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A linguagem escrita e falada no meio social

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INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo mostrar a relação entre as formas de linguagem oral e escrita e a importância de ambas na vida do ser humano. Buscando melhor entender a ligação entre estas duas formas de linguagem serão apresentadas, a partir de estudos teóricos, a maneira em que elas influenciam o cotidiano do ser humano, e a forma que uma está intrinsecamente relacionada à outra. 
Tendo início com um breve estudo da evolução humana, especialmente, da sua forma de comunicação, desde os tempos da Pré-História, até chegarmos aos dias atuais, onde temos consciência da importância e do papel destas duas linguagens em nosso cotidiano, este estudo buscará, também, mostrar a relação entre as linguagens escrita e oral com a vida em sociedade.
1 - BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA NA SOCIEDADE.
Desde a Pré-História, o ser humano tem a necessidade de comunicar-se para poder conviver com os demais em seu meio. A principio, comunicando-se através de gestos, sons e desenhos feitos em pedras e cavernas, os humanos foram aprimorando suas formas de comunicação com os demais da mesma espécie, além de deixar registradas (através dos desenhos rupestres) suas histórias e rituais. 
No Período Neolítico, os seres humanos começaram a fixar-se em algumas regiões, nas quais começaram a ter contato com outros seres da espécie, havendo, assim, troca de alimentos e objetos. Surgindo, desta forma, a necessidade de ampliar cada vez mais as formas de comunicação, para facilitar a troca não apenas de bens de consumo, mas também de experiências. 
Foi na Antiguidade, com o aparecimento das civilizações ao redor de várias partes do planeta, que surgiu o encontro entre duas ou mais etnias e consequentemente, a necessidade de comunicação de umas com as outras. É também nesta fase que surgem maiores divisões entre as tarefas e consequentemente, a necessidade de estabelecer regras e leis para as populações, dando origem ao Estado e uma nova organização de vida em sociedade. 
Percebe-se, desta forma, que os modos de organização e vivência em sociedade evoluíram junto à comunicação. A princípio, emitindo sons, gesticulando e desenhando para junto ao desenvolvimento da vida em sociedade, chegar aos vários idiomas falados, e suas formas escritas, que hoje temos conhecimento de serem tantas e tão ricas, ao redor do mundo. 
Como já afirmado anteriormente, o presente artigo tem como propósito, melhor entender esta relação entre a aprendizagem das linguagens falada e escrita, e também a relação direta que uma tem com a outra, não esquecendo, porém, que ambas são formas distintas que os seres humanos utilizam para se comunicar e viver em sociedade.
2 - A LINGUAGEM ESCRITA E FALADA NO MEIO SOCIAL
	Tanto a linguagem falada quanto a escrita encontram-se presentes o tempo todo em nosso cotidiano e são essenciais para a vida em sociedade. Na linguagem escrita, espera-se que o receptor da mensagem compreenda, de forma efetiva, o que o emissor da mesma deseja dizer. E na linguagem falada, além de esperar que o receptor compreenda a mensagem a ser passada, dá-lhe também a chance de responder, ou indagar a informação recebida. 
Não podemos deixar de ressaltar que, na linguagem falada, existem outros meios de expressar ou enfatizar o que é dito, como por exemplo, através dos gestos, do tom de fala e da postura. Devemos também enfatizar que, apesar de a linguagem falada ser a mais utilizada em nosso dia a dia, ambas as formas de linguagem são imprescindíveis para a vida em sociedade. 
Basta observar nossa vida diária desde que acordamos até o final do dia para constatar que falamos com nossos familiares, amigos ou desconhecidos, contamos histórias, piadas, telefonamos, comentamos notícias, fofocamos, cantamos e, eventualmente, organizamos listas de compras, escrevemos bilhetes e cartas, fazemos anotações, redigimos atas de reuniões de condomínio, preenchemos formulários e assim por diante. Portanto, mesmo vivendo numa sociedade em que a escrita entrou de forma bastante generalizada, continuamos falando mais do que escrevendo. (Marcuschi e Dionísio, 2007, p.13 e 14).
