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Universidade, Ciência e 
Conhecimento Científico
Dostoiewski Mariatt de O. 
Champangnatte
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 2
Sumário
Introdução ........................................................................................................ 03
Objetivos .......................................................................................................... 04
Estrutura do Conteúdo ................................................................................... 04
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico
Tópico 1: Universidade ..................................................................................... 05
 1.1 O Papel Social e a Função da Universidade .............................. 05
 1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas ................................... 07
 1.3 As Funções da Universidade Hoje ............................................. 08
 1.4 Ciência e Conhecimento Científico ............................................ 11
 1.5 A Ciência e suas Áreas .............................................................. 13
 1.6 O Conhecimento Científico Frente às outras Formas de 
 Conhecimento .................................................................................. 15
 
Resumo ............................................................................................................ 19
Leitura Complementar .................................................................................... 20
Referências Bibliográficas ............................................................................. 21
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 3
Seja bem-vindo(a) ao conteúdo “Universidade, Ciência e Conhecimento Científico”.
O papel da universidade é plural e diverso, pois é conformado no mundo social por 
diferentes grupos. Tal observação reafirma o pressuposto sociológico de que a universidade 
e outras instituições são artefatos sociais que devem ser compreendidos como produtos 
da história humana. Além disso, é preciso dizer que tal história humana é perpassada 
por confluências e conflitos entre os mais variados estratos sociais, demarcada por 
conjunturas, isto é, pela própria temporalidade. Ou seja, a universidade é uma produção 
social e histórica; sua função social não está dada por uma definição natural.
No Brasil, a história da universidade é secular, pois as experiências universitárias 
tardaram a ganhar materialidade. Apenas no fim da década de 1820 foram estabelecidas 
escolas de ensino superior. A tônica dessas experiências do século XIX, no Brasil, consistiu 
na criação de escolas e faculdades isoladas e de formação profissional de médicos, 
engenheiros e bacharéis em Direito. No século XX, na história do ensino superior brasileiro, 
conformaram-se, propriamente, as experiências universitárias. A rigor, em princípio, tais 
experiências manifestaram a cultura de escolas ou faculdades, pois, por meio de decretos 
ou leis, foram reunidas instituições isoladas em torno do nome “universidade”.
As funções da universidade são plurais, mas é possível afirmar que a sua principal 
atribuição é pensar a si mesma, isto é, refletir sobre sua própria função social. Talvez isso 
caracterize a própria condição humana: pensar-se. E tal exercício deve ser permanente, 
pois, tal qual o destino de Sísifo, o pensar e o refletir precisam ser feitos e refeitos.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 4
Estrutura do Conteúdo
Objetivo
sEsperamos que nesta apostila você possa:
1. Compreender as principais fases do desen-
volvimento histórico das universidades e seu 
papel na sociedade contemporânea; 
2. Identificar as três funções indissociáveis da 
universidade; 
3. Relativizar o conceito de ciência; 
4. Identificar as várias áreas da ciência;
5. Compreender as etapas do método cientí-
fico.
 Para melhor compreensão do conteúdo, 
este material foi dividido nas seguintes partes: 
1. A Universidade
 1.1 O Papel Social e a Função da Universidade 
 1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas
 1.3 As Funções da Universidade Hoje
 1.4 Ciência e Conhecimento Científico
 1.5 A Ciência e suas Áreas
 1.6 O Conhecimento Científico Frente às ou-
tras Formas de Conhecimento 
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 5
1. A Universidade
Neste conteúdo você descobrirá que faz parte de uma tradição universitária de quase 
mil anos. Ingressar na universidade significa pertencer a uma comunidade de estudantes 
e mestres que se dedicam ao estudo, prestam serviços à sociedade e, por meio da 
investigação científica, promovem o avanço do conhecimento.
