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O LÚDICO ATRAVÉS DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
 
Silvia Barth Groni
Prof. Orientador: Sandra Regina Rosa da Costa 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso Pedagogia (PED 1041) – Projeto de Ensino.
12/09/2017 
1 INTRODUÇÃO 
 A pesquisa desenvolvida tem como objetivo demonstrar a importância do lúdico para a alfabetização e identificar como o brincar é fundamental na aprendizagem da criança. Se faz necessário utilizar de uma metodologia diferenciada e atrativa para se conseguir resultados satisfatórios, inserindo o lúdico nas propostas de alfabetização. 
A alfabetização ainda não é obrigatória na educação infantil, porém não se pode esquecer que a partir dos quatro anos os pais têm a obrigação por lei federal de matricular a criança na pré-escolar. 
A metodologia aplicada explicativa, será uma revisão bibliográfica, onde pode-se perceber a importância das atividades lúdicas na alfabetização, através de fundamentação teórica de autores que explicam e demonstram como está relacionado a alfabetização, que consiste no aprender a ler e escrever, para que a criança possa fazer parte do meio social, adquirindo o conhecimento com atividades lúdicas.
 O lúdico é importantíssimo para as crianças no ato de aprender a ler e escrever, pois é a partir dele que a criança se envolve com o meio social e natural de uma forma mais prazerosa, não deixando de lado o pedagógico. 
Muitas atividades são realizadas para a compreensão de conteúdos por meio do lúdico, pode-se dizer que mesmo os adultos precisam do lúdico. Uma criança que aprende os conteúdos propostos por intermédio do lúdico, percebe-se que é uma criança que assimila com mais facilidade as novas propostas de aprendizagem no ensino fundamental. 
O objetivo geral do trabalho é conhecer a importância das atividades lúdicas na alfabetização, sendo os objetivos específicos fundamentar teoricamente o lúdico e a alfabetização através da revisão bibliográfica, com diversos autores, percebendo a importância do letramento e da alfabetização na educação infantil. 
O trabalho tem como objetivo investigar como é aplicado o lúdico no processo de alfabetização e letramento no desenvolvimento da criança. Serão estudados alguns conceitos sobre alfabetização, letramento e lúdico, as formas que influenciam na aprendizagem das crianças na infância, com atividades, jogos ou brincadeiras com regras e propostas pedagógicas. 
No processo de ensino e aprendizagem das crianças, através do lúdico consegue-se passar aos alunos uma visão do ambiente que convivem, através das atividades desenvolvidas em um processo dinâmico, transformando a alfabetização em um momento criativo através de jogos, brinquedos, brincadeiras e músicas, transmitido por profissionais/professores qualificados. 
 O objetivo do trabalho é realizar uma pesquisa sobre o lúdico no processo de alfabetização e letramento, onde o trabalho será analisado através das práticas diárias de sala de aula, com um olhar crítico e amplo para o lúdico no processo de alfabetização, no aprendizado de forma geral escrita e na leitura. O lúdico está presente em vários momentos no desenvolvimento da criança. 
 O processo de aprendizagem do letramento e a escrita, surgiram vários teóricos com métodos de alfabetização, com várias formas que podem ser ensinadas para as crianças no processo de alfabetização, podemos falar que o lúdico pode ser uma forma divertida e prazerosa nesse processo de aprendizagem. 
 Pode-se perceber que são inúmeras formas que serão abordados o assunto do lúdico na alfabetização, porém os professores de educação infantil, devem buscar se qualificar para inserir o letramento e a alfabetização na educação infantil. 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 DEFINIÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO E O LUDICO
A alfabetização, letramento e o lúdico estão relacionados, pois é por meio do lúdico que o aprendizado se torna mais prazeroso e mais atrativo. Se a criança está inserida em um mundo que o aprendizado se torna mais fácil e compreensivo, através do lúdico para as descobertas que as rodeiam, na alfabetização e letramento o lúdico é um grande aliado para descobrir o mundo.