	Ao pensarmos na linguagem escrita nos dias atuais, devemos considerar também os meios virtuais de comunicação, pois, apesar de ao utilizarmos a linguagem escrita não darmos ao receptor a oportunidade de interferir diretamente na informação a ser transmitida (ainda que, na grande maioria das vezes o emissor da mensagem busque ajustar e reajustar sua escrita, de forma que possibilite um maior esclarecimento da informação a ser passada ao leitor), graças aos meios virtuais de comunicação, a pessoa quem recebe a mensagem a ser passada, também tem a oportunidade de dar sua opinião sobre o assunto a ser tratado, exigindo ou não, uma resposta de quem emitiu a informação. Além disso, ao passarmos uma mensagem utilizando a linguagem escrita (como em mensagens de texto, por exemplo), o receptor não tem a oportunidade de verificar outros não recursos, considerados por alguns autores como extralinguísticos, como por exemplo, o tom da fala, expressões faciais e nossa postura. Ainda assim, não devemos nos confundir e achar que uma forma de linguagem seja melhor ou mais importante que a outra. Tanto a linguagem escrita quanto a falada exercem papéis fundamentais no meio social e não devem ser pensadas como uma sendo mais eficaz que a outra. 
“Ambas têm um papel importante a cumprir e não competem. Cada uma tem sua arena preferencial, nem sempre fácil de distinguir, pois são atividades discursivas complementares. Em suma, oralidade e escrita não estão em competição. Cada uma tem sua história e seu papel na sociedade”. (Marcuschi e Dionísio, 2007, p.15).
Devemos, porém, ressaltar que, apesar de as duas formas de linguagem serem extremamente importantes para a vida em sociedade, ambas tem características próprias, que devem ser consideradas.
“Embora nas duas o sistema lingüístico seja o mesmo para a construção das frases, "as regras de sua efetivação, bem como os meios empregados, são diversos e específicos, o que acaba por evidenciar produtos diferenciados." (Marcuschi, 1986, p.62 in: Fávero, Andrade e Aquino, 2000, p.9).
Vários pesquisadores vêm estudando a relação entre a linguagem oral e escrita. Mais precisamente, no Brasil, eles passaram a ter maior enfoque somente a partir da década de 1980. E muitos autores chegam a diferenciar a linguagem escrita da falada como sendo consideradas, respectivamente, uma “estrutura complexa, formal e abstrata” e uma “estrutura simples ou desestruturada, informal, concreta e dependente do contexto” (Andrade e Aquino, 2000, p.9).
“(...) Quem trabalhava o texto falado raramente analisava o texto escrito, o mesmo acontecendo com quem se dedica à analise do texto escrito. Havia uma espécie de ignorância mútua, mas o pior é que grande parte das observações feitas sobre a fala eram em geral fundadas nas normas que a gramática da escrita codificou. Isso é um equívoco porque se passa a analisar a fala pela lente da escrita. (Marcuschi e Dionísio 2007, p.24 e 25).
Nos dias de hoje, temos consciência de que ambas as formas de linguagem estão interligadas que, para que se torne possível um progresso na forma de um indivíduo se expressar, ele deve buscar se aprimorar tanto na forma de linguagem escrita, quanto na oral.
Devemos considerar, porém, que todos os idiomas apresentam variações linguísticas, especialmente devido à questão das regionalidades. No Brasil, por exemplo, fala-se o português em todo o território nacional, mas existem grandes diferenças na forma de utilizar a linguagem falada, variando de acordo com a região do país. Como a maneira de soletrar o alfabeto, por exemplo, onde em certas regiões (como norte e nordeste) determinadas letras são pronunciadas de uma forma, enquanto em outras (como no sul e sudeste) de outra. Por outro lado, a linguagem escrita não apresenta diferenças tão grandes quanto a falada. As normas gramaticais padrão são as mesmas em todo o país, fazendo com queas variações na forma escrita, sejam mínimas.
“(...) os usos da língua são variados, ricos e podem ser muito criativos. Isso não equivale, no entanto, a defender um vale-tudo, pois a variação tem um limite que não pode ser ignorado. Mesmo quando tomada como um conjunto de práticas discursivas, a língua constitui-se de um sistema de regras que lhe subjaz e deve ser obedecido. Do contrário, as pessoas não se entenderiam. Se cada um pudesse fazer o que quisesse e construísse os textos a seu bel-prazer, isso não daria certo porque não propiciaria a interação entre os interlocutores. Existem, portanto, regras a serem observadas tanto na fala como na escrita, mas essas regras são bastante elásticas e não impedem a criatividade e a liberdade na ação lingüística das pessoas. A língua tem um vocabulário, uma gramática e certas normas que devem ser observadas na produção dos gêneros textuais de acordo com as normas sociais e necessidades cognitivas adequadas à situação concreta e aos interlocutores.” (Marcuschi e Dionísio, 2007, p.16).
