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Natalista X Concepcionistas

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Centro Educacional Serra dos Órgãos
Curso: Direito
Período: 2º
Disciplina: Teoria Geral do Direito Civil I
Professor: Marcos Rocha
Alunos:
Matheus Machado Lima Matrícula: 01022582
Rafaela do Canto Lourenço de Abreu Matrícula: 01022505
Tema: Teoria Natalista e Teoria Concepcionista.
Introdução
O art. 2° do atual Código Civil que dispõem sobre o início da personalidade, enunciando: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”, expõem uma questão pacifica de discussões e controvérsias. Partindo da colisão entre as teorias natalistas e concepcionistas, decorrido pela controvérsia literária do código, onde a segunda parte afirma o contrario da primeira, temos uma choque de correntes doutrinarias que definem o assunto.
	
 Teoria Natalista
A teoria natalista diz que quanto ao nascituro, não poderia ser considerado pessoa, pois no Código Civil de 2002 exige personalidade civil a partir do nascimento com vida e nesta linha, o nascituro não teria direitos mas mera expectativa. Os autores adeptos desta corrente, Sílvio Rodrigues, Caio Mário da Silva Pereira e San Tiago Dantas, entre outros, partem para uma interpretação literária e simples da lei que dispõe no Art. 2º, CC/2002 em sua primeira parte, que a personalidade jurídica começa com o nascimento com vida.
O problema da teoria natalista seria que ela não consegue responder uma pergunta: o nascituro então seria uma coisa? Esta resposta pode ser positiva, do ponto de vista de que haveria apenas expectativas de direito. Fora isso, a teoria está distante da evolução e do surgimento de técnicas de reprodução, sendo assim também distante da proteção ao direito do embrião.
Na prática, a teoria natalista nega ao nascituro até mesmo os direitos fundamentais do indivíduo e da sua personalidade. Esta negativa faz a teoria esbarrar em dispositivos do Código Civil que consagram direitos à quem foi concebido e não nasceu sendo esta negativa de direitos um argumento forte para alguns se sustentarem fora desta corrente.
Teoria Concepcionista
Esta teoria se baseia na ideia de que o nascituro é pessoa humana, tendo direitos que são resguardados pela lei e este ponto de vista é defendido por muitos autores, como por exemplo, Pontes de Miranda, Silmara Juny Chinellato, Nelson Rosenvald, Maria Helena Diniz, entre outros. Mestre Álvaro Villaça de Azevedo, expressa que o certo é afirmar que a personalidade é adquirida desde a concepção e a maioria dos outros mencionados diz que a origem desta teoria esta no Esboço do Código Civil elaborado por Teixeira de Freitas que previa no art. 1º “As pessoas consideram-se como nascidas apenas formadas no ventre materno; a Lei lhes conserva seus direitos de sucessão ao tempo de nascimento”, que acabou sendo adotado pela argentina.
O julgamento mais recente onde se foi adotada a teoria concepcionista foi em 2014, no Informativo n. 547 da Corte Superior que diz expressamente “o ordenamento jurídico como um todo (e não apenas o Código Civil) se alinha à teoria concepcionista para a construção da situação jurídica do nascituro, conclusão da maioria da doutrina contemporânea. Apesar de existir concepção mais restritiva sobre os direitos do nascituro que é a natalista, atualmente se reconhece a titularidade de direitos da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à vida é o mais importante. 
Este debate ganhou um grande reforço com a entrada em vigor no Brasil da Lei 11.804, de 5 de novembro de 2008, Lei dos Alimentos Gravídicos, dando o direito de alimentos da mulher gestante. Estes, nos termos da lei, compreendem os valores suficientes para cobrir despesas no período de gravidez e que dela sejam. 
Conclusão
Baseado no assunto descrito, a opinião do grupo se constitui a partir da interpretação da primeira parte do Art. 2° do Codigo Civil de 2002, argumentando-se com princípios inspirados da Carta de Direitos da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1948.
Tomando consciência da proposta da Carta de Direitos de que a todos cabem o domínio sobre seu corpo e sua vida, concluímos que caberia ao Estado somente a tutela do indivíduo após nascido com vida, anteriormente a isso, a tutela deste indivíduo se cabe somente à gestante, tendo ela a total capacidade de escolha sobre a interrupção da gravidez, respeitando assim, suas limitações individuais e seu Direito de livre escolha. 
Bibliografia
TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil. Vol. Único. Editora Método, 2005.
ROSENVALD, Nelson. CHAVES, Cristiano. Curso de Direito Civil 1. Parte Geral e LINDB. Atlas, 13ª edição.

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