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Recursos em espécie Processo Civil 3

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Recurso em Espécie:
- Apelação:
Art. 1009 do CPC: Da sentença cabe APELAÇÃO.
 Sentença= É ato decisório que põem fim ao procedimento em primeira instância. 
*Cabimento da Apelação:
A apelação é o recurso cabível para impuganação de uma sentença. É através dela que se permite um amplo e integral reexame da causa que, tendo sido submetida a julgamento no primeiro grau de jurisdição, poderá agora ser reapreciada por órgão de segundo grau.
Além do recurso de apelação ser cabível para impugnar sentença, ele também poderá ser interposto para impuganar decisões interlucutórias não agraváveis, ou seja, a apelação também poderá ser interposta quando as decisões não comportarem o recurso de agravo de instrumento (ou seja, quando as decisões não forem interlocutórias). 
Art.1.009, § 1: "As questões resolvidas na fase deconhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação,eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões” 
*Requisitos da Apelação:
O recurso de apelação deve ser interposto por meio de petição ESCRITA, e deve ser dirigida ao Juízo de primeiro grau (aquele que se manifestou em sentença).
A apelação deve ser interposta perante o Juízo que proferiu a Sentença.
A petição de interposição da apelação deve conter:
1. Os nomes e a qualificação das partes;
2. A exposição do fato e do direito;
3. As razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
4. O pedido de nova decisão;
Uma vez interposto o recurso de apelação, o apelado deverá ser intimado. Sendo intimado o apelado, este terá o prazo de 15 dias para apresentar suas contrarrazões.
 OBS: Pode ocorrer de, conjuntamente com as contrarrazões, o apelado oferecer outrorecurso, interposto pela forma adesiva. Neste caso, o apelante será intimado pelo juiz e também terá o prazo de 15 dias para apresentar suas contrarrazões.
Após essas formalidades acima, os autos serão remetidos ao TRIBUNAL pelo JUIZ, independentemente de juizo de admissibilidade.
*Encaminhamento do recurso ao Tribunal e Recebimento pelo Relator:
Os autos são remetidos ao TRIBUNAL pelo JUIZ, independentemente de juizo de admissibilidade.
Chegando o recurso ao Tribunal, deverá imediatamente ser distribuído ao Relator (O relator é normalmente escolhido livremente através de distribuição por sorteio. Porém, existem casos em que o relator já está previamente determinado por prevenção).
Efetuada a distribuição, os autos serão imediatamente levados à conclusão do relator, que poderá DECIDI-LO MONOCRATICAMENTE ( apenas nos casos do art. 932, III a V) ou, se não for o caso de decisão monocrática, o relator devolverá os autos à Secretaria com relatório, já deixando elaborado o voto que proferirá na sessão do órgão colegiado.
*Efeitos da Apelação:
Como regra geral, o Recurso de Apelação será recebido com efeito SUSPENSIVO (suspendendo os efeitos da decisão da matéria recorrida até o seu reexame).
Excepcionalmente, porém, há casos em que a apelação será recebida sem efeito suspensivo, produzindo a sentença seus efeitos desde que publicada (isto é, tornada pública). 
Será recebida sem efeito suspensivo a sentença que:
1. homologa divisão ou demarcação de terras;
2.condena a pagar alimentos;
3. extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
4. julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
5.confirma, concede ou revoga tutela provisória;
6.decreta a interdição.
 Assim, a apelação será recebida sem efeito suspensivo nos caso em que tenha sido deferida a tutela provisória antes da sentença.
Além do efeito suspensivo, a Apelação também terá efeito DEVOLUTIVO, pois este recurso devolve ao Tribunal o conhecimento de toda matéria impugnada.
*Teoria da Causa Madura:
Para a teoria da causa madura, se o processo entiver em CONDIÇÕES de imediato julgamento, é possível que o Tribunal julgue desde logo o mérito da apelação, e o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau resultaria em desnecessária protelação do processo. 
