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DIMENSÕES DO ENVELHECIMENTO POS

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
DIMENSÕES DO ENVELHECIMENTO 
- ASPECTOS FÍSICOS, 
NUTRICIONAIS E PSICOLÓGICOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03 
 
UNIDADE 2 – ENVELHECIMENTO: UMA EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL ............... 06 
 
UNIDADE 3 – ALTERAÇÕES DECORRENTES DO ENVELHECIMENTO ........... 12 
3.1 Modificações anatômicas .................................................................................. 12 
3.2 Modificações funcionais .................................................................................... 18 
3.3 Alterações emocionais ...................................................................................... 20 
 
UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO FÍSICA / ANTROPOMÉTRICA NO IDOSO ............... 23 
 
UNIDADE 5 – ASPECTOS DIETÉTICO/NUTRICIONAIS ...................................... 33 
 
UNIDADE 6 – ASPECTOS PSICOLÓGICOS E NEUROLÓGICOS ....................... 40 
6.1 Aspectos psicológicos ....................................................................................... 40 
6.2 Aspectos neuropsicológicos .............................................................................. 43 
6.3 Avaliação psicológica e neuropsicológica do idoso ........................................... 46 
6.4 Caminhando para depressão ............................................................................ 52 
6.5 Características da Depressão no Idoso ............................................................ 56 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 61 
 
ANEXOS ................................................................................................................. 65 
 3 
 
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
Um dos primeiros passos a dar quando o foco é trabalhar com pessoas 
idosas ou no ambiente voltado para elas é conhecer os meandros dessa fase da 
vida que para alguns pode ser realmente a melhor idade, enquanto para outros é 
uma fase cercada de problemas físicos, biológicos e psicológicos, inspirando e 
requerendo muitos cuidados, ou seja, quando pensamos o processo do 
envelhecimento em termos de tempo, é preciso considerar vários aspectos, dentre 
eles: 
 físico – também chamado de tempo objetivo, é medido em calendários, 
relógios, data de nascimento e outros. Mensurável e quantificável, pode ser 
relacionado à idade do organismo. O tempo físico não corresponde ao tempo 
biológico; 
 biológico – é aquele que se refere aos relógios biológicos, ritmos circadianos 
e metabólicos de sincronização individual. A idade biológica reflete as 
variações entre indivíduos com a mesma idade cronológica e se define como 
a posição do indivíduo em relação à sua expectativa de vida. O 
envelhecimento, neste caso, poderia refletir modificações ou 
dessincronização dos relógios internos; 
 psicológico – definido como a experiência subjetiva do tempo, e o modo como 
é percebido e vivenciado pelo indivíduo. No idoso encontra-se uma vivência 
interna de lentificação da passagem do tempo, ao passo que externamente 
este parece acelerado; 
 social – refere-se à posição e hábitos sociais adquiridos e sentidos pelo 
indivíduo como pertencentes ao papel social e cultural, esperado para a 
idade. O envelhecimento, por este parâmetro, é avaliado de acordo com o 
papel social desempenhado pelo indivíduo (VELASCO, 2006). 
 
 
 
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Embora a definição dada pelos gerontologistas reporte ao envelhecimento 
como o responsável por diminuir a capacidade de sobrevivência do organismo, ela é 
muito vaga, nos diz muito pouco sobre o envelhecimento. 
A principal dificuldade está em separar o processo biológico primário do 
envelhecimento, das doenças associadas e fatores ambientais. Essa separação é 
fundamental para o entendimento do processo em nossa vida. Velasco (2006) 
chama a atenção também sobre o fator desuso, ou seja, a utilização inadequada dos 
sistemas orgânicos, geneticamente determinados para a realização de diversas 
funções e atividades; o sedentarismo atual diante das características ancestrais da 
espécie humana de caça e coleta implicando em grande atividade física; os níveis 
de colesterol nas diferentes populações, além do elevado índice de doenças 
cardiovasculares, da fragilidade musculoesquelética, da obesidade, do 
envelhecimento precoce e da depressão. 
Somar esses fatores ou promover um balanço entre eles, com certeza 
generalizando, podemos creditar 20% para a herança genética; 10% para o meio 
ambiente e 70% para o estilo de vida. 
Essas percentagens nos mostram também que o envelhecimento é um 
processo altamente individual, com os indivíduos envelhecendo em ritmos que 
podem ser muito diferentes dos de outros com a mesma idade cronológica. Na 
verdade, as diferenças individuais são uma marca do envelhecimento tanto quanto o 
declínio na função relacionado à idade. São medidas calculando-se o desvio-padrão 
dos indivíduos dentro de um grupo de pessoas mensuradas. As diferenças 
individuais também podem ser mostradas graficamente e analisadas como 
distribuição de frequência cumulativa. 
As várias fontes de diferenças individuais incluem diferenças genéticas, 
doenças e diversos índices de envelhecimento dos sistemas fisiológicos e biológicos 
nos indivíduos. Variações no estilo de vida e comportamentos compensatórios dos 
adultos mais idosos também criam diferenças. Outras fontes são o sexo, a cultura, a 
educação e a condição socioeconômica. 
 
 
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Mudanças na função e desempenho relacionadas ao tempo seguem 
padrões diferentes: nenhuma mudança (estabilidade), mudança relacionada a 
doença, declínio constante na função, manifestação precipitada de doença, 
mudança compensatória e mudanças culturais. Essa diversidade de maneiras em 
que uma mudança pode ocorrer (ou não ocorrer) nos e entre os indivíduos, aumenta 
as diferenças individuais. 
Pois bem, estesaspectos e fatores divididos aqui em físicos, psicológicos e 
nutricionais que, digamos, determinam e/ou influenciam o envelhecimento serão 
abordados ao longo deste módulo. 
Em anexo disponibilizamos alguns modelos de ficha para avaliação física e 
funcional do idoso que podem auxiliar na elaboração de sua própria ficha. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
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UNIDADE 2 – ENVELHECIMENTO: UMA EXPERIÊNCIA 
INDIVIDUAL 
 
