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REGIME DE BENS .docx

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Direito Civil – Família
Dos efeitos patrimoniais
Com a consumação do casamento, além de fatores sociais e pessoais que passam a vigorar na vida do casal, criam-se também novos valores patrimoniais, sendo estes possíveis de extensão aos ascendentes e aos colaterais de segundo grau (ART. 1697, CC) ou até mesmo aos de quarto grau – Art. 1839.
– Princípios Básicos
Consiste o regime de bens no conjunto de regras que disciplinam as relações econômicas dos cônjuges, entre si ou perante terceiros, durante a vigência do casamento. Tais normas disciplinadoras, por sua vez, regem as relações de domínio e de administração dos bens anteriores, bem como daqueles alcançados na vigência do casamento.
O código civil, para isso, passa a dispor sobre quatro modalidades de regime de bens, quais sejam:
Comunhão parcial – Art.1658/1666, CC
Comunhão Universal – Art. 1667/1671, CC
Participação final nos aquestos – Art. 1672/1686, CC
Separação de bens – Art. 1687/1688, CC
Contudo, o normamento pátrio, ainda que disponha somente tais modalidades de regimes de bens, permite aos nubentes que escolham livremente qual modalidade aderir, bem como combiná-las, criando para isso um regime misto, com exceção apenas das vedações legais previstas nas hipóteses especiais do Art. 1641, I e III, CC.
São nulas, na forma do art. 1655, CC, as cláusulas que forem avençadas contrariando princípio legal. Neste sentido, a contratação de uma determinada modalidade de caráter misto será feito mediante pacto nupcial por escritura pública, sob pena de nulidade – art. 1653, CC
No silêncio das partes quanto ao regime escolhido, bem como na convenção nula ou ineficaz, irá vigorar o regime de comunhão parcial de bens, sendo por esse motivo caracterizado como regime supletivo, cujo termo inicial do regime será o mesmo do início do casamento, sendo expressamente vedado que comece a vigorar em momento anterior.
As relações econômicas entre os cônjuges e entre estes terceiros no casamento se submetem a três princípios básicos: (a) Imutabilidade ou irrevogabilidade; (b) Variedades de regimes; (c) livre estipulação.
– Da imutabilidade absoluta à mutabilidade motivada
O regime de bens, em princípio é irrevogável, só podendo ser alterado mediante características excepcionais. Sendo de faculdade dos nubentes modificarem o pacto que regulamentará a esfera patrimonial dos cônjuges. Contudo, uma vez celebrado o casamento, torna-se imutável, sendo na vigência do código de 1916 uma característica absoluta.
Com o advento da codificação atual, porém, tal característica que se vincula a imutabilidade absoluta fora afastada, sendo passível de modificação mediante autorização judicial em pedido motivado por ambos os cônjuges – Art. 1639 §2º, CC.
Para que será possível modificar tal regime, é necessário que se tenha especial atenção a quatro princípios basilares:
Pedido formado por ambos os cônjuges
Autorização judicial;
Razões relevantes;
Direitos de terceiros ressalvados
Para isso, em respeito ao tópico “a”, sobrevinda a recusa de um dos cônjuges no que tange a autorização para o pleito modificativo, obstado estará o procedimento, uma vez que esta negativa não poderá ser objeto de suprimento judicial
Neste cenário, enquanto o código civil de 1916 regulamentava a imutabilidade absoluta, o código de 2002 regula a mutabilidade motivada, situação em que será possível alterar o regime de bens, desde que se reste comprovado o preenchimento dos requisitos.
Nesse sentido o Enunciado 262 da III Jornada de Direito Civil realizada pelo Conselho da Justiça Federal: “A obrigatoriedade da separação de bens, nas hipóteses previstas no art. 1.641, I e III, do Código Civil não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs”.
Tal inalterabilidade, por sua vez, ocorria com fundamento em três razões principais, quais sejam: 
O contrato de casamento, que era concebido como um pacto de família, inalterável por vontade dos cônjuges;
Evitar que a influência exercida por um dos cônjuges reverta-se em benefícios em seu nome;
Defesa dos interesses de terceiros
Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal abriu a possibilidade de amenizar o princípio da imutabilidade do regime legal do casamento, ao proclamar que “no regime da separação legal de bens comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”.