Art 1013 § 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485 (julgamento sem resolução de mérito – Destaco que nestes casos, o juiz pode retratar-se em 5 dias);
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
OBS: No caso aonde haja a aplicação da teoria da causa madura, há a ocorrência do efeito TRANSLATIVO. 
Quando é cabível? 
Quando a causa versar somente sobre questão de direito e estiver em condições de julgamento imediato, ou seja, não necessitar de produção de outras provas além das que já constam nos autos, o juiz poderá julgar o meritum causae de imediato sem sequer citar a parte contrária.
Causa madura é aquela que chega à segunda instância, como regra, por meio do Recurso de Apelação, oriundo de sentença terminativa (sem resolução de mérito), em causas exclusivamente de direito ou que estejam completamente instruídas e prontas para julgamento. 
- Agravo de Instrumento:
*Hipóteses de Cabimento:
Antes do advento do novo código de processo civil, o CPC/15, o agravo de instrumento era o recurso cabível a toda e qualquer decisão interlocutória, contudo hoje só é impugnável por meio de agravo de instrumento a decisão interlocutória que, proferida por juízo de primeira instância, esteja elencada no rol TAXATIVO do art. 1015 do CPC.
Art.1015: Cabe AGRAVO DE INSTRUMENTO contra DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS que versem sobre:
I- Tutelas provisórias;
II- Mérito do processo;
III- Rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV- Incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V- Rejeição do pedido de gratuidade de justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação;
VI- Exibição ou posse de documento ou coisa;
VII- Exclusão de litisconsorte;
VIII- Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX- Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X- Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução;
XI- Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º
XII- Vetado;
XIII- Outros casos expressamente referifos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
*Procedimento:
O agravo de instrumento constitui exceção ao sistema recursal. Isso porque os demais recursos são interpostos perante o juízo que proferiu a decisão recorrida (juízo de primeiro graus). Já o agravo de instrumento, é dirigido diretamente ao Tribunal competente (ad quem), no prazo de 15 dias (úteis).
A petição de agravo de instrumento é dirigida diretamento ao TRIBUNAL competente, e deve conter os seguintes requisitos:
1. Nome das partes;
2. A exposição do fato e do direito;
3. As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
4. O nome e o endereço completo dos advogados constantes nos processo.
O recurso de agravo de intrumento além da petição, deve ser instruída pelo recorrente com documentos que são chamados de “peças”
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:
I – OBRIGATORIAMENTE, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravantee do agravado; (Sem essas peças o recurso de agravo de instrumento NÃO será admitido). 
II – com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
III – FACULTATIVAMENTE, com outras peças que o agravante reputar úteis.
 OBS: As peças acima mencionadas serão dispensadas caso o processo seja ELETRÔNICO. Ou seja, só há a obrigatoriedade se juntar tais peças se o processo for FÍSICO.
A petição, com todas as peças que compõem o instrumento, será protocolada no tribunal, na própria comarca, seção ou subseção judiciárias, postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por meio de fac-símile ou por outra forma prevista na lei. 
 OBS: Caso o recurso seja interposto por meio FAC-SÍMILE ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo da petição inicial. 
O recurso de agravo de instrumento vai diretamente para o Tribunal devido ter uma maior urgência. 
O recurso de agravo de instrumento é interposto sempre contra um decisão interlocutória que foi proferia pelo Juízo de primeiro grau em um processo que ainda está em andamento. O processo em regra irá continuar andando na primeira instância, enquanto o recurso de agravo de instrumento vai tramitar na segunda instância. Por isso que o recurso de agravo de instrumento não é protocolizado nos autos do processo da primeira instância,
 São formados autos diferentes, ficam os autos do processo na primeira instância e são formados os autos do recurso de agravo de instrumento com as cópias do que for necessário. 
- Agravo Interno:
Agravo Interno é o recurso cabível contra DECISÃO MONOCRÁTICA proferida no Tribunal pelo RELATOR. Trata-se de previsão que tem como objetivo permitir à parte prejudicada impugnar decisão interna do juízo de um Tribunal (juízo de segundo grau).
