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Pré Projeto de Mestrado UFRRJ

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Marcio Bernardino Sirino
Imagem: Um conceito em desafio
A construção da imagem que as narrativas orais produzem
Imagem: Um conceito em desafio
A construção da imagem que as narrativas orais produzem
Resumo:
Este projeto destina-se a pesquisar sobre como as crianças da era do visual, da imagem, imaginam- aqui no sentido da criação inventiva- as imagens que as narrativas orais lhes produzem.
Levando em consideração o advento das novas tecnologias e a influência das mídias sociais no processo de construção de conhecimento dos alunos, será analisada no Município de Angra dos Reis, através de um Projeto de Leitura para as escolas da Ilha Grande, a imaginação produzida pelas narrativas orais.
Com a análise bibliográfica e estudo de campo das experiências obtidas no projeto serão estudados os benefícios e malefícios das novas tecnologias e refletido sobre a pedagogia da imagem como possibilidade de construção de conhecimento para os alunos.
Linhas de Pesquisas:
Linha 1: Estudos Contemporâneos e Práticas Educativas.
Opção de Orientadores:
1ª opção: Aristóteles de Paula Berino.
2ª opção: Flávia Miller Naethe Motta.
Problema e Justificativa:
A sociedade tem vivenciado uma nova perspectiva de interação entre as pessoas e uma nova relação entre a informação e o conhecimento. Estamos inseridos numa realidade em que as informações se processam muito rapidamente com o advento das novas tecnologias e da globalização e que um maior número de pessoas tem acesso a estas novas linguagens.
Percebe-se que a facilidade de acesso a imagens prontas acelera o processo de construção do significado e dos conceitos de determinadas informações. Ou seja, ao se mostrar uma imagem de um óculos, as pessoas associam rapidamente a imagem ao que ela representa socialmente em seus usos e costumes. Mas, se porventura, ao invés de mostrar a imagem for realizada a narrativa do objeto, como se dará a construção desta imagem nesta era do visual?
Esta indagação se faz pertinente em face do atual momento em que estamos vivendo, pois as crianças já fazem parte desta geração, uma geração da imagem, em que as narrativas dão lugar à formatação pronta das informações necessárias.
A contação da história, atividade muito desenvolvida na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, tem sido deixada de lado e substituída pela exibição de vídeos, apresentação de slides, execução de programas de computação atuais, aplicativos e outros equipamentos tecnológicos.
Mas, como as crianças da era do visual e da imagem constroem a imagem, no sentido de criação inventiva, que as narrativas orais lhes produzem?
É necessário que se pesquise sobre a Pedagogia da Imagem. Que se debruce com um olhar mais crítico sobre o atual momento em que estamos vivendo e sobre os avanços tecnológicos, questionando até que ponto esses supostos avanços não dificultam a construção do conhecimento para os nossos alunos.
Essa análise proporcionará uma reflexão sobre os benefícios e malefícios das novas tecnologias e mais detidamente fornecerá dados importantes sobre a forma como os alunos recebem as narrativas, constroem conhecimentos e ainda imaginam as imagens narradas, fazendo eles parte de um mundo em que as imagens já se apresentam prontas e conceituadas.
Objetivos:
- Pesquisar como as crianças da era do visual, da imagem, imaginam- aqui no sentido da criação inventiva- as imagens que as narrativas orais lhes produzem.
- Refletir sobre os benefícios e malefícios das mídias sociais no processo de ensino aprendizagem dos alunos.
- Aprofundar os conhecimentos sobre a Pedagogia da Imagem e a construção de conceitos por parte dos alunos a partir das imagens apresentadas.
- Estabelecer relação entre as áreas do conhecimento que dialogam sobre a aprendizagem compreendendo os fatores internos e externos que colaboram na aquisição de conhecimento
Referencial teórico básico:
A Pedagogia da Imagem muito tem sido pesquisada atualmente, tanto como estratégia de ensino, quanto como objeto de registro e avaliação da aprendizagem. Entende-se por imagem a representação gráfica e pictórica das coisas que existem. Esta representação favorece na aquisição de conhecimentos e na construção de conceitos importantes para o desenvolvimento dos alunos.
Há um ditado popular que diz que “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Esta frase dialoga com a concepção de que por meio da imagem você ratifica o conhecimento e que a mesma se consubstancia como objeto de prova de determinada situação, sendo suficiente em si própria e não necessitando de explicações.