Na antiguidade, o ser humano se comunicava através de símbolos e desenhos, até sentir a necessidade de se comunicar com mais clareza, surgindo assim a necessidade da escrita. A alfabetização é um momento muito importante na vida da criança e o lúdico é uma forma prazerosa de transmitir o conhecimento. 
O conceito de alfabetização também denota um conjunto de saberes sobre o código escrito da sua língua, que é mobilizado pelo indivíduo para participar das práticas letradas. Daí se dizer que um indivíduo é analfabeto, semianalfabeto, semialfabetizado para referir-se aos modos, graus ou níveis desses saberes que ele apresenta (KLEIMAN, 2005, p.13)
Sendo a alfabetização essencial para todas as pessoas em qualquer idade, atualmente as crianças desde cedo tem interesse ou tem incentivo da família para aprender a ler e escrever, através de atividades diárias sendo na escola/creche ou mesmo em casa. 
Antigamente as crianças não tinham oportunidades de vivenciar a infância e não tinham tempo para brincar e muitas vezes tinham que trabalhar e contribuir para ajudar no sustento e afazeres da família. Com o passar dos anos, essa visão mudou, através de leis e estudos sobre a infância. 
De acordo com Valente (1999, p.69), “[...] ensinar a ler e escrever envolve um processo de aculturação que visa a inserção do aluno nas práticas legitimadas de uso da escrita”. Ler e escrever é fundamental para a formação de um cidadão crítico.
A alfabetização e o letramento são muito importantes, pois começam muito antes do ingresso da criança no ambiente escolar, através de leituras do mundo que o rodeia e da interação com pessoas da família. Pode- se dizer que alfabetização é muito mais do que codificação e a decodificação de códigos. 
A alfabetização e o letramento são muito importantes para o aluno, através desse conhecimento que o aluno adquire, ele pode conhecer melhor o mundo que o rodeia, com as brincadeiras e jogos do dia a dia, que envolvem o lúdico e despertam a sua imaginação e sentimentos, o aluno desenvolve a alfabetização e o letramento. 
A necessidade de utilizar o lúdico no método de alfabetização, impõe regras que devem ser seguidas pelas crianças e esse processo evolui a aprendizagem de maneira mais atraente e divertida, melhorando os resultados esperados pelo professor.
No mundo atual onde os pais precisam trabalhar e deixar os filhos na creche desde bebê, o brincar é essencial. Os professores fazem parte da história e da formação das crianças, por isso devem ensinar a alfabetização e letramento através do lúdico. A criança passa por muitas etapas na sua formação, porém o professor não pode esquecer do brincar, da importância da ludicidade para a criança como uma forma de descobrir o mundo ao seu redor.
 Segundo Barros (2009, p. 35), “Percebeu-se a grande preocupação dos professores, especialmente no final da Educação Infantil, em antecipar a alfabetização da criança, reduzindo seus espaços de brincar. Diante dessa realidade, sentiu-se a necessidade de aprofundar estudos na área. O professor é fundamental para a alfabetização e o letramento da criança, através do planejamento e atividades para estimular através do lúdico a imaginação e as suas descobertas.
Segundo Wolff (2011, p. 39) “a criança necessita de alguém que dela cuide e a ensine [...] ela passa a aprender e desenvolver o seupotencial individual com a convivência social”, é por isso que é o professor precisa ser o mediador das descobertas.
As propostas lúdicas têm conquistado espaço essencial no cotidiano escolar, sendo utilizado com ferramenta educacional do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento da criança. Percebe-se que a escola é um espaço para os alunos desenvolverem através do lúdico como meio para o raciocínio, a criatividade e a aprendizagem significativa na alfabetização e letramento.
Uma prática lúdica muito aplicada em sala de aula é a musicalização, onde permite à criança conhecer a si mesma e aprender a aprimorar os sons e a reconhecer as diferenças entre eles. As atividades musicais visam à compreensão da linguagem musical e facilitam a expressão de emoção, amplia a cultura, bem como desenvolve o raciocínio, a criatividade e a possibilidade de descoberta relevante à aprendizagem escolar contribuindo para formação da criança.