 OBS:Este recurso deve ser sempre julgado pelo órgão colegiado a que o relator se vincula, e em cujo nome atuou. 
O direito que a parte prejudicada tem de recorrer da decisão do relator deve ser exercido no prazo de 15 dias. 
Na petição do agravo interno, o recorrente deve impugnar especificamente os fundamentos da decisão agravada.
 OBS: O recurso de agravo interno será dirigido ao relator, que intimará o AGRAVADO para se manifestar sobre o recurso no prazo de 15 dias. 
Findo o prazo do recurso, sendo oferecidas ou não as contrarrazões pelo agravado, o relator poderá:
1. RETRATAR-SE, reconsiderando sua decisão monocrática.
2. MANTER sua decisão monocrática, levando assim o recurso de agravo interno para julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.
É impedido o julgamento de improcedência do agravo interno, pelo relator, com base na reprodução dos fundamentos da decisão agravada. 
A decisão monocrática pode ser REFORMADA na sessão de julgamento ou o órgão colegiado pode declarar o recurso manifestamente INADIMISSÍVEL ou IMPROCEDENTE. Caso o recurso seja manifestamente INADIMISSÍVEL ou seja reconhecida sua IMPROCEDÊNCIA de forma UNÂNIME, o orgão colegiado condenará o AGRAVANTE a pagar ao AGRAVADO uma multa fixada entre 1 a 5% do valor da causa atualizado.
 OBS: Caso seja condenado a multa, o agravante multado só poderá interpor outros recursos se efetuar previamente o depósito do valor da multa, com exceção da Fazenda Pública e os beneficiários da justiça gratuita (estes ficam isentos do ônus de adiantar o valor da multa para poder recorrer novamente, mas deverão fazer o pagamento do multa ao final do processo).
-Embargos de Declaração
*Natureza dos Embargos de Declaração:
Em sede doutrinária, ainda persiste a controvérsia acerca da natureza dos Embargos de Declaração. Para alguns doutrinadores, tais embargos não constituem recurso, mas sim meio de correção e integração da sentença. No entanto, não há dúvida quanto à natureza RECURSAL dos Embargos de Declaração, tanto que eles foram colocados nos títulos relativos aos recursos.
*Hipóteses de Cabimento:
Os Embargos de Declaração são cabíveis contra qualquer decisão judicial.
-Sentença
-Decisão Interlocutória
-Acórdão
-Decisão Monocrática proferida pelo Relator
Não importa a natureza da decisão. Seja interlocutória, sentença ou acórdão, se a decisão for obscura, omissa, contraditória ou contiver erro material, pode vir a ser sanada por meio dos Embargos de Declaração. 
Esse recurso pode ser oposto contra qualquer pronunciamento judicial decisório, seja ele monocrático ou colegiado, proferida por qualquer juízo ou tribunal.
Os Embargos de Declaração são aprecidos peço próprio prolator da decisão que contem um dos vícios. 
OBS: Os Embargos de Declaração não são cabíveis contra os DESPACHOS.
 Os despachos são IRRECORRÍVEIS, pois são vazios de conteúdo de mérito. 
 (Princípio da Irrecorribilidade)
 Dos despachos não cabe qualquer recurso!!!
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III – corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;
II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º.
*Objeto dos Embargos de Declaração:
Os Embargos de Declaração são opostos contra decisão judicial que contenha vícios, para que possa vir a saná-los. Esses vícios são:
-Omissão
- Contradição
-Obscuridade
- Erro Material
*Prazo e Procecimento:
Ao contrário dos outros recursos que tem prazo de 15 dias para sua interposição, os Embargos de Eeclaração devem ser OPOSTOS no prazo de 5 dias. 
Devem ser opostos por PETIÇÃO dirigida ao próprio ÓRGÃO PROLATOR DA DECISÃO EMBARGADA. Na petição, deverá o embargante indicar o erro, obscuridade, omissão ou contradição que pretende ver sanado. 