Tal súmula, por sua vez, consagra o esforço comum do casal durante a vigência do casamento. Fato este que não basta no caso de separação convencional, uma vez que além dos outros termos, necessário que se unam em empreendimento estranho ao casamento, como autênticos sócios.
Do presente dispositivo, é possível identificar fatores importantes, quais sejam:
Haverá necessidade de instauração de procedimento judicial para realizar a alteração;
O procedimento será de jurisdição voluntária, uma vez que se trata de pedido conjunto, não havendo litígio a ser resolvido pelo magistrado;
Bem como antes explicitado, o pedido deverá contar com motivação, a fim de que o magistrado determine a razoabilidade do pleito;
A mudança ocorrerá mediante sentença e esta, por sua vez, deverá respeitar os direitos dos terceiros, razão pela qual é comum a publicação de edital, impondo ao procedimento ampla publicidade;
– Variedade de regimes
O Código Civil vigente dispõe sobre a possibilidade de os nubentes escolherem um dentre as quatro modalidades vigentes, bem como formar regime misto, com estipulações próprias, desde que não figure de forma contrária às disposições legais.
– Livre Estipulação
Podem os cônjuges entre si, atuarem de modo a definir, quantos a seus bens, o que lhes aprouver, na forma do art.1639, CC, cabendo a estes a melhor escolha no que tange ao regime de bens, em que se exige a redução a termo da escolha no caso da opção pela comunhão parcial e, em qualquer um dos casos dos demais métodos, pacto antenupcial por escritura pública. 
O pacto antenupcial é, portanto, facultativo. Somente se tornará necessário se os nubentes quiserem adotar regime matrimonial diverso do legal. Os que preferirem o regime legal não precisarão estipulá-lo, pois sua falta revela que aceitaram o regime da comunhão parcial. Presume-se que o escolheram, pois caso contrário teriam feito pacto antenupcial.
Todavia, é um imperativo legal a determinação do art. 1641, CC, uma vez que a lei define obrigatoriamente qual o regime fixado nos casos do dispositivo retro mencionado. Ademais, cumpre salientar que tal autonomia de vontades é de ordem relativa, tendo em vista que é expressamente vedada a convenção que seja colidente com impedimento legal.
Administração e disponibilidade dos bens
A sociedade conjugal é composta pela união de pessoas e estas, por sua vez, tem o dever de atuar de modo a garantir a subsistência daquele grupo formador. Neste contexto, a entidade conjugal será responsável pelo sustento da família, não mais somente o marido, uma vez que a denominação de pater famílias não mais vigora em nossa normatização. Não há, portanto, submissão de um cônjuge em detrimento do outro.
Nesta esteira, ao verificar a entidade conjugal, é determinável que esta terá seus anseios formados a partir da proclamação mútua de vontades, em que a lei passará a dispor sobre quais as situações concretas em que os cônjuges poderão atuar sem a outorga marital ou uxória. – Art. 1642 e 1647, CC.
A administração dos bens conjugais, neste contexto, será objeto de vedações legislativas, na medida em que a lei determina a necessidade, em determinados casos, da outorga para que o ato seja plenamente válido. É o que determina o Art. 1647, CC ao abordar os atos que dependem da autorização do outro cônjuge.
Dada a necessidade de outorga nos casos do mencionado dispositivo, poderá o magistrado suprir a anuência sem que a ação denegatória de um dos cônjuges não for fundada em justo motivo.
Note que o art. 1649, CC ao abordar a dinâmica da falta de concordância quando lhe era exigível para a execução do ato, o dispositivo não determina que seja nula a ação, mas sim objeto de pleito anulatório,sendo necessário que o cônjuge não outorgante ingresse com a referida demanda a fim de anular o ato. 
O art. 1643, CC traz as situações fáticas em que é permitido ao cônjuge atuar de modo individual, isto é, sem que seja necessário a outorga do par conjugal.