A educação deve ser vista como um processo global, progressivo e permanente, que necessita de diversas formas de estudos para seu aperfeiçoamento, pois em qualquer meio sempre haverá diferenças individuais, diversidade das condições ambientais que são originários dos alunos e que necessitam de um tratamento diferenciado. Neste sentido deve-se desencadear atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e pensamento critico do educando, como exemplo: praticas ligadas a música e a dança, pois a música torna-se uma fonte para transformar o ato de aprender em atitude prazerosa no cotidiano do professor e do aluno. (ONGARO; SILVA; RICCI, 2006, p. 02).
Com a alfabetização deve vir o letramento e a coordenação motora que também são trabalhados na educação infantil, podendo ser desenvolvidas com atividades lúdicas. Essas atividades podem ser bingo de figuras, escrever os nomes das crianças com materiais alternativos, com o próprio corpo, boliches com letras, jogo da memória com letras e figuras, dominó com figuras e letras, etc.
Para Freire (1994, p. 15), alfabetizar é adquirir a língua escrita através de um processo de construção do conhecimento, com uma visão crítica da realidade, valorizando sempre o lúdico. Assim, os educadores devem buscar meios de promover essa construção.
 É importante conhecer a importância do lúdico como proposta pedagógica e as formas que pode ser aplicada dentro da sala de aula para os alunos, para desenvolver o conhecimento. 
Para Piaget (1978, pag. 65), “as origens das manifestações lúdicas seguem o desenvolvimento da inteligência, atrelada aos estágios do desenvolvimento cognitivo.” As etapas do desenvolvimento das crianças se relacionam com atividades lúdicas, conforme o seu desenvolvimento, dessa forma todos os indivíduos passam por essas etapas de desenvolvimento.
A criança desde o seu nascimento descobre o mundo de forma lúdica, pois elas podem manusear os diversos materiais, desenvolvendo assim suas potencialidades e descobrindo novas experiências com cada elemento, apresentando a estimulação, curiosidade e atenção, ao mesmo tempo, aprendem e se divertem.
Rosa e Di Nisio (2011, p.40) comentam sobre a necessidade de se trabalhar o lúdico em sala de aula,
As brincadeiras para a criança constituem atividade primária que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual, e social. Como benefício físico, o lúdico satisfaz as necessidades de crescimento e de competitividade da criança. Os jogos lúdicos devem ser a base fundamental dos exercícios físicos impostos às crianças pelo menos durante o período escolar. Como benefício intelectual, o brinquedo contribui para desinibição, produzindo excitação mental e altamente fortificante. 
A palavra ludo ou lúdico vem do latim ludus e significa brincar. “Nesse brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras e a palavra é relativa também à conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte” (Costa, 2005, apud Rau, 2007, p. 32). O lúdico está relacionado a brincar, diversão, jogos com e sem regras, que contribuem para a formação cognitiva e psicomotora da criança.
Partindo desse princípio, para Aranão (1997, p. 37 apud Abrantes, 2011, p. 01) "a criança é um ser autenticamente lúdico", pois os pequenos apresentam características próprias de cada fase do seu desenvolvimento e utilizam-se da sua criatividade para desvendar os aparentes mistérios que encontram; dessa forma, se compreende a relevância do brincar na construção do pensamento.	
O lúdico pode estar relacionado com vários temas como alfabetização, música, brincadeiras com ou sem regras, atividades planejadas com objetivos pedagógicos, para o desenvolvimento das linguagens, motora, plásticas, musical, oral e escrita, matemática. 
Para Vygotsky (1991, p.113), “as crianças iniciam seu aprendizado antes mesmo de entrarem para a escola, justamente o aprendizado dos conceitos espontâneos”. Desta forma, entende-se que as atividades lúdicas devem ser estimuladas nas crianças desde o seu nascimento. Os pais têm fundamental responsabilidade para realizar estímulos na criança. Uma criança bem estimulada, estará melhor preparada para o processo de aprendizagem na escrita e no letramento. 
