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controle neural mixão


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4. Citar a capacidade da bexiga (variações) e descrever
o controle nervoso da micção.
4.1. Capacidade da bexiga (variações).
O volume mínimo de urina necessário para remover do organismo de um adulto de aproximadamente 70Kg todos os produtos residuais é de cerca de 0,5L. Porém um adulto saudável com dieta comum produz entre 1 e 2L de urina diariamente.
4.2. Controle nervoso da micção.
O principal suprimento nervoso da bexiga é feito pelos nervos pélvicos que se conectam à medula espinhal pelo plexo sacro, principalmente, se ligando aos segmentos S2 e S3. Os nervos pélvicos contêm fibras sensoriais e motoras. As fibras sensoriais detectam o grau de distensão da parede vesical. Os sinais intensos de distensão da uretra posterior são especialmente fortes e os principais responsáveis pelo início dos reflexos que produzem o esvaziamento da bexiga. As fibras motoras do nervo pélvico são fibras parassimpáticas. Elas terminam em células ganglionares localizadas na parede da bexiga. Pequenos nervos pós-ganglionares intervém o músculo detrusor.
Faixa etária Volume (mL/ 24h)
1 a 2 dias 30-60
3 a 10 dias 100-300
11 a 60 dias 250-450
61 dias a 1 ano 400-500
2 a 3 anos 500-600
4 a 5 anos 600-700
6 a 8 anos 650-1000
9 a 14 anos 800-1400
Adultos 600-1600
Idosos 250-2400
Além dos nervos pélvicos, dois outros tipos de inervação são importantes na função vesical. Os mais importantes são as fibras motoras esqueléticas no nervo pudendo que inervam o esfíncter externo da bexiga. São fibras somáticas e inervam e controlam o músculo voluntário do esfíncter externo. A bexiga recebe também inervação simpática das cadeias simpáticas pelos nervos hipogástricos, conectados em sua maioria com o
segmento L2 da medula espinhal. Essas fibras simpáticas estimulam principalmente os vasos sanguíneos e têm pouca relação com a contração vesical. Algumas fibras nervosas sensoriais também passam pelos nervos simpáticos e podem ser importantes na sensação de plenitude e, em alguns casos, de dor. A bexiga se enche até que a tensão de sua parede esteja no limite máximo, nesse momento, ativa-se um reflexo nervoso chamado reflexo da micção, causado pelos estiramentos iniciados pelos receptores sensoriais de estiramento na parede vesical. Esses sinais sensoriais são conduzidos até os segmentos sacrais da medula pelos nervos pélvicos e voltam por reflexo, pelas fibras nervosas parassimpáticas também pelos nervos pélvicos. As contrações de micção desaparecem espontaneamente após uma fração de minutos, isso ocorre pelo relaxamento do músculo detrusor que leva também à diminuição da pressão para a linha de base. Conforme a bexiga se enche, os reflexos da micção ficam mais frequentes e causam maiores contrações do músculo detrusor. Uma vez iniciado o reflexo, ele é considerado autorregenerativo pois os estímulos aumentam e se intensificam até que a bexiga seja esvaziada. 
O reflexo da micção é um ciclo dividido em três partes: o aumento rápido e progressivo da pressão, período de pressão sustentada e o retorno da pressão ao tônus basal da bexiga. Quando esse reflexo se torna suficiente para que a bexiga seja esvaziada, outro reflexo é produzido, para que o esfíncter externo relaxe, esse reflexo se da através dos nervos pudendos, quando esse reflexo é mais potente que sua inibição voluntária, a micção ocorre. O reflexo da micção é reflexo espinhal totalmente autônomo, mas pode ser inibido ou facilitado pelos centros cerebrais. Esses centros incluem: potentes centros facilitadores e inibitórios no tronco cerebral, principalmente na ponte, os quais mantém o reflexo da micção parcialmente inibidos, exceto quando se tem vontade de urinar; vários centros localizados no córtex cerebral que são principalmente inibitórios, mas podem se tornar excitatório pois os centros superiores podem evitar a micção, até mesmo quando o reflexo da micção está presente, pela contração tônica do esfíncter externo, até o momento conveniente para o esvaziamento e, no momento da micção, os centros corticais podem auxiliar os centros sacrais a iniciar o reflexo de micção e, ao mesmo tempo, inibir o esfíncter vesical externo, de forma que a micção ocorra.
A micção voluntária é em geral iniciada da seguinte maneira: primeiro, o indivíduo voluntariamente contrai a musculatura abdominal o que aumenta a pressão na bexiga e distende suas paredes. Isso estimula os receptores de estiramento e desencadeia o reflexo da micção, inibindo simultaneamente o esfíncter uretral externo.