Contudo, ainda que seja objeto de tutela específica a administração dos bens da sociedade conjugal, em determinadas hipóteses para solucionar problemáticas advindas da impossibilidade conferida a um deles na administração dos bens que lhe incumbe por força do regime matrimonial adotado. É o que assevera os art. 1570/1571 CC, determinando condições especiais para a administração exclusiva dos bens, senão vejamos:
“Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens”
Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro:
 I - gerir os bens comuns e os do consorte; 
II - alienar os bens móveis comuns; 
III - alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial”.
Cumpre uma ressalva no que tange ao dispositivo retro, uma vez que os bem imóveis comuns e os móveis e imóveis do outro cônjuge somente poderão ser alienados com prévia autorização judicial.
O cônjuge administrados dos bens do casal, bem como dos exclusivos daquele que por fato superveniente está impedido da administração passa a figurar como responsável pelos bens, sendo classificado de três maneiras distintas:
Como usufrutuário, se o rendimento for comum;
Como procurador, se tiver mandado expresso ou tácito par administrar;
Como depositário, se não for usufrutuário nem administrador.
Autorização Conjugal
A outorga conjugal pode ser conceituada como a manifestação do consentimento de um dos cônjuges ao outro, para a prática de determinados atos atrelados aos bens da sociedade conjugal, sob pena de invalidade. Neste cenário, o código civil determina alguns casos específicos que se faz necessária a autorização, ressalvada a hipótese do regime de separação absoluta, conforme assevera o art. 1647, CC.
Não poderá:
Alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis – Esta se esculpe somente pela falta de legitimação, pois a outorga superveniente autoriza o ato praticado, revestindo-o de legalidade. A autorização do consorte é necessária ainda que os bens imóveis sejam particulares do cônjuge, nos regimes de comunhão universal e parcial, podendo ser objeto de dispensa mediante pacto antenupcial no caso da participação final nos aquestos;
Pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos – Trata-se da formação de um litisconsórcio necessário, independente do pólo o qual figurem, uma vez que a demanda judicial poderá acarretar na perda da propriedade imóvel. Tal exigência também se faz presente no onde torna necessária a participação de ambos os cônjuges em ações que versem sobre direitos reais imobiliários.
Fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns ou dos que possam integrar futura meação – Tal proibição aplica-se aos bens móveis. 
Prestar fiança ou aval – A vedação visa o não comprometimento dos bens da entidade conjugal, em nome de dívida de terceiro. Se destes atos não sobrevier a anulação, poderá o cônjuge não anuente oferecer embargos de terceiro, sob o fundamento de excluir sua meação em eventual penhora que possa recair sob o patrimônio do casal, uma vez que somente haverá solidariedade nos débitos existentes nas relações previstas pelo art.1643, CC
Ademais, se a anuência de um dos cônjuges não ocorrer de forma justificada, o magistrado poderá suprir a outorga conjugal, conforme bem ilustra o art. 1648, CC.
A ação praticada sem a autorização por um dos cônjuges será anulável, na medida em que aquele que não anuiu poderá ingressar em juízo, desde que respeitado o prazo decadencial de até dois anos, contados a partir do fim da sociedade conjugal, para ingressar com ação anulatória e, caso não venha a demandar dentro do lapso estabelecido, convalescido estará o negócio jurídico.
Há de ressaltar ainda que a legitimidade também será objeto de direito sucessório, uma vez que dada a morte do cônjuge prejudicado, a demanda poderá ser proposta por seus herdeiros que supostamente foram prejudicados pela pratica do ato.
Pacto Antenupcial – art. 1653, CC/02
Consiste em um negócio jurídico solene, uma vez que exige que seja feito em escritura pública, por meio do qual as partes escolhem o regime de bens que lhes aprouver, segundo o princípio da autonomia privada. Os nubentes podem, sempre que quiserem, conciliar regras de regimes diversos, adotando regime misto, também denominado de híbrido.
Tal modalidade adotada deve ser verificada em especial pelo legislador, uma vez que possui a qualidade de interferir diretamente no direito sucessório do cônjuge, na forma do art. 1829, I, CC/02.