Biscoito ou bolacha; calçada ou passeio; grafite ou lapiseira; ponta de grafite ou grafite; mexerica ou tangerina, dentre tantas outras palavras e termos utilizados em nosso país que significam a mesma coisa, porém, são representados de formas diferentes de acordo com a região onde o falante ou transmissor da mensagem escrita se encontre, deixando de haver, muitas vezes, uma maneira ou palavra única para caracterizar algum objeto ou alguma ação. Mas vale mais uma vez ressaltar que, apesar desta riqueza de vocabulário e linguagem falada, as regras gramaticais são as mesmas, em todas as regiões do país.
3 – A relação entre as linguagens falada e escrita.
	Sendo desenvolvida a partir de contato com demais pessoas e com o meio onde vivemos, a língua falada começa a ser estimulada na infância do ser humano e continua sendo, ao longo de sua vida. Tendo desta forma como base a contato com demais pessoas em nossos diferentes ciclos de convivência (casa, escola, praças, trabalho, etc.), aprendemos a linguagem falada antes da linguagem escrita e como já foi aqui observado, ela conta com meios extralinguísticos que costumamos utilizar ao nos comunicarmos (como nossos gestos, tom de voz, postura, maneira de olhar, entre outros).
	Desta forma, observa-se que o ensino da linguagem oral cabe à todos os meios onde uma pessoa tenha convívio, não apenas à escola, ou ao círculo familiar. A aprendizagem e domínio desta linguagem se devem ao contato com outros seres humanos, tendo a escola, como função, mostrar aos discentes os diferentes níveis de linguagem.
“Quanto à escola, não se trata obviamente de "ensinar a fala", mas de mostrar aos alunos a grande variedade de usos da fala, dando lhes a consciência de que a língua não é homogênea, monolítica, trabalhando com eles os diferentes níveis (do mais coloquial ao mais formal) das duas modalidades - escrita e falada -, isto é, procurando torná-los ‘poliglotas dentro de sua própria língua’” (Bechara, 1985. In: Févero, Andrade e Aquino, 2000, p.12).
Desta forma, percebe-se que a escola tem o papel auxiliar os discentes no processo de apropriação e aprimoramento das linguagens falada e escrita de sua língua materna, fazendo com que estes saibam quando e qual tipo de linguagem (coloquial ou formal) empregar em determinado contexto/situação.
Quanto à escola, não se trata obviamente de "ensinar a fala", mas de mostrar aos alunos a grande variedade de usos da fala, dandolhes a consciência de que a língua não é homogênea, monolítica, trabalhando com eles os diferentes níveis (do mais coloquial ao mais formal) das duas modalidades - escrita e falada -, isto é, procurando torná-los "poliglotas dentro de sua própria língua" (Bechara, 1985 in: Fávero, Andrade e Aquino,2000, p.19).
Apesar do contato com a linguagem falada desde o inicio de nossas vidas, e para que possamos aprender a linguagem escrita, precisamos de já ter um contato prévio com a falada, nos dias de hoje temos consciência de que não se pode isolar a aprendizagem de uma à da outra. A relação de ensino-aprendizagem de ambas as linguagens deve ser vista de forma inseparável, onde uma deve ser diretamente relacionada à outra. Favero e Andrade ainda apontam que:
vem-se criando a consciência de que a oralidade tem um papel no ensino de língua e, nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais afirmam que: "a questão não é falar certo ou errado e sim saber que forma de fala utilizar, considerando as caracteristicas do contexto de comunicação, ou seja, saber saber adequar o registro às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatóriamente o que falar e como faze-lo, considerando a quem e por que se diz determinada coisa" (2000, p.12)
De extrema importância para que o ser humano consiga se comunicar, a linguagem falada torna-se um meio através do qual o ser humano expressa sua forma de pensar, seus desejos, sentimentos, suas conclusões a respeito de determinado assunto, fatos por ele vivenciados, dentre outros. Além disso, saber expressar-se bem verbalmente é uma qualidade necessária para que se possa ser bem sucedido não apenas nos meios acadêmico e profissional, mas em todos os ciclos de convivência do mundo atual. 
 “Além disso, a criança, o jovem ou o adulto já sabe falar com propriedade e eficiência comunicativa sua língua materna quando entra na escola, e sua fala influencia a escrita, sobretudo no período inicial da alfabetização, já que a fala tem modos próprios de organizar, desenvolver e manter as atividades discursivas. Esse aspecto é importante e permite entender um pouco mais as relações sistemáticas entre oralidade e escrita e suas inegáveis influências mútuas.” (Marcuschi e Dionísio, 2007, p.15).