Segundo Spirduso (2005), o envelhecimento é uma experiência individual, 
uma vez que as pessoas diferem não só em suas características e comportamentos, 
mas também na maneira como elas mudam com o tempo. Os resultados de 
centenas de experimentos e de projetos de pesquisa usando tanto animais como 
humanos demonstraram que a idade cronológica não é uma boa forma para prever-
se a função ou o desempenho de um indivíduo na maioria das variáveis. 
O envelhecimento é um processo altamente pessoal, não só com indivíduos 
diferentes um dos outros, mas também com sistemas fisiológicos com índices de 
envelhecimento diferentes. A pressão arterial média, por exemplo, aumenta 
gradualmente em uma coorte de idade, com o passar do tempo. Contudo, quando os 
indivíduos são medidos longitudinalmente, a pressão arterial não aumenta de jeito 
nenhum em algumas pessoas, todavia, nesses indivíduos cuja pressão arterial não 
muda outros sistemas podem estar deteriorando-se mais rapidamente. 
As diferenças individuais originam-se de muitas fontes. Os indivíduos 
herdam características, comportamentos e predisposições diferentes, e uma vida 
inteira de interação com o meio ambiente, desenvolvendo comportamentos únicos 
de compensação, que magnificam essas diferenças. As pessoas diferem na idade, 
peso, altura, sexo, cor da pele e dos olhos, força, inteligência e uma série de outras 
variáveis. Cada uma dessas variáveis, sozinhas ou combinadas, contribui para as 
diferenças individuais. Além disso, os sistemas fisiológicos envelhecem em ritmos 
diferentes para cada pessoa, também, conforme ficam mais idosas, as pessoas têm 
um desempenho menos consistente em vários tipos de testes. Sexo, diferenças 
culturais, educação e condição socioeconômica são fontes adicionais de diferenças 
individuais. Os modelos de pesquisa adotados na avaliação gerontológica também 
contribuem para as observações das diferenças individuais. 
As pessoas nascem com genótipos únicos (formações genéticas), que 
variam em muitas dimensões e centenas de características. Não só muitas 
 
 
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diferenças individuais de características e função são expressas geneticamente, 
mas estudos de comportamento genético das crianças mostraram que os hábitos de 
atividades físicas e sociais são também determinados pela hereditariedade (BUSS e 
PLOMIN, 1984 apud SPIRDUSO, 2005). Estudos de gêmeos adultos também 
indicaram que a influência genética na atividade física perdura até a segunda 
metade do tempo de vida. 
Em outras palavras, alguns padrões de comportamento pelos quais os 
indivíduos interagem com seu meio ambiente são relativamente estáveis durante 
todo o tempo de vida, e muitas evidências sugerem que esses padrões podem 
refletir uma tendência da diferença individual para certos comportamentos que se 
originam na herança genética e primeiras experiências. 
Outro contribuinte para as discrepâncias individuais é a diferente taxa, na 
qual os sistemas fisiológicos e comportamentais envelhecem dentro do indivíduo. A 
deterioração dos sistemas é progressiva, mas não na mesma taxa em todas as 
modalidades sensoriais e sistemas fisiológicos. Em nenhum lugar isso está tão 
claramente demostrado quanto no clássico gráfico publicado por Shock, em 1962. 
Veja abaixo: 
 
 
 
 
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Por exemplo, a velocidade de condução do nervo diminui relativamente 
pouco durante o tempo de vida, porém a capacidade respiratória máxima deteriora-
se muito. A capacidade vital diminui significativamente, mas o índice cardíaco 
diminui muito menos. Mesmo em um sistema único, por exemplo, o sistema 
cardiovascular, a frequência cardíaca máxima diminui lenta, mas gradualmente no 
adulto idoso ativo, o que não se dá com outros componentes cardiovasculares, 
como o débito cardíaco. Alguns aspectos da função psicomotora, como a memória 
de longo prazo, são mantidos, enquanto outros, como uma tomada de decisão 
rápida, deterioram-se. 
Outra fonte de diferenças individuais é a variabilidade interna do sujeito, ou 
consistência do sujeito. Quando os pesquisadores medem as funções ou os 
comportamentos dos indivíduos, eles esperam que suas mensurações representem 
o valor real dessa função ou desse comportamento. Contudo, resultados verdadeiros 
de uma função ou de um comportamento só podem ser estimados obtendo duas ou 
mais medidas do mesmo indivíduo e usando a média dessas várias observações. 
A quantidade de variação que ocorre em várias mensurações de uma 
variável de um mesmo indivíduo é chamada de variabilidade interna do sujeito. Essa 
variação é descrita como o desvio-padrão de todas as tentativas do sujeito em 
relação à média do sujeito. O princípio é o mesmo usado para determinar as 
diferenças individuais dentro de um grupo: para determinar as diferenças individuais, 
calcula-se a distância média do resultado de cada pessoa em relação à média do 
grupo. Para determinar a variabilidade interna do sujeito, calcula-se a distância 
média de cada resultado do sujeito em relação à média do próprio sujeito. 
Em algumas variáveis, a variação interna do sujeito é muito pequena. 
Medidas variadas da velocidade de condução do nervo, por exemplo, proporcionam 
valores quase idênticos, a não ser que as mensurações sejam realizadas em 
horários diferentes do dia. Se a frequência cardíaca em repouso for medida dez 
vezes durante um minuto, o resultado não será igual, nas dez tomadas, mas as 
medidas serão muito próximas. A variabilidade interna do sujeito pode ocorrer em 
razão da natureza das oscilações dos sistemas biológicos ou pode ser causada por 
erros de mensuração. Em outras variáveis, como o tempo de reação, as respostas 
 