O lúdico tem um papel importante para a alfabetização das crianças, pois ele atua na imaginação, na criatividade e na emoção. As atividades lúdicas podem ser aplicadas dentro dos planejamentos nas atividades das crianças, onde a alfabetização se torna mais prazerosa, a criança pode se sentir motivada e interessada no processo de alfabetização.
Os professores deverão estar conscientes da importância e necessidade de desenvolver o lúdico no recurso de aprendizagem, onde se percebe que as crianças têm mais alegria e vontade de estar na escola, em sala de aula. A escola requer gestores dinâmicos e professores criativos que tenham autonomia, uma visão dentro do contexto dos conhecimentos das crianças. O educador deve usar o lúdico como uma arte e facilitar a educação da criança, melhorando a aprendizagem de uma forma mais atrativa e prazerosa para a criança.
3 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO.
O jogo é uma ferramenta muito importante na aprendizagem lúdica e na alfabetização. Por meio dele a criança toma decisões, vence desafios, perde, descobre novas alternativas dentro dos jogos e constrói pensamentos. Ajudam a criar situações para resolver problemas em vários momentos de sua vida, com momentos de perda, ganhos, os conceitos do bem e mal, dor e felicidade. Esses conceitos fazem parte do dia a dia da criança, sendo assim o jogo é, nas mãos do educador, um excelente meio de formar a criança. 
Ramos, Ribeiro e Santos (2011, p. 42) destacam várias contribuições na aprendizagem lúdica, sendo ela:
- As atividades lúdicas possibilitam fomentar a formação do autoconceito positivo. 
- As atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança já que, através destas atividades, a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente.
- O jogo é produto de cultura, e seu uso permite a inserção da criança na sociedade. 
- Brincar é uma necessidade básica como é a nutrição, a saúde, a habilitação e a educação. 
- Brincar ajuda as crianças no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, as crianças formam conceitos, relacionam ideias, estabelecem relações lógicas, desenvolvem a expressão oral e corporal, reforçam habilidades sociais, reduzem a agressividade, integram-se na sociedade e constroem seu próprio conhecimento. 
- O jogo é essencial para a saúde física e mental.
- O jogo permite à criança vivências do mundo adulto, e isto possibilita a mediação entre o real e o imaginário. 
A alfabetização é fundamental para qualquer pessoa em todas as idades, sendo os jogos e brincadeiras fundamentais para o desenvolvimento das crianças. Ter uma variedade de jogos de técnicas e conscientizar os alunos a vivenciar os princípios básicos da dinâmica em grupos, faz com que desenvolvaa criatividade e o cognitivo das crianças. A ludicidade é essencial para o aprendizado, tornando-se assim um direito garantido por lei. Os referenciais para a Educação Básica regem: 
No Referencial Curricular Nacional para a Educação, lê-se que, nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam anteriormente em conceitos gerais com os quais brincam (Brasil,1998). Por exemplo, para assumir um determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. A fonte de seus conhecimentos é múltipla, mas estes se encontram, ainda, fragmentados. É no ato de brincar que a criança estabelece os diferentes vínculos entre as características do papel assumido, suas competências e as relações que possuem com outros papéis, tomando consciência disto e generalizando para outras situações. (BRASIL, 1998, p. 27)
	 O processo de alfabetização e letramento através do lúdico, é muito importante, as atividades trabalhadas em sala de aula transmitem muitos benefícios para o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança. Dessa forma, o desenvolvimento na infância pode tornar um adulto mais crítico e uma visão de mundo mais ampliada dos acontecimentos ao seu redor. 
