicina e Nutrição de produzir material 
didático, que atendesse as dificuldades dos mesmos 
sobre o aprendizado de imunologia. Desse modo, o nosso 
principal desafio é oferecer conteúdo que abarque tópicos 
de importância básica, e, que ao mesmo tempo, possa 
manter-se suficientemente atualizado. Esta apostila tem 
por finalidade servir como um texto introdutório de 
imunologia nas disciplinas que as ementas garantem este 
conhecimento para acadêmicos de Medicina, Nutrição e 
de outras áreas que necessitam do conhecimento da 
imunologia. É uma tentativa de aprender o campo da 
imunologia de um ponto de vista mais simples, ou seja, 
acima de tudo, o Sistema Imune existe para proteger o 
hospedeiro da infecção, e sua história evolutiva deve ter 
sido moldada, em grande medida, por esse desafio. O 
conteúdo desta apostila deve auxiliar os estudantes a 
aprender e entender a importância dos mecanismos 
imunológicos básicos e, em particular, servir como 
revisão. No entanto, esperamos e acreditamos que sejam 
úteis e interessantes para todo estudante de imunologia. 
Agradecemos em especial às queridas alunas, monitoras 
voluntárias, Cláudia Costa Porto, Milene Bicca da 
Silveira e Taila Freitas Xavier, que nos deram a honra, 
decorrente de suas dedicações, de apresentar este 
material didático. 
 
Prof. Albino Magalhães Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Introdução 
 
 O sistema imune é o conjunto de células, 
tecidos, órgãos e moléculas que os humanos e outros 
seres vivos usam para a eliminação de agentes externos 
capazes de provocar doença (agentes patogénicos) tais 
como vírus, bactérias, parasitas, fungos ou agentes 
internos como os tumores, moléculas estranhas, com a 
finalidade de se manter a homeostasia do organismo. Os 
mecanismos fisiológicos do sistema imune consistem 
numa resposta coordenada dessas células e moléculas 
diante dos organismos infecciosos e dos demais 
ativadores, o que leva ao aparecimento de respostas 
específicas e seletivas, inclusive com memória imunitária, 
que também pode ser criada artificialmente, através das 
vacinas. Na ausência de um sistema imune funcional,infecções leves podem levar vantagem sobre o 
hospedeiro e levá-lo à morte. Porém, mesmo com um 
sistema imune funcional, o ser humano, por exemplo, 
pode adquirir uma doença infecciosa ou um câncer, pois a 
resposta imune específica, diante de um agente agressor, 
leva tempo para se desenvolver e, além disso, tanto 
organismos estranhos, como células neoplásicas, 
desenvolvem mecanismos de evasão para fugir da 
resposta imune. Provavelmente, a palavra que melhor 
define o sistema imune, é “diversidade”. Esta diversidade 
é conseguida através da existência de receptores à 
superfície dos linfócitos que funcionam como pinças para 
agarrar os micro-organismos. Uma resposta imune 
específica, como a produção de anticorpos contra um 
determinado agente infeccioso, é conhecida como um 
mecanismo de defesa adaptativo, uma vez que é obtida 
durante a vida de um indivíduo como reação adaptativa à 
presença de patógeno específico. Em muitos casos, a 
resposta imune adaptativa confere imunidade protetora 
contra reinfecções pelo mesmo agente infectante. Isso 
diferencia essas respostas dos mecanismos de defesa 
inata (também denominada defesa natural ou nativa) que 
proporciona a defesa inicial contra micro-organismos. 
Consiste em mecanismos de defesa celulares e 
bioquímicos, que já existem até mesmo antes da infecção 
e que estão prontos para responder rapidamente a 
infecções. Nesta apostila, serão abordados conceitos 
7 
 
básicos dos principais componentes do sistema imune, os 
mecanismos de defesa inata e adaptativo. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: http://www.saudecuriosa.com.br/o-que-acontece-com-o-seu-corpo-
quando-voce-corta-o-acucar-refinado/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Órgãos do Sistema Imune 
 
 Os órgãos do sistema imune se dividem em: 
órgãos linfoides primários e órgãos linfoides secundários. 
Primários são Timo e medula óssea (local de formação 
das células imunitárias). 
 Secundários: baço, gânglios linfáticos, amígdalas, 
tecido linfático (local de circulação e armazenamento das 
células imunitárias) e Placa de Peyer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Ilustração da divisão dos órgãos do sistema imune 
9 
 
 
Órgãos Linfoides Primários 
 
 
 São considerados órgãos linfoides primários a 
medula óssea e o timo. São definidos como primários 
porque neles que os linfócitos expressam inicialmente os 
receptores de antígenos. 
 
 
Figura 3: Órgãos primários do sistema linfático. 
(http://merciacallou.blogspot.com.br/2011/02/funcao-dos-orgaos-linfoides-
primarios-e.html) 
10 
 
Timo 
 
 O timo é um órgão bilateral (dois lobos) localizado 
na porção antero superior da cavidade torácica. É 
considerado um órgão linfoide primário, porque é nele que 
os linfócitos T se desenvolvem. Cada lóbulo do timo é 
subdividido em vários outros lóbulos, sendo que cada um 
possui uma região mais externa denominado córtex (zona 
escura) e uma mais interna denominada medula. O córtex 
é mais rico em pequenos linfócitos do que a medula. 
Outros tipos celulares estão espalhados pelo timo como 
macrófagos e células dendríticas. É nele que ocorre a 
diferenciação dos linfócitos T e a remoção dos linfócitos T 
reativos contra auto antígenos, ou seja, antígenos do 
próprio organismo, uma questão importante para a 
indução de tolerância aos antígenos próprios. 
 O timo atinge seu máximo desenvolvimento em 
relação ao peso corporal imediatamente após o 
nascimento. No entanto, apresenta seu maior tamanho na 
puberdade e após esta fase, ele começa a regredir, 
quando o homem chega na terceira idade, sobra apenas 
um pequeno resto atrofiado da glândula. 
 
 
 
Figura 4: Timo e sua localização. ( http://www.paxala.com/el-timo/) 
 
 
 
11 
 
Medula Óssea 
 
 
 A medula óssea consiste em uma estrutura 
reticular esponjosa, localizada na parte interna da coluna 
vertebral. Ela é reconhecida pelo fato de ser o local de 
produção de anticorpos, este fato deve-se a presença de 
linfócito B que são gerados nos tecidos linfoides 
periféricos, que reconheceram um antígeno especifico. 
Estas células estimuladas migram para medula e lá 
executam sua função por muitos anos, pois encontram um 
ambiente favorável para a sua sobrevivência. 
 
 
 
Figura 5: Medula óssea e sua localização. ( http://www.infoescola.com/anatomia-
humana/medula-ossea/) 
12 
 
 
Órgãos Linfoides Secundários 
 
 Os órgãos linfoides secundários são tecidos 
anatomicamente distintos que concentram antígenos 
estranhos para que neles ocorra o início da resposta 
imune adaptativa. Alguns desses órgãos estão 
espalhados por todo nosso corpo, dessa forma facilitam 
uma reação adaptativa rápida. São eles: baço, gânglios 
linfáticos, amígdalas, tecido linfoide (associado às 
mucosas e o sistema imunológico cutâneo) e Placa de 
Peyer. 
 
