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ABRANGÊNCIA DAS AÇÕES DE SAÚDE – AAS Problema 1 - Abertura 1900 - Novo século Século da ciências, medicina, eletricidade. Epidemia de febre amarela no RJ, SP, epidemias de cólera, varíola, malária... Saúde pública entra em desconfiança. Os pobres só tinham as benzedeiras para serem cuidados. No começo do século XX os pobres só dispunham de atendimento filantrópico nos hospitais de caridades mantidos pela igreja. As epidemias tornam – se cada vez mais graves, os imigrantes evitam vim para o país, sem imigrantes o café era prejudicado, fábricas também. Oswaldo Crus é nomeado diretor, é criado um instituto em Manguinhos para produção de vacinas e será realizado uma campanha para vacinação, quem não cooperar será intitulado inimigo da saúde pública, aí que está o problema, não existiu uma campanha para essa vacinação fazendo com que os pobres acreditassem que era apenas uma desculpa para mata - los, gerando caos no Rio de Janeiro. As vacinas são obrigatórias. Muitos diziam que a vacinação obrigatória contraria a liberdade e o direito dos cidadãos ( Militares Positivistas ) , entretanto eles reconheciam a evolução da ciências. 1904 – Estoura a revolta contra a vacina obrigatória População mais humilde e polícia se enfrentam. O governo não volta atrás e “ derrota a revolução contra a vacina “ Em São Paulo o Dr. Emílio Ribas mora com doentes da Febre Amarela ( Doença transmitida por picada de mosquito infectado pelo vírus para provar que a doença não se pega assim em contato com o doente. As indústrias começam a crescer no país. Greve operária abala a produção de tecidos. A gripe espanhola mata milhares de pessoas no Brasil 1918 - Gripe Espanhola ( Castigo dos Céus ) Os médicos não sabem o que fazer com a doença São Paulo está nas mãos dos grevistas e governador foge para o interior. 1919 – Greve acaba entre acordo com grevistas e patrões 1920- Tenentes se revoltam e tomam o forte de Copa Cabana Dr. Geraldo Paula Souza volta ao Brasil após fazer um curso de saúde pública na Hopkins e deu início ás obras do Centro de Saúde. O centro de saúde é social e educativo, o médico sanitarista e as educadoras sanitárias substituem os guardas, inspetores e delegados. A família é o centro da ação 1924 – São Paulo é bombardeada Vargas assume a presidência e fala em um governo voltado para os mais pobres e desprotegidos. Vargas anuncia que irá centralizar e uniformizar as estruturas de saúde ( Ficou conhecido como o pai dos pobres ). Vargas cria o instituto de aposentadoria e pensões dos marítimos. Todas as categorias profissionais teriam seus IAP’s ( Insituto de aposentadorias e pensões ) para substituir as “ caixas`` . As pessoas teriam uma parte do dinheiro do salário descontados para depois ter pleno direito à assistência médica, aposentadorias e pensões após um tempo de trabalho. O pagamento deve ocorrer todo mês durante 30 anos ( Lembrando que a expectativa de vida antigamente era muito menor que hoje ). Os recursos dos IAPS foram sempre aplicados pelo governo no financiamento da industrialização do país. Quem não consegue pagar as contribuições acaba ficando sem direito algum. 1937 – O ESTADO NOVO Criação do Ministério do Trabalho e tentativa de salvação do sistema previdenciário formado pelos IAPS, que na época era considerado um dos mais modernos do mundo. O Brasil luta na Guerra ao lado das nações democráticas O dinheiro da previdência continua sendo investido na industrialização do País ( Isso é muito errado já que o dinheiro do povo está sendo desviado ) SESP ( Atividades do Serviço Especial de Saúde Pública no interior do país ) Iniciativa da nossa saúde pública para combater a malária e proteger os “ soldados da borracha “ . Os americanos financiam o SESP porque eles precisam da borracha para a guerra. Para o Brasil o SESP é importante pois ele faz parte da saúde pública que vem combatendo as epidemias, são ações de comportamento preventivo , é uma preocupação mais social. Alcança lugares, com doenças nunca vistas ou estudadas, como Carlos Chagas descobriu. 1945 – Vargas é deposto, irão ocorrer eleições para presidente Com os meios de comunicação mais livres passaram a existir diversas propagandas. Pode – se observar que os EUA influenciaram demais no sistema de saúde do Brasil na época, tanto que o Brasil adotava um modelo de grandes hospitais com médicos de diversas especialidades e grande quantidade de equipamentos modernos e medicamentos. Passou a existir uma nova era nas histórias dos hospitais. Mas os pobres não terão acesso a isso. 1951 - Vargas volta À presidência, eleito pelo voto popular. A TV chega ao Brasil, aumentando ainda mais a comunicação. É criado o Ministério da Saúde. O Ministério da Saúde foi criado para fortalecer as ações na saúde pública ( Medicina Preventiva. ) Existem várias correntes dentro da saúde pública, uma delas é dos médicos especialistas, eles defendem programas verticais do tipo de doentes, como o sanatório para tuberculosos, leprosários para os leprosos ( Hanseníase ), hospícios para os loucos. Mas Há quem critique esse modelo e a segregação que eles geram, essas pessoas apoiam modelos como o centro de saúde e uma medicina voltada para o povo, o SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICA PARA TODOS. O governo Vargas está em crise e ele acaba cometendo suicídio. 1956 - Juscelino ( JK ) assume a presidência Grande evolução do país. Trabalhadores se reúnem contra os valores dos IAPS. 1961 - Jânio quadros ( Vassourinha ) assume à presidência e promete varrer a corrupção Os IAPS são separados de acordo com os valores, quem ganha mais têm IAPS melhores, sendo assim alguns IAPS conseguem construir seus próprios hospitais, entretanto algumas empresas não ficam satisfeitas com o atendimento que seu IAPS oferece e aí surge a ideia da medicina de grupo, ou seja, empresas que tem a finalidade de prestar serviços médicos privados aos empregados das empresas que o contrata. A vantagem desse sistema é que ocorre uma maior seleção da mão de obra e empregados que faltem menos, diziam que era o futuro da assistência médica, as empresas médicas. 1964 – Castelo Branco ( Militar ) assume o poder – DITADURA Grande censura e arroxo salarial, ou seja, todo mundo cada vez mais pobre. A classe operária e a classe média vão para a miséria, o êxodo rural está fazendo a população cada vez mais pobres, aumentando o número de doenças, a saúde sendo sucateada, programas e serviços importantes sem verbas ( Ex. Saneamento básico ). O Governo só da importância para o que pode ser repassado para o privado, a saúde pública tem que ser de investimento estatal, logo é negligenciada. O governo vai unificar todo o sistema previdenciário, IAPS e outros órgãos em um sistema único que recebe o nome de Instituto Nacional e previdência social ( INPS ), esse instituto vai concentrar todas as contribuições previdenciárias do país, incluindo os trabalhadores do comércio, operários e serviços, vai gerir todas as aposentadorias eassistências médicas dos trabalhadores do Brasil. Agora a massa de dinheiro vai ser ainda maior, gerando um grande desvio O dinheiro da previdência passa a construir grande obras para impulsionar a economia brasileiro para um crescimento ininterrupto ( como a ponte Rio – Niterói ) e a saúde pública fica cada vez pior. O Governo Federal, através do INPS, criou linhas de financiamento para que a iniciativa privada construa hospitais particulares visando ampliar o número de leitos hospitalares, esses hospitais atenderão os trabalhadores inscritos na previdência social. O governo federal estende a previdência aos trabalhadores rurais\ A previdência nunca atendeu tantas pessoas, entretanto o governo não tinha controle sobre os gastos e quem era contra isso passava a ser chamado de subversivo. A população começa a reclamar da falta de saúde Surge a epidemia de meningite, entretanto o governo não permite que o tema seja abordado ( Censura ). 