OBS: NÃO há exigência de PREPARO nos Embargos de Declaração, razãopela qual não se cogita, aqui, de recolhimento de custas.
Recebido o recurso, o Juiz intimará o embargado para que este caso queria, se manifeste no prazo de 5 dias. Ultrapassado o prazo para oferecimento de contrarrazões, o juízo de primeira instância os julgará em 5 dias.
Tratando-se de Embargos de Declaração opostos contra DECISÃO MONOCRÁTICA proferida no Tribunal, o julgamento será feito de forma unipessoal pelo próprio prolator da decisão embargada.
No caso de Embargos de Declaração opostos contra ACÓDÃO, serão eles apresentados em mesa na sessão imediatamente, cabendo seu julgamento ao órgão colegiado. Não sendo os Embargos de Declaração julgados na primeira sessão, deverá o recurso ser incluído em pauta automaticamente. 
Art. 1.023: Os embargos serão opostos, no prazo de cinco dias, em petição dirigida ao juiz, com a indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
 O prazo trazido no artigo acima é chamado de prazo PRÓPRIO. Este prazo é o prazo que o embargante tem para opor o recurso, uma vez não observado o prazo, ocorre PRECLUSÃO. 
Art. 1.024: O juiz julgará os embargos em cinco dias
 O prazo trazido no artigo acima é chamado de prazo IMPRÓPRIO. Este prazo é o prazo do Juiz e mesmo que o juiz não julgue o recuso no prazo de 5 dias (como determina a lei), ele não sofrerá nenhuma sanção.
*Efeitos do Embargos de Declaração:
- Devolutivo
Assim como todos os recursos, os Embargos de Declaração também possui efeito devolutivo, uma vez que a decisão é devolvida ao Tribunal para que este possa sanar o vício nela contido.
- Interruptivo
A oposição dos Embargos de Declaração produz efeito INTERRUPTIVO. Os Embargos de Declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer daspartes. Há a interrupção, e não suspensão, o que significa que o prazo para interposição de outros recursos recomeça, por inteiro, a partir da intimação do julgamento dos embargos.
- Modificativo ou Infringente
Em princípio, são incabíveis Embargos Declaratórios para rever decisão anterior,para reexaminar ponto sobre o qual já houve pronunciamento, com inversão, por consequência, do resultado final do julgamento. Todavia, na hipótese de suprimento de omissão, pode ocorrer ,excepcionalmente de a integração do julgado mudar sua decisão final. É o que a doutrinadenomina de embargos de declaração com efeitos modificativos ou infringentes.
Exemplo: numa ação de cobrança, o juiz omite sobre a prescrição arguida na peça contestatória e condena o réu a pagar a importância pedida na inicial. Interpostos os embargos declaratórios com vistas ao suprimento da omissão, o juiz reconhece a prescrição e, em razão disso, julga improcedente o pedido. 
OBS: Os Embargos de Declaração NÃO possuem efeito SUSPENSIVO!
-Recuso Especial e Recuso Extraordinário:
Esses recursos são dirigidos aos Tribunais Superiores. Estão submetidos a procedimento mais rigoroso e a devolutividade se restringe apenas a MATÉRIA DE DIREITO, não admitindo rediscussão da matéria fática.
STJ = É o responsável por julgar o Recurso ESPECIAL
Súm. 7. O STJ não faz reexame de prova (matéria fática). O STJ faz somente o reexame de DIREITO que viole Leis Infraconstitucionais.
 Leis Infraconstitucionais
 
 CC CT
 CPC 
 CTN
 CP 
 CTE
STF= É o responsável por julgar o Recurso EXTRAORDINÁRIO
Súm. 279. O STF não faz reexame de prova (matéria fática). O STF só faz reexame de DIREITO que viole a Constituição, pois ele é o guardião da Constituição Federal.