1.1 O Papel Social e a Função da Universidade
A palavra “universidade” vem do latim universitas (colcocar palavra em itálico), que 
significa “universalidade, totalidade, o todo” e, ainda, “o universo, o conjunto das coisas” 
(FARIA, 1962). Segundo Trindade (1999), o desenvolvimento da universidade pode ser 
caracterizado por quatro momentos históricos importantes:
Século XII
 O primeiro período na evolução histórica se inicia 
durante o século XII, quando a palavra “universidade” 
passou a significar associação ou comunidade de 
estudiosos, tornando-se sinônimo de um modelo de 
instituição inaugurado em cidades como Bolonha 
(Itália, 1158), Paris (França, 1200) e Oxford (Inglaterra, 
1167). Esses centros de altos estudos foram criados 
para atender a uma nova demanda social que 
floresceu no século XII. Naquela época, os chefes da 
igreja reconheceram a necessidade de harmonizar as 
ideias cristãs e as recentes descobertas científicas 
por meio da formação de novos profissionais, não 
apenas no campo da Teologia, mas também em 
Direito e Medicina.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 6
Século XV
 O segundo momento da evolução histórica 
das universidades inicia-se no século XV, durante 
o período renascentista. Nessa época, a transição 
do sistema de produção feudal para o capitalista, o 
despontar do humanismo literário e artístico, assim 
como a Reforma Protestante, imprimem uma nova 
dinâmica às instituições de ensino superior. Há uma 
expansão no número e na natureza das universidades, 
que vão estabelecendo maior autonomia acadêmica e 
se incumbindo da produção de novos conhecimentos.
Séculos XVII e XVIII
 O terceiro momento ocorre entre os séculos XVII 
e XVIII, quando as novas descobertas científicas, o 
Iluminismo e a Revolução Industrial colaboraram para 
solidificar o papel da universidade como instituição 
produtora e disseminadora de conhecimento.
 Entretanto, é a partir do século XIX, com os 
desdobramentos da Revolução Industrial, o advento 
do capitalismo e as transformações nas artes, ciência, 
cultura e educação que a universidade adquire o 
caráter que conhecemos hoje.
Século XIX
Universidade Humboldt, em Berlim (Alemanha), 
fundada em 1810
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 7
EUA
1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas
O surgimento das primeiras universidades das Américas foi marcado pela colonização 
inglesa, espanhola e portuguesa. 
EUA
América Latina
RJ
SP
Os americanos, seguiram o mode-
lo de Oxford e Cambridge, que orientou 
a criação de universidades como Har-
vard (1612), Pensilvânia (1740) e Yale 
(1701).
América Latina
Na América Latina, nota-se a influência do modelo espanhol da Universidade de 
Salamanca (1218) e da Universidade de Alcalá (1499), hoje chamada de Universidade 
Complutense de Madrid. Em nosso país, a primeira faculdade surgiu em “1808, quando 
o príncipe regente, com a transferência da Corte, criou o primeiro curso de cirurgia, 
anatomia e obstetrícia”.
Yale University (New Have, Connecticut – EUA)
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 8
Rio de JaneiroA primeira universidade brasileira, a “Universidade do Brasil” (atual Universidade 
Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), só foi fundada em 1920.
São Paulo
A primeira universidade de ponta foi a Universidade de São Paulo, criada em 1934. 
Isso significa que por várias décadas “o Brasil esteve fora do processo universitário 
quando o tema principal do debate, no século XIX, era a nova universidade, devotada 
à pesquisa e à ciência” (TRINDADE, 1999).
1.3 As Funções da Universidade Hoje
 Atualmente, no Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB n° 9.394/96), Artigo 43°, a educação em nível superior tem várias funções:
Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito 
científico e do pensamento reflexivo;
Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, 
aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e para 
colaborar em sua formação contínua;
Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, 
visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e à criação 
e difusão da cultura, desenvolvendo, assim, o entendimento do 
homem e do meio em que vive;
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 9
Promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade 
e comunicar o saber através de publicações ou de outras formas 
de comunicação;
Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural 
e profissional e possibilitar a correspondente concretização, 
integrando os conhecimentos que são adquiridos em uma 
estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento produzido 
por cada geração;
Estimular o conhecimento sobre os problemas do mundo 
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar 
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta 
uma relação de reciprocidade;
Promover a extensão, aberta à participação da população, 
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da 
criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas 
na instituição.