1978 – Greve em busca de Postos de saúde, água... Movimento Popular de Saúde – São Trabalhadores de saúde, estudantes e professores em busca de uma melhora na saúde, centrado na atenção básica. Várias cidades começam a melhorar sua saúde através desse movimento. O Governo cria o SINPAS ( Sistema Nacional de previdência e assistência social ) que passa a reunir todos os órgãos de assistência médica no INAMPS( Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social ) e todos os órgãos e aposentadorias e pensões no INPS ( Instituto Nacional de Previdência Social ) , a administração dos recursos financeiros do sistema passa a ser controlada pelo IAPAS (O Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social ) 1979 – Crescem os Sindicatos e os operários ( Trabalhadores se unem ), gerando grande conflito com o governo. As pessoas querem ter “ Voz ´´ na saúde A censura esconde as epidemias no país Hospitais privados enriquecem as custas da previdência social A previdência vai à falência, medidas são tomadas para reverter essa situação. A previdência falida não permite aos trabalhadores obterem uma saúde decente, essa falência ocorre pois esse sistema de seguro – saúde funciona muito bem quando a economia cresce, entretanto, quando a economia não cresce existem mais pessoas necessitando de atendimento médico e se aposentando do que entrando para o sistema, ou seja, mais dinheiro saindo que entrando. Além da falência da previdência existe um outro motivo para a crise na saúde, que é a utilização dos recursos da previdência para criação de grandes hospitais ( Esses hospitais na verdade são privados, os empresários pegava o dinheiro emprestado com o governo, que pagava a consulta. Quando os donos dos hospitais conseguiram “ andar com as próprias pernas ´´ resolveram quebrar o vínculo com o governo, deixando de atender os trabalhadores da previdência, atendendo apenas ao particular, ou seja, o Governo ficou sem os hospitais para atendimento. 1986 – 8ª Conferência Nacional da Saúde - Busca pelo sistema único de saúde - Criação do SUS – Garantia dos princípios que orienta um novo sistema de saúde. - O SUS tem como princípio a Universalidade, Integralidade e Equidade e a participação social. Com o SUS a saúde é tratada como direito e não mais como um favor, privilégio ou caridade. É universal para todos, com ou sem carteira assinada. É integral, da vacina ao transplante. Com equidade é enfrentado as desigualdades sociais. - A marca mais importante do SUS é a participação popular. Cada cidade vai contar com um conselho de saúde formado por usuários, trabalhadores da saúde e gestores. - Periodicamente existem as conferências para debate e aprovação do que foi debatido. - Sem as conferências e conselhos a cidade fica de fora do SUS 1990 – Aprovação da regulação do SUS com as leis 8.080 e a lei 8.142. Existem muitas dificuldades mas os municípios avançam. - A implantação do SUS continua difícil, hospitais lotados, sem leitos suficientes. - As cooperativas ganham força, sucateando a saúde. 1994 – Chega ao Brasil os computadores, internet. - Maiores informações para a população - Crise da previdência se aprofunda - O Ministério da Saúde cria o programa Saúde da Família, que vai prestar assistência domiciliar à população. Ocorre uma assistência individual, com objetivo de prevenção da saúde. 1995 - Abre a internet no setor privado - Planos de saúde ficam em alta, mas eles querem as pessoas saudáveis, que não lhe dão despesas. Eles só querem aumentar os valores para os associados alegando que estão sem dinheiro, ameaçam ao governo, se ele não permitirem esse aumento vão começar a descredenciar hospitais e médicos. Posse de Fernando Henrique Cardoso - O Governo quer transferir os serviços públicos para entidades privadas, sem fins lucrativos, as organizações sociais. Uma de suas principais áreas de atuação será a área da saúde, ou seja, querem terceirizar o SUS, passar a gestão para a iniciativa privada. - Hospitais prontos passam do Governo Federal para as organizações sociais. Posse de Lula - Inicia um projeto de reforma da previdência, depois de viver com grande déficit e praticamente falir, ela não pode continuar da mesma forma. - O SUS não depende mais dessa reforma - O SUS não é interessante para a iniciativa privada, eles não se interessam por um sistema público universal e de qualidade, já que usam a doença para colher lucro. - A terceirização da saúde para as OSS é um grande inimigo para o SUS - O povo acaba pegando filas gigantes, já que quem tem condições acaba conseguindo privilégios nos seus atendimentos. - Após 20 anos da 8 ª Conferência Nacional de Saúde existiram : ( 56 minutos ) - Avanços : O Sus faz parte do cotidiano de todos os brasileiros, através de ações para pessoas mais carentes, até a promoção de pesquisas e novas tecnologias e pontas, atendimentos de emergência, prevenção de epidemias. - O SUS é hoje a mais importante e avançada política social em vigência no Brasil e aponta para a justiça social. Isso é tudo no papel, entretanto na realidade não é assim. - Problemas : As dificuldades são imensas, o orçamento é pouco e as necessidades muita. O SUS atende a mais de 1 milhão de pessoas por dia. O IBGE constatou que 98 % das pessoas que procuraram o atendimento ( pesquisa com mais de 300 mil pessoas ) foram atendidas. - O Pacto pela saúde é um grande exemplo nas mudanças de políticas de saúde. É uma revolução no modo de financiamento e nas responsabilidades dos gestores, são compactuadas metas que são acompanhadas pelos indicadores de saúde, prioridades são compactuadas, mecanismos de apoio são acionados, isso muda muita coisa. - O SUS chega aos municípios, embora as condições sejam longe das ideais, mas ainda assim o atendimento a toda população é realizado, garantindo o seu direito à saúde. Os hospitais vão se integrando à rede básica, existe uma busca pela medicina preventiva. - Apesar dos problemas o SUS é tido como um sucesso, entretanto sabe que existe muita coisa à melhorar. O Sistema Único de Saúde (SUS) completa este ano 28 anos de criação e 26 anos de implantaçãoANTECEDENTES DO SUS Era uma época de censura, existia o medo do que poderia ou não ser feito Projeto de Caruaru e Projeto de Montes Claro, discussão dos conceitos de universalização , regionalização O FUTUTO DO SUS Busca da consolidação do SUS, existiu grande avanço mas ainda tem muito o que melhorar. Programas de vacinação, transplante, universalização, AIDS. Deve existir a garantia de recursos perenes na saúde Emenda 29 Deve existir sempre uma cumplicidade entre governo, população e usuários do sistema. A gestão ainda tem que melhorar muito Aproximadamente 145 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS Lei n. 8.080/90 - Artigo 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. - Artigo 2º - A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. - Dos Objetivos e Atribuições Dos Objetivos e Atribuições Dos Objetivos e Atribuições Dos Objetivos e Atribuições Art.5º - São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do Art.2º desta lei; III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. - Dos Princípios e Diretrizes Dos Princípios e Diretrizes Dos Princípios e Diretrizes Dos Princípios e Diretrizes Art.7º - As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no Art.198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da comunidade; A Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde. CONSELHO DE SAÚDE O Conselho Nacional de Saúde (CNS) instância máxima de deliberação do Sistema Único de Saúde – SUS - de caráter permanente e deliberativo, tem como missão a deliberação, fiscalização, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas de saúde. O CNS é um órgão vinculado ao Ministério da Saúde composto por representantes de entidades e movimentos representativos de