	Quanto maior domínio um indivíduo tem da linguagem falada, melhor e maior domínio terá da escrita, pois, caso contrário, não seria possível que uma pessoa pudesse escrever de forma clara e concisa, menos ainda, que redigisse grandes textos e nem teria bom domínio da gramatical, ao utilizar da forma escrita. E embora tenha a questão da influencia do meio na linguagem falada, como o exemplo da regionalidades visto anteriormente, a gramática é única em um idioma, pois não faria sentido, por exemplo, termos uma gramática ara cada região brasileira. Como observam Marcuschi e Dionísio:
 “Em contrapartida, como não é viável propor uma gramática normativa para a fala com pronúncia, léxico e formas únicas de norte a sul, já que isso levaria à proibição de as pessoas falarem como falam, ela ficou sempre submetida à diversidade de usos. Assim, se na escrita as diferenças são estilísticas, na fala elas não são. A fala não pode ser normatizada por algum conjunto de regras gerais como no caso da escrita. Não obstante isso, é interessante que a relação entre fala e escrita não passa pelas variações de natureza regional nem pelas variações dialetais. Também não diz respeito às variações sociolingüísticas, pois também temos literatura regional. Contudo, pode-se dizer que existem certas diferenças entre fala e escrita que se acentuam ou diminuem em função das relações dialetais.” (2007, p.19-20). 
Os dois tipos de linguagem aqui apresentados possuem características próprias, apesar de fazer uso de um mesmo sistema linguístico. O domínio das formas da linguagem escrita estará ligado ao domínio que a pessoa tenha da linguagem oral, tanto na maneira coloquial, quando na formal de se comunicar. Ao estudarmos estas duas formas de linguagem não podemos pensar em uma separadamente da outra, mas sim, nas formas em que elas se complementam.
Mesmo tendo contato primeiramente com a linguagem falada antes da escrita, deve-se aqui ressaltar que, uma forma de linguagem não é mais importante do que a outra e deve-se também novamente evidenciar que, para que se possa melhor utilizar uma, é necessário buscar também melhor domínio sobre a outra. Como afirmam Marchuschi e Dionisio:
“(...) não se pode afirmar que a fala é superior à escrita ou vice-versa. Em primeiro lugar,deve-se ter em mente o aspecto que se está comparando e, em segundo, deve-se considerar que essa relação não é nem homogênea nem constante. A própria escrita tem tido uma avaliação variada ao longo da história e nos diversos povos. Existem sociedades que valorizam mais a fala, e outras que valorizam mais a escrita. A única afirmação correta é que a fala veio antes da escrita. Nem por isso, como ainda veremos, a escrita é simplesmente derivada da fala. Portanto, do ponto de vista cronológico, como já observou detidamente Street (1995), a fala tem precedência ou supremacia sobre a escrita, mas, do ponto de vista do prestígio social, a escrita tem uma supremacia sobre a fala na maioria das sociedades contemporâneas. Não se trata, porém, de algum critério intrínseco nem de parâmetros lingüísticos, e sim de postura ideológica. São valores que podem variar entre sociedades, grupos sociais e ao longo da história.” (2007, p.19-20).
Desta forma, podemos dizer que não podemos dividi-las ou classificá-las separadamente da outra. A errônea ideia de que a escrita deve ser considerada como uma linguagem planejada seja ela com ou sem um contexto previamente definido e de que a oralidade deve ser vista como uma linguagem contextual, e sem planejamento, onde a pessoa a utiliza de forma momentânea, ainda são, infelizmente, consideradas por vários autores. Deve-se ter muito cuidado ao buscar adjetivos que diferenciem características de um tipo de linguagem com a outra. No quadro a seguir, que tem o título de “Dicotomia Perigosa”, Dionisio e Marchuschi apontam conceitos de ambas as formas de linguagem, ressaltando que se deve ter mito cuidado com relação aos conceitos nele apresentados.
QUADRO 1
	FALA
	ESRITA
	contextualizada 
implícita
 concreta
 redundante
 não-planejada
 imprecise
 fragmentária
	Descontextualizada
 explícita
 abstrata
 condensada
 planejada
 precisa
 integrada
(2007, p. 28).