Para se comunicar, o ser humano usa linguagens diversas. Para construir e utilizar linguagens, o ser humano depende da função simbólica. A possibilidade de construir símbolos é dada pela constituição genética da espécie e a realização efetua-se por um complexo e longo processo de natureza cultural e biológica. Este processo efetua-se também como uma realização social e individual. (LIMA, 2002, p. 03) 
A criança é a autora de sua história, passando por diversas etapas de desenvolvimento, conhecendo o mundo e suas descobertas. Na área cognitiva, o processo de desenvolvimento da personalidade é realizado através das linguagens. A escrita está relacionada com as linguagens, por meio de inúmeras atividades como os jogos e brincadeiras que são utilizados para desenvolver a escrita, por meio de símbolos e imagens, dessa forma pode facilitar o processo de alfabetização. 
Para Vygotsky (1991, p. 134), “é na situação de brincar que as crianças se colocam questões e desafios, além de seu comportamento diário, levantando hipóteses, na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pela realidade na qual interagem.” 
Através da linguagem musical pode ser utilizado a alfabetização para diversificar e conhecer as letras e suas pronunciais. Através da aprendizagem lúdica, a criança é estimulada a se adaptar nas condições que o mundo oferece. Aprende a competir, ganhar e perder e consegue conviver com outras crianças, assim ajudando no potencial de cada uma. 
Para Wajskopp (1995, p.28) “[...] a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas, constituindo um mundo de assimilar e recriar as experiências socioculturais, pois garante a interação e construção de conhecimentos da realidade delas”. 
O lúdico é essencial na fase da educação infantil, principalmente nos primeiros anos. As crianças são curiosas por natureza e é muito importante que o planejamento seja construído em atividades e ações visando despertar o interesse, a curiosidade, e ainda o desenvolvimento das capacidades intelectuais, físicas e emocionais. 
Atualmente o educador tem refletido muito e buscado novas alternativas para adequar suas práticas diárias, promovendo a aprendizagem sem deixar de lado o conhecimento que as crianças já possuem.
A linguagem motora é fundamental, com atividades de brincadeiras como pular corda, pega-pega, amarelinha, brincadeira antigas e simples, podem ser desenvolvidas a coordenação motora ampla. Com atividades de escrever os nomes com materiais alternativos como pedras, areia e outros, os jogos de montar até mesmo desenhos para desenvolver a coordenação motora fina que é muito importante para desenvolver a escrita. Percebe-se que todas as linguagens sempre estão relacionadas entre si:
Cada língua é a arena onde competem "acentos" sociais diferentemente orientados. Toda comunicação impõe um aprendizado da linguagem do outro, uma espécie de tradução, ou de acordo, com o significado situado nos limites do nosso conjunto pessoal de linguagens e do de outra pessoa. (STAM, 1992, p. 12)
Através da linguagem plástica, pode praticar com as crianças atividades como construir o alfabeto com seus corpos e fotografar, para estimular e ensinar o letramento e com a fotografia conhecer uma forma de arte. Com atividades simples e planejadas, o lúdico pode criar e estimular os sentidos, construir relações de amizades, contextualizar a alfabetização e o letramento com atividades do cotidiano. 
Sobre a linguagem matemática, o professor pode trabalhar o conhecimento e a leitura dos números, pois a criança precisa saber utilizar os números, tanto por extenso como identificar o símbolo em uma história, ditado, frase curtas ou longas, sendo uma linguagem que será utilizada a vida toda em vários momentos da vida, associando a fala e a escrita.
Neste sentido, Freire (1982, p. 37) aponta a importância da relação professor-aluno se constituir nas bases de uma linguagem que os faça sentir pertencentes, que os convide a pensar e a aprender a aprender, ou seja, somente uma escola centrada democraticamente nos alunos nas comunidades, os leva a uma nova postura diante dos problemas: a da intimidade com eles, a da pesquisa, em vez da mera, perigosa e enfadonha repetição de trechos e de afirmações desconectadas das suas condições mesmas de vida.