É a legislação vigente, como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB n° 9.394/96) e suas leis 
complementares, que determina legalmente a função das universidades. O artigo 207 da 
Constituição Federal determina que cabe às universidades realizar atividades de ensino, 
pesquisa e extensão: três funções que são indissociáveis.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 10
ENSINO
Quanto ao ensino, as universidades são responsáveis por oferecer cursos de 
graduação e pós-graduação. Os cursos de graduação podem ser oferecidos nas 
modalidades presencial, semipresencial ou à distância. Ao finalizar a graduação, os 
alunos têm a opção de continuar seus estudos ingressando em cursos de pós-graduação 
do tipo:
a) stricto sensu: programas de mestrado e doutorado dedicados à formação para a 
pesquisa e à qualificação profissional em caráter especializado, ou;
b) lato sensu: cursos de especialização e aperfeiçoamento.
Cabe assinalar que a Lei de Diretrizes e Bases (LDBn° 9.394/96) determina que 
todas as instituições de ensino superior, assim como os cursos oferecidos por elas, 
devem ser devidamente autorizadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação.
PESQUISA
Tanto na graduação como na pós-graduação, a universidade deve estar 
comprometida com a produção do saber, realizada por meio do estudo sistemático e 
da pesquisa científica. Em outras palavras, o desenvolvimento do conhecimento exige a 
adoção de procedimentos específicos para estudo e pesquisa. As atividades de pesquisa 
das universidades brasileiras são reguladas por agências governamentais, como a 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), entre outras.
 A universidade deve, ainda, promover atividades de extensão, disponibilizando 
seus serviços à sociedade, seja por meio de programas, projetos (como a reconhecida 
Clínica-Escola de Odontologia da Unigranrio) ou cursos para a comunidade. A extensão 
universitária é um dos pilares do ensino superior, pois possibilita à população acessar os 
bens culturais gerados pela universidade por meio do ensino e da pesquisa.
EXTENSÃO
Quanto ao ensino, as universidades são responsáveis por oferecer cursos de 
graduação e pós-graduação. Os cursos de graduação podem ser oferecidos nas 
modalidades presencial, semipresencial ou a distância. Ao finalizar a graduação, os 
alunos têm a opção de continuar seus estudos ingressando em cursos de pós-graduação 
do tipo:
a) stricto sensu: programas de mestrado e doutorado dedicados à formação para a 
pesquisa e à qualificação profissional em caráter especializado; ou
b) lato sensu: cursos de especialização e aperfeiçoamento.
Cabe assinalar que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB n° 9.394/96) determina que 
todas as instituições de ensino superior, assim como os cursos oferecidos por elas, 
devem ser devidamente autorizadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação.
Tanto na graduação como na pós-graduação, a universidade deve estar 
comprometida com a produção do saber, realizada por meio do estudo sistemático e 
da pesquisa científica. Em outras palavras, o desenvolvimento do conhecimento exige a 
adoção de procedimentos específicos para estudo e pesquisa. As atividades de pesquisa 
das universidades brasileiras são reguladas por agências governamentais, como a 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), entre outras.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 11
1.4 Ciência e Conhecimento Científico
Agora, vamos explorar o conhecimento como ato inerente à existência humana e 
aspecto essencial ao trabalho acadêmico no curso de graduação. Nas próximas linhas, 
você aprenderá sobre os vários tipos de conhecimento e entenderá como eles se 
diferenciam do conhecimento científico.
Alguns pontos que serão objetos de estudo são:
• Relativização do conceito de ciência 
• Identificação das várias áreas da ciência
• Compreensão das etapas do método científico
Nas páginas anteriores, exploramos a natureza e o papel da universidade, assim 
como suas principais funções na contemporaneidade. Vimos que uma de suas principais 
tarefas é a produção e disseminação do conhecimento, ou seja, o desenvolvimento da 
ciência. Mas, você sabe o que é ciência? 