Figura 6: Órgãos secundários do sistema linfático: 
( http://merciacallou.blogspot.com.br/2011/02/funcao-dos-orgaos-linfoides-
primarios-e.html) 
 
13 
 
Baço 
 
 É o maior órgão do sistema linfático, tem a função 
imunológica desempenhada por duas polpas, uma branca 
(formado por tecido linfoide) que produz e armazena os 
linfócitos, que produzem por sua vez, anticorpos 
(proteínas especializadas que protegem contra a invasão 
de substancias estranhas) e o outra vermelha que filtra o 
sangue, removendo materiais indesejados. Ela contém 
outros glóbulos brancos denominados fagócitos, que 
ingerem microrganismos, como bactérias, fungos, e vírus, 
também controla os glóbulos vermelhos e destrói aqueles 
que são anormais, estão demasiadamente velhos ou 
danificados para funcionar apropriadamente. Armazena 
células de defesa, liberando-as na circulação quando 
necessário. 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Baço e sua localização. ( http://www.saudedescomplicada.com/anatomia-
humana/funcao-do-baco/) 
 
 
 
 
14 
 
 
Gânglios Linfáticos 
 
 
 Possuem a forma parecida a de uma amêndoa, 
formam uma espécie de cacho, nas regiões do pescoço, 
axilas, tórax e abdômen. Tem como função filtrar a linfa 
de substancias estranhas, produzem glóbulos brancos 
como linfócitos e células plasmáticas, encarregados de 
destruir substancias nocivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Gânglios linfáticos localizados no pescoço. (https://www.tuasaude.com) 
 
 
 
15 
 
 
 
 
Amigdalas 
 
 
 São duas estruturas localizadas perto da garganta 
que contribuem para o sistema defesa do organismo. 
Grande parte dos agentes infecciosos entram pela boca 
com a respiração, as amigdalas permitem uma resposta 
rápida a eles, ao entrarem em contato com o vírus e 
bactérias elas passam a produzir anticorpos. Mas essa 
influência no sistema imunológico é pequena, na infância 
representa 2% da produção de anticorpos, diminuem a 
medida em que a pessoa cresce e na adolescência 
perdem praticamente e utilidade. 
 
 
 
 
 
Figura 9: Amígdalas e sua localização. ( https://biosom.com.br) 
 
 
16 
 
 
 
 
Tecido Linfoide 
 
 
 
 É formado por vários tipos de células do 
sistema imunológico que atuam no combate a 
infecções. A maioria das células são linfócitos, um 
tipo de glóbulo branco do sangue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Tecido linfoide nodular 
 
 
17 
 
 
 
Placa de Peyer 
 
 
 
 São aglomerados de nódulos linfáticos 
localizadosprincipalmente na mucosa do íleo. Elas tem a 
mesma atividade que as amigdalas: produzem linfócito B 
que secretam IgA - secretória para a mucosa, para 
proteger essa da ação de microrganismos que vivem em 
simbiose conosco ou microrganismos patogênicos. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Ilustração do intestino delgado localizando a placa de peyer 
 
 
 
18 
 
Células do Sistema Imune 
 
 
As células tronco hematopoiéticas dão origem a 
todas as células sanguíneas na medula óssea. As células 
precursoras mielóides dão origem aos eosinófilos, 
basófilos, mastócitos, neutrófilos, monócitos 
(macrófagos), plaquetas e algumas células dendríticas. 
Os linfócitos B, linfócitos T, células Natural Killer e 
algumas células dendríticas possuem origem na linhagem 
linfoide. Além de todas as células desenvolverem na 
medula óssea, muitas também maturam neste ambiente 
ou permanecem quando se tornam células de memória. 
As células do sistema imune inato e adaptativo são 
denominadas de células sanguíneas brancas ou 
leucócitos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Conjunto de células do sistema imune. 
http://biomedicinanordestina.blogspot.com.br/2016/02/sistema-imunologico.html 
 
 
 
 
 
19 
 
Células Fagocíticas 
 
 
Os fagócitos, incluindo os neutrófilos e os 
macrófagos, são células cuja função principal é identificar, 
ingerir e destruir microrganismos. 
 As respostas funcionais dos fagócitos na defesa 
do hospedeiro consistem em recrutamento ativo das 
células para os locais de infecção, reconhecimento dos 
antígenos, ingestão e destruição dos mesmos pelo 
processo de fagocitose. Além disso, os fagócitos 
produzem importantes citocinas para a comunicação 
imunológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Neutrófilos 
 
São as células mais numerosas e importantes nas 
respostas imunes inatas. Eles capturam, uma variedade 
de microrganismos por fagocitose e os destroem 
eficientemente em vesículas intracelulares usando 
enzimas de degradação e outras substancias 
antimicrobianas armazenadas em seus grânulos 
citoplasmáticos. 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Ilustração de um neutrófilo 
 
 
 
21 
 
Eosinófilos 
 
 
São células importantes no combate a infecções, 
sendo sua ação antiparasitária (helmintos) uma das mais 
potentes e eficazes do organismo. São também 
importantes nas reações alérgicas e asma, após a 
maturação, circulam pela corrente sanguínea em 
pequenas quantidades, podendo ser encontradas em 
maior número nas regiões de mucosas, como do trato 
gastrointestinal, respiratório e geniturinário. Combatem 
infecções parasitarias por citoxicidade mediada por 
células dependentes de anticorpos. Durante esse 
processo aderem aos patógenos revestidos com 
anticorpos IgE ou (IgA). Uma vez ativados, os eosinófilos 
induzem inflamação, mediante produção e liberação do 
conteúdo dos grânulos. 
 
 
 
 
 
Figura 14: Ilustração de um eosinófilo 
 
 
 
22 
 
Basófilos 
 
São um dos subtipos de leucócitos (glóbulos 
brancos). Estas células são muito importantes no 
funcionamento de nosso sistema imunológico. 
Durante o combate a uma infecção em nosso 
corpo, os basófilos liberam duas importantes substâncias. 
A heparina, que é um importante anticoagulante. A outra é 
a histamina, que atua como vasodilatadora nas alergias. 
São formados em nossa medula óssea. 
 
Apenas entre 1% e 2% dos leucócitos presentes 
em nosso sangue são basófilos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15: Ilustração de um basófilo 
 
 
23 
 
Monócitos 
 
São células do sangue que fazem parte do sistema 
imunológico que têm como função defender o organismo 
de corpos estranhos tais como bactérias ou vírus, além de 
remover partículas estranhas e destruir células tumorais. 
O monócito é um dos cinco tipos principais 
de leucócitos existentes e originam-se na medula óssea. 
Após sua origem e diferenciação, os monócitos movem-se 
para a corrente sanguínea e permanecem nela por 
algumas horas até finalmente migrar para os tecidos, 
onde diferenciam-se em macrófagos. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16: Ilustração de um monócito 
 
 
 
 
24 
 
Macrófagos 
 
É uma célula derivada do monócito, um tipo de 
linfócito produzido na medula óssea através da 
diferenciação de células-tronco hematopoiéticas através 
de um processo conhecido como hematopoese. Após o 
processo de diferenciação destas células pluripotentes, 
os monócitos são eliminados na corrente sanguínea onde 
posteriormente saem do sangue atravessando a parede 
dos vasos sanguíneos diferenciando-se em macrófagos. 
Os macrófagos são reconhecidos como as células de 
limpeza do corpo tendo como função primária fagocitar 
partículas, sejam elas restos celulares, partículas inertes 
ou microrganismos. 
 Algumas funções dos macrófagos: 
Atraem outras células para um local em que esteja 
ocorrendo uma reação inflamatória; 
Regulam o funcionamento de células envolvidas na 
resposta imunitária; 
 Podem induzir a produção aumentada de células 
envolvidas em uma resposta inflamatória e/ou imunitária. 
Além das funções descritas, os macrófagos têm a 
capacidade de expor em sua superfície fragmentos 
derivados de sua atividade fagocitária, essa exposição 
pode iniciar uma resposta imunitária quando reconhecidos 
pelos linfócitos, quando exercem essa função, os 
macrófagos também recebem o nome de células 
apresentadoras de antígenos. 
 