OBS: Também compete ao STF julgar assuntos que versem sobre Tratados Internacionais ou atos do poder Legislativo, Excecutivo e Juciciário que viole a Soberania do Estado e afronte a Constitução.
*Hipóteses de Cabimento:
1. Recuso Especial:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
[...]
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
2.Recurso Extraordinário:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
[...]
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição;
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
O Recurso Especial e o Recurso Extraordinário devem ser interpostos perante o Tribunal que tenha proferido a decisão recorrida. Tanto o Recurso Especial quanto o Recurso Extraordinário serão dirigidos ao Presidente ou ao Vice Presidente do Tribunal, por meio de petição, que deverá conter:
1. Exposição dos fatos e do direito
2. Demonstração do cabimento do recuso
3. Razões do pedido de reforma ou invalidação da decisão recorrida
OBS: O que irá determinar se a petição será dirigida ao Presidente ou ao Vice Presidente será o REGIMENTO INTERNO do Tribunal.
No caso de a parte interpor simultaneamente ambos os recursos, deverá fazê-lo em petições distintas.
Após o recebimento do recurso pela Secretaria do Tribunal, o recorrido será intimado para apresentar suas contrarrazões no prazo de 15 dias. Findo o prazo, os autos serão encaminhados ao Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido para exercício do juízo de admissibilidade. 
*Juízo de Admissibilidade:
O Presidente ou Vice Presidente do Tribunal irá analisar se o recusso possui todos os requisitos (extrínsecos e intrínsecos), para que possa haver o juízo de mérito.
Requisitos Extrínsecos:
-Tempestividade
Deve ser observado o prazo de 15 dias para interpor o recurso.
-Preparo
Deve haver o recolhimento adequado das custas.
Requisitos Intrínsecos:
-Cabimento
Tanto o Recurso Especial quanto o Recurso Extraordinário serão dirigidos ao Presidente ou ao Vice Presidente do Tribunal, por meio de petição, que deverá conter:
1. Exposição dos fatos e do direito
2. Demonstração do cabimento do recuso
3. Razões do pedido de reforma ou invalidação da decisão recorrida
OBS: O dissídio é uma hipótese de cabimento.
Dissídio Jurisprudencial = Quando no MESMO Tribunal se tem câmaras ou órgão colegiados que divergem sobre um mesmo assunto de direito.
 EX: Direito de um portador de necessidades especiais de obter desconto na compra de um automóvel.
Caso uma câmara entende que todo portador de necessidades especiais tem o direito ao desconto e a outra câmara do MESMO Tribunal entenda que esse direito só cabe a quem tenha membros amputados, há um dissídio jurisprudencial.
- Legitimidade Recursal
- Interesse de Agir
- Inexixtência de fato impeditivo do direito de recorrer
- Pedido de modificação
*Interposição Simultânea de Recurso Especial e Recurso Extraordinário e a questão da fungibilidade:
Caso a matéria de direito viole tanto a norma Infraconstitucional quando a norma Constitucional, o Recuso Especial e o Extraordinário podem ser interpostos CONCUMITANTEMENTE, ou seja, simultaneamente.
Quando ambos os Recusos são interpostos simultaneamente, o primeiro a ser julgado será o Recurso Especial.
Se o STJ conhecer do Recurso Especial e lhe der provimento (julgar procedente), restará PREJUDICADO o Recurso Extraordinário (STF). Entretanto, se o STJ reconhecer que a matéria não viola norma Infraconstitucional, mas sim Constitucional, os autos serão remetidos para o STF.
OBS: Se o recurso interposto for apenas o Recurso Especial e o STJ verifique que a matéria não Infraconstitucional, mas sim Constitucional, será concedido prazo para a adequação do recurso. Feita a adequação, o STJ remeterá para o STF.
OBS2: Uma vez interposto apenas Recurso Extraordinário e o STF entenda que não se trata de matéria Constitucional e sim Infraconstitucional, o próprio STF remeterá os autos para o STJ sem que haja a necessidade de adequeção.

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