Poderá o pacto antenupcial ser realizado por menor, contudo, deverá este ser ratificado por seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de separação de bens.
Se do pacto sobrevier cláusula contrária à disposição normativa cogente ou de ordem pública, esta será absolutamente nula.
No que tange ao regime de participação final nos aquestos, poderão, em consonância com o art.1656, CC, convencionar sobre a livre disposição dos imóveis, desde que particulares, dispensado a vênia conjugal.
Dos regimes de bens
– O regime legal supletivo
O regime supletivo previsto na normatização brasileira, até a entrada em vigor da Lei do Divórcio – Lei n. 6515/1977 – era o da comunhão universal de bens. Contudo, com o advento da referida lei, o regime subsidiário consagrado passa a ser o da comunhão parcial de bens, conforme ilustra o art. 1640, CC/02
“Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial”.
O regime subsidiário ocorrerá sempre que ausente o pacto antenupcial, bem como da invalidade ou ineficácia deste. Para isso, a comunhão parcial de bens se monta de modo a unificar os bens aferidos na constância do casamento, seja pelo esforço de ambos ou só de um deles, fazendo destes bens patrimônio comum do casal. Enquanto aqueles cuja propriedade antecede ao matrimônio não estão disponíveis para a partilha no caso de dissolução.
A comunhão universal, por sua vez, antigo regime legal vigente, pugna pela união total dos bens, independente do tempo a que foram adquiridos, transformando em monte partilhável o patrimônio anterior ao casamento, como também aquele fruto da constância do matrimônio.
5.2 – Regime Legal Obrigatório
O regime legal obrigatório versa sobre situações específicas em que a legislador passa a restringir a autonomia dos cônjuges na escolha do regime de bens mais adequado, conforme o art. 1641, CC/02.
Tal dispositivo, no entanto, tem recebido diversas críticas doutrinárias, uma vez que infere princípio constitucional da isonomia, ferindo-o. É cediço ser a idade mero fator numeral, na medida em que em nada se vincula com a capacidade, situação a qual não poderia o legislador definir exclusivamente uma espécie de regime para estes, sendo ao maior de 70 anos impossível a alteração do regime de bens, fato que pode ocorrer se contextualizarmos os outros dois incisos.
5.3 – Comunhão Parcial de Bens
Consiste no regime de bens mais difundido em nossa sociedade, uma vez que ocorre nos casos em que os casais não cuidam por estabelecer, mediante pacto antenupcial, o regime matrimonial que regulamentará seus bens, incidindo para tanto a característica supletiva deste.
Conceito: Podemos definir como sendo o regime matrimonial em que há, via de regra, comunicabilidade dos bens adquiridos na constância do casamento, adquiridos a título oneroso por um ou ambos, preservando o patrimôniopessoal e exclusivo de cada daqueles bens que a propriedade antecederam o casamento, bem como aqueles recebidos a título gratuito a qualquer tempo. O que for adquirido na constância onerosamente será alvo de partilha no momento da partilha de bens, somente isto. É o que determina o Art.1658, CC/02
Art. 1.658. “No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes”
Neste sentido, os arts. 1659 e 1661, ambos do código civil determinam os bens excluídos da comunhão, enquanto o art.1660, CC determina quais bens são objeto de comunhão.
Da administração
A administração dos bens deverá ser regulamentada pelas características genéricas dispostas anteriormente. Note, ainda, que os bens comuns respondem pelas obrigações contraídas por qualquer dos cônjuges em débitos provenientes para atender encargos de famílias, decorrentes da administração ou de imposição legal, na forma do art. 1664, CC/02.
O bem denominado por particular, ainda que na ocorrência do matrimônio será objeto de administração do cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto antenupcial.
