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DIREITO COLETIVO DO TRABALHO. AULA 1. BIBLIOGRAFIA: 1 - Direito Coletivo do Trabalho – HENRIQUE MACEDO HINZ; 2ª. Edição 2009, Editora Saraiva 2 – Direito Coletivo do Trabalho – MAURICIO GODINHO DELGADO, 4ª. Edição 2011, Editora Ltr CONTEUDO DA AULA: 1 – NOÇÕES INTRODUTORIAS. 2 – PRINCIPIOS. 1. Noções introdutórias. O Direito coletivo do trabalho trata da defesa dos interesses das categorias ECONOMICAS e PROFISSIONAIS. ECONOMICAS: Empregadores PROFISSIONAIS: Empregados. No Brasil vigora o principio da livre associação ou criação das entidades sindicais ou da LIBERDADE SINDICAL, não podendo o Estado intervir, sendo, CONTUDO, esta liberdade mitigada por algumas regras. LIBERDADE SINDICAL: antes da CF de 1988, o estado podia intervir e interferir na vida sindical de forma a retirar sua autonomia. Com a edição da CF de 1988 em especial o seu artigo 8º. foi dado a liberdade de atuação ao sindicato porém tal liberdade deve ser equalizada com o que dista o artigo 5º. inciso II da CF devido a interpretação sistemática do ordenamento constitucional (eu somaria a esse inciso II que reza II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; os incisos XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente) ASSIM NÃO PODE O ESTADO QUER POR VIA DO PODER EXECUTIVO QUER POR VIA DO PODER LEGISLATIVO CERCEAR A CAPACIDADE DE AÇAO DO SINDICATO; NÃO SE ENTENDE COMO INTERVENÇAO ESTATAL ATOS NORMATIVOS QUE DIGAM RESPEITO A FUNÇAO DAS ASSEMBLEIAS GERAIS, AOS REQUISITOS PARA SUA REALIZAÇAO OU APROVAÇÃO DAS MATERIAS A ELA SUJEITAS, AOS DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS DIRIGENTES SINDICAIS, NENHUMA INCONSTITUCIONALIDADE HAVERÁ, POIS APLICA- SE AOS SINDICATOS AS REGRAS DOS ARTIGOS 53 A 61 DO CODIGO CIVIL – QUE TRATA DAS ASSOCIAÇÕES, E OS DITAMES DA CLT DOS ARTIGOS 511 E SEGUINTES. AINDA DEVE HAVER DIALOGO DOS DISPOSITIVOS LEGAIS CITADOS COM O PRINCIPIO DEMOCRATICO – BASILAR DA CF – PARA IMPEDIR EVENTUAIS ABUSOS DOS SINDICATOS PATRONAIS E DE EMPREGADOS DADA A EXCLUSIVIDADE DE REPRESENTAÇÃO ***************************************************** O QUE O ARTIGO 8º, inciso I quer dizer com liberdade sindical é que o sindicato é AUTONOMO e NÃO SOBERANO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Regras / Conceitos que MITIGAM A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO OU CRIAÇÃO DE ENTIDADES SINDICAIS e que nos fazem entender melhor o MODELO SINDICAL BRASILEIRO. CATEGORIA: é uma ficção jurídica do direito coletivo do trabalho fundada no corporativismo, onde empregados e empregadores exercentes de atividades idênticas, similares ou conexas, fazem parte cada qual de uma dada categoria, surgia a principio da atividade desenvolvida pelo empregador. REUNIÃO DE INTERESSES.\ BASE TERRITORIAL: é a representação sindical dada em certo espaço geográfico – artigo 8, inciso II da CF – “é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município”;O MAIS COMUM SÃO BASE TERRITORIAIS MUNICIPAIS OU INTERMUNICIPAIS. ENQUADRAMENTO SINDICAL: considera-se a atividade econômica X a profissional. REPRESENTAÇÃO E FILIAÇÃO. Representação sindical esta ligado com a feição da categoria fundante. É a representação de uma coletividade que possuem interesses comuns de uma categoria profissional. O sindicato por meio da representação se torna o interprete das aspirações da categoria (essa é a representação coletiva). O sindicato, porém desenvolve representação individual quando realiza homologações de rescisão de contrato individual de trabalho (art 477 parágrafo 1º.) ou intentando mediadas judiciais em favor de um empregado, contudo ESSA ATUAÇAO INDIVIDUAL É LIMITADA PELO MODELO SINDICAL VIGENTE QUE VISA A TUTELA DOS INTERESSES COLETIVOS. Filiação: é o ato de adesão formal do trabalhador ou empregador ao sindicato a associação, passando a partir desta a participar