 
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dos sujeitos são tão variadas que um número maior de tentativas tem de ser 
realizado para que a média ou mediana dessas tentativas possa ser usada para 
estimar a verdadeira velocidade de resposta do sujeito. 
A motivação, o cansaço, o aprendizado do sujeito e o uso experimental de 
estratégias diferentes em vários testes explicam algumas das variabilidades internas 
do sujeito nesses comportamentos. 
As diferenças individuais na juventude e na meia-idade também podem ser 
acentuadas com o aumento da idade, porque em muitas culturas as restrições sobre 
as pessoas mais idosas são abrandadas. Pessoas mais idosas, na maioria das 
culturas, têm mais liberdade para comportar-se da maneira como desejarem. 
Uma outra forma de diferença individual é a educação. O histórico 
educacional extremamente diferente dos indivíduos com 70 e 80 anos, comparados 
aos indivíduos com 20 anos, torna excepcionalmente difícil entender mudanças 
cognitivas relacionadas à idade que sejam independentes do histórico educacional. 
Se os pesquisadores simplesmente comparam o desempenho cognitivo de 
indivíduos com 20 e 80 anos, eles também comparam grupos que têm experiências 
educacionais extremamente diferentes. Contrariamente, se comparam o nível 
educacional, para observar apenas sujeitos que tenham o mesmo nível de 
educação, eles estão estudando um grupo de indivíduos com 80 anos que 
representa uma faixa mais elitizada da população, em termos de educação, do que o 
grupo de indivíduos com 20 anos. Isso é especialmente verdadeiro quando se 
estudam as mulheres. Tão poucas mulheres fizeram faculdade nos anos 1930, que 
aquelas com 80 anos que fizeram curso superior podem representar uma população 
com um perfil intelectual e de personalidade muito diferente. A influência do nível 
educacional não está restrita a testes cognitivos, está relacionada também a muitos 
tipos de desempenho físico. 
A condição socioeconômica proporciona um ambiente totalmente diferente 
para os indivíduos e é, portanto, outra fonte de diferenças individuais. Ainda outra 
maneira pela qual a condição socioeconômica pode influenciar a análise das 
diferenças individuais feita por um pesquisador é que adultos idosos com baixa 
renda, que estão estressados “financeiramente”, podem ser voluntários de um 
 
 
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estudo apenas pelo incentivo monetário, enquanto adultos jovens podem ser 
voluntários por outras razões (SPIRDUSO, 2005). 
Vale a pena conferir os quatro tipos de envelhecimento individual, proposto 
por Moraes; Moraes e Lima (2010) que dependerá do grau de fragilidade do 
organismo e psiquismo. 
São eles: 
1. Robustez física e cristalização psíquica: o envelhecimento somático não está 
associado a alguma perda física limitante, mas o indivíduo apresenta 
perturbação do seu psiquismo, que o impede de compreender o sentido da 
vida. 
2. Robustez física e maturidade psíquica: o envelhecimento somático não está 
associado a alguma perda física limitante e o psiquismo atinge a maturidade 
mental, a paz e a sabedoria. 
3. Fragilidade física e cristalização psíquica: o envelhecimento somático é 
patogênico, com limitações e/ou incapacidades físicas e seu psiquismo 
encontra-se cristalizado na infância psíquica. 
4. Fragilidade física e maturidade psíquica: o envelhecimento somático é 
patogênico, com limitações e/ou incapacidades físicas. Todavia, o psiquismo 
do indivíduo evoluiu, conquistando a maturidade mental. O seu viver é 
pautado na aceitação da realidade e na tolerância à dor e seus estados de 
equilíbrio são cada vez mais flexíveis, pois seus dispositivos de segurança 
são cada vez mais eficazes na relação com o mundo. A felicidade pode 
ocorrer, caso as limitações físicas não sejam suficientemente graves para 
comprometer os mecanismos homeostáticos do organismo (ilustrado a 
seguir). 
 
 
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Tipos de envelhecimento individual 
Fonte: Moraes; Moraes; Lima (2010, p. 72). 
 
De todo modo, é preciso termos claro que o envelhecimento é 
individualizado, pessoal e as médias de função e comportamento para diferentes 
faixas etárias cronológicas são apenas médias, que dão ideia das capacidades de 
um grande número de pessoas para certa idade, tanto que aquele que estuda e 
trabalha o envelhecimento deve interpretá-lo dentro das estruturas das diferenças 
individuais. 
 
 
 
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UNIDADE 3 – ALTERAÇÕES DECORRENTES DO 
ENVELHECIMENTO 
 
No processo natural do envelhecimento, há peculiaridades anatômicas, 
funcionais e emocionais. Por essa razão, é preciso saber discernir, com precisão, os 
efeitos naturais deste processo (senescência) das alterações produzidas pelas 
inúmeras afecções que podem acometer o idoso (senilidade). 
Jacob Filho e Souza (2000), no capítulo 3 do livro “Anatomia e Fisiologia do 
Envelhecimento”, apresentam as principais modificações anatômicas e funcionais 
hoje atribuídas, exclusivamente ao processo natural de envelhecimento. 
 
3.1 Modificações anatômicas 
Nem sempre o que os olhos veem é a realidade. Não são todas as pessoas 
a aparentarem fisicamente a idade que possuem, mas as alterações anatômicas 
ocorrem, independentemente das “intervenções plásticas”. 
 
a) Composição e forma do corpo 
A estatura começa a diminuir, a partir dos 30 anos, cerca de 1 cm por 
década. Tal perda se deve à diminuição dos arcos do pé e ao aumento das 
curvaturas da coluna, além de um encurtamento da coluna vertebral devido a 
alterações nos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa torácica e do crânio 
tendem a aumentar. O nariz e os pavilhões auditivos continuam a crescer, dando a 
conformação típica do idoso. Há alterações evidentes na composição do corpo e, 
com a perda de massa corpórea, os órgãos internos mais afetados são os rins e o 
fígado. Os músculos são os que mais sofrem prejuízo com o passar do tempo. 
 