5.4 – Comunhão Universal de Bens
Espécie de regime o qual os bens tendem a unicidade patrimonial, isto é, o patrimônio anterior dos cônjuges funde-se, havendo comunicabilidade de bens havidos no curso do casamento, bem como das obrigações:
“Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte”
Os bens excluídos da comunhão universal estão previstos pelo art. 1668 e quanto à administração, o legislador optou por fazer uma remissão às características da comunhão parcial. Art. 1670 c/c 1663/1666, CC
	Da extinção da comunhão, na forma do art. 1671, CC/02, surge a necessidade de se verificar o saldo entre a divisão do ativo e passivo, momento pelo qual é necessário atuar de modo a respeitar os interesses dos terceiros, uma vez que o negócio jurídico pelos cônjuges praticados se mantém ativos, na medida em que o patrimônio comum garantem as dívidas contraídas.
5.5 Separação Convencional de bens
Os cônjuges tem por principal interesse, mediante assinatura de pacto antenupcial, resguardar a exclusividade e a administração de seu patrimônio pessoal. Por esse motivo, a doutrina define tal estilo segundo a premissa da incomunicabilidade de bens dos cônjuges, anteriores e posteriores ao casamento, vide art. 1687, CC.
“Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real
Neste cenário, presente estará a necessidade da expressa manifestação das partes, existindo inequívoca independência patrimonial, evidenciada pela capacidade de livre alienação, administração e gravar com ônus real determinado bem, exclui-se, para tanto, capacidade para futura meação.
Contudo, cumpre ressaltar que desde que demonstrado a existência de colaboração para a compra de determinado bem, é possível exigir o correspondente a indenização ou até mesmo divisão proporcional, haja vista a vedação do enriquecimento ilícito.
Administração Cada cônjuge deverá arcar com as despesas que contraiu, ressalvada a hipótese de benefício mútuo do casal em que, via de regra, são assumidas solidariamente.
OBS: A SÚMULA 377, STF NÃO SE APLICA A SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS, UMA VEZ QUE INCOMUNICABILIDADE SOBREVEIO DO CONSENSO DO CASAL.
5.6 Participação final dos aquestos
Em suma, consiste tal regime como um regime misto ou híbrido, uma vez que une características de separação como a de comunhão parcial de bens. Ocorre que nesta modalidade é possível determinar a comunicabilidade dos bens em dois momentos distintos, quais sejam:
Durante o casamento os cônjuges possuem um patrimônio e administração exclusiva de seus bens, esculpindo a relação como se a separação fosse o regime escolhido;
Da dissolução do casamento surge o direito de meação sobre os bens aquestos onerosamente adquiridos pelo casal, sendo requerida a comprovação de esforço mútuo para adquirirem o bem
DIREITO DE MEAÇÃO
Neste sentido, dispõe o excerto legal:
“Art. 1.672. No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento”.
A primeira parte grifada faz menção a independência patrimonial na constância do casamento, enquanto a segunda aborda a dinâmica do surgimento do direito de meação no que tange aos bens adquiridos na constância do casamento.
Na comunhão parcial, comunicam-se, em regra geral, os bens que sobrevierem ao casamento, adquiridos por um ou ambos os cônjuges, a título oneroso. Já na participação final, a comunicabilidade refere-se apenas ao patrimônio adquirido onerosamente pelo próprio casal. (ex.: a casa de praia adquirida pelo esforço econômico conjunto do marido e da esposa).
Característica importante se relaciona com a vênia conjugal, vez que mesmo na independência de administração, deve o cônjuge, sempre que executar atos inerentes ao art. 1647, CC, colher a outorga conjugal, ressalvada a hipótese de previsão em contrário em pacto antenupcial, momento o qual se convenciona a dispensa da autorização no que tange à disposição de bens imóveis, desde que particulares, conforme dispõe o art. 1656, CC:
“Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares”.
Dívidas: As dívidas inerentes aos bens particulares de um dos cônjuges não integrarão os aquestos, assim como ocorre com o bem propriamente dito. Entretanto, ao verificarmos a presença de determinada dívida surgida na constância do casamento, somente aquele que contraiu deverá por ela responder, ressalvada a hipótese de o proveito dela proveniente ter sido revertido, ainda que parcialmente, a ambos.
Ainda neste tópico cumpre salientar o caso em que um dos cônjuges paga dívida do outro com bens de seu próprio patrimônio, tem o direito à meação do outro cônjuge, abatendo o valor proporcional.

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