A palavra “ciência” geralmente evoca a imagem do homem vestido de branco, 
manuseando tubos de ensaio ou fazendo experimentos em laboratórios. A imagem desse 
tipo de cientista representa uma das dimensões da ideia de ciência, aquela associada à 
experimentação. Definir ciência, entretanto, é uma tarefa muito difícil.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 12
Ruiz (1996) afirma que, em sentido amplo, ciência significa simplesmente conheci-
mento e, em sentido restrito, refere-se “a um conhecimento que não só assimila ou regis-
tra fatos, mas também os demonstra pelas suas causas determinantes e consecutivas.” 
Confira o que engloba as principais definições de ciências para esse autor:
Conhecimento 
certo do real pelas 
suas causas;
Conjunto orgânico de 
conclusões certas e gerais, 
metodicamente demonstradas e 
relacionadas com objeto 
determinado;
Atividade 
que se propõe 
demonstrar a verdade 
dos fatos experimentais e 
suas aplicações práticas;
Conhecimento sistemático dos 
fenômenos da natureza e das leis 
que os regem, obtido através da 
investigação pelo raciocínio 
e pela experimentação 
intensiva;
Estudo dos 
problemas solúveis, 
mediante método 
científico.
Conjuntoorgânico de 
conclusões certas e gerais, 
metodicamente demonstradas e 
relacionadas com objeto 
determinado;
Conhecimento 
certo do real pelas 
suas causas;Estudo dos 
problemas solúveis, 
mediante método 
científico.
Atividade 
que se propõe 
demonstrar a verdade 
dos fatos experimentais e 
suas aplicações práticas;
Produzimos ciência porque o homem é um ser pensante, é um ser que procura 
soluções aos desafios que se apresentam à sua sobrevivência. Logo, o desenvolvimento 
da ciência torna-se essencial para a vida humana, permitindo-nos compreender o mundo 
em que vivemos, assim como seus fenômenos naturais e sociais. A complexidade da 
realidade exige, entretanto, que cada ciência desenvolva seu método de trabalho para 
explorar as diversas dimensões da vida e do universo.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 13
1.5 A Ciência e suas Áreas
Hoje, há várias maneiras de agrupar os ramos da ciência. Confira as grandes áreas 
do conhecimento e, consequentemente, das ciências, segundo o Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq):
Ciências 
Biológicas: 
inclui campos 
como a Genética 
e a Botânica;
Ciências Exatas 
e da Terra: 
contempla áreas 
como a Matemática 
e a Física;
Engenharias: é um 
ramo das ciências 
aplicadas e concen-
tra, por exemplo, 
a Engenharia Civil 
e a Engenharia 
de Produção;
Ciências da Saúde: 
inclui a Medicina 
e a Odontologia;
Você sabia que o filósofo francês René Descartes, conhecido 
com um dos fundadores da Filosofia moderna, afirmou, no 
século XVII, que o simples ato individual de pensar na 
própria existência e colocá-la em dúvida seria uma 
comprovação da existência em si? Sua célebre 
frase "Penso, logo existo" (do latim "Cogito, ergo 
sum") demonstra que o ato de pensar a realidade e 
questioná-la é uma forma de demonstrar a existência 
do indivíduo. O pensamento de Descartes — que, na 
Matemática, área em que também foi influente, ficou 
conhecido como cartesiano — se tornou uma das bases 
da Filosofia ocidental e influenciou de forma decisiva a 
produção de conhecimento dos últimos séculos.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 14
As áreas do conhecimento se desenvolveram historicamente por meio da contribui-
ção de vários pesquisadores que, como você, um dia foram alunos de graduação. É 
importante destacar, também, que a produção do saber científico ocorre pela associação 
dos vários saberes. Em outras palavras, as ciências se complementam e interagem. Por 
exemplo, a Ecologia depende da Química, Física, Sociologia e das Ciências Políticas, 
assim como os biólogos utilizam estudos da Genética, da Física e da Química (SANTOS, 
2005). 