A linguagem oral e escrita sobre o tema aprofundado que o lúdico está inserido em todas as linguagens para a alfabetização, estão todos relacionados com as etapas na educação infantil. A criança descobre o mundo com atividades lúdicas, com movimentos e descobertas ao seu redor e a comunidade que o rodeia. A alfabetização vai sendo despertada nas crianças com suas vivências. A alfabetização, segundo Ferreiro (2003):
Alfabetização tem início bem cedo e não termina nunca. Nós não somos igualmente alfabetizados para qualquer situação de uso da língua escrita. Temos a facilidade de lermos determinados textos e evitamos outros. O conceito também muda de acordo com as épocas, as culturas e a chegada da tecnologia. FERREIRO (2003, p. 14)
A alfabetização deve ser algo prazeroso para a criança. O professor deve estimular a criança a escrever. No início a criança pode ter dificuldades, porém com paciência e dedicação a evolução da criança se torna cada vez mais expressiva e dinâmica. 
Pode ser trabalhado projetos para estimular a escrita, como escrever cantigas, realizar receitas e cada criança escreve uma parte da receita ou os pais podem trazer a receita, fazer um livro, principalmente conhecendo o alfabeto e reconhecendo o seu nome e as letras que compõe. 
A principal função social da escola é ensinar e transmitir os conhecimentos para os alunos, através de projetos em que os professores planejam para ensinar e transmitir de forma lúdica todo o processo de alfabetização escolar, espera-se sempre que todos os envolvidos participem desses movimentos de forma dinâmica do cotidiano escolar. 
É muito importante que o professor invista em sua formação, lendo, pesquisando, buscando alternativas e tornando as aulas mais produtivas e divertidas. 
O lúdico é um recurso facilitador fundamental na aprendizagem para as crianças, podemos citar os jogos podem ser como uma forma de desafios para o desenvolvimento cognitivo das crianças, para o educador perceber e analisar as habilidades desenvolvidas a partir dos objetivos propostos, e conhecer os interesses dos alunos.
 Sobre a relação entre aprendizagem e o brincar:
Aprender é apropriar-se da linguagem, é historiar-se, recordar o passado para despertar-seao futuro, é deixar-se surpreender pelo já conhecido. Aprender é reconhecer-se, admitir-se. Crer e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos textos visíveis e possíveis. Só será possível que as professoras e os professores possam gerar espaços de brincar-aprender para seus alunos quando eles simultaneamente construírem para si. (FERNANDEZ, 2001, p.37)
O professor deve vivenciar as atividades lúdicas junto com as crianças, demonstrar prazer em estar com elas nas brincadeiras e envolver cada uma delas nesses momentos descontraídos, mas preciosos na aprendizagem. 
Como disse Carlos Drummond de Andrade (ano apud Fortuna, 2000, p. 01), “Brincar com as crianças não é perder tempo, é ganhá-lo. Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem”. Com as brincadeiras a criança se desenvolve, na área motora, escrita, na leitura e descobre o mundo a sua volta, de forma prazerosa e intensa.
 
4 ETAPAS DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
O professor e a família devem andar sempre juntos para um aprendizado facilitado da criança, sendo a leitura e a alfabetização essenciais para o convívio em sociedade e a comunicação. A alfabetização e o letramento possuem etapas a serem seguidas e construídas no desenvolvimento das crianças, cada criança desenvolve a alfabetização e letramento dentro do seu tempo, de forma única, sendo que o lúdico torno o aprendizado mais interessante e prazeroso. 
Letramento é a palavra e conceito recente, introduzido na linguagem da educação e das ciências linguísticas há pouco mais de duas décadas. Seu surgimento pode ser interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassam o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível da aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização. (SOARES, 2004, p. 20).
A Psicogênese da Língua Escrita, é um estudo desenvolvido pela autora Ana Tererosky, foi um estudo desenvolvido no final dos anos 1970, juntamente com Emilia Ferreiro, sendo uma forma de estudar novos métodos desenvolvidos pelos alunos no processo de alfabetização, juntando a Pedagogia com a Psicologia como uma forma de aprendizagem através de níveis de escritas.