Figura 17: Ilustração de um macrófago 
25 
 
Mastócitos 
 
São células grandes, livres, caracterizadas pela 
presença, em seu citoplasma, de inúmeros grânulos 
metacromáticos, os quais são tão abundantes que podem 
chegar a mascarar o núcleo esférico e central. A principal 
função dos mastócitos é armazenar potentes mediadores 
químicos da inflamação, como heparina (anticoagulante), 
histamina (vasodilatador). Além disso, a superfície dos 
mastócitos contém receptores específicos para 
imunoglobulina E (IgE) produzida pelos linfócitos B. A 
maior parte das moléculas de IgE fixa-se na superfície 
dos mastócitos e dos granulócitos basófilos. A liberação 
de mediadores químicos armazenados nos mastócitos 
promove reações alérgicas denominadas “reações de 
sensibilidade imediata”, nas quais atrai os leucócitos até o 
local e causa também vasodilatação. 
 
 
 
 
 
 
Figura 18: Ilustração de um mastócito 
 
 
 
 
26 
 
Linfócitos 
 
Os linfócitos T e B maduros são oriundos de 
células precursoras linfoides derivadas da medula óssea. 
Durante o desenvolvimento as células T imaturas migram 
para o timo, onde amadurecem, enquanto as células B 
desenvolvem-se na própria medula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19: Ilustração de um linfócito 
 
 
 
 
27 
 
Linfócitos T 
 
São células que tem diversas funções no 
organismo, e todas são de extrema importância para o 
sistema imune. O nome linfócito T derivada das células 
serem dependentes do timo para o seu desenvolvimento, 
sendo então o T de Timo-dependentes. 
Funcionalmente os linfócitos são separados em 
linfócito T-helper, linfócito T-citotóxico, linfócito T-
supressor e linfócito T de memória. Cada um deles possui 
receptores característicos (além do TCR que é padrão 
para as células T), que são identificáveis por técnicas 
imunológicas e que tem funções específicas. Entretanto, 
todas as células T possuemos receptores TCR e o CD3. 
 
 
Linfócitos T-helper 
 
 
Possui receptor CD4 na superfície, que tem a 
função de reconhecer macrófagos ativados. É o principal 
alvo do vírus HIV. Esta célula é o mensageiro mais 
importante do sistema imune. Ele envia mensagens de 
ataque para diversos leucócitos para realizar a guerra 
imunológica contra o agente agressor. 
 
 
 
 
 
28 
 
Linfócitos T-helper 1 
 
 As células Th1 mediam a resposta imunológica 
contra agentes patogénicos intracelulares. Nos humanos, 
elas são essenciais na resistência 
a infeções micobacterianas. As células Th1 são 
responsáveis pela indução de algumas doenças 
autoimunes. As principais citocinas libertadas por este tipo 
de células T são: o interferão-γ (IFN-γ), linfotoxina alfa 
(LT-α) e interleucina-2 (IL-2). O IFN-γ produzido 
pelas células Th1 é importante 
na ativação de macrófagos e o consequente aumento da 
sua atividade microbicida. A produção de IL-2 é 
importante para as células T CD4+ de memória. 
As células IFN-γ+IL-2+ são consideradas as percursoras 
das células Th1 de memória. 
 
 
 
Linfócitos T-helper 2 
 
As células Th2 mediam a defesa do hospedeiro 
contra parasitas extracelular, onde se inclui os helmintos. 
São importantes na indução e na persistência da asma e 
de outras doenças alérgicas. As células Th2 produzem IL-
4, IL-5, IL-9, IL-10, IL-13, IL-25 e anfiregulina. A IL-4 é 
uma citocina de feedback positiva para a diferenciação 
de células Th2 e é o principal mediador na estimulação da 
expressão de IgE nos linfócitos B. A IL-5 tem um papel 
central no recrutamento de eosinófilos. Para além do seu 
efeito nos mastócitos e nos linfócitos, a IL-9 induz a 
produção de mucina nas células epiteliais durante 
a reação alérgica. A IL-10, produzida pelas células 
Th2, suprime a proliferação das células Th1 e, por 
vezes, suprime a função das células dendríticas. Em 
relação à IL-13, é uma citocina 
efetora na expulsão dos helmintos e na indução de 
algumas hipersensibilidades. A anfiregulina faz parte da 
família dos fatores de crescimento epidermal (EGF, do 
inglês “epidermal growth factor) e funciona como 
um indutor da proliferação das células epiteliais. A IL-
29 
 
25 (também conhecida como a IL-17E) é também 
uma citocina produzida pelas células Th2. Este mediador 
induz o aumento de produção das citocinas IL-4, IL-5 e IL-
13. Assim, a IL-25 pode funcionar como um promotor e, 
também, como um amplificador das respostas por parte 
das células Th2. A IL-25 também pode induzir a produção 
de quimiocinas, como o RANTES (CCL5) e 
a eotaxina (CCL11) que recruta os eosinófilos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linfócitos T-helper 17 
 
As células Th17 mediam a resposta imunológica 
contra fungos e bactérias extracelulares. São 
responsáveis por, ou participam na, indução de 
muitas doenças autoimunes. As células 
Th17 produzem IL-17a, IL-17f, IL-21 e IL-22. A IL-
17a pode induzir muitas citocinas inflamatórias, como 
a IL-6 e a IL-8 (também conhecida como CXCL8), e assim 
tem um papel relevante na indução de respostas 
inflamatórias. Tanto a IL-17a como a IL-17f 
recrutam e ativam neutrófilos durante a resposta 
imunológica contra fungos e bactérias extracelulares. 
A IL-21 produzida pelas células Th17 é 
um estimulador na diferenciação das Th17 e atua como 
um amplificador de feedback positivo, tal como o IFN-
γ para células Th1 e a IL-4 para as células Th2. 
Esta citocina também atua nas células T CD8+, 
nos linfócitos B , nas células natural killer e nas células 
dendríticas. A IL-22 tem um 
papel protetor dos hepatócitos durante a inflamação 
aguda do fígado. Também media a defesa do hospedeiro 
30 
 
contra bactérias patogénicas. No entanto, estas funções 
dependem largamente da estimulação de IL-
23 que induz a produção de IL-22 por parte das células da 
resposta inata, do que através da ação das células Th17. 
 
 
Figura 20: Ilustração dos T-Helper 1,2 e 17 e suas funcionalidades 
 
 
 
Linfócitos T supressores 
 
São linfócitos que tem a função de modular a 
resposta imune através da inibição da mesma. Ainda não 
se conhece muito a respeito desta célula, mas sabe-se 
que ele age através da inativação dos linfócitos T 
citotóxicos e helpers, limitando a ação deles no organismo 
numa reação imune. Sabe-se que o linfócito T-helper ativa 
o linfócito T-supressor que vai controlar a atividade deste 
 
linfócito T- helpers, impedindo que eles exerçam 
suas atividades excessivamente. 
 
 
 
 
 
31 
 
Linfócitos T- citotóxicos 
 
 
Apresenta receptores TCR. Especializado para o 
reconhecimento de antígenos associados ao complexo 
MHC-I na superfície de outras células. Produz perforinas 
e outras proteínas que matam células estranhas, células 
infectadas por vírus e algumas células cancerosas. 
 
 
 
 
 
 
Linfócitos B 
 
São células que fazem parte de 5 a 15% dos 
linfócitos circulantes, se originam na medula óssea e se 
desenvolvem nos órgãos linfoides, têm como função 
própria, a produção de anticorpos contra um determinado 
agressor. Anticorpos são proteínas denominadas de 
imunoglobulinas que exercem várias atividades de acordo 
com o seu isotipo (IgG, IgM, IgA), linfócitos B possuem 
como principal marcador de superfície a IgM monomérica, 
que participa do complexo receptor de antígenos. Esta 
imunoglobulina entra em contato com o antígeno quando 
lhe é apresentado diretamente ou indiretamente pelos 
macrófagos. Em repouso não produzem imunoglobulinas, 
mas quando estimulados por substâncias químicas como 
interleucinas (como a IL-4 e a IL-1). Secretam ativamente 
anticorpos específicos na resposta imune específica. 
 