efetivamente das atividades sindicais e a gozar de alguns benefícios somente dados aos filiados. Com a filiação passa a ter descontado de seu salário um percentual determinado pela convenção coletiva, desde que filiado. ENQUANTO A REPRESENTAÇAO É AUTOMATICA E INCONDICIONAL A FILIAÇAO É OPCIONAL E ESPONTANEA. SENDO A LIBERDADE DE FILIAÇAO UMA GARANTIA CONSTITUCIONAL ART 5º.XVII e XX e 8º. Caput e seu inciso V. A FILIAÇAO SOMENTE SE DA perante o sindicato e não as federações e confederações. DESMEMBRAMENTO DE CATEGORIA OU BASE TERRITORIAL: a unicidade sindical principio de que trata ser possível apenas uma representação sindical por categoria em determinada base territorial, não é tal rígido. Pode haver o desmembramento em caso dessa representatividade ser genérica ou abarcada por mais de um município. Ocorrendo essa representação mais ampla poderão os membros dessa categoria desligar-se dessa representação genérica criando uma especifica sendo cabível o desmembramento quanto a categoria e base territorial. A requisitos formais para a caracterização do desmembramento como a reunião do sindicato a ser desmembrado e a colocação desse assunto em votação. 2. Princípios do Direito Coletivo do Trabalho Os princípios podem ser divididos em INFORMADORES, NORMATIVOS e INTERPRETATIVOS: Os INFORMATIVOS inspiram o legislador servindo de fundamento para o ordenamento e os NORMATIVOS quando atuam como fonte supletiva quando ausente norma para tutelar determinada situação.. Os INTERPRETATIVOS servem de critério orientador ao interprete. Os princípios aplicados ao direito individual do trabalho não se aplicam ao direito coletivo, porque neste inexiste a hipossuficiencia . O principio da proteção o mais caro do direito individual do trabalho da lugar no direito coletivo ao principio da autonomia privada coletiva. A JUSTIFICATIVA ESTA NO UNIVERSO FATICO DAS QUESTOES ENVOLVIDAS NO DIREITO INDIVIDUAL E NO DIREITO COLETIVO, ENQUANTO NO INDIVIDUAL CONSIDERA-SE RELAÇAO EMPREGADO E EMPREGADOR ONDE O EMPREGADOR TEM O PODERIO ECONOMICO DETERMINANTE NA RELAÇAO SUBMETENDO O EMPREGADO DE FORMA A MONOPOLIZAR AS CONDIÇOES DE TRABALHO. NO DIREITO DO TRABALHO ESSA DIFERENÇA NÃO EXISTE DADO QUE O EMPREGADOR OU A UNIÃO DESTE TEM QUE TRATAR COM OS EMPREGADOS OS QUAIS ESTÁO ORGANIZADOS EM SINDICATOS TEORICAMENTE EM CONDIÇOES IGUAIS. Princípios em espécie: O direito coletivo do trabalho, como ramo autônomo, possui institutos, princípios, legislação e doutrina especifica. Antes de adentrarmos aos princípios propriamente ditos, vale destacar que a organização sindical, se distingue da associação comum, merecendo disciplina própria no artigo 8º da Constituição Federal de 1988, o que denota ainda mais sua autonomia enquanto ramo do direito. Quanto aos princípios do direito coletivo do trabalho, é de bom tom trazermos a baila que confunde-se muitasvezes os principio do direito do trabalho individual com os próprios do direito coletivo, contudo, há que se registrar que o direito coletivo do trabalho tem como fundamento a proteção do trabalhador individualmente considerado enquanto integrante de uma coletividade, destarte, protege-se o individuo em caráter particular mediante o brotar de instrumentos normativos coletivos pactuados entre entes equivalentes afastando aquele principio mais caro do direito individual do trabalho denominado principio protetivo, pois, esse advém do desequilíbrio da relação individualmente entendida entre empregado e empregador, o que, não ocorre no universo do direito coletivo. Nesse rumo destacamos como princípios fundamentais do direito coletivo do trabalho o principio da 1 - liberdade sindical, 2 - da autonomia privada coletiva, 3 - da unicidade e unidade sindical, 4 - da obrigatoriedade da interveniência sindical na normatização Coletiva, 5 - da equivalência dos contratantes coletivos, 6 - princípio da lealdade e transparência na