A alfabetização possui etapas, sendo a primeira a Pré-Silábica, nesta fase, a criança não consegue desenhar ou passar para o papel os sons da palavra escrita, como a palavra gato, a criança não consegue assimilar a palavra com o desenho ou não reconhece a palavra inteira ou às vezes apenas uma letra da palavra gato. “A hipótese da correlação entre a escrita e a imagem é um pressuposto inicial e espontâneo da criança. A escrita é percebida como etiqueta do desenho e ‘não dá para ler se não tiver figura”. (PIMENTEL, 1986, apud OLIVEIRA, 2012, p. 48,).
A fase Silábica, pode ser exemplificada com palavras monossílabas como pé ou mão, sendo de forma sonora ou não, a criança já consegue reconhecer pela figura a palavra e quantidade de vezes que a criança abriu a boca para falar as palavras ou frases, sendo uma etapa muito importante para a alfabetização. 
É no período da fase silábica que a criança começa a descobri que cada parte da escrita é representada por uma letra, compreendendo que a quantidade de letras necessárias para a escrita de uma palavra corresponde à quantidade de partes/sílabas que soam emitidas através da fala. Inicialmente, essa correspondência quantitativa não tem correspondência qualitativa, ou seja, as letras que representam as sílabas não necessariamente atribuem o seu valor sonoro. (FONTES, 2013, p.67).
Na fase Silábico-Alfabética, a criança passa de sílabas para ser alfabetizada, utilizando as sílabas inteiras para formar palavras. O lúdico se torna essencial nesta fase de alfabetização e letramento, é muito importante perceber a teoria relacionada com a realidade, entre ver a palavra e relacionar com o objeto. Dessa forma, pode ser utilizado a ludicidade nas atividades desenvolvidas em sala de aula. A criança deve perceber o objeto ou figura e saber relacionar a palavra ao ver e relacionar com a figura. 
De acordo com Ferreiro (2001, p. 27), é nessa fase que acontece a desestabilização silábica, visto que a criança descobre novos problemas, tanto no que se refere ao eixo quantitativo quanto ao qualitativo, passando por uma fase de transição da fase silábica para a alfabética, vivenciando assim, a fase silábico-alfabética.
 Na etapa Alfabética, a criança começa com a escrita e a alfabetização nessa fase ser torna mais independe. A criança conhece as palavras, sílabas e fonemas, começa a conhecer o alfabeto e se sente mais à vontade de ler e desperta o prazer e o gosto pela leitura, se tornando um processo mais analítico e prático e não automático pois “[...] a partir desse momento a criança se defronta com as dificuldades próprias da ortografia, mas não terá problemas na escrita, no sentido estrito.” (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985, p. 213).
Todas as fases da alfabetização são muito importantes e fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da criança. O professor deve ter consciência da necessidade de despertar o gosto pela leitura na criança durante todo esse processo. A partir da alfabetização a criança descobre o mundo da leitura. 
O professor dever procurar fazer com que as crianças considerem o erro como parte do processo de aprendizagem, visto que esses demonstram uma construção. Antunes (2001, p.24) afirma que “O grande professor será aquele que se preocupa em ensinar o aluno a ler e compreender um texto e a se expressar com lucidez.” 
Para que o processo de alfabetização e letramento seja produtivo durante o ano letivo, o professor deve ter amor e paixão por ensinar e transmitir essa paixão para os alunos, sempre com atividades lúdicas no processo de aprendizagem. 
Para Chalita (2001, p.174), “O professor que se busca construir é aquele que consiga, de verdade, ser um educador, que conheça o universo do educando, que tenha bom senso, que permita e proporcione o desenvolvimento e autonomia de seus alunos.” Que tenha entusiasmo, paixão; que vibre com as conquistas de cada um de seus alunos, que não discrimine ninguém nem se mostre mais próximo de alguns. 