 
32 
 
Células NK (Natural Killer) 
 
Também conhecidas como células exterminadoras 
naturais ou células NK são definidas como células 
citotóxicas não específicas que são importantes na 
resposta precoce às células tumorais e infecções virais. 
São oriundas da medula óssea, linfócitos granulares 
grandes que correspondem a 5-15% das células 
mononucleares do sangue periférico. Possui tamanho 
ligeiramente maior que o do linfócito pequeno, e a 
presença do citoplasma granular abundante, permitem 
diferenciá-las do linfócito T. Seu citoplasma, bem como o 
dos linfócitos T, é caracterizado por grânulos citotóxicos 
que contêm dois potentes mecanismos que medeiam a 
lise da célula-alvo. Apesar de as células NK não 
expressarem nenhuma molécula específica 
para antígenos, elas são altamente eficientes em 
reconhecer e exterminar as células que apresentam 
alterações ou que estão infectadas por vírus. As 
atividades das células NK são reguladas por meio da 
ativação e inibição das moléculas receptoras expressas 
em sua superfície celular. Essas moléculas receptoras de 
células NK são subdivididas em duas categorias 
diferentes: receptores NK tipo imunoglobulinas e 
receptores NK do tipo C, semelhante à lectina. Os ligantes 
para esses receptores são as moléculas encontradas na 
superfície celular cuja expressão sofreu alteração 
resultante da infecção ou da lesão. As células NK também 
facilitam a resposta precoce às infecções virais, não 
apenas respondendo às citocinas produzidas 
precocemente durante uma infecção viral, mas também 
pela produção de citocinas que auxiliam diretamente a 
reposta imune. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Mecanismos Inatos 
 
Todos os organismos multicelulares dentre eles 
plantas, invertebrados e vertebrados possuem 
mecanismos internopara defendê-los contra as infecções 
microbianas. Como esses mecanismos de defesa estão 
sempre presentes, são os primeiros a serem 
reconhecidos e eliminam os patógenos. 
Os componentes da imunidade inata formam o 
sistema imunológico inato. A característica em comum 
dos mecanismos de imunidade inata é que eles 
reconhecem e respondem aos microrganismos, porém 
não reagem a substâncias não-bacterianas. Ela também 
pode ser desencadeada pelas células do hospedeiro que 
são danificadas pelos microrganismos. 
A imunidade inata se contrapõe a imunidade 
adquirida que precisa ser estimulada e se adapta para 
encontrar o microrganismo antes de se tornar eficaz, além 
disso a resposta imunológica adquirida pode ser 
direcionada tanto contra antígenos microbianos quanto 
para não-microbianos. 
Atualmente sabe-se que a imunidade inata está 
direcionada especificamente contra microrganismos, 
sendo um mecanismo inicial poderoso capaz de controlar, 
e até extinguir as infecções antes que a imunidade 
adquirida se torne ativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Componentes do mecanismo Inato 
 
O sistema imunológico inato consiste em epitélio, que 
fornece barreira às infecções, células na circulação e nos 
tecidos e diversas proteínas plasmáticas. Esses 
componentes desempenham diversos papéis, mas se 
complementam, assim bloqueando a entrada de 
microrganismos e eliminando aqueles que entram nos 
tecidos do hospedeiro. 
 
Barreira epitelial: 
São conhecidas como as portas de entrada mais 
frequentes dos microrganismos, isto é, a pele, o trato 
gastrointestinal e o trato respiratório. Estas são as três 
principais interfaces entre o corpo e o ambiente externo. 
Os microrganismos do meio externo podem entrar através 
do contato físico, ingestão ou respiração. Todas elas são 
revestidas por um epitélio continuo que interfere na 
entrada dos patógenos. 
Fagócitos: Neutrófilos e Monócitos/Macrófagos: 
Em resposta ás infecções, a produção dos neutrófilos na 
medula óssea cresce rapidamente e seu número pode até 
dobrar. A produção é estimulada pelas citocinas, 
conhecidas como fatores estimulantes de colônias, que 
são produzidas por muitos tipos celulares em resposta ás 
infecções, e que atuam nas células-tronco da medula 
óssea. Estes são o primeiro tipo celular a responder a 
maioria das infecções, mas precisamente as infecções 
bacterianas e fúngicas. Atuam ingerindo os 
microrganismos na circulação e entram rapidamente nos 
tecidos extravasculares nos locais de infecção, onde 
também ingerem os patógenos morrendo depois de 
algumas horas. 
 
Citocinas do Mecanismo Inato: 
Em resposta aos patógenos, os macrófagos e outras 
células secretam proteínas, chamadas de citocinas, que 
são intermediarias em muitas reações celulares da 
imunidade inata. São proteínas solúveis que servem de 
35 
 
mediadoras nas reações imunológicas e inflamatórias, 
sendo responsáveis pela comunicação entre leucócitos e 
entre os leucócitos e outras células. A maioria delas tem 
estrutura molecular definida na qual é chamada por 
convenção de interleucina, o que significa que essas 
moléculas são produzidas pelos leucócitos e atuam nos 
leucócitos. Na imunidade inata, os macrófagos ativados, 
ao reconhecerem os microrganismos, são a principal fonte 
de citocinas. Elas também são produzidas na imunidade 
celular. 
Todas as citocinas são produzidas em pequenas 
quantidades em resposta a um estimulo externo, como 
um microrganismo. Elas se ligam a receptores de alta 
afinidade nas células-alvo. A maioria das citocinas age 
nas células que as produzem (ações autócrinas) ou nas 
células adjacentes (ações parácrinas). Na reação 
imunológica inata contra as infecções, pode ser ativado 
um grande número de macrófagos, de forma que são 
produzidas grandes quantidades de citocinas que podem 
atuar em locais distantes de onde foram secretadas. 
 
Imunidade de Mucosa 
As mucosas consistem em regiões anatômicas 
extensas, que podem ser alvos de processos infecciosos 
de maneira muito fácil, pois serve de porta de entrada por 
diversas vias: aéreas, ingestão de alimentos ou água 
contaminada, contato sexual (vias gênito-urinárias) ou o 
próprio trato urinário, onde o micro-organismo pode 
invadir e ascender esse trato até chegar a determinados 
órgãos. 
Esse tecido está presente nas glândulas salivares e 
mamares, no tecido do trato gênito-urinário, no tecido 
respiratório como um todo - desde a mucosa nasal, oral e 
o tecido pulmonar - e também no tecido de mucosa que 
compõe o sistema digestório (estômago e 
principalmente intestino). No tecido digestório há uma 
especialização maior: o tecido linfoide associado à 
mucosa, onde em sua grande extensão haverá 
componentes do tecido imune como macrófagos, células 
dendríticas e linfócitos difusos. Na região intestinal, 
sobretudo, há uma organização ainda maior desse tecido. 
Ele recebe um nome especial, GALT (tecido linfoide 
36 
 
associado ao intestino), e é alvo de muitos estudos da 
imunologia. Nele, as respostas imunes funcionam um 
pouco diferente do que a gente viu. Do que, por exemplo, 
linfócitos sendo ativados em linfonodos e no baço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Placa de Peyer 
 