 
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b) Pele e pelos 
As fibras elásticas da derme formam feixes dispostos segundo direções 
preferenciais, conforme as linhas de tensão. Por este motivo, quando se perfura a 
pele com cilindros, obtém-se uma fenda e não um orifício circular; daí a noção das 
linhas de fenda. Com o envelhecimento, estas fibras se alteram, a elastina fica 
“porosa”, perdendo a elasticidade. Estas alterações são mais intensas na pele 
exposta à luz solar, que, somadas à diminuição das espessuras da pele e do 
subcutâneo, dão origem às rugas. A pele torna-se seca, áspera e pálida. No dorso 
das mãos surgem as manchas hiperpigmentadas. 
Ocorre diminuição geral de pelos no corpo, com exceção das narinas, 
orelhas e sobrancelhas. Dependendo de vários fatores, ocorre diminuição numérica 
de bulbos ativos, surgindo a calvície.c) Sistema ósseo 
O osso contém dois aspectos: compacto e esponjoso, havendo alterações 
de ambos no envelhecimento. A perda de tecido ósseo ocorre de maneira diferente 
no homem e na mulher. Nesta não há perda óssea significativa antes da 
menopausa. Porém, após este fenômeno, o processo é mais intenso do que nos 
homens. 
 
d) Sistema articular 
Nas suturas do crânio, os ossos são unidos por tecido fibroso. Com o 
envelhecimento, o tecido vai sendo substituído por osso, processo que começa por 
volta dos 30 anos, desaparecendo por completo em épocas diferentes em cada 
sutura. O crânio tende, portanto, a apresentar menor número de ossos, diminuindo 
sua resistência a fraturas. 
A espessura dos discos intervertebrais diminui, acentuam-se as curvas da 
coluna, especialmente a torácica, contribuindo para a cifose, comumente observada 
 
 
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entre os idosos. As cartilagens ficam mais delgadas e surgem rachaduras e fendas 
na superfície, prejudicando os movimentos articulares. 
e) Sistema muscular 
O músculo é formado por fibras vermelhas e brancas. Essas fibras se 
degeneram com o passar dos anos. As que desaparecem são substituídas por 
tecido conjuntivo, havendo um aumento do colágeno intersticial no músculo do 
idoso. O peso do músculo diminui junto à sua área de secção, demonstrando perda 
de massa muscular – a chamada sarcopenia. Os mecanismos que levam a essa 
perda são vários: diminuição da secreção do hormônio de crescimento, aumento da 
massa lipídica corporal, inatividade física, perda de unidades motoras alfa, alteração 
da atividade da unidade motora, diminuição de estrógenos e andrógenos, produção 
de citoquinas inflamatórias interleukinas e TNF e diminuição da ingestão de 
proteínas. 
Em relação à força muscular, existem algumas características conservadas: 
 a força dos músculos envolvidos nas atividades diárias; 
 a força isométrica; 
 as contrações excêntricas; 
 as contrações de velocidade lenta; 
 as contrações repetidas de baixa intensidade; 
 a força angular de pequenas articulações; e, 
 a força muscular no sexo masculino. 
Por outro lado, com o envelhecimento, há o declínio: 
 da força muscular dos músculos de atividades especializadas; 
 da força dinâmica; 
 das contrações concêntricas; 
 das contrações de velocidade rápida; 
 da produção de potência; 
 
 
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 da força angular de grandes articulações; e, 
 da força muscular no sexo feminino. 
f) Sistema nervoso 
O peso e o volume do cérebro diminuem com a idade. Verifica-se certo grau 
de atrofia cerebral com o passar do tempo, ocorrendo também o aumento 
volumétrico dos ventrículos encefálicos. As contagens de neurônios, em várias 
idades, mostram uma perda contínua e muitas células neuronais mostram alterações 
variáveis, podendo evoluir até a sua morte completa. 
Convém mencionarmos que há também diversas alterações em sistemas 
neurotransmissores com o envelhecimento, mas as repercussões causadas na 
função cerebral ainda é material de muitas pesquisas científicas, assim como na 
doença de Parkinson, de Alzheimer, na diminuição do controle motor, no 
esquecimento da senescência, nos distúrbios do sono, etc. 
Resumidamente, podemos afirmar que nas pesquisas realizadas, tem se 
constatado a ocorrência da diminuição em todos os neurotransmissores (acetilcolina, 
dopamina, serotonina, noradrenalina e GABA), promovendo alterações bastante 
complexas no mecanismo cerebral. 
 
g) Sistema circulatório 
Em se tratando dos vasos, com o envelhecimento, a aorta se dilata e seu 
diâmetro interno aumenta. Tal artéria se caracteriza por possuir grande quantidade 
de fibras elásticas nas suas paredes. Com a idade, essas fibras diminuem em 
números, enquanto o colágeno aumenta. Ocorre, ainda, deposição de cálcio em 
toda sua parede. 
Os processos arteroescleróticos atingem, também, as artérias menores e as 
arteríolas, sofrendo transformações idênticas a da aorta. Por exemplo, as carótidas 
se estreitam com o envelhecimento assim como as coronárias, sendo o processo 
mais intenso no homem do que na mulher. Portanto, a pressão das artérias, em 
geral, aumenta. Nas arteríolas renais, mesmo sem hipertensão, o diâmetro é sempre 
 
 
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menor no idoso do que no jovem. A arteríola do labirinto, no ouvido interno, também 
mostra, com a idade, progressivo espessamento da parede. 
No coração, as alterações mais importantes ocorrem no miocárdio, nodo 
sinoatrial e aparelho valvar. Em relação ao miocárdio, contrariamente ao que 
acontece em outros órgãos, com o passar da idade, há um aumento no peso do 
coração e na espessura da parede ventricular esquerda. O nodo sinoatrial, no 
jovem, é constituído por células musculares pequenas, fibras de tecido conjuntivo 
em quantidade moderada e fibroblastos. No idoso ocorre infiltração de gordura, 
aumento do conjuntivo e diminuição das células musculares. Nas valvas, as 
alterações são mais intensas nas cúspides da mitral e nas válvulas da aorta. No 
idoso aparecem placas arteroescleróticas, as cordas tendineas se espessam e o 
grau de esclerose aumenta. 
 