usuários, entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, governo e prestadores de serviços de saúde, sendo o seu Presidente eleito entre os membros do Conselho. É competência do Conselho, dentre outras, aprovar o orçamento da saúde assim como, acompanhar a sua execução orçamentária. Também cabe ao pleno do CNS a responsabilidade de aprovar a cada quatro anos o Plano Nacional de Saúde. Deve funcionar mensalmente, ter ata que registre suas reuniões e infraestrutura que dê suporte ao seu funcionamento. - REPRESENTAÇÃO Poderão ser contempladas, entre outras, as seguintes representações: • associações de portadores de patologias; • associações de portadores de deficiências; • entidades indígenas; • movimentos sociais e populares organizados; • movimentos organizados de mulheres em saúde; • entidades de aposentados e pensionistas; • entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; • entidades de defesa do consumidor; • organizações de moradores; • entidades ambientalistas; • organizações religiosas; • trabalhadores da área da Saúde; • associações, sindicatos, federações, confederações e conselhos de classe; • comunidade científica; • entidades públicas, hospitais universitários e hospitais no campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento CONFERÊNCIA DE SAÚDE É o fórum que reúne todos os segmentos representativos da sociedade, um espaço de debate para avaliar a situação de saúde, propor diretrizes para a formulação da política de saúde nas três esferas de governo. É convocada pelo Poder Executivo ou pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 dos integrantes desse fórum conclamam a conferência. Acontece de 4 em 4 anos. É realizada pelas esferas municipal, estadual e federal. É o espaço de debate, formulação e avaliação das políticas de saúde. REFORMA SANITÁRIA O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de 1970. A expressão foi usada para se referir ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde. Essas mudanças não abarcavam apenas o sistema, mas todo o setor saúde, em busca da melhoria das condições de vida da população. Grupos de médicos e outros profissionais preocupados com a saúde pública desenvolveram teses e integraram discussões políticas. Este processo teve como marco institucional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. Entre os políticos que se dedicaram a esta luta está o sanitarista Sergio Arouca. As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). PORTARIA Nº 4.279, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2010 Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Problema 1 - Intermediária Saúde no Brasil antes da colonização Antes da chegada dos europeus no Brasil a vida era muito diversificada, mudava de acordo com suas tribos. Apesar dessas divergências, a saúde era observada através de uma mesma visão, eram utilizadas ervas e plantas em busca da cura. Os pajés eram responsáveis por esse conhecimento, “ guardando essa sabedoria “ e passando para a tribo. Tudo isso era feito através de rituais ( Era feito com plantas, ervas, danças, bebidas ). As doenças eram vistas como algum feitiço.Caso o pajé não conseguisse tratar o doente e essa doença passasse para outros da tribo, os outros deveriam buscar outra terra, sem esse males Saúde no Brasil com a chegada dos Europeus Os índios viviam de acordo com a natureza, não possuíam muitas doenças e por isso seu sistema imune também não era tão forte. Com a chegada dos Europeus chegaram também as doenças, que dizimaram muitos indígenas. Eram doenças que para os Europeus eram simples e não levavam à morte, entretanto , uma simples gripe era mortal para os índios. Além de gripe chegaram as epidemias de malária, sarampo, febre amarela, disenteria e varíola. Durante o período colonial o acesso ao tratamento variava de acordo com a condição social ( Ainda podemos observar isso ), a assistência à população pobre e indigente ficava sob cuidados das Santas Casas de Misericórdia. As pessoas com maiores condições buscava ajuda dos boticários, barbeiros, sangradores, empíricos, curandeiros ( Apresentavam conhecimento de algumas ervas medicinais brasileiras ) ... Quem cuidava da saúde dos Europeus com maiores condições, nessa época, eram os jesuítas. Que atuavam no tratamento de doenças, epidemias, fundavam hospitais, estudavam as doenças curativas das regiões e mantinham eficientes enfermarias no Brasil. Alguns jesuítas vieram de Portugal já formados nas áreas médicas, mas a maioria atuava informalmente. Em 1574 Inácio de Loiola determinou que em todas as aldeias fossem criadas enfermarias e casas isoladas, que funcionassem como hospitais. Duas grandes epidemias tomaram conta do Brasil colônia : Varíola e Sarampo. Elas dizimaram milhares de índios e escravos. O Tratamento foi realizado pelo padre Anchieta era realizado por sangria. Os jesuítas se consideravam um médico espiritual e corporal. Ainda assim predominava uma precária organização dos serviços de saúde Chegada da família real no Brasil – Império Após a chegada da família real no Brasil o país teve avanços na área da saúde, de acordo com a época. Com a família real no Brasil era necessário uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro pois a péssima condição de vida e de salubridade facilitavam a disseminação de diversas doenças. Em 1808 Dom João VI fundou na Bahia o colégio médico cirúrgico, no real hospital militar de Salvador. No mesmo ano foi criado a escola de cirurgia de Salvador, anexo ao Real hospital militar, finalizando assim o período de Brasil colônia. É importante ressaltar que essas medidas sanitárias durante esse período não tinha como preocupação a melhora no nível de saúde da população em geral , mas sim proteger os nobres portugueses de doenças. Saúde no Brasil República Já no início da República, o Brasil sofria com grande epidemias, como varíola, febre amarela, entre outras que matavam milhares de pessoas. Essas epidemias eram “ ajudadas” pelas condições precárias das condições sanitárias e de higiene da população. Essas epidemias começaram a interferir também na economia do país, já que muitos imigrantes não queriam vim para o Brasil e eles eram a melhor mão de obra para o café, sem contar os navios que evitavam atracar no país, fazendo com que o produto não fosse exportado. Para os pobres a situação não mudou muito, ainda tinham que buscar benzedeiras ou entidades filantrópicas mantidas pela Igreja. Em 1900 Oswaldo Crus é nomeado diretor do Instituto em Manguinhos, nesse instituto serão produzidas vacinas para essas enfermidades. O problema é que na hora da aplicação da vacina, o povo não tinha conhecimento do que era e não queriam tomar, o governo utilizou de sua força militar para tornar obrigatória a aplicação, isso gerou muitas brigas, mas no final o governo vence utilizando sua força. Só para ressaltar, a vacina era obrigatória e foi apenas no Rio de Janeiro. Outro fato importante para a saúde foi o médico Emílio Ribas morar com portadores de Febre Amarela, mostrando assim que a doença não era transmitida apenas pelo contato com o doente, hoje sabemos que a doença é transmitida por picada de mosquito infectado pelo vírus. A gripe espanhola assola o Brasil, matando milhares de pessoas. O médico Geraldo Paula Souza volta ao Brasil para instaurar os Centros de Saúde, após um curso de saúde pública na Hopkins. Esse Centro de saúde é social e educativo, o médico sanitarista e as educadores iriam substituir os guardas e inspetores. A família passa a ser o centro da ação. Vargas vai assumir o poder e decide centralizar e uniformizar as estruturas de saúde Vargas cria o instituto de aposentadoria e pensões dos marítimos. Todas as categorias profissionais teriam seus IAP’s ( Instituto de aposentadorias e pensões ) para substituir as “ caixas`` . As pessoas teriam uma parte do dinheiro do salário descontados para depois ter pleno direito à assistência médica, aposentadorias e pensões após um tempo de trabalho. O pagamento deve ocorrer todo mês durante 30 anos ( Lembrando que a expectativa de vida antigamente era muito menor que hoje ). Os recursos dos IAPS foram sempre aplicados pelo governo no financiamento da industrialização do país. Quem não consegue pagar as contribuições acaba ficando sem direito algum. 