Trata-se de uma região mais frequente no 
intestino delgado e com estruturas que se assemelham 
a um linfonodo: uma região exclusiva de linfócitos B, 
uma região exclusiva de linfócitos T, células 
dendríticas prontas para reconhecer e apresentar ao 
B, regiões foliculares que geram centros germinativos. 
Na placa de Peyer há uma célula muito 
importante: a célula M. Essa célula é diferente dos 
enterócitos – não apresenta micro vilosidades, não 
secreta muco, e não atua como célula do intestino, 
mas agirá no transporte de antígenos para o tecido 
epitelial associado a mucosas. Ela tem a capacidade 
de capturar o antígeno peptídeo no lúmen do 
intestino, transportar e “largar” na Placa de Peyer. 
Quando ela faz isso, imediatamente uma Célula dendrítica 
próxima pode capturar esse antígeno e induzir uma 
resposta. 
Linfócitos; 
Linfócitos B: células secretoras de anticorpos 
37 
 
IgA (obs: imunoglobulina, não célula) 
Na parte epitelial, inseridos entre as células 
epiteliais da mucosa, estão linfócitos. Estes são 
chamados de linfócitos intraepiteliais. Há, também, 
células endríticas muito próximas do epitélio, e seus 
prolongamentos (bracinhos) alcançam a luz intestinal. 
Assim, essas células podem capturar antígenos de 
dentro do lúmen e transportar para o tecido linfoide 
associado ao intestino. Isso acontece, por exemplo, 
dentro da placa de Peyer, ativando uma resposta que, 
a depender do antígeno, pode ser inflamatória efetora 
(patógeno) ou regulatória (microbiota ou antígeno 
próprio). 
 
 
 
 
 
 
Natureza dos antígenos 
 
O antígeno (do grego anti, contra e gen, gerar) é qualquer 
substância solúvel, celular ou particulada que pode ser 
especificamente ligada por um anticorpo ou por um 
receptor de antígeno de célula T. Os antígenos possuem 
duas propriedades: a da imunogenicidade, que é a 
capacidade de induzir uma resposta imune específica, e a 
da antigenicidade, que é a capacidade de interagir com os 
linfócitos T ou linfócitos B já sensibilizados. Assim, todas 
as substâncias imunogênicas são também antigênicas. As 
moléculas que desencadeiam a resposta imune são 
chamadas de imunógenos. Pequenassubstâncias 
químicas não são capazes de estimular uma resposta e, 
portanto, recebem o nome de hapteno. Para ter 
capacidade de induzir uma resposta imune, o hapteno é 
ligado a uma macromolécula, que é chamada de 
carreadora. O complexo hapteno-carreador, ao contrário 
do hapteno livre, pode atuar como um imunógeno. 
Os antígenos podem ser classificados em: 
38 
 
Imunógeno: Antígeno capaz de suscitar uma resposta 
imune e memória. 
Hapteno: Moléculas pequenas incapazes de provocar 
uma resposta imune sozinhas, necessitando proteínas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diversidade das imunoglobulinas 
 
A estrutura básica da molécula de imunoglobulina 
consiste de quatro cadeias polipeptídicas, sendo duas 
cadeias leves e duas cadeias pesadas, unidas por pontes 
dissulfeto formando uma proteína globular em forma de Y. 
A haste do Y é denominada fragmento Fc e é responsável 
pela atividade biológica (função efetora) dos anticorpos. 
Diferenças estruturais no Fc definem os cinco isotipos 
principais ou classes de imunoglobulinas: IgA, IgD, IgE, 
IgG e IgM. Tanto as cadeias pesadas quanto as cadeias 
leves têm uma região constante e uma região variável. A 
região variável é responsável pela interação com o 
antígeno – são os “braços” da molécula de anticorpo e 
são denominados 
fragmentos Fab (Fragment antigen binding). As moléculas 
de imunoglobulinas ou anticorpos apresentam diferenças 
na sequência de aminoácidos nas porções Fab. A 
diversidade nesses sítios de ligação ao antígeno garante 
que haja um repertório quase ilimitado de especificidades 
de anticorpos. 
39 
 
 
Figura 21: Estrutura básica em Y dos anticorpos 
A classe de um anticorpo é definida pela estrutura de sua 
cadeia pesada, algumas das quais possuem vários 
subtipos, e esses determinam a atividade funcional de 
uma molécula de anticorpo. As cinco classes principais de 
imunoglobulinas são IgA, IgD, IgE, IgG e IgM: 
IgA: Representa 15-20% das imunoglobulinas do soro 
humano. No homem, mais de 80% da IgA ocorre sob a 
forma monomérica e está presente no sangue sob esta 
forma. A IgA é a imunoglobulina predominante em 
secreções: saliva, lágrima, leite, mucosas do trato 
gastrintestinal (TGI), respiratório e geniturinário. Nestas 
secreções ela se une a um componente secretor, e forma 
a IgA secretora. Esta é composta por duas unidades 
(dimérica) ligadas a uma cadeia J unida pelas porções Fc 
no componente secretor. A função desse componente é 
proteger a molécula das enzimas hidrolíticas 
(destrutivas). O principal papel da IgA é proteger o 
organismo de invasão viral ou bacteriana através das 
mucosas (neutralização). 
IgD: perfaz menos de 1% do total de imunoglobulinas 
plasmáticas e a função biológica precisa dessa classe de 
imunoglobulina é ainda incerta. A IgD é co-expressa com 
a IgM na superfície de quase todas as células B maduras 
e inativas (fase de reconhecimento), sendo que a IgD é 
expressa mais tardiamente, indicando uma célula B mais 
madura. 
40 
 
IgE: é encontrada nas membranas superficiais dos 
mastócitos e eosinófilos em todos os indivíduos. Essa 
classe de imunoglobulina sensibiliza as células nas 
superfícies das mucosas conjuntiva, nasal e brônquica. A 
IgE pode ter ainda importante papel na imunidade contra 
helmintos, embora nos países desenvolvidos esteja mais 
comumente associada a reações alérgicas como asma e 
rinite. Metade dos pacientes com doenças alérgicas tem 
altos níveis de IgE. A interação entre o antígeno e a IgE 
ligada no mastócito resulta em liberação de histamina, 
importante mediador inflamatório, causando 
vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, 
contração de músculo liso e quimioatração de outras 
células inflamatórias. 
IgG: É uma imunoglobulina monomérica que perfaz 80% 
das imunoglobulinas do organismo. É a imunoglobulina 
mais abundante no soro e está distribuída uniformemente 
entre os espaços intra e extravasculares. É o anticorpo 
mais importante da resposta imune secundária. Em 
humanos, as moléculas de IgG de todas as subclasses 
atravessam a barreira placentária e conferem um alto 
grau de imunidade passiva ao feto e ao recém-nascido. É 
o anticorpo principal nas respostas imunes secundárias e 
a única classe antitoxinas. A região Fc ativa o 
complemento (quando unida ao antígeno) e auxilia a 
fagocitose por se ligar a macrófagos (opsonização). Com 
a ativação do complemento, há uma amplificação da 
resposta inflamatória (com geração de quimiotaxia de 
neutrófilos, aumento da permeabilidade vascular), 
opsonização e montagem do MAC (complexo de ataque à 
membrana). 
IgM: Perfaz aproximadamente 10% do conjunto de 
imunoglobulinas. Sua estrutura é pentamérica, as cinco 
cadeias são ligadas entre si por pontes dissulfeto e por 
uma cadeia polipeptídica inferior chamada de cadeia J. É 
a primeira imunoglobulina a ser expressa na membrana 
do linfócito B inativo. Na membrana das células B, a IgM 
está na forma monomérica. O primeiro anticorpo 
produzido numa resposta imune primária é sempre IgM 
pentamérica. A IgM é encontrada principalmente 
intravascular, sendo uma classe de anticorpos "precoces" 
41 
 
(são produzidas nas fases iniciais agudas das doenças 
que desencadeiam resposta humoral). 
 