h) Sistema respiratório 
Os elementos que compõe a caixa torácica são muito importantes para a 
mecânica respiratória. Entre o esterno e as cartilagens costais há articulações 
sinoviais. Com o envelhecimento, elas desaparecem, os elementos ósseos e 
cartilaginosos se fundem. Nas cartilagens costais, muitos condrócitos degeneram, 
diminuindo seu número, as fibras colágenas se espessam, o depósito de cálcio 
aumenta e a cartilagem fica mais rígida. O manúbrio e o corpo do esterno são 
unidos por fibrocartilagem. Com a idade, ela pode desaparecer, unindo-se às duas 
partes ósseas. 
Como a mobilidade da caixa torácica na respiração depende dessas 
articulações, as alterações citadas provocam importante diminuição em todo o 
sistema. 
No pulmão, a superfície total alveolar mostra discreta diminuição com a 
idade. Há frequente presença de alvéolos dilatados em meio a outros normais, bem 
como fusão dos mesmos, formando cistos, devido à ruptura dos septos 
interalveolares. O conteúdo de elastina no pulmão aumenta com a idade, embora 
não esteja claro em quais partes do tecido. 
 
 
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i) Sistema digestivo 
No tubo digestivo o epitélio escamoso estratificado, na parte distal do 
esôfago, às vezes, é substituído, com a idade, por epitélio colunar. Por ser resultado 
de repetidas desnudações epiteliais – pelo reflexo do ácido gástrico – há 
substituição das células parietais no estômago e diminuição da superfície do jejuno. 
A musculatura do colo se espessa, e a musculatura da parede intestinal parece 
degenerar-se discretamente no idoso. 
O peso absoluto do fígado diminui após os 65 anos, ocorrendo, também, 
com o númerode células; portanto sua função passa a não ter a mesma eficiência. 
 
j) Sistema urinário 
O fato mais evidente no envelhecimento anatômico do rim é a diminuição do 
número de glomérulos com aumento do tecido fibroso que os substitui. Porém, 
convém lembrar que cada rim necessita apenas de 25% do seu tecido original para 
funcionar normalmente. Em cerca de 75% dos idosos, a próstata aumenta de 
volume, independentemente da ocorrência de enfermidades. 
 
k) Sistema reprodutor 
Na mulher, com o envelhecimento, os órgãos diminuem de peso e se 
atrofiam. A menopausa ocorre entre os 40 e 50 anos. A vagina diminui de 
comprimento e largura; seu revestimento interno normalmente torna-se menos 
umidificado, atrófico, podendo favorecer a ocorrência de infecções. O tecido fibroso 
torna-se mais abundante, os cistos ovarianos são comuns e os vasos ficam 
endurecidos. O útero, aos 50 anos, pesa metade do que aos 30, e sua elasticidade é 
perdida à medida que o tecido elástico é substituído por feixe de tecido colágeno 
fibroso. Os ligamentos que mantém o útero, bexiga e o reto em posição podem 
tornar-se fracos na mulher idosa, possibilitando-os cair. As glândulas mamárias são 
substituídas por tecido fibroso, enquanto ocorre a perda do tecido gorduroso. Já os 
ligamentos que suportam as mamas tornam-se fracos, com isso elas ficam 
 
 
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pendentes e flácidas. A quantidade de pelos púbicos gradualmente diminui, à 
semelhança do tecido adiposo na região. 
No homem, as alterações nos órgãos reprodutores masculinos são menos 
evidentes. Embora o tamanho e o peso dos testículos não diminuam 
necessariamente com a idade, as células da parede dos túbulos seminíferos, 
envolvidas na reprodução e nutrição dos gametas masculinos, tornam-se maiores e 
menos ativas. O número de espermatozoides cai à metade, mas a fertilidade, 
frequentemente, perdura até o extremo da vida. Glândulas, como as vesículas 
seminais e próstata, podem atrofiar-se, e a secreção de testosterona diminui sem 
ultrapassar os limites da normalidade. A túnica albugínea do corpo cavernoso do 
pênis diminui de espessura com a idade, não ocorrendo o mesmo com o corpo 
esponjoso, permanecendo inalterável. 
 
l) Sistema endócrino 
O sistema endócrino é fundamental na ativação e modulação de diversos 
órgãos e sistemas. As alterações associadas ao processo de envelhecimento são 
significativas na interpretação, resultantes de provas laboratoriais e de diversas 
queixas e sintomas apresentados pelos idosos. Existem alterações importantes na 
produção, metabolização e atividade biológica dos principais hormônios – 
relacionados às funções reprodutivas – ao metabolismo do cálcio e à regulação 
homeostática da glicose. 
 
3.2 Modificações funcionais 
Fisiologicamente, o envelhecimento tem início no término da fase de 
desenvolvimento e estabilização, perdurando por longo período – pouco perceptível 
– até que as alterações estruturais e funcionais tornam-se grosseiramente evidentes. 
As primeiras alterações atribuídas ao envelhecimento são detectadas ao fim da 
terceira década de vida. 
Geralmente discretas e progressivas, as modificações não causam 
insuficiência absoluta do órgão ou do aparelho. Há exceção de pelo menos dois 
 
 
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órgãos, cujas funções declinam ou desaparecem em período relativamente precoce: 
os ovários e o timo. 
Nos demais sistemas, porém, ocorre uma diminuição da reserva funcional, 
comprometendo a capacidade de adaptação às modificações ao meio externo e/ou 
interno, prejudicando a eficácia dos mecanismos de manutenção da homeostasia. 
Tais mecanismos compõem-se fundamentalmente de sensores, responsáveis pela 
detecção do desequilíbrio, centros reguladores, encarregados da modulação da 
resposta, e efetores, capazes de executar as devidas correções. O processo natural 
de envelhecimento se acompanha de alterações no número de sensibilidade dos 
sensores, no linear de excitabilidade dos centros reguladores e na eficiência dos 
efetores. A quantidade de água corporal total declina, há o incremento do 
componente lipídico, diminuição do metabolismo basal, alteração da tolerância à 
glicose, redução da síntese de aldosterona, concomitante a um aumento da síntese 
de hormônio antidiurético. 
Com tanto sobe e desce, as funções dos órgãos ficam desequilibradas, 
promovendo alterações significativas. 
 