As divisões neste quadro apresentadas, não são baseadas em condições vivenciadas no cotidiano do uso das linguagens, mas sim em ideologia formais, não sendo aplicadas em nosso cotidiano. Elas apenas servem para que alguns autores possam apresentar, de alguma forma, uma diferença entre os dois tipos de linguagens. O uso do idioma depende do contexto, e tanto textos orais quanto escrito dependem de planejamento, mesmo que de formas diferentes. Além disto, toda informação passada, seja oralmente, seja pela escrita, depende não apenas de quem a escreve/diz, mas também da maneira que o outro (seja ele ouvinte ou leitor) a interpreta.
A FALA E A ESCRITA NA CONTEMPORANEIDADE
A fala e a maneira a qual verbalizamos o idioma falado, através da qual expressar nossas opiniões, responder à situações, debater sobre fatos. Ao ser utilizada, os aspectos socioculturais devem ser considerados, pois, como aqui já foi observado, o meio onde a pessoa vive influenciará, diretamente, seu dialeto. 
Atualmente, vivemos num mundo globalizado, onde há a necessidade de comunicarmos de maneira padronizada, mesmo que haja algumas variações na linguagem falada. Devemos utilizá-la de for que, quem recebe a mensagem passada a compreenda da forma mais clara possível. 
Já a escrita, é uma forma de comunicação manifestada a partir do uso de palavras, considerando as regras gramaticais. A linguagem escrita é considerada por muitos como um meio facilitador de comunicação da sociedade é essencial na vida do homem moderno. 
Sendo utilizada nos mais diferentes tipos de contexto, a linguagem escrita é de suma importância em nossas vidas. Seja para fazer listas de comprar, para registrar um fato ou uma história, para que possamos nos comunicar com alguém por meio de cartas, ou redes sociais; dentre inúmeros outros contextos, a escrita, assim como a fala está presente em nosso da a dia. Precisando ou não de um receptor, ao fazermos uso da linguagem escrita devemos nos preocupar em fazer uso da comunicação de forma clara para que esta seja bem compreendida. 
Devida aos variados meios tecnológicos aos quais temos acesso nos dias de hoje, a distância entre as pessoas acaba sendo “reduzida”, tendo a possibilidade de duas ou mais pessoas interagir em tempo real com outra/s que estejam em outra cidade, estado ou país e mesmo tendo recursos audiovisuais que nos possibilitem este tipo de interação, a escrita continua exercendo papel fundamental em nosso cotidiano, inclusive, neste quadro de “redução de distância”. Podemos nos conectar a qualquer momento, com qualquer pessoa, e utilizar ferramentas (como telefones celulares, tablets, computadores, entre outros; com seus recursos de mensagens de vídeo, texto, áudio e voz).
CONCLUSÕES FINAIS
A partir do presente trabalho, podemos observar que, quanto maior e mais cedo forem os estímulos à linguagem falada de uma pessoa, melhor será sua capacidade de expressar-se, por meio da linguagem falada e maior facilidade e domínio que ela terá sobre a linguagem escrita, ao ser alfabetizada e posteriormente, ao longo de sua vida.
Percebe-se, assim, que o ser humano, por ser um ser social tem a necessidade de interagir com os demais da mesma espécie. Percebe-se também que o ato de se expressar, é característico do ser humano, sendo uma qualidade inata da espécie. Desta forma, o uso das linguagens falada e escrita é uma base fundamental e característica da vida no meio social, que foi evoluindo junto ao ser humano e a própria sociedade em si.
REFERÊNCIAS:
ROJO, Roxane. As relações entre fala e escrita: mitos e perspectivas - caderno do professor- Belo Horizonte: Ceale, 2006. (Coleção Alfabetização e Letramento).
MARCUSCHI, Luiz e DIONISIO, Angela Paiva. Fala e escrita. 1ª ed., 1ª reimp. — Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
DIONÍSIO, Ângela Paiva; BEZERRA, Maria Auxiliadora. O livro didático de Português: múltiplos olhares. 2 ed.Rio de Janeiro:Lucerna, 2003.
NOBRRE, Lucélia Lopes. Influência da linguagem oral na escrita. Curo de especialização em gramática e ensino da Língua Portuguesa.
FÁVERO, Leonor Lopes, ANDRADE; Maria Lúcia C. V. O. e AQUINO, Zilda, G. O. Oralidade e escrita – perspectivas para o ensino da língua materna. 2. edição - São Paulo : Cortez, 2000.
SILVA, Márcia Gleice Tracaioly da e RODRIGUES, Rosiclene Batista. FALA E ESCRITA: A IMPORTANCIA DA COMUNICAÇÃO CONTEMPORÂNEA. [online] disponível no link http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3011521 (acessado em: 23/07/2017, às 13:38h)

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