 
 
Figura 22: Classe de imunoglobulinas, suas representações, ocorrências e funções 
 
 
 
Sistema Complemento 
 
O sistema complemento corresponde a um 
conjunto de cerca de 20 proteínas plasmáticas e de 
membrana que participam da imunidade inata contra 
microrganismos (defesa do hospedeiro), além de auxiliar 
na imunidade humoral (lesão tecidual mediada por 
anticorpo). Esse complexo sistema está envolvido na 
resposta imune e no processo inflamatório pela geração 
de fragmentos que promovem quimiotaxia das células 
inflamatórias, aumento da fagocitose por neutrófilos e 
macrófagos, participação na ativação de células B e T e 
remoção de imunocomplexos (IC) circulantes e de células 
apoptóticas. 
 
 
 
42 
 
Vias de ativação do Sistema Complemento 
 
A ativação sistema complemento ocorre 
rapidamente após influência de um estímulo específico, 
seguindo uma cascata de auto amplificação. As três vias 
principais de ativação: Via clássica é ativada quando 
anticorpos IgG ou IgM se ligam a antígenos (vírus, 
bactérias ou auto antígenos) formando ICs, fazendo parte 
da resposta imune específica. 
Etapas: A fase de ligação é iniciada quando o C1q 
do complexo C1 se liga à porção Fc de um anticorpo do 
tipo IgG ou IgM. Este complexo é composto de uma 
subunidade de C1q, associada a duas moléculas de C1r e 
duas de C1s por ligações dependentes de cálcio. As 
esterases C1r e C1s são necessárias para a fase de 
ativação.O C1s cliva (quebra) C4 e C2. As moléculas 
ativadas de C4 e C2 se agrupam próximo ao sítio em que 
o anticorpo está ligado. Os fragmentos maiores do C4 
(C4b) e do C2 (C2a) formam o complexo chamado C3 
convertase (C4b2a). Cada molécula de C1 ativada gera 
muitos fragmentos de C4b e C2a. A maioria dos 
fragmentos do C4b serve como opsoninas e o restante 
para a formação da C3 convertase. Cada C3 convertase 
gera muitas moléculas de C3 ativadas (C3b), fase de 
amplificação, que quando depositadas no alvo servem 
como opsoninas, enquanto outras irão formar a C5 
convertase (C4b2a3b). Esta cliva C5 levando a formação 
do complexo de ataque à membrana, composto de C5b, 
6,7,8 e 9. A formação do MAC determina lise osmótica da 
célula e consiste em uma interação proteína-proteína, não 
requerendo clivagens proteolíticas. A ativação deC5 
também libera uma potente anafilatoxina, o C5a. 
 
Figura 23: Mecanismo de ação: via clássica 
43 
 
Via alternativa corresponde a um sistema mais 
primitivo, que não requer a presença de anticorpos 
específicos, sendo ativada a partir da hidrólise 
espontânea do terceiro componente do complemento (C3) 
e sua deposição na superfície do microrganismo. 
Etapas: É a via mais antiga da imunidade inata, 
que precede a imunidade adaptativa, não necessitando de 
um contato prévio com microrganismo para sua ativação. 
Funciona como um sistema imune primitivo, capaz de 
reconhecer e eliminar agentes infectantes. A ativação 
dessa via ocorre quando uma pequena quantidade de C3 
plasmático é hidrolisado espontaneamente, originando o 
fragmento C3b. Este, após alteração estrutural, liga-se a 
uma serina protease, denominada fator B. A clivagem do 
fator B pelo fator D origina o fragmento Bb, que 
juntamente com o C3b origina a C3 convertase da via 
alternativa, a qual é estabilizada pela properdina 
(C3bBbP). Esse complexo promove mais clivagem de C3, 
alça de amplificação, resultando em deposição de 
grandes quantidades de C3b no alvo. Parte do C3b 
formado irá agrupar-se ao complexo C3bBb, originando a 
C5 convertase (C3bBbC3bP). O restante do processo de 
ativação é similar ao da via clássica. 
 
Figura 24: Mecanismo de ação: via alternativa 
Via da Lecitina é composta pela lectina ligadora de 
manose (LLM), uma proteína da família das lectinas 
dependentes de cálcio,que tem estrutura homóloga a 
C1q. Essa via é ativada quando a lectina se liga ao 
terminal manose existente em diferentes grupos de 
bactérias. 
Etapas: Essa via é iniciada por proteínas 
plasmáticas denominadas lectinas ligadoras de manose 
(LLM), que são membros da família das lectinas 
44 
 
dependentes de cálcio, as colectinas, com similaridades 
estrutural e funcional com C1q. Essas proteínas 
reconhecem porções específicas de carboidrato (manose) 
presentes na superfície de alguns patógenos. A LLM 
pertence à mesma família de proteínas do C1q, 
entretanto, enquanto o C1q tem um domínio que se liga 
ao Fc das imunoglobulinas, a lectina reconhece 
carboidratos. Essa ligação leva à ativação de serinas 
proteases associadas à manose, que correspondem a C1r 
e C1s, com subsequente clivagem de C4 e C2. O restante 
do processo de ativação é similar ao da via clássica. 
 
Figura 25: Mecanismo de ação: via da ligação à manose por lectina 
Mecanismo Adquirido 
 
Apesar de a imunidade inata poder combater 
muitas infecções de maneira eficaz, microrganismos 
patogênicos para os seres humanos que são capazes de 
causar doenças, evoluíram para resistir aos seus 
mecanismos. A defesa contra esses agentes infecciosos é 
função da resposta imunológica adquirida, e é por isso 
que defeitos nesse sistema resultam em maior 
suscetibilidade a infecções. O sistema imunológico 
adquirido é formado pelos linfócitos e seus produtos, 
como os anticorpos. Enquanto os mecanismos da 
imunidade inata reconhecem estruturas comuns a classes 
de microrganismos, as células da imunidade adquirida, ou 
seja, os linfócitos expressam receptores que reconhecem 
especificamente diversas substâncias produzidas pelos 
microrganismos, assim como moléculas não-infecciosas, 
essas substancias são chamadas de antígenos 
As respostas imunológicas adquiridas só são 
desencadeadas se os microrganismos ou seus antígenos 
45 
 
passarem pelas barreiras epiteliais e forem transportadas 
para os órgãos linfoides, onde podem ser reconhecidos 
pelo linfócitos, elas geram mecanismos especializados 
para o combate de diversos tipos de infecção. As 
respostas adquiridas geralmente usam células e 
moléculas do sistema imunológico inato para eliminar os 
microrganismos, e funções imunológicas adquiridas para 
aumentar acentuadamente esses mecanismos 
antibacterianos da imunidade inata. 
 
 
 
 
 
Tipos de mecanismos adquirido 
 
A imunidade humoral faz parte da imunidade 
adquirida que se baseia na diferenciação dos linfócitos em 
diferentes locais a partir de linfo blastos (células 
precursoras que são produzidas na medula vermelha). 
 A imunidade humoral tem como efetores os 
linfócitos B. Este tipo de células reconhece uma grande 
variedade de diferentes antígenos, como por exemplo, 
bactérias, toxinas produzidas por bactérias, vírus e 
moléculas solúveis. 
 Os Linfócitos B reconhecem uma vasta 
variedade de antígenos, devido aos receptores que se 
encontram na respectiva membrana. Estes receptores 
que até então não tinham tido contato com os antígenos, 
passam a ter, e quando isto acontece os linfócitos 
experimentam uma sequência de modificações a fim de 
produzirem grandes quantidades de imunoglobulinas 
(receptores da membrana) idênticas ao seu receptor, que 
vão atuar no meio extracelular. 
46 
 