A infância é uma fase muito importante para a criança, pois começa a desenvolver o convívio social e suas habilidades. Portanto, a criança precisa de atividades prazerosas e educativas, podemos citar várias brincadeiras, como os jogos, contação de histórias, brincadeiras de faz-de-conta, sendo se forma espontânea onde a criança em momentos lúdicos desenvolvem a imaginação.  
 A alfabetização e o letramento, a partir de atividades lúdicas são importantes na construção do conhecimento das crianças, auxiliando na imaginação, no raciocínio, despertando a criatividade, as habilidades e as potencialidades. Da mesma forma, envolvendo a aprendizagem da leitura e da escrita, contribuindo para a formação das crianças nos aspectos motor, cognitivos, físicos e psicológicos.
A alfabetização e o letramento são um mundo cheio de atrações, letras, palavras, frases, textos, que despertam curiosidades nas crianças. Assim que elas começam a compreender como letras e símbolos formam seus próprios nomes e se familiarizam com as letras e as usam com desenvoltura, pode-se dizer que estão alfabetizadas.
Para Friedmann (2006), “a brincadeira pode ser livre ou dirigida. A primeira representa o brincar prazeroso, estabelecido pela criança como vai ser, quando e com quem vai brincar.” O lúdico pode ser utilizado no processo de alfabetização como um facilitador no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, a criança através da alfabetização e do letramento consegue se desenvolver para conseguir ler e escrever, sozinha conforme o seu ritmo e o processo de cada etapa da alfabetização, cada criança na sua forma e seu ritmo. Como diz Santos (1999, p.115), “O brincar está sendo cada vez mais utilizadona educação construindo-se numa peça importantíssima nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e de todas as funções superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento.”
 As pessoas que rodeiam as crianças, como a família, alunos e professores, consequentemente estão envolvidas na alfabetização, todas as etapas da alfabetização são importantes, com o lúdico pode-se trabalhar a vivência, com jogos e brincadeiras, onde na prática o aprender é o vivenciar.
 Quando a criança está no ensino fundamental pode acabar se perdendo o lúdico, muitos professores se tornam muito teóricos, o professor de anos iniciais deve continuar o trabalho com o lúdico através de atividades e dinâmicas que colocam na prática o que foi aprendido em sala de aula, para desenvolver a alfabetização e o letramento. 
O que se busca mudar de épocas passadas para hoje, com relação ao ir para a escola, é que a maioria das instituições utilizam meios lúdicos para ensinar não apenas as crianças pequenas, mas em todo o ensino fundamental, uma vez que se tem como ideia de infância a fase do desenvolvimento humano que vai até os doze anos de idade.
Segundo Carneiro (2012, p. 6): 
É necessário que os profissionais observem, discutam e reflitam sobre as atividades realizadas por suas crianças e auxiliem as famílias nesse sentido. Tal atitude é fundamental para alertá-las sobre os males do consumo excessivo e mostrar-lhes que o brincar não precisa de muitos aparatos. Criança precisa brincar e quando brinca prepara-se para tornar-se um adulto feliz, mais criativo e mais humano.
Procura-se atualmente fazer com que o lúdico não seja somente utilizado na Educação Infantil, mas também no Ensino Fundamental, uma vez que a infância é considerada até os doze anos de idade. 
Porém, a própria sociedade cobra dos professores conteúdos, cadernos cheios, provas escritas e muitas vezes se o professor tenta mudar é mal interpretado. Então o espaço lúdico fica reduzido a etapas da educação infantil, afim de tornar ao menos para os pequenos a ida à escola um pouco mais prazerosa.
REFERÊNCIAS
ABRANTES, Maria das Graças de. O Lúdico na Matemática. Publicado em 01 fev, 2011. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/o-ludico-na-matematica/58275/> Acesso em: 20 dez. 2016
ANTUNES, Celso. Como desenvolver as competências em sala de aula. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
	
BARROS, Flávia Cristina Oliveira Murbach de. Cadê o Brincar? da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CARNEIRO, Maria Angela Barbato. O brincar hoje: da colaboração ao individualismo. Simpósio Internacional da OMEP. Campo Grande, 2012.
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