É preciso destacar, ainda, que a ciência e seus ramos continuam em plena evolução. 
Áreas como Biologia Genética e Bioética surgem para acompanhar as questões do nosso 
tempo, como a manipulação de células tronco; portanto, os desafios da ciência continuam 
se apresentando à universidade na contemporaneidade.
Ciências Agrárias: 
contempla campos 
como a Agronomia 
e a Zootecnia;
Ciências Sociais 
Aplicadas: engloba 
áreas como o Direito, 
a Administração 
e Economia;
Ciências Humanas: 
neste ramo, estão, 
por exemplo, 
a Filosofia e a 
Educação;
Linguística, Letras 
e Artes: inclui 
campos de estudo 
como a Literatura 
e o Cinema;
Outros: contempla novas áreas, como 
Bioética e Ciências Ambientais.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 15
1.6 O Conhecimento Científico frente às outras Formas 
de Conhecimento
O conhecimento desenvolvido pelo ser humano em suas relações com o meio nem 
sempre foi como é hoje. Primeiramente, houve a geração dos místicos, que deu uma 
explicação mística ou mágica para a realidade; depois, tivemos a geração dos filósofos, 
que procurou, por meio do pensamento, chegar à verdade e, finalmente, a geração dos 
cientistas, que “desdobraram o universo em milhares de segmentos, não para dizer o que 
é ser, mas para saber ‘como’ cada coisa é” (Ruiz, 1996).
Hoje, nos beneficiamos do conhecimento desenvolvido por todos aqueles que vieram 
antes de nós e recebemos a tarefa de avançar esse conhecimento. Logo, pensar sobre o 
conhecimento recebido de nossas famílias, professores, líderes religiosos ou da mídia é 
um direito de todos os homens. Há, entretanto, diferenças entre o conhecimento científico 
e outros tipos de conhecimento.
 São seis os tipos de conhecimento e suas características. Conheça cada um 
deles (adaptado de Ruiz, 1996):
Conhecimento Sensorial
Refere-se à apreensão da realidade pelos sentidos. 
É comum aos homens e animais. Por exemplo, ambos 
são capazes de identificar que tipos de alimentos lhes 
são adequados utilizando seus sentidos.
Conhecimento Intelectual
O conhecimento intelectual é próprio do ser 
humano. Ele operacionaliza as representações 
construídas com a ajuda dos sentidos e lhes atribui 
novas significações. O conhecimento científico não 
pode existir sem o conhecimento intelectual, pois 
baseia-se na racionalidade humana.
Refere-se à apreensão da realidade pelos sentidos. 
É comum aos homens e animais. Por exemplo, ambos 
são capazes de identificar que tipos de alimentos lhes 
são adequados utilizando seus sentidos.
O conhecimento intelectual é próprio do ser 
humano. Ele operacionaliza as representações 
construídas com a ajuda dos sentidos e lhes atribui 
novas significações. O conhecimento científico não 
pode existir sem o conhecimento intelectual, pois 
baseia-se na racionalidade humana.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 16
É o conhecimento adquirido por meio da experiência 
direta, sem qualquer tipo de sistematização. É o 
conhecimento do povo, gerado e transmitido no dia a dia. 
Explora os fatos nas suas aparências gerais, vivências 
e tradições. Por exemplo, todos nós conhecemos uma 
receita infalível para curar resfriados, mas raramente 
sabemos a farmacologia dos medicamentos.
Conhecimento Vulgar ou Empírico
Conhecimento Intuitivo
Conhecimento Teológico
Conhecimento baseado nas escrituras sagradas e 
nos dogmas religiosos. Defende que a razão humana 
depende da iluminação divina. A verdade pertence 
a Deus e nos foi revelada por meio das escrituras. 
Isso significa, por exemplo, acreditar que Deus 
criou o homem, o que se contrapõe por exemplo, ao 
conhecimento científico sobre a evolução das espécies.