Esta realidade se percebe nas salas de aula e espaços sociais educativos diversos, pois os alunos que hoje temos sobre nossa responsabilidade são frutos de uma geração envolta pelas novas tecnologias e avanços da computação. Alunos que já nascem digitando e navegando pela dita globalização, que dominam as mídias sociais mais do que muitos adultos formados. 
Tão forte é esta formatação que a imagem se manifesta o tempo inteiro e faz parte do cotidiano de nossos educandos e de nós educadores também. A imagem é uma forma de rápida compreensão da informação que se propõe transformar em conhecimento. Mas, o uso desta estratégia constantemente não pode ser vista apenas como positivo. Existem outros aspectos que devem ser levados em consideração no que diz respeito à prática pedagógica.
Por mais que estejamos num mundo globalizado, numa nova perspectiva de ensino, de educação e de aprendizagem, é importante resgatar ações e atividades que são de suma importância para a aquisição de competências e habilidades de nossos alunos visando uma educação mais integral.
A prática da exposição intensa de imagens aos alunos não favorece a construção de conceitos individuais, capacidade de abstração, desenvolvimento de criatividade inventiva e estas ausências dificultam o processo e transformam nossos sujeitos em meros “downloads digitais”, ou seja, recebedores passivos de construções prontas e acabadas.
Nossos alunos são sujeitos de conhecimento e estão no centro do seu processo de ensino-aprendizagem. Paulo Freire nos aponta que “ninguém é sujeito da autonomia de ninguém”. Esta autonomia para ser construída precisa que o aluno seja percebido em todas as suas dimensões e que o conhecimento não seja visto como fim nele mesmo, mas sim como possibilidade de amadurecimento dos alunos, ampliação da capacidade de construir conceitos e refletir sobre a sociedade. Um eterno vir a ser. 
Mas, qual autonomia um aluno possui se ao invés de ser motivado e estimulado a pesquisar, experienciar a profunda análise da realidade, ele recebe definições prontas e formatadas através das imagens lhe apresentadas?
O referido autor ainda dialoga com a ideia de que a “leitura do mundo precede a leitura das palavras”. É possível problematizar a questão da criação dos conceitos e imagens das narrativas através da óptica de que quando o aluno faz a leitura do mundo ele reflete sobre a sociedade, suas mazelas, os impactos e as consequências das suas atitudes no seu contexto e no mundo como um todo, mas, se porventura, a leitura da palavra vier antes, talvez a sua construção seja envolvida por conceitos prontos, acabados e envoltos por ideologias partidárias presentes nos escritos.
Não se nega a importância destas outras convicções, mas sim se acredita que o educando tem o direito de ter autonomia em analisar e construir suas ideias prévias, podendo em seguida confrontá-la e até modificá-la.
O mesmo se dá com o processo de construção da imagem produzida pelas narrativas. Quando se faz a leitura de uma fábula, a criança sozinha realiza um processo de construção daquela imagem, da cena narrada pela história e desenvolve uma capacidade de estruturar seu pensamento e estabelecer seus próprios conceitos, que poderão mais uma vez ser modificados e/ou ampliados a partir das imagens apresentadas em seguida.
É importante que se deixe claro que a imagem tem uma função social muito importantee que fornece ainda uma contribuição muito relevante para a aprendizagem, mas, se as narrativas contadas não possibilitarem uma construção individual aos alunos, a educação estará falhando em seu papel primordial que é de garantir o desenvolvimento pleno da autonomia dos sujeitos.
Esta autonomia deve ser respeitada, embora estejamos inseridos num meio social em que as imagens estão presentes por toda parte se comunicando com as nossas construções e em muitos casos alienando parte delas. 
Compreendendo a educação numa perspectiva mais progressista, como oportunidade de transformação social, emancipação das classes populares e ressignificação do conhecimento a partir da valorização dos diferentes saberes, não se pode acreditar que o aluno seja uma tábula rasa em que as informações, imagens e conceitos apresentados estarão sendo impressos nela numa espécie de educação bancária que deposita no aluno o conhecimento pronto e acabado com o fim nele mesmo e satisfaz aos interesses dos opressores de manutenção do status quo e alienação das classes populares.