a) Alterações cardiorrespiratórias 
O coração envelhece e, com isso, ocorrem alterações no fluxo sanguíneo. 
Em estado de repouso ou de mínima solicitação, as condições circulatórias do idoso 
saudável estarão perfeitamente adequadas à demanda. Mas, quando avaliamos a 
reserva funcional do aparelho cardiocirculatório do idoso, verificamos que esta se 
encontra bastante limitada, em comparação aos 20 anos de idade. O fato se deve, 
principalmente, às alterações estruturais do miocárdio – reduzindo o volume sistólico 
máximo – e ao já conhecido declínio da frequência cardíaca máxima. 
 
b) Alterações respiratórias 
Com a diminuição da elasticidade pulmonar, há uma menor capacidade de 
expiração, favorecendo o incremento do volume residual. Portanto, a capacidade 
ventilatória é alterada de maneira geral. Somam-se às alterações modificações 
 
 
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musculoesqueléticas do arcabouço torácico. Daí fica fácil entender como um 
processo fisiológico pode ser responsável pela ocorrência de fenômenos 
patológicos, como a retenção de secreção brônquica, e sua possível infecção. 
 
c) Alterações renais 
Em consequência das alterações na reserva funcional do sistema, o rim do 
idoso apresenta diminuição capacitativa de concentração e diluição urinária, de 
absorção de sódio e da excreção de radicais ácidos. Por isso, o idoso requer maior 
tempo para equilibrar o meio interno, em função da menor eficiência dos seus 
mecanismos compensatórios. 
A insuficiência renal não deve ser atribuída pela senescência, porém, esta 
cria condições para que agressões pouco importantes aos jovens possam ser 
responsáveis por graves disfunções em idosos. 
Não contradizendo um pouco o exposto sobre o envelhecimento ser 
individual, ele é um processo natural, absolutamente fisiológico e caracterizado pela 
manutenção de quase todas as funções orgânicas, em condições habituais, com 
progressiva redução da reserva funcional dos órgãos e aparelhos. 
Portanto, as disfunções encontradas nos idosos, devem ser interpretadas 
como fruto de excessiva demanda, imposta a um sistema fisiologicamente incapaz 
de supri-la, ou pela existência de processos patológicos que, embora geralmente 
camuflados nesta faixa etária, merecem toda a atenção diagnóstica e terapêutica. 
 
3.3 Alterações emocionais 
A velhice para muitas pessoas também é uma triste coleção de perdas e 
limitações, que diminuem visão e audição, força e precisão manuais, robustez e 
flexibilidade, rapidez na execução de tarefas, memória, imaginação, criatividade, 
adaptação, atenção, energia, iniciativa e sociabilidade. Aquilo que é normal no idoso, 
seriadeficiência no homem adulto. O idoso tenta justificar suas limitações através da 
doença. Para muitos é fácil acreditar que estão doentes e não velhos. 
 
 
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A velhice, esta anomalia normal, parece ser vivida no plano da saúde com 
um misto de indiferença e mal-estar. Afasta-se a ideia de doença invocando a idade, 
omite-se a noção de idade invocando a doença e, nesse deslizamento, chega-se a 
não acreditar nem numa coisa nem noutra. 
Além disso, as próteses dentárias, os óculos, os aparelhos acústicos, as 
meias elásticas e as cintas anti-hérnias, entre outras, dão ao velho a sensação de 
inautenticidade. 
A sexualidade é também fonte de angústias e contradições: para o homem é 
desejar sem ter como concretizar seu desejo, ao passo que para a mulher, a quem a 
cultura muitas vezes interdita a própria possibilidade do desejo, é chegar à velhice e 
não ser sequer desejada. Mas convém ressaltarmos que a idade não dessexualiza 
ninguém, apenas requer aceitação da mudança de padrões. Envelhecer deve ser a 
reinvenção criativa de si mesmo e a busca de novas fontes de satisfação. 
O idoso, quando consciente de sua realidade, não pode ter projetos, não se 
permite pensar num depois, já que o depois da velhice é a morte. Dessa forma, essa 
doença, que é a velhice, não oferece alternativas. Quase sempre, a única saída 
desse impasse é alienação ou enfermidade física (real ou imaginária) criando um 
falso depois; porque depois da cura restará a doença incurável – a velhice 
(VELASCO, 2006). 
A cultura ocidental valoriza excessivamente a capacidade de produção e 
consumo, retirando do idoso, que pouco produz e consome, seu significado e 
importância social. Mas precisamos entender que a velhice não é necessariamente 
uma experiência desastrosa, a não ser que se generalize o conceito que a idade 
adulta caminha para a senescência. O desejo de manter na velhice o desempenho e 
as aspirações da idade adulta é tão impróprio quanto este continuar vivendo em 
função de suas fantasias infantis. Apesar de todas as dificuldades de adaptação que 
o idoso pode enfrentar, a velhice não é necessariamente uma perda. É, também, a 
possibilidade de poder continuar desenvolvendo sua personalidade. 
Existem também alterações cognitivas na velhice, mas ainda encontramos 
divergências entre os autores relacionadas à inteligência e às perdas em algumas 
 