É de ordem subjetiva e reduz-se ao ato simples, 
indivisível e direto do conhecimento pela experiência 
imediata. Temos a intuição sensorial, que orienta nos-
sas ações concretas — como na hora de avaliar a 
velocidade dos carros para atravessarmos a rua ou 
definirmos a temperatura da água do banho. É a in-
tuição intelectual que guia nossos princípios lógicos, 
éticos e estéticos. Por exemplo, não precisamos pen-
sar muito para saber se uma obra de arte nos agrada. 
O julgamento estético da obra ocorre imediatamente 
com base no conhecimento intuitivo.
É o conhecimento adquirido por meio da experiência 
direta, sem qualquer tipo de sistematização. É o 
conhecimento do povo, gerado e transmitido no dia a dia. 
Explora os fatos nas suas aparências gerais, vivências 
e tradições. Por exemplo, todos nós conhecemos uma 
receita infalível para curar resfriados, mas raramente 
sabemos a farmacologia dos medicamentos.
É de ordem subjetiva e reduz-se ao ato simples, 
indivisível e direto do conhecimento pela experiência 
imediata. Temos a intuição sensorial, que orienta nos-
sas ações concretas — como na hora de avaliar a 
velocidade dos carros para atravessarmos a rua ou 
definirmos a temperatura da água do banho. É a in-
tuição intelectual que guia nossos princípios lógicos, 
éticos e estéticos. Por exemplo, não precisamos pen-
sar muito para saber se uma obra de arte nos agrada. 
O julgamentoestético da obra ocorre imediatamente 
com base no conhecimento intuitivo.
Conhecimento baseado nas escrituras sagradas e 
nos dogmas religiosos. Defende que a razão humana 
depende da iluminação divina. A verdade pertence 
a Deus e nos foi revelada por meio das escrituras. 
Isso significa, por exemplo, acreditar que Deus 
criou o homem, o que se contrapõe por exemplo, ao 
conhecimento científico sobre a evolução das espécies.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 17
Conhecimento Filosófico
Produz conhecimentos sobre a realidade lançando 
mão de princípios racionais e das leis formais do 
pensamento. Utiliza o método racional, dedutivo, que 
antecede a experiência, ou seja, a coleta de dados 
empíricos. Tem o objetivo de questionar os saberes 
estabelecidos e avançar a compreensão sobre as 
questões metafísicas.
Conhecimento Científico
O conhecimento científico distingue-se dos tipos 
de conhecimento listados anteriormente por seus ob-
jetivos, métodos e resultados. Ele é programado, siste-
mático, crítico e rigoroso. Possui um campo delimitado 
e utiliza métodos próprios de pesquisa e objetos parti-
culares de investigação. Em contraposição ao conhe-
cimento vulgar ou empírico, o conhecimento científico 
procura demonstrar o “porquê” dos fenômenos. Inves-
tiga suas causas, efeitos, classificações e agrupamen-
tos. Seus resultados são expressos em leis, teorias e 
generalidades.
Produz conhecimentos sobre a realidade lançando 
mão de princípios racionais e das leis formais do 
pensamento. Utiliza o método racional, dedutivo, que 
antecede a experiência, ou seja, a coleta de dados 
empíricos. Tem o objetivo de questionar os saberes 
estabelecidos e avançar a compreensão sobre as 
questões metafísicas.
O conhecimento científico distingue-se dos tipos 
de conhecimento listados anteriormente por seus ob-
jetivos, métodos e resultados. Ele é programado, siste-
mático, crítico e rigoroso. Possui um campo delimitado 
e utiliza métodos próprios de pesquisa e objetos parti-
culares de investigação. Em contraposição ao conhe-
cimento vulgar ou empírico, o conhecimento científico 
procura demonstrar o “porquê” dos fenômenos. Inves-
tiga suas causas, efeitos, classificações e agrupamen-
tos. Seus resultados são expressos em leis, teorias e 
generalidades.