De acordo com os pressupostos de Paulo Freire (2005, p.68-69):
“Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica de que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele. Como sujeitos.
Quanto mais se lhes imponha passividade, tanto mais ingenuamente, em lugar de transformar, tendem a adaptar-se ao mundo, à realidade parcializada nos depósitos recebidos.
Na medida em que esta visão ‘bancária’ anula o poder criador dos educandos ou o minimiza, estimulando sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfaz aos interesses dos opressores: para estes, o fundamental não é o desnudamento do mundo, a sua transformação. O seu ‘humanitarismo’, e não humanismo, está em preservar a situação de que são beneficiários e que lhes possibilita a manutenção de sua falsa generosidade(...)”.
Procedimentos metodológicos:
Desenvolvo na Ilha Grande, Angra dos Reis, um Projeto de Incentivo à Leitura com alunos de algumas praias, pois trabalho na Secretaria Municipal de Educação de Angra dos Reis, na Coordenação de Bibliotecas e Projetos de Leitura da Gerência de Educação Comunitária. 
Neste projeto, trabalho com narrativa oral e escrita e também com a narrativa videográfica.
Percebo que os alunos não demonstram muito interesse com relação às narrativas orais e escritas, mas sim com relação à videográfica. Com isso, pretendo fazer uma análise bibliográfica e realizar uma pesquisa de campo com a realidade destes alunos das praias da Ilha Grande quanto ao acesso às novas tecnologias, construção de conceitos por meio da imagem e o processo de imaginação das imagens construídas pelas narrativas.
Levando em consideração que estes alunos da Ilha Grande possuem uma identidade caiçara e hábitos de vida diferentes nesta cidade, é pertinente pesquisar o cotidiano deles e perceber as influências das imagens no dia-a-dia.
Em muitas praias da Ilha os alunos possuem acesso à internet, televisão, celular e lidam muito bem com estas tecnologias. O hábito antigo de brincar na areia da praia tem sido substituído pela troca via “bluetooth” de músicas, vídeos e aplicativos.
A mudança é necessária até por que não vivemos numa sociedade congelada, com uma cultura estagnada que reproduz tal qual outrora era realizado, mas precisa-se questionar como que no meio desta mudança de paradigmas, de perspectivas e avanços tecnológicos e culturais os alunos constroem autonomia na sua aprendizagem. 
Este público-alvo escolhido foi devido à peculiaridade da linguagem, contexto e cultura em que estão envoltos os alunos. Angra dos Reis é uma cidade repleta da diversidade cultural. Tem comunidade indígena, quilombola e caiçara. Cada uma com suas especificidades e todas dialogando entre si, interagindo e se respeitando.
A escolha da comunidade caiçara se dá por conta da identificação direta com este grupo social e a noção de pertencimento obtida por cinco anos de trabalho desenvolvido.
Propõe-se que o projeto seja desenvolvido da seguinte maneira:
1º Realização de atividade pedagógica com os alunos das praias da Ilha Grande, Angra dos Reis;
2º Registro da avaliação realizada com os alunos sobre a atividade e da opinião que possuem sobre as imagens;
3º Sistematização das avaliações via relatório com as impressões percebidas no desenvolvimento das atividades;
4º Percepção do contexto em que os alunos estão inseridos e análise da realidade local com a produção escrita no diário de campo;
5º Elaboração e aplicação de um questionário para o corpo docente das unidades escolares atendidas com o projeto;
6º Estabelecimento de um diagnóstico prévio a partir da leitura dos questionários;
7º Diálogos com representantes da comunidade e pesquisa de campo sobre o cotidiano e a prática social das narrativas;
8º Reflexão epistemológica embasada na literatura referência da pesquisa com a comunicação com outras pesquisas bibliográficas;
9º Produção monográfica com a exposição dos conhecimentos construídos ao longo do processo.
10º Divulgação do trabalho enquanto produtor de conhecimento para o Município que o trabalho se desenvolveu.
Referências:
CERTEAU, Michel de. A Invenção do Cotidiano II. Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
GADOTTI, Moacir. Bonitezas de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. Novo Hamburgo: Feevale, 2003.
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SILVA, Rodrigo Torquato da. Escola-Favela e Favela-Escola: “Esse menino não tem jeito”. Rio de Janeiro: Faperj,2012.

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