 
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habilidades intelectuais. Pode-se fazer uma observação importante em relação à 
memória, pois os idosos são menos capazes de manipular e organizar de forma 
adequada a memória de curta duração, e apresentam certa deterioração da 
lembrança. Em relação à linguagem, podemos afirmar que as habilidades verbais 
não deterioram com a idade, pelo contrário, muitos idosos têm algumas habilidades 
verbais superiores as dos jovens. 
Os idosos apresentam baixo desempenho em tarefas que requeiram 
iniciativa, controle, planejamento e avaliação de comportamentos complexos, 
apontando, assim, para um envolvimento do córtex frontal. 
Apresentam também diminuição do desempenho intelectual, memória, 
capacidade de resolução de problemas e percepção, tendo alguns parâmetros mais 
deteriorados que outros. Consequentemente, o desequilíbrio emocional se instala e 
a autoestima diminui. 
Isso tudo poderá promover o adoecer psíquico do idoso, assim como as 
principais síndromes psiquiátricas: Síndromes Depressivas, Mentais, Orgânicas, 
Delirantes, Neuroses, Distúrbios Ansiosos, Somatoformes e Dissociativos, Distúrbios 
pelo Uso de Substâncias Psicoativas e Distúrbios do Sono. 
Além do fato de estarem sujeitos a múltiplas variações que podem modificar 
substancialmente o desenvolvimento esperado. Torna-se, portanto, bastante difícil 
distinguir alterações fisiológicas da idade, de diminuição de atividade física, 
motivação, expectativas sociais e a ocorrência de doenças. 
Em relação ao desempenho psicomotor, os efeitos da idade são diferentes 
para os diversos sistemas do organismo, para cada indivíduo e cada tarefa. Alguns 
aspectos da função psicomotora mantêm-se inalterados, como a memória de longo 
prazo para atividades motoras, enquanto outras, como decodificação e seleção de 
resposta, deterioram. Velocidade de resposta e coordenação de movimentos 
também são, aparentemente, deteriorados com a idade. Sendo que, de acordo com 
Velasco (2006), todos esses elementos juntos nos dão uma fotografia (em branco e 
preto) da velhice e do processo de envelhecimento. 
 
 
 
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UNIDADE 3 – AVALIAÇÃO FÍSICA / ANTROPOMÉTRICA NO 
IDOSO 
 
Vimos frisando ao longo do curso que o aumento da expectativa de vida leva 
à necessidade de intervenção na população geriátrica. 
Hoje, sente-se a necessidade de dados específicos para esta população, 
pois no processo de envelhecimento normal ocorrem alterações fisiológicas e 
biológicas que afetam de modo geral a composição corporal do idoso. Entre estas 
podemos citar o aumento do tecido adiposo, a redução da massa muscular e a 
redução da água corporal total. 
Para uma adequada avaliação nutricional do idoso, os indicadores 
antropométricos são essenciais, mas para isto devemos tomar cuidados específicos 
e considerar as alterações que ocorrem com o envelhecimento, a fim de não 
comprometer a determinação de um diagnóstico antropométrico preciso. 
Nos idosos, a antropometria apresenta algumas limitações na aplicação dos 
métodos, como também na interpretação dos resultados, e é preciso lembrar que 
não existe um padrão ouro para avaliação nutricional do idoso. 
Na prática clínica, as medidas antropométricas utilizadas na avaliação do 
estado nutricional de idosos, por possuírem uma boa correlação com a composição 
corpórea dos indivíduos e ainda pela facilidade de aplicação, baixo custo e fácil 
aquisição, são: estatura, peso, circunferência da cintura, circunferência do braço, 
pregas cutâneas tricipital e subescapular e circunferência muscular do braço. As 
medidas de peso, da circunferência do braço e da circunferência da cintura predizem 
tanto a massa muscular como o tecido adiposo, enquanto as pregas cutâneas 
tricipital e subescapular determinam a massa de gordura corporal. 
Devido às alterações anatômicas associadas à idade, que afetam a postura 
e a estatura dos idosos, tais como: osteoporose, cifose dorsal, escolioses, 
arqueamento dos membros inferiores e do arco plantar, achatamento dos discos de 
 
 
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cartilagens entre as vértebras, a altura é uma medida de difícil aferição entre a 
população idosa. 
a) Altura 
Estudos apontam uma redução na altura com a idade, que se inicia por volta 
dos 40 anos e torna-se mais acentuada com o avançar do tempo. Enquanto alguns 
autores falam em decréscimo de 1 cm a cada década, Perissinotto et al. (2002 apud 
CABISTANI, 2007)fala em 2 a 3 cm de decréscimo por década de vida. 
Para aferição da estatura, deve ser usado um antropômetro. Os indivíduos 
devem estar descalços, de costas para o marcador, com os pés unidos, com os 
braços ao longo do corpo e em posição ereta, com a cabeça erguida, olhando para 
um ponto fixo na altura dos olhos. A leitura deve ser feita quando a haste horizontal 
da escala encostar na cabeça, e o indivíduo estiver no máximo de sua inspiração. 
Na impossibilidade de o indivíduo postar-se na posição adequada, podemos 
utilizar medidas alternativas de estimativa de altura como a do comprimento da 
perna (altura do joelho ou Knee height) que apresenta boa correlação com a altura. 
Para a realização da altura do joelho (AJ), o indivíduo deve estar sentado ou 
deitado, com a perna flexionada, formando um ângulo de 90° com o joelho 
(CHUMLEA et al., 1985 apud CABISTANI, 2007). O instrumento utilizado para a 
realização desta medida pode ser do tipo estadiômetro infantil, que deverá ter a 
parte fixa colocada embaixo do calcanhar e a haste estendida até a base da cabeça 
da fíbula. 
Recomenda-se também a utilização das equações de Chumlea para estimar 
a estatura a partir do comprimento da perna: 
Homens: [2,02 x AJ (cm)] - [0,04 x idade (anos)] + 64,19 
Mulheres: [1,83 x AJ (cm)] - [0,24 x idade (anos)] + 84,88 
 
b) Peso 
Quando utilizamos o peso como indicador nutricional, devemos considerar 
que o mesmo representa a soma de todos os componentes corporais, refletindo, 
 
 
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assim, o equilíbrio energético-proteico do indivíduo. Estudos têm demonstrado que 
os homens ganham peso até os 65 anos de idade, e que, a partir daí passam a 
perder, e as mulheres têm um ganho de peso até os 75 anos, só então iniciando a 
perda ponderal (GOING et al., 1998 apud CABISTANI, 2007). 
O peso é uma medida de simples realização. Para a sua obtenção, o 
indivíduo deve estar com o mínimo de roupa possível e, descalço, posicionar-se em 
pé no centro da base de uma balança de plataforma ou eletrônica calibrada. 
No caso de impossibilidade do idoso em posicionar-se na balança, é 
possível estimar o peso corporal através da equação de Chumlea. 
 