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 18
Porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma de 
existência que se manifesta de algum modo”.
Pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade 
ou falsidade conhecidas por meio da experiência e não apenas 
pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
Já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um 
sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos, desconexos.
Pois as afirmações (hipóteses) que não podem ser 
verificadas não pertencem ao âmbito da ciência.
Visto que não é definitivo, absoluto ou final.
Pois novas proposições e o desenvolvimento de técnicas 
podem reformular o acervo de teoria existente.
Real (factual)
Contingente
Sistemático
Verificável
Falível
Aproximada-
mente Exato
Marconi e Lakatos (2009) destacam que o conhecimento científico diferencia-se dos 
outros tipos de conhecimento mais pela sua metodologia do que pelo seu conteúdo. Co-
nheça algumas características do conhecimento científico:
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 19
Iniciamos esta material explorando o papel e a função da universidade. Vimos que as 
universidades foram criadas na Idade Média para atender a demandas sociais por novos 
profissionais e que seu papel foi se transformando ao longo dos séculos para acompa-
nhar a evolução científica, tecnológica e cultural. Aprendemos também que, na América 
Latina, o sistema universitário foi influenciado pelo modelo europeu e que, no Brasil, a 
primeira universidade de ponta foi criada em São Paulo, em 1934. 
Descobrimos que houve uma grande expansão do ensino superior nos últimos 40 
anos e exploramos as principais tarefas da universidade de acordo com a Lei de Diretrizes 
e Bases nº 9.394/96, assim como suas três funções indissociáveis: ensino, pesquisa e 
extensão. Vimos, também, a definição de ciência e exploramos as várias áreas do conhe-
cimento científico. 
Aprendemos, ainda, que o ser humano é capaz de conhecer e pensar e que o conhe-
cimento é essencial à sua sobrevivência. 
Vimos, também, que há três elementos essenciais e indissociáveis que constituem o 
conhecimento humano, são eles: 1. o sujeito; 2. o objeto, e 3. a representação ou imagem 
do que é conhecido. Aprendemos também que o conhecimento e as formas de conhecer 
evoluíram ao longo dos anos, indo da perspectiva mítica à científica. Exploramos as ca-
racterísticas de vários tipos de conhecimento (sensorial, intelectual, vulgar ou empírico, 
intuitivo, teológico, filosófico) e aprendemos que o conhecimento científico distingue-se 
dos outros tipos por ser real (factual), contingente, sistemático, verificável, falível e apro-
ximadamente exato. 
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 20
Para saber mais sobre a história das universidades, leia o texto Universidade em 
perspectiva: sociedade, conhecimento e poder, de Hélgio Trindade. O texto refere-se 
a uma conferência realizada pelo pesquisador em uma reunião da Associação Nacional 
de Pesquisa em Educação, disponível no link:
http://www.josenorberto.com.br/Universidade%20em%20Perspectiva_HELGIO_
TRINDADE.pdf
O avanço das ciências é primordial para o desenvolvimento da sociedade, a melhoria 
da qualidade de vida e também para a busca da longevidade, com a descoberta da cura 
de doenças. Nesse sentido, leia a matéria publicada na revista Superinteressante, sobre 
o progresso da descoberta da cura da AIDS:
A cura da Aids: A ciência já sabe como dar o golpe final no vírus HIV: expulsá-lo 
do corpo humano. Conheça os bastidores da descoberta médica mais importante 
dos últimos 25 anos - e as histórias de pessoas que já foram curadas da doença.
Acesse o link disponível em: http://super.abril.com.br/saude/cura-aids-762959.shtml
Universidade, Ciência e Conhecimento Científico 21
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas, SP: Papiros, Cedes: São 
Paulo: Ande; Anped, 1992. 
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. 
Brasília: 1996.
FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3. ed. Brasília: Ministério da Edu-
cação e da Cultura, Campanha Nacional de Material de Ensino, 1962. 
HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H. Holt and Co., 2004. 
JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janei-
ro: Jorge Zahar Editor, 1990.

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