negociação coletiva, 7 - da criatividade jurídica da negociação coletiva, 8 - princípio da adequação setorial negociada, 9 - da autotuelada sindical para a defesa dos interesses de classe. Quanto ao principio da liberdade sindical temos esse como o mais relevante de todos juntamente com o da automonia privada coletiva. O dito principio, da liberdade sindical, vem expressamente previsto em nossa Constituição Federal de 1988, em seu artigo 8º inciso I, porém, o tema liberdade sindical é um dos mais controvertidos do direito sindical brasileiro, uma vez que o Brasil não ratificou a convenção n 87 da OIT, contudo, ao mesmo tempo recepcionou algumas de suas normas como podemos denotar da própria leitura do artigo 8º da CF, possuindo hodiernamente o Brasil um sistema de liberdade sindical sui generis. A relevância do principio da liberdade sindical esta enraizado na hisotira do direito sindical brasileiro, pois, de forma resumida, antes da Constituição de 1988, o Estado podia intervir e interferir na vida sindical de forma a retirar sua autonomia. Com a edição da Constituição de 1988 foi dado a liberdade de atuação aos sindicatos sem a ingerência estatal ou de terceiros, traduzindo assim um dos feixes da liberdade individual como expressão da cidadania. Essa liberdade sindical de forma geral trata-se da impossibilidade de qualquer agente estranho, alheio a entidade sindical, seja ele, Estado ou mesmo qualquer pessoa física ou jurídica, que possa mitigar ou limitar a criação, o exercício de suas atividades negociais, de filiação ou desfiliação, de representatividade ou de administração, tendo na Norma Ápice o seu limite com diretrizes de criação, organização, participação, funções, etc, pois, como alhures dito o Brasil na ratificou a Convenção nº 87 da OIT. No tocante ao principio ora em apreço, esse tem seu sentido mais claro quando o desdobramos, conforme a doutrina, em liberdade sindical subjetiva ou individual e objetiva ou coletiva. A primeira diz respeito ao direito que o sujeito enquanto pessoa de filia-se ou não a entidade sindical, bem como em manter-se ou não filiado. O segundo, diz respeito a liberdade de atuação do ente sindical enquanto associação, no sentido de se filiar a entidades de grau superior como as federações e confederações ou de mesmo criá-las, ou mesmo de criar a categoria profissional ou econômica o seu sindicato. Em fim, a liberdade sindical deve ser equalizada com o que dista o artigo 5º. incisos II, XVII, XVIII, XIX, XX,, XXI. Em arremate, significa liberdade sindical o dever do esta não intervir nos sindicatos que por via do poder executivo que por via do poder legislativo de forma a cercar a capacidade de ação dos mesmos, entretanto, liberdade sindical não significa soberania sindical, estando esse, contudo, submisso, a manifestação maior do poder do Estado que é o Poder Judiciário, logo devendo sujeitar-se a decisões judiciais. O principio da autonomia privada coletiva, de suma importância ao direito coletivo, significa de forma singela o poder / direito que o sindicatos tem de auto regulamentação, sendo uma espécie da liberdade sindical, também consagrada na Convenção Internacional n. 87 da Organização Internacional do Trabalho -OIT- , que conceitua como o direito de o ente sindical elaborar seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus representantes, de organizar sua gestão e sua atividade e de formular seu programa de ação (art. 3.). A autonomia sindical é, portanto, o direito que têm os sindicatos de autodeterminação, de governar-se. Autonomia é liberdade potencializada, é poder ser livre, sendo essa traduzida na liberdade que tem a associação sindical de agir interna e externamente, sem qualquer ingerência ou intervenção de terceiros, inclusive do Estado, vinculado a sua auto- regulamentação vinculada ao seu estatuto e ao comando democrático de seus associados por meio da