1937 – O ESTADO NOVO O dinheiro da previdência continua sendo investido na industrialização do País ( Isso é muito errado já que o dinheiro do povo está sendo desviado ). SESP ( Atividades do Serviço Especial de Saúde Pública no interior do país ) -> Iniciativa da nossa saúde pública para combater a malária e proteger os “ soldados da borracha “ . Os americanos financiam o SESP porque eles precisam da borracha para a guerra. Para o Brasil o SESP é importante pois ele faz parte da saúde pública que vem combatendo as epidemias, são ações de comportamento preventivo , é uma preocupação mais social. Alcança lugares, com doenças nunca vistas ou estudadas, como Carlos Chagas descobriu. 1951 - Vargas volta À presidência, eleito pelo voto popular. É criado o Ministério da Saúde O Ministério da Saúde foi criado para fortalecer as ações na saúde pública ( Medicina Preventiva ) 1961 - Jânio quadros ( Vassourinha ) assume à presidência e promete varrer a corrupção Os IAPS são separados de acordo com os valores, quem ganha mais têm IAPS melhores, sendo assim alguns IAPS conseguem construir seus próprios hospitais, entretanto algumas empresas não ficam satisfeitas com o atendimento que seu IAPS oferece e aí surge a ideia da medicina de grupo, ou seja, empresas que tem a finalidade de prestar serviços médicos privados aos empregados das empresas que o contrata. A vantagem desse sistema é que ocorre uma maior seleção da mão de obra e empregados que faltem menos, diziam que era o futuro da assistência médica, as empresas médicas. DITADURA MILITAR A classe operária e a classe média vão para a miséria, o êxodo rural está fazendo a população cada vez mais pobres, aumentando o número de doenças( favelas, cortiços ) , a saúde sendo sucateada, programas e serviços importantes sem verbas ( Ex. Saneamento básico ).O Governo só da importância para o que pode ser repassado para o privado, a saúde pública tem que ser de investimento estatal, logo é negligenciada. O governo vai unificar todo o sistema previdenciário, IAPS e outros órgãos em um sistema único que recebe o nome de Instituto Nacional e previdência social ( INPS ),esse instituto vai concentrar todas as contribuições previdenciárias do país, incluindo os trabalhadores do comércio, operários e serviços, vai gerir todas as aposentadorias e assistências médicas dos trabalhadores do Brasil. Agora a massa de dinheiro vai ser ainda maior, gerando um grande desvio O dinheiro da previdência passa a construir grandes obras para impulsionar a economia brasileira para um crescimento ininterrupto ( como a ponte Rio – Niterói ) e a saúde pública fica cada vez pior. O Governo Federal, através do INPS, criou linhas de financiamento para que a iniciativa privada construa hospitais particulares visando ampliar o número de leitos hospitalares, esses hospitais atenderão os trabalhadores inscritos na previdência social. O governo federal estende a previdência aos trabalhadores rurais. A previdência nunca atendeu tantas pessoas, entretanto o governo não tinha controle sobre os gastos e quem era contra isso passava a ser chamado de subversivo. A população começa a reclamar da falta de saúde. Surge a epidemia de meningite, entretanto o governo não permite que o tema seja abordado ( Censura ). 1978 – Greve em busca de Postos de saúde, água...( Ainda é ditadura ) Movimento Popular de Saúde – São Trabalhadores de saúde, estudantes e professores em busca de uma melhora na saúde, centrado na atenção básica. Várias cidades começam a melhorar sua saúde através desse movimento. O Governo cria o SINPAS ( Sistema Nacional de previdência e assistência social ) que passa a reunir todos os órgãos de assistência médica no INAMPS( Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social ). 1979 – Crescem os Sindicatos e os operários ( Trabalhadores se unem ), gerando grande conflito com o governo. As pessoas querem ter “ Voz ´´ na saúde A censura esconde as epidemias no país Hospitais privados enriquecem as custas da previdência social A previdência vai à falência, medidas são tomadas para reverter essa situação. A previdência falida não permite aos trabalhadores obterem uma saúde decente, essa falência ocorre pois esse sistema de seguro – saúde funciona muito bem quando a economia cresce, entretanto, quando a economia não cresce existem mais pessoas necessitando de atendimento médico e se aposentando do que entrando para o sistema, ou seja, mais dinheiro saindo que entrando. Além da falência da previdência existe um outro motivo para a crise na saúde, que é a utilização dos recursos da previdência para criação de grandes hospitais ( Esses hospitais na verdade são privados, os empresários pegava o dinheiro emprestado com o governo, que pagava a consulta. Quando os donos dos hospitais conseguiram “ andar com as próprias pernas ´´ resolveram quebrar o vínculo com o governo, deixando de atender os trabalhadores da previdência, atendendo apenas ao particular, ou seja, o Governo ficou sem os hospitais para atendimento. 1986 – 8ª Conferência Nacional da Saúde Busca pelo sistema único de saúde Criação do SUS – Garantia dos princípios que orienta um novo sistema de saúde. O SUS tem como princípio a Universalidade, Integralidade e Equidade e a participação social. ---Com o SUS a saúde é tratada como direito e não mais como um favor, privilégio ou caridade. É universal para todos, com ou sem carteira assinada. É integral, da vacina ao transplante. Com equidade é enfrentado as desigualdades sociais. A marca mais importante do SUS é a participação popular. Cada cidade vai contar com um conselho de saúde formado por usuários, trabalhadores da saúde e gestores. Periodicamente existem as conferências para debate e aprovação do que foi debatido. Sem as conferências e conselhos a cidade fica de fora do SUS 1988 – Constituição de 88 – A constituição cidadã 1990 – Aprovação da regulação do SUS com as leis 8.080 e a lei 8.142. Existem muitas dificuldades mas os municípios avançam. A implantação do SUS continua difícil, hospitais lotados, sem leitos suficientes. As cooperativas ganham força, sucateando a saúde. 1994 – Chega ao Brasil os computadores, internet. Maiores informações para a população Crise da previdência se aprofunda O Ministério da Saúde cria o programa Saúde da Família, que vai prestar assistência domiciliar à população. Ocorre uma assistência individual, com objetivo de prevenção da saúde. 1995 - Abre a internet no setor privado Planos de saúde ficam em alta, mas eles querem as pessoas saudáveis, que não lhe dão despesas. Eles só querem aumentar os valores para os associados alegando que estão sem dinheiro, ameaçam ao governo, se ele não permitirem esse aumento vão começar a descredenciar hospitais e médicos. Posse de Fernando Henrique Cardoso O Governo quer transferir os serviços públicos para entidades privadas, sem fins lucrativos, as organizações sociais. Uma de suas principais áreas de atuação será a área da saúde, ou seja, querem terceirizar o SUS, passar a gestão para a iniciativa privada. Hospitais prontos passam do Governo Federal para as organizações sociais. Políticas Sanitaristas As discussões sobre a reforma sanitária tem início na década de 70, embora a reforma ocorra apenas em 1986 com a 8ª Conferência Nacional de Saúde .O movimento sanitário teve origem a partir de uma abordagem histórico e estrutural dos problemas de saúde. Essa abordagem foi discutida em todos os departamentos de medicina preventiva, em todas as faculdades. Nesses departamentos de medicina preventiva surgiram as bases do movimento sanitário, onde suas bases são : 1) Movimento estudantil e do CEBS ( Centro Brasileiro de estudos e saúde ), o CEBES difunde a teoria da medicina social onde a saúde resulta de um processo histórico e cultura de determinada população, o lema do CEBES era saúde e democracia, ou seja, todos tinham direito à saúde, não apenas aqueles que contribuíam para a previdência social. 