Os anticorpos são também chamados de 
imunoglobulinas. As imunoglobulinas são de diferentes 
formas dando-se o nome de isotipo ou classes. Os 
diferentes tipos distinguem-se pelas suas propriedades, 
tanto biológicas como de localização e ainda pelas 
funcionalidades e habilidades para lidar com os vários 
antígenos. São constituídas por duas cadeias pesadas, 
unidas a uma cadeia leve, através de duas pontes 
de enxofre e mais duas cadeias pesadas unidas entre si. 
 Estes anticorpos possuem uma zona variável 
que determina a que antígeno se unirá o anticorpo. A 
zona que não varia, ou seja, a zona constante, 
determina a classe do anticorpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26: Imagem explicativa sobre imunoglobulinas 
 
 
 
 
 
 
47 
 
Mecanismo de imunidade adquirida mediada 
por células 
 
A imunidade mediada por células é um processo 
que resulta da intervenção dos linfócitos T que possuem 
receptores membranas específicos, designados por 
receptores T., Contudo, estes linfócitos só reconhecem 
antigénicos que estão presentes na superfície das células 
do nosso organismo ligados a moléculas identificadoras 
do indivíduo, como parasitas multicelulares. Exemplo: 
fungos, células cancerosas, tecidos acrescentados e 
órgãos transplantados. Para além de esta ser à base de 
reconhecimento dos próprios antígenos é também a partir 
desta base que há o reconhecimento de antígenos que 
são estranhos quando apresentados por células 
apresentadoras a células especializadas. 
A imunidade mediada por células começa pela a 
ativação de um número reduzido de células T específicas. 
Uma vez que as células T são ativadas proliferam e 
diferenciam-se em um clone de células efetoras, uma 
população de células idênticas que são capazes de 
reconhecer o mesmo antígeno e reproduzir certos aspetos 
do ataque imunológico. Como resultado final da resposta 
imune, o invasor é removido. 
Num determinado momento, as células T 
encontram-se num estado inativo. Os receptores de 
antígenos que se encontram na superfície das células T, 
chamados receptores de células T (RCT), reconhecem e 
ligam-se especificamente a fragmentos antígenos 
estranhos que são apresentados na forma de complexos 
MHC-antígeno. Existem milhões de diferentes células T, 
cada um com um único RCT que reconhece um MHC 
antígeno específico. 
 Quando um antígeno entra no corpo, apenas 
um número reduzido de células T expressam os RTC que 
são capazes de reconhecer e ligar-se ao antígeno. O 
reconhecimento do antígeno envolve também outras 
proteínas de superfície presentes nas células T, sendo 
essas proteínas a CD4 ou CD8. Estas proteínas 
interagem com os antígenos do MHC e ajudama manter 
a ligação entre o TCR-MHC. Por esta razão, é que estes 
se chamam de co-receptores. O reconhecimento do 
antígeno pelo TCR com a proteína CD4 ou CD8 é o 
primeiro sinal de ativação da célula T. 
48 
 
Cooperação entre mecanismos de imunidade 
adquirida humoral e mediada por células 
 
Quer os mecanismos de defesa Humoral quer os 
mecanismos de defesa mediada por células não são 
independentes um do outro e interagem de várias 
maneiras. 
 Os linfócitos B e os linfócitos T influenciam-
se um ao outro de várias formas. Por um lado, os 
anticorpos que são produzidos pelas células B podem 
facilitar ou diminuir a capacidade das células T atuarem, 
ou seja, de atacarem e destruírem as células invasoras. 
Pode também ocorrer que as células T auxiliares 
intensifiquem a produção de anticorpos pelas células B e 
que os linfócitos T supressores suprimam essa produção. 
 Os linfócitos T nunca produzem anticorpos, 
no entanto, controlam a capacidade dessa produção (de 
anticorpos) por parte das células B. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27: Mecanismos de ação 
 
 
 
 
49 
 
Tipos de Imunidade 
 
Dentro do nosso corpo há um impressionante 
mecanismo de proteção, chamado sistema imunitário que 
está feito para o defender de milhões de bactérias, 
micróbios, vírus, toxinas e parasitas que tentam invadir o 
nosso corpo. Quando morremos, demora apenas algumas 
semanas para que esses organismos destruam 
completamente nosso corpo, ficando apenas o esqueleto. 
Obviamente, isto não acontece devido ao facto do sistema 
imunitário existir, dado que a função do mesmo é impedir 
que essa destruição não aconteça enquanto estamos 
vivos. 
 
Existem dois tipos de imunidade que 
são: imunidade natural e imunidade artificial. 
 
 
Imunidade Adquirida de forma Natural 
 
 Imunidade natural é o processo de resistência que se 
adquire contra os agentes patogénicos que depois de 
terem atravessado um percurso com uma série de 
barreiras de defesa naturais do nosso organismo (nariz, 
garganta, pulmões, sistema digestivo), ao longo das quais 
encontram inúmeras células do sistema imunitário não 
específico, às quais conseguiram sobreviver alcançando 
assim a corrente sanguínea, onde aí as células do 
sistema imunológico específico (linfócitos) os esperam 
para os destruir e, portanto, os linfócitos tiveram tempo 
suficiente para se prepararem para combater os agentes 
patogénicos. 
Quanto mais o organismo pratica a sua capacidade de 
descriminação e combate contra os agentes patogénicos, 
maior será o armazenamento de estratégias e 
mecanismos bem-sucedidos que serão gravados na 
memória das células do organismo. Portanto, quanto mais 
desenvolvido e experiente for o organismo, menos 
vulnerável será o sistema imunitário desse organismo. 
50 
 
A imunidade natural pode ainda ser ativa ou passiva. 
A imunidade natural ativa é o autodesenvolvimento de 
imunidade como resposta à invasão do organismo por um 
micróbio. 
A imunidade natural passiva é a administração direta de 
anticorpos específicos, neste caso o desenvolvimento de 
imunidade é induzido pela introdução de anticorpos 
produzidos por outro organismo (por exemplo: quando a 
mãe amamenta o seu filho). 
A imunidade pode desenvolver-se naturalmente, como 
acabamos de lhe descrever acima, mas também pode ser 
induzida artificialmente (imunidade artificial). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 28: Imagem ilustrativa sobre aleitamento materno que é um tipo de 
imunidade natural 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
Imunidade Adquirida de forma Artificial 
 
Este tipo de imunidade é utilizado quando o próprio 
organismo não consegue arranjar solução para combater 
os agentes patogénicos de que é alvo, e o que acontece é 
que o desenvolvimento da imunidade é induzido por um 
fator externo ao organismo. Como na imunidade natural a 
imunidade artificial também pode ser ativa ou passiva. 
 
Imunidade artificial ativa é quando o 
desenvolvimento da imunidade é feito através 
de vacinas em que o indivíduo que a recebe é estimulado 
pela mesma a produzir anticorpos para combater os 
agentes patogénicos presentes na vacina não podendo 
estes multiplicarem-se. 
Imunidade artificial passiva é quando o 
desenvolvimento da imunidade é induzido pela introdução 
de anticorpos produzidos por outro organismo, portanto o 
receptor dos anticorpos não necessita de produzir mais 
anticorpos. Este tipo de imunização é feito com recurso 
a soros com anticorpos. 
 