assembléia. O principio da Unicidade e da unidade sindical, primeiro é importante destacarmos que não são sinônimos. Ambos prevêem a existência de uma entidade sindical por categoria em uma dada base territorial. Na unicidade essa característica decorre da previsão legal restrita de organização enquanto na unidade é o interesse dos trabalhadores ou empregados que, visando unir esforços deliberam sobre a existência de uma única entidade que os representem perante o estado ou categoria oposta. Dessa forma, unidade sindical é igual a vontade dos integrantes da categoria e unicidade sindical tem lastro com a previsão legal do artigo 8, II da CF, de caráter objetivo ligada a limitação da base territorial. Em relação aos princípios da obrigatoriedade da interveniência sindical na normatização coletiva, da equivalência dos contratantes coletivos, da lealdade e transparência na negociação coletiva, temos que podemos tratá-los de forma conjunta nesse período da dissertação, porque ambos tem haver com a negociação coletiva. O primeiro diz respeito a obrigatoriedade de participação dos sindicatos nas negociações coletivas conforme o artigo 8º, VI da CF, o segundo, retira de foco o principio da hipossuficiência aplicado ao trabalhador enquanto pessoa individual e aplica o principio da equivalência entre as partes negociantes (contratantes coletivos) da relação coletiva pois, agora o trabalhador não está mais sozinho, isolado e fraco a mercê do poder econômico do trabalhador, mas sim, ambos em simetria negocial cada qual representado por sua entidade sindical. Por ultimo, o alinhado principio, está encravado no dever geral de lealdade e transparência que deve haver nas relações coletivas e nas demais relações de forma geral, assim, durante a negociação coletiva as partes devem primar pela lealdade, transparência ou em resumo pela boa-fé objetiva aquela cumprida no plano prático - fático. O princípio da criatividade jurídica da negociação coletiva traduz a noção de que os processos negociais coletivos e seus instrumentos (contrato coletivo, acordo coletivo e convenção coletiva do trabalho) têm real poder de criar norma jurídica (com qualidades, prerrogativas e efeitos próprios a estas), em harmonia com a normatividade heterônoma estatal. Tal princípio, na verdade, consubstancia a própria justificativa de existência do Direito Coletivo do Trabalho. A criação de normas jurídicas pelos atores coletivos componentes de uma dada comunidade econômico-profissional realiza o princípio democr ático de descentralização política e de avanço da autogestão social pelas comunidades localizadas Quão relevante ainda é discorremos acerca do principio da adequação setorial, o qual refere-se segundo MaurícioGodinho DELGADO ao processo de conciliação entre as regras jurídicas autônomas e as heterônomas, Isto é, entre os critérios de validade e eficácia das negociais em relação às estatais. O princípio, dessa medida, informa que as normas coletivas podem prevalecer sobre as normas estatais, desde que: a) as normas transacionadas estabelecem um padrão setorial normativo superior ao padrão geral estatal; b) as normas autônomas transacionem setorialmente apenas normas de indisponibilidade apenas relativa. Por ultimo mas não menos relevante que os supramencionados, é o principio da autotutela sindical, o que significa dizer que o sindicato é dotado de poder para a defesa dos interesses de seus representados, sendo seu mecanismo mais eficaz e famigerado, sendo por meio dela que os trabalhadores afetam o ponto mais sensível do empregador, sua produção, suas atividades, de onde retiram seu faturamento, seu lucro. O direito a greve é regulado por LEI, Lei nº 7783/89, além de ser um direito constitucionalmente garantido no art 9º da CF. Ressalta-se a vedação a greve patronal ou lock-out, proibido por lei.
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