2) Médicos residentes, onde essa luta se deu mais do ponto de vista político em relação as relações de trabalho, os residentes reivindicavam melhores condições de trabalho, melhores condições nos hospitais para atender aos pacientes. 3) Academia, representada pela docência e pela pesquisa e o referencial teórico desse movimento sanitário também foi amplamente divulgado e consolidado na academia. As propostas da reforma sanitária são : 1) Saúde é direito de todo o cidadão, as ações de saúde tem que está integradas em um sistema único, ou seja, não poderia existir divisão entre ações preventivas e ações curativas, como nós tínhamos ( Mais tarde viria a ser o SUS ). 2) Descentralização da gestão – Estado, município, união são responsáveis pela saúde e Participação da população nas propostas de saúde local. As propostas da Reforma Sanitária foram defendidos na 8ª Conferência Nacional de Saúde. Essa foi a primeira conferência nacional que teve a participação de técnicos da área, gestores e da sociedade civil organizada, nas anteriores não existe a participação da sociedade, ou seja, nessa 8ª existiu uma democratização maior. Essa conferência ficou marcada pois foi a partir dela que ficou discutido o que mais tarde viria a ser oSUS. 8ª Conferência Nacional de Saúde É nessa conferência que as propostas da reforma sanitária são discutidas A 8ª CNS foi base para a elaboração do capítulo da Saúde para a construção da Constituição Federal de 1988 e para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS), foi um grande marco para a saúde. E os principais assuntos debatidos foi a saúde como direito; a reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e financiamento setorial. 8ª Conferência teve sua Comissão Organizadora presidida por Sergio Arouca, uma das principais lideranças do Movimento da Reforma Sanitária Com a Conferência ficou evidente a necessidade de mudanças profundas na área da saúde, ampliando o próprio conceito de saúde. Ouve acordo para que ocorresse a separação entre Saúde e Previdência, para que existisse um financiamento por parte do governo para a área específica da saúde ( e que a saúde deveria ser para todos, independente da contribuição ) . Constituição Federal ( Artigos 196 à 200 ) Nessa constituição que serão instituídas as propostas discutidas na 8ª Conferência Nacional de Saúde. Nela saem algumas leis como : 1) A saúde é um direito de todos e dever do Estado , garantindo através de políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças. 2) O Poder Público dispõe da regulamentação, fiscalização e controle das ações e serviços de saúde 3) As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único 4 ) As instituições privadas podem participar de forma complementar do SUS, mediante contrato ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos . Sistema Único de Saúde – SUS Princípios Doutrinários : Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais. Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades ( Busca a Justiça Social) . Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Princípios Organizativos Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região. Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. RESOLUBILIDADE – É a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê- lo até o nível da sua competência. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 – Lei Orgânica da Saúde Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Unidade de Saúde da Família Essas unidades são alternativas para desafogar os hospitais e UPA. Nelas ocorre a atuação de uma ou mais equipes multidisciplinares ( médico, enfermeiro , dentista, auxiliares , técnico de enfermagem , administrativo ) e devem se responsabilizar pela atenção à saúde da população. Realiza o cuidado primário, privilegiando a promoção da saúde, prevenção da doença, com autonomia técnica – assistencial . O atendimento pode ser através das demandas espontâneas ou agendadas e a unidade pode e deve realizar regulação para o Hospital, caso necessário. É o primeiro contato com o paciente, deve está localizado no centro do bairro para facilitar que o paciente chegue até ele. Normas Operacionais Instrumento jurídico institucional, editado periodicamente por Portarias do Ministério da Saúde, após amplo processo de discussão com gestores em saúde e segmentos da sociedade , negociado e pactuado na Tripartite, aprovado no Conselho Nacional de Saúde para : Aprofundar e reorientar a implementação do SUS; Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos tático—operacionais. Regular as relações entreseus gestores Normatizar o SUS Normas Operacionais Básicas (NOBs) É uma legislação além das leis orgânicas – Tem como objetivo definir estratégias que orientem sua operacionalização para nortear e aumentar sua implementação, além de estimular mudanças que colaborassem com o seu crescimento. As NOBS foram definidas como recursos para investimento na saúde, com a criação do CONAS ( Conselho Nacional de Secretários de Saúde ) e do CONASENS ( Conselho nacional das secretarias municipais de saúde ), também deram ênfase na municipalização da saúde, onde município passou a ser responsável imediato pela assistência às necessidades do cidadão. Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS); O objetivo da NOAS/SUS é promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção. Estabelece o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e de busca de maior equidade. Institui o Plano Diretor de Regionalização (PDR) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada Estado e no Distrito Federal. As NOAS foram em 2 edições, 2001 e 2002, e estabeleceram como meta disponibilizar maior acesso da população aos serviços de saúde em todos os níveis, promovendo ampliação da equidade e utilizando a regionalização como forma de organizar as hierarquias desses equipamentos de saúde. Central de Regulação Mecanismo de gestão que visa garantir a organização das redes e fluxo de vagas É um sistema que monitora a disponibilidade de vagas em atendimento especializado e de leitos, tornando mais ágil a marcação de consultas e exames e, ainda, a transferência de pacientes em estado grave de saúde e que precisam de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou de procedimentos complexos. Assistente Social Ela tem como função atuar no combate às desigualdades da sociedade. Ela realiza o planejamento e a execução de políticas públicas e de programas sociais que proporcionem o bem- estar e a integração do indivíduo com a sociedade. Hospital de Referência É um hospital especializado em determinada doença / tratamento. Médico de Família e Comunidade Especialidade médico com foco na Atenção Primária à Saúde. Como será o primeiro contato com o paciente, deve cuidar de forma longitudinal , integral e coordenada da saúde de uma pessoa, considerando seu contexto familiar e comunitário. Essa especialidade ficou muito tempo em posição marginal, só ganhando maior visibilidade após a expansão do programa saúde da família. Seus princípios e práticas são centrados na pessoa e não na doença, na relação médico – paciente , na interlocução com o indivíduo , sua família e a comunidade que está inserido, onde o processo de adoecimento é relacionado à interação de fatores de ordem biológica, psicológica e sócio – ambiental . CAIXA -> IAP’S -> INPS -> SINPAS ( INAMPS ) Problema 1 – Fechamento Lei n. 8.142/90 - participação da comunidade na Gestão do Sistema Único de Saúde É o complemento da Lei 