 
 
 
Figura 29: Imagem ilustrativa sobre vacinação que é um tipo de imunidade artificial 
 
 
 
 
52 
 
 
Soros com anticorpos 
 
Os soros com anticorpos são utilizados na 
imunidade passiva que pode ser induzida, em 
determinadas infeções, através da administração de 
anticorpos, retirados do plasma de um indivíduo que já 
tenha estado em contato com esse antígeno ou de 
animais que foram expostos a esse antígeno. As soluções 
que são administradas e que contém esses anticorpos 
são chamadas de soros ou soros imunes. 
Os soros são utilizados quando os antígenos têm um 
efeito arrebatador sobre o organismo como por exemplo, 
o tétano ou os envenenamentos devidos a mordeduras de 
cobras, isto é, não dão tempo ao organismo de criar os 
seus próprios anticorpos levando à necessidade da 
administração dos anticorpos. 
Como os anticorpos administrados não são produzidos 
pelo próprio organismo, o seu efeito é apenas temporário. 
Por outro lado, este processo só é possível em algumas 
infeções e envenenamentos e, por vezes, causam alguns 
problemas, como a inserção involuntária de proteínas 
desconhecidas ao plasma do receptor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
O poder imunológico da amamentação 
 
A infância é um período em que se desenvolve grande 
parte das potencialidades humanas. Os distúrbios que 
incidem nessa época são responsáveis por graves 
consequências para indivíduos e comunidades. O 
aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de 
vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e 
constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção 
para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda 
um grandioso impacto na promoção da saúde integral da 
dupla mãe/bebê. 
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um 
processo que envolve interação profunda entre mãe e 
filho, com repercussões no estado nutricional da criança, 
em sua habilidade de se defender de infecções, em sua 
fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. 
 Além dos componentes básicos (proteínas, 
carboidratos e gorduras), a composição do leite materno 
varia, sendo única para cada bebê. Por exemplo, as 
proteínas do leite materno possuem diversas funções: 
contém todos os aminoácidos essenciais, que atuam 
como fatores de proteção e transportam hormônios e 
vitaminas. 
O leite humano possui numerosos fatores imunológicos 
que protegem a criança contra infecções. A IgA secretória 
é o principal anticorpo, atuando contra micro-organismos 
presentes nas superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no 
leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e 
respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos 
contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, 
proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra 
os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. A 
concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do 
primeiro mês, permanecendo relativamente constantea 
partir de então. Além da IgA, o leite materno contém 
outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e 
IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, 
lisosima e fator bífido. Este favorece o crescimento do 
Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que 
acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias 
54 
 
que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e 
Escherichia coli. 
 O sistema imunológico da mãe produz anticorpos 
criados especificamente para proteger o lactente contra 
os patógenos adquiridos no seu entorno. Novos 
anticorpos são produzidos cada vez que a mãe entra em 
contato com microrganismos prejudiciais ou quando 
amamenta, pois, há troca de microbiota da saliva do bebê 
para a mãe no ato da amamentação. Isto indica ao 
sistema imunológico que produza anticorpos que serão 
passados ao filho em próximas mamadas. 
 Se o bebê toma leite artificial, terá somente seus 
próprios anticorpos (que são presentes em níveis baixos) 
e um sistema imunológico imaturo, se tornando 
extremamente vulnerável a infecções. 
Alfa-lactoalbumina: 
 É a principal proteína do leite materno, 
representando 10-20% da proteína total. Pesquisas 
mostraram que esta proteína provoca apoptose (“suicídio 
celular”) de mais de quarenta tipos de câncer. O grupo 
sueco que fez a descoberta estava explorando as 
propriedades antibióticas do leite quando um pesquisador 
notou que as células cancerosas do pulmão em um tubo 
de ensaio morreram ao entrar em contato com leite 
materno. Foi descoberto então que quando a alfa-
lactoalbumina se mescla com ácidos (presentes no 
próprio leite materno ou no estômago de lactentes) se 
transforma num composto chamado de HAMLET (sigla 
em inglês para Alfa-lactoalbumina Humana Transformada 
em Letal para Células Tumorais). A pesquisa mostrou 
que, depois de 5 dias com tratamento com HAMLET, 
pacientes com câncer de bexiga urinavam células mortas 
de câncer após cada sessão de tratamento. 
 Estudos com ratos mostraram que, depois de sete 
semanas de tratamento um tumor cerebral - glioblastoma 
altamente invasivo era sete vezes menor no grupo tratado 
com HAMLET. O fator mais importante é que a substância 
não tem efeitos secundários, pois somente elimina o 
câncer e não danifica células sãs. O professor Karlsson 
(que conduziu os estudos) acredita que esta terapia 
55 
 
estará sendo utilizada em 5 anos para pacientes adultos 
com câncer. 
Células Tronco: 
 Estudos recentes mostram que o leite materno 
contém células-tronco pluripotentes. Estas células têm 
uma notável capacidade de converterem-se em tipos 
diferentes de células no corpo, que por sua vez atuam 
como uma espécie de “sistema de reparação interna”. 
Estudos sugerem que estas células permanecem no 
corpo muito tempo depois do desmame. As células tronco 
de outras fontes são utilizadas para tratar leucemia e 
poderiam auxiliar no tratamento de afecções oculares. 
Cientistas também estão estudando seu potencial no 
tratamento de condições como lesões medulares, 
Diabetes e Doença de Parkinson. 
 
Linfócitos T: 
 É conhecida a transferência de linfócitos T 
maternos para o lactente via amamentação. Linfócitos T 
CD8+ são importantes na resposta imune citotóxica, 
eliminando células infectadas por vírus ou células 
tumorais, por exemplo. 
 Já os linfócitos T CD4+ são um subgrupo de 
linfócitos que se encarregam de coordenar a resposta 
imune celular. Estas células são peculiares pois não 
atuam diretamente destruindo células infectadas ou 
patógenos, e sim interagem com outras células do 
sistema imune, ativando-as e coordenando-as. 
 
Imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM e IgD): 
 
 Imunoglobulinas podem ser transferidas para o 
bebê através da amamentação. As mais importantes são 
as IgA, que recobrem as mucosas e protegem o bebê da 
entrada de microrganismos causadores de infecções, 
como E. coli, salmonella, shigella, estreptococo, 
estafilococo, pneumococo, poliovirus e rotavirus. 
 
 
56 
 
Macrófagos e Neutrófilos: 
 
 São os leucócitos (glóbulos brancos) mais comuns 
no leite humano e atuam rodeando e destruindo bactérias 
patológicas. Os macrófagos também fabricam a lisozima, 
uma enzima que destrói bactérias mediante a 
desorganização de sua parede celular. Os macrófagos no 
trato digestivo podem recrutar linfócitos para atuação 
contra patógenos. 
 
Lactoferrina: 
 É uma proteína que se une ao ferro e atua como 
fator de defesa, prevenindo o crescimento bacteriano e a 
formação de biofilmes. A lactoferrina está atualmente 
sendo investigada como um imunomodulador em doenças 
como artrite reumatoide e esclerose múltipla. 
 
 
 
Citocinas: 
 Acredita-se que participam de um importante 
papel da modulação e da proteção do sistema imune do 
leite materno. A maioria das citocinas que são deficientes 
no recém-nascido se encontra em quantidades 
significativas no leite materno. Acredita-se que a principal 
citocina do leite materno seja a interleucina 7 (IL-7) , 
relacionada com o tamanho do timo, um dos órgãos 
centrais no sistema imunológico. Se descobriu uma 
correlação entre tamanho de timo e mortalidade infantil na 
Gâmbia, sendo levantada a hipótese da importância da IL-
7 nesse processo. 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
Defensinas: 
 São peptídeos antimicrobianos inatos que 
participam de maneira importante na defesa contra 
invasão microbiana. Beta-defensinas são encontradas no 
leite materno e podem proteger os lactentes contra 
infecções. 
Fatores de Crescimento: 
 
 Fatores como EGF, M-CSF e TGF (Epidermal 
Growth Factor, Macrophage Colony Stimulating Factor e 
Transforming Growth Factor, respectivamente) são 
encontrados no leite materno e contribuem para a 
maturação de sistemas fisiológicos do organismo do 
bebê, como no desenvolvimento da mucosa intestinal e 
na imunomodulação. Os níveis do Fator de Crescimento 
Epidérmico são mais altos em mães que tem bebês 
prematuros, o que reduz drasticamente a taxa de 
Enterocolite Necrosante (ECN) e inflamação intestinal. 
 
 
 
 
Figura 30: Árvore da vida: a imunidade através da amamentação 
 
 
 
58 
 
Referências Bibliográficas: 
 
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