8.080. Na época que a lei 8.080 foi aprovada, algumas partes foram vetadas pelo presidente da época, a parte envolvendo participação da comunidade mesmo foi vetada, então em 1990, mesmo com a aprovação da lei 8080 existiram várias manifestações da população em busca dos seus direitos participativos, então no mesmo ano foi editada uma nova lei trazendo essa parte da participação da comunidade, além disso trouxe a parte de financiamento do SUS. Essa participação popular irá ocorrer nas Conferências de Saúde e nos Conselhos de Saúde. A conferência de saúde irá ocorrer a cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais ( Segmentos da sociedade, de pessoas que precisam ou trabalham com a saúde ) , a principal finalidade dessas conferências de saúde é justamente avaliar a situação da saúde no país ou naquela localidade, outra finalidade é propor diretrizes para a formulação da política de saúde, também será proposto saídas para o SUS, ou seja, formas para o SUS atuar. A convocação é através do poder executivo, com exceção de uma convocação extraordinária, ou seja, uma convocação além desses 4 anos, caso aconteça alguma situação de saúde diferente do normal, o conselho de saúde daquela localidade também pode solicitar um conselho de saúde extraordinária. O Conselho de Saúde apresenta caráter permanente e deliberativo ( Vão tomar decisões ), sendo esses conselhos um órgão colegiado composto por quatro grupos, representantes do : Governo, prestadores de serviços para o SUS, profissionais da saúde e os usuários. A finalidade desses Conselhos é formular estratégias ligadas a saúde, também promovem o controle da execução da política de saúde daquela localidade, vão fiscalizar aspectos econômicos e financeiros. As decisões que o Conselho vai tomar não quer dizer que elas já vão ter força de comprimento, elas terão que ser homologadas pelo chefe de poder legalmente constituído em cada esfera de governo, ou seja, o Conselho toma as decisões e elas são enviadas para o gestor da saúde. A representação dos usuários, tanto no conselho quanto na conferência de saúde, será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos, ou seja, 50 % será composto por usuários e 50 % por gestores. O Conselho Nacional de Saúde terá representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde ( CONASS )/ESTADOS E DISTRITO FEDERAL e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde ( CONASEMS ). Quando se fala do financiamento teremos : Os recursos do Fundo Nacional de Saúde ( FNS ) serão enviados diretamente para a conta do Município, sem passar antes pelo Estado. O Município recebe 70% dos recursos ligados a saúde e o Estado apenas 30%, isso acontece porque os Municípios estão com a parte de Atenção Primária da Saúde, ou seja, apresenta uma demanda maior. Normas Operacionais As normas operacionais definiram critérios para que estados e municípios se habilitassem a receber repasses de recurso do Fundo Nacional de Saúde para seus respectivos fundos de saúde. Desde o início do processo de implantação do SUS foram publicadas 4 NOBS, já as NOAS só foram 2 Norma Operacional Básica ( NOBS ) Tem por finalidade primordial promover e consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus municípios, com a consequente redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS. Responsabilidade não só para prestação de algum serviço, mas sim na gestão de um sistema que atenda , com integralidade, à demanda das pessoas pela assistência à saúde e as exigências sanitárias ambientais. Busca-se, dessa forma, a plena responsabilidade do poder público municipal. Assim, esse poder se responsabiliza como também pode ser responsabilizado, ainda que não isoladamente. Os poderes públicos estadual e federal são sempre co-responsáveis, na respectiva competência ou na ausência da função municipal. Essa responsabilidade, no entanto, não exclui o papel da família, da comunidade e dos próprios indivíduos, na promoção, proteção e recuperação da saúde. Ao tempo em que aperfeiçoa a gestão doSUS, esta NOB aponta para uma reordenação do modelo de atenção à saúde, na medida em que redefine: a. os papéis de cada esfera de governo e, em especial, no tocante à direção única; b. os instrumentos gerenciais para que municípios e estados superem o papel exclusivo de prestadores de serviços e assumam seus respectivos papéis de gestores do SUS; c. os mecanismos e fluxos de financiamento, reduzindo progressiva e continuamente a remuneração por produção de serviços e ampliando as transferências de caráter global, fundo a fundo, com base em programações ascendentes, pactuadas e integradas; d. a prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS, superando os mecanismos tradicionais, centrados no faturamento de serviços produzidos, e valorizando os resultados advindos de programações com critérios epidemiológicos e desempenho com qualidade; e. os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições para uma efetiva participação e controle social. Normas Operacionais de Assistência A publicação da primeira NOAS foi o resultado de um longo processo de negociação que envolveu o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde ( CONASS ) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ( CONASEMS ). O objetivo dessa NOAS era promover maior equidade na alocação de recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos nos níveis de atenção. Estabeleceu o processo de regionalização como estratégia de hierarquização dos serviços de saúde e busca de maior equidade. Instituiu o Plano Diretor de Regionalização ( PDR ) como instrumento de ordenamento do processo de regionalização da assistência em cada estado e no Distrito Federal, baseado nos objetivos de definição de prioridades de intervenção coerentes com a necessidade da população e garantia de acesso dos cidadãos a todos os níveis de atenção à saúde. As Secretarias de Saúde dos estados e Distrito Federal que elaboram o Plano Diretor de Regionalização ( PDR ) livro sistema único de saúde coleção para entender a gestão do sus – Página 52 - 62 Modelo dos Determinantes Sociais em Saúde Os Determinantes Sociais da Saúde incluem as condições mais gerais socioeconômicas, culturais e ambientais de uma sociedade, e relacionam-se com as condições de vida e trabalho de seus membros, como habitação, saneamento, ambiente de trabalho, serviços de saúde e educação, incluindo também a trama de redes sociais e comunitárias, mostrando porque um grupo é mais saudável que o outro. Existem enfoques que buscam analisar as relações entre a saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e grupos. Esses estudos identificam o desgaste do chamado “capital social”, ou seja, das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos, como um importante mecanismo através do qual as iniqüidades de renda impactam negativamente a situação de saúde. Países com frágeis laços de coesão social, ocasionados pelas desigualdade de renda, são os que menos investem em capital humano e em redes de apoio social, fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Esses estudos também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e com alta coesão social. Existem dois modelos principais : o modelo de Dahlgren e Whitehead e o modelo de Didericksen. 1) O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes. Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e sua distribuição em camadas, segundo seu nível de abrangência, o modelo não pretende explicar com detalhes as relações e mediações entre os diversos níveis e a gênese das iniqüidades. Os indivíduos estão na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu potencial e suas condições de saúde. Na camada imediatamente externa aparecem o comportamento e os estilos de vida individuais. Esta camada está situada no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os comportamentos, muitas vezes entendidos apenas como de responsabilidade individual, dependentes de opções feitas pelo livre arbítrio das pessoas, na realidade podem também ser considerados parte dos DSS, já que essas opções estão fortemente condicionadas por determinantes sociais - como informações, propaganda, pressão dos pares, possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços de lazer etc. A camada seguinte destaca a influência das redes sociais e comunitárias, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que, como vimos, é de fundamental importância para a saúde da sociedade como um todo. No próximo nível estão representados os fatores relacionados a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em desvantagem social correm um risco diferenciado, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição a condições mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços. Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade e que possuem grande influência sobre as demais camadas. Foram criadas intervenções sobre os Determinantes Sociais de Saúde ( DSS ) através de intervenção política, no sentido de minimizar as Determinantes Sociais de Saúde. Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que promovam mudanças de comportamento, através de programas educativos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis, criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas formas. O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de relações. Como já mencionado, os laços de coesão social e as relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem políticas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e participantes ativos das decisões da vida social. O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham, buscando assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada, alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e outros. Em geral essas políticas são responsabilidade de setores distintos, que freqüentementeoperam de maneira independente, obrigando o estabelecimento de mecanismos que permitam uma ação integrada. O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrodeterminantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de trabalho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidariedade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambiental e seus efeitos sobre a sociedade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO, 2006). BUSS, Paulo; FILHO, Alberto. A saúde e seus determinantes sociais. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, abril, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Accesso em 10 de Agosto de 2018. O Modelo de Diderichsen, Evans e Whitehead (2001) foi uma adaptação ao seu modelo e de Hallqvsist de 1998. Nesse modelo será enfatizado a estratificação social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de saúde. Eles fazem um gráfico onde : (I) Representa o processo segundo o qual cada indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de diversos mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de trabalho • (II) De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes indivíduos, aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que causam danos à saúde • (III) Uma vez exposto a estes riscos O diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de doença • (IV) E o diferencial de consequências sociais ou físicas, uma vez contraída a doença. SOBRAL, André; FREITAS, Carlos Machado de. Modelo de organização de indicadores para operacionalização dos determinantes socioambientais da saúde. Saude soc., São Paulo , v. 19, n. 1, p. 35-47, Mar. 2010 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 12902010000100004&lng=en&nrm=iso>. access on 10 Aug. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0104- 12902010000100004. Pacto pela Vida O Pacto pela Saúde veio com o objetivo de ter a capacidade de responder aos desafios atuais da gestão e organização do sistema, para dar respostas concretas às necessidades de saúde da população brasileira, e tornar a saúde uma política de Estado mais do que uma política de governo. A finalidade desse processo de pactuação era a qualificação da gestão pública do SUS, buscando maior efetividade, eficiência e qualidade de suas respostas. O Pacto pela Vida é constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos e metas , derivados da análise da situação de saúde da população e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais. Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados. O Pacto pela vida – como instrumento do Pacto pela Saúde – representa uma mudança radical na forma de pactuação do SUS vigente até então. Isso ocorre porque rompe com os pactos realizados em variáveis discretas de tempo , por meio de normas operacionais. A instituição Pacto pela Vida representa duas mudanças fundamentais na reforma incremental do SUS. De um lado substitui pactos eventuais por acordos anuais obrigatórios ; de outro, muda o foco, de mudanças orientadas a processos operacionais para mudanças voltadas para resultados sanitários, Sendo assim, o Pacto pela Vida reforça , no SUS, o movimento da gestão pública por resultados. O Pacto pela vida deverá ser permanente . Ao fim do primeiro trimestre de um novo ano , serão avaliados os resultados do Termo de Compromisso de Gestão do ano anterior e pactuadas novas metas e objetivos a serem atingidos no ano em curso. Para que não seja algo que atue apenas na teoria, deverá ocorrer mudanças no sistema operacional. Deve ter consciência que ao realizar o pacto, ali é apenas o início e não o final . E esses objetivos pactuados deverão servir apenas de Norte , para que assim sejam realizadas as estratégias e decisões necessárias. No campo operativo, as metas e objetivos do Pacto pela Vida devem inscrever –se em instrumentos jurídicos e públicos , os Termos de Compromisso de Gestão , firmados pela União, estados e municípios. Esses termos tem como objetivo formalizar a assunção das responsabilidades e atribuições inerentes às esferas governamentais na condução do processo permanente de aprimoramento e consolidação do SUS. Nos Termos de Compromisso de Gestão, estão os objetivos e metas prioritárias do Pacto pela Vida, bem como seus indicadores de monitoramento e avaliação. A definição dos objetivos devem ser realizados através de metas nacionais , estaduais, regionais e municipais. Os pactos estaduais deverão estar referenciados pelas metas e objetivos nacionais ; os pactos regionais e municipais devem estar referenciados pelas metas estaduais O Pacto pela vida de 2006 definiu 6 prioridades : Saúde do Idoso, , controle do Câncer de Colo do Útero e Mama ; redução da mortalidade infantil e materna, fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e endemias, promoção da saúde e fortalecimento da atenção básica. livro sistema único de saúde coleção para entender a gestão do sus – Página 64 - 69 Problema 2 – Abertura Medicina da Família e Comunidade A medicina de família e comunidade – MFC – é uma especialidade médica com foco privilegiado na Atenção Primária de Saúde e, por isso, é considerada especialidade estratégica na conformação dos sistemas de saúde. Cabe à MFC, partindo de um primeiro contato, cuidar de forma longitudinal, integral e coordenada, da saúde de uma pessoa, considerando seu contexto familiar e comunitário. Portanto, a medicina de família e comunidade é um componente primordial da atenção primária à saúde. Essa medicina possui seus princípios e práticas centrados na pessoa e não na doença, na relação médico – paciente , na integração entre o indivíduo, sua família e a comunidade em que está inserido. Essa especialidade ficou muito tempo em posição marginal, só ganhando maior visibilidade após a expansão do programa saúde da família. Equipe de saúde É uma equipe multidisciplinar composta por no mínimo : (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. Cada equipe de Saúde da Família (eSF) deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas Tipos de demanda – espontânea 1 ) Demanda Espontânea é o nome dado a qualquer atendimento não programado na Unidade de Saúde. Representa uma necessidade momentânea do usuário. Pode ser uma informação , um agendamento de consulta, uma urgência ou uma emergência. 2) Demanda Programada é aquela agendada previamente. Trabalho do médico da família na Atenção Básica Prestar assistência integral aos indivíduos sob sua responsabilidade. Valorizar a relação médico-paciente e médico-família como parte de um processo terapêutico e de confiança. Oportunizar os contatos com indivíduos sadios ou doentes, visando abordar os aspectos preventivose de educação sanitária. Empenhar-se em manter seus clientes saudáveis, quer venham às consultas ou não. Executar ações básicas de vigilância epidemiológica e sanitária em sua área de abrangência. Executar as ações de assistência nas áreas de atenção à criança, ao adolescente, à mulher, ao trabalhador, ao adulto e ao idoso, realizando também atendimentos de primeiros cuidados nas urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais, entre outros. Promover a qualidade de vida e contribuir para que o meio ambiente seja mais saudável. Discutir de forma permanente - junto à equipe de trabalho e comunidade - o conceito de cidadania, enfatizando os direitos à saúde e as bases legais que os legitimam. Participar do processo de programação e planejamento das ações e da organização do processo de trabalho das unidades de Saúde da Família. Tipos de programa da Atenção Básica - Acompanhamento de Crianças em Desenvolvimento – ACD - Hipertensão e Diabetes – Hiperdia - Saúde do Idoso - Saúde da Mulher - Saúde do Homem - Imunização - Saúde do Adolescente Número de hipertensos no Brasil Prevalência de 31 % dos entrevistados. Hipertensão Hipertensão arterial (HA) é condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. A hipertensão arterial pode gerar várias complicações como : Acidente Vascular Encefálico ( AVE ) , Infarto Agudo do Miocárdio ( IAM ), Insuficiência Cardíaca ( IC ). Apresenta como fatores de risco : Idade, sexo e etnia, excesso de peso e obesidade, ingestão de sal, ingestão de álcool , sedentarismo, fatores socioeconômicos , genética. É necessário de mais de uma aferição para ter o diagnóstico de HÁ. Pode ser classificada em : Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré-hipertensão 121-139 81-89 Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da PA. Problema 2 – Intermediária PRINCIPAIS MODELOS DE SAÚDE Países desenvolvidos gastam em torno de 10% de seu PIB no sistema de saúde, os EUA gastam 17 %, o gasto per capita é de mais de 9000 dólares, o Brasil gasta cerca de 1000 dólares per capita, 9,1 % do PIB, sendo 4% público . CANADÁ ( Gasta cerca de 10% do PIB no sistema de saúde, sendo 7.2 % público ) O sistema de saúde é independente, varia de província para província. O Canada Health Arct vai ditar os serviços básicos de saúde que deverão ser oferecidos de forma universal e igual, entretanto, detalhes do funcionamento e cobertura irá variar muito entre as províncias. Como são 15 províncias diferentes, seus residentes terão o básico da saúde de forma igual, entretanto, algumas províncias realizam uma cobertura maior que outras, algumas cobrem fertilização ( Québec )... O Canada Health Arct não cobre os custos de medicamentos, atendimento domiciliar, fisioterapia ou oftalmologia . Esses serviços serão realizados pelos planos de saúde privados, geralmente as empresas de trabalham pagam 50% e o trabalhador 50 %, depende do trabalho ou plano. Se você não tiver plano nenhum, irá pagar normal por esses atendimentos mais específicos e irá declarar no imposto de renda, esse valor será reembolsado ( inclusive os medicamentos ). Os médicos são proibidos de cobrar dos pacientes, isso quando se fala em saúde básica, pois será ofertado através do governo, que irá arrecadar o dinheiro através dos impostos. Algo importante é que os médicos não são funcionários do governo, nem os hospitais pertencem ao governo. São profissionais e instituições privadas que irão receber pelo seu trabalho, ou seja, o governo faz através de contratos vínculos, sendo assim, o médico tem autonomia para escolher o horário e dia de funcionamento de seu hospital, mas também, o governo não é responsável pelo pagamento dos funcionários, apenas o pagamento do contrato. Como já foi dito, o sistema muda de uma província para outra e caso necessite fazer portabilidade, essa mudança demora 3 meses para ser efetuada, sendo a província anterior responsável por sua saúde durante esse tempo. O médico da família exerce importante papel nesse sistema de saúde, isso porque o paciente irá até ele e após sua avaliação ele irá decidir se é necessário um encaminhamento para um especialista ou se ele mesmo consegue solucionar o problema. O ruim disso é que algumas vezes ocorre muita demora nesse tramite, fazendo com que a pessoa espere semanas, mesmo sendo algo mais urgente. Por isso pessoas com maiores condições e que necessitam de tratamentos mais rápidos buscam os EUA. Para usufruir desse sistema você tem que ser cidadão canadense, residente permanente ou imigrante com visto de trabalho de no mínimo 6 meses, sendo que só será coberto após 3 meses de carência. Turistas e visitantes não tem direito de usar o sistema de saúde FRANÇA (Gasta cerca de 12% do PIB no sistema de saúde sendo o público 8.6 % – 4700 Dólares gasto por pessoa ) A França é uma república composta administrativamente e politicamente por regiões, o que equivale para nós como estados. O sistema de saúde baseia – se em três princípios : solidariedade, pluralismo e medicina liberal. O princípio da solidariedade significa que o seguro social garante um financiamento compartilhado, no qual a contribuição independe dos riscos individuais ante a possibilidade de adoecer. O financiamento dos serviços advém de impostos e de contribuições empregatícias , configurando um seguro público regulamentado pelo Estado. A atenção a saúde é garantido mediante serviços em consultórios privados e em hospitais públicos e privados ( lucrativos ou filantrópicos ). A maior parte da população ( 83 % ) contribui e é beneficiária da “ Caisse Nationale d’ Assurence Maladie _ CNAMTS “ destinada aos trabalhadores assalariados. Existem outros organismos para categorias específicas como rurais, autônomos, mineiros. Para ter direito ao serviço o usuário tem que ser residente legal da França. Além disso é necessário uma prescrição médica / dentista ou instituição cadastrada, além disso existe uma lista de aprovação do Ministério da Saúde. Caso o procedimento seja realizado em um hospital particular, o usuário tem direito à reembolso, se cumprir os quesitos que foi citado acima. Na França existem diversos seguros com preços acessíveis onde é utilizada a lógica do co-pagamento , ou seja, o usuário não paga o tratamento por inteiro, nem o seguro, existe uma divisão entre os dois. Dois terços do setor hospitalar são do setor público constituindo uma rede sob os cuidados do Ministério da Saúde. Toda a equipe é assalariada. Mais da metade dos leitos do setor privado estão em hospitais de médio e pequeno porte dirigidos para cirurgia e obstetrícia . Os hospitais filantrópicos têm perfil semelhante aos do setor público . Existe então uma divisão do trabalho que faz com que os casos mais sérios que exijam hospitalização prolongada e de alto custo sejam assumidos pelo setor público. Até 2005 o acesso era baseado na livre escolha , sem necessidade de nenhuma referência e sem limite no número de consultas, desde que respeitados a regra de cadastramento. Após esse ano começaram a existir reformas no seguro doença, introduzindo uma nova regra : Todo usuário com mais de 16 anos deveria
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