Homens: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + ( 0,37 x PCSE) - 81,69 
Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) - 62,35 
Esta equação apresenta limitações devido à quantidade de medidas 
corporais que utiliza: comprimento da perna (AJ), prega cutânea subescapular 
(PCSE), circunferência do braço (CB) e circunferência da panturrilha (CP). 
As variações do peso corporal, baixo peso, sobrepeso e obesidade são bons 
indicadores para diferentes patologias e estão relacionados com aumento no risco 
de morbimortalidade. A perda de peso ou mudanças na composição corporal, 
verificada ou referida pelo idoso, devem ser sempre consideradas (GRANT et al., 
2002 apud CABISTANI, 2007). 
Para avaliarmos o percentual de perda de peso, utilizamos a fórmula: 
Perda de peso (%) = (peso usual - peso atual) x 100 / peso usual 
Através do resultado obtido podemos verificar a perda de peso em relação 
ao tempo e a sua gravidade, como demonstra a tabela abaixo. 
Tempo Perda significativa de peso 
(%) 
Perda grave de peso 
(%) 
1 semana 1-2 >2 
1 mês 5 >5 
3 meses 7,5 >7,5 
6 meses 10 >10 
 
 
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26 
 
Mesmo que a recomendação para avaliação do estado nutricional do idoso 
seja o uso associado de medidas, esta forma de avaliação pode ser aplicada em 
todos os níveis de assistência. 
Os idosos que mantêm o peso constante ao longo do tempo podem 
apresentar um risco menor de serem acometidos por doenças crônico-degenerativas 
do que as pessoas que engordam ou emagrecem, é o que sugere alguns estudos 
realizados com homens e mulheres idosos acompanhados por vários anos. Os 
pesquisadores sugerem, ainda, que estes deveriam ser monitorados 
cuidadosamente. 
 
c) Índice de massa corporal 
Para o Índice de Massa Corporal (IMC) também chamado de índice de 
Quetelet, devemos utilizar o peso atual (em quilos) e dividir pela altura (em metros) 
ao quadrado. Este índice, apesar de ter uma boa relação com o peso e apresentar 
um bom parâmetro de avaliação do estado nutricional, no caso do idoso, ele deve 
estar associado a outros indicadores, pois o mesmo não reflete as modificações na 
distribuição da gordura ocorridas no processo de envelhecimento (PERISSINOTTO 
et al., 2002 apud CABISTANI, 2007). 
Para classificação do estado nutricional, segundo o IMC, utilizam-se os 
seguintes critérios e diagnóstico nutricional, sugeridos por Lipschirz (1994 apud 
CABISTANI, 2007), como apresentado na tabela abaixo: 
Diagnóstico IMC (kg/m
2
) 
Desnutrição <22,0 
Eutrofia 22,0 a 27,00 
Obesidade >27,0 
 
Estes pontos de corte para o IMC diferem dos sugeridos pela OMS, em 
1995, para a população adulta, com limites de eutrofia menores entre 8,5 kg/m2 e 
25,0 kg/m2, permitindo uma intervenção precoce nas alterações do estado nutricional 
do idoso, que apresenta uma necessidade maior de reservas, prevenindo assim 
 
 
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formas graves de desnutrição. Valores baixos de IMC no idoso geralmente estão 
relacionados a doenças graves como o câncer. 
E, ainda, o IMC acima de 27 kg/m2 em homens e mulheres idosas pode 
estar relacionado com a piora da glicemia, da insulinemia, do colesterol HDL e dos 
triglicérides. 
 
d) Pregas cutâneas e circunferências 
Medidas de pregas cutâneas podem fornecer uma estimativa razoável da 
gordura corporal total, pois apresentam um bom parâmetro para avaliação do tecido 
adiposo subcutâneo. Entretanto, estas medidas estão sujeitas à variação inter e 
intraobservador e, por isso, seus avaliadores devem ser treinados sobre suas 
técnicas de aplicação e seguir protocolos de padronização dos procedimentos, a fim 
de que sejam minimizados os possíveis erros de aferição. 
A utilização de medida das pregas cutâneas não é indicada caso o indivíduo 
apresente edema ou obesidade mórbida. Nos idosos, o processo de envelhecimento 
traz perda de água corporal, redução do tecido muscular e mudança na quantidade 
e distribuição da gordura subcutânea, ocorrendo diminuição da elasticidade e 
podendo, assim, modificar a compressibilidade do tecido conjuntivo e da gordura 
subcutânea. Isto pode levar a maior dificuldade na separação do tecido muscular e 
adiposo, interferindo na verificação das pregas cutâneas. Apesar disso, nos idosos, 
existe uma correlação significativa entre a quantidade total de gordura subcutânea e 
as pregas tricipital e subescapular. 
A OMS recomenda o uso de padrões referências específico da prega 
cutânea triciptal (PCT) de idosos, como as desenvolvidas pelo NHANES III (National 
Health and Nutrition Examination Survey), conforme as duas tabelas a seguir, a 
partir de um estudo com uma amostra representativa de idosos. 
 
 
 
 
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Circunferência do braço, prega cutânea tricipital e circunferência muscular do braço 
para mulheres de 60 anos ou mais, avaliadas no NHANES III. 
 
Obs: Todos os grupos étnicos; °Erro-padrão: CB= circunferência do braço; PCT = prega cutânea 
tricipital; EMB= circunferência muscular do braço. 
Fonte: Kuczmarski et al. (s.d. apud CABISTANI, 2007). 
 
Circunferência do braço, prega cutânea tricipital e circunferência muscular do braço 
para homens de 60 anos ou mais, avaliadas no NHANES III. 
 
Obs: Todos os grupos étnicos; °Erro-padrão; CB= circunferência do braço; PCT = prega cutânea 
tricipital; EMB= circunferência muscular do braço. 
Fonte: Kuczmarski et aI. apud CABISTANI, 2007). 
 
 
 
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A técnica empregada para a realização da medição das pregas cutâneas 
segue àquelas descritas por Lonhan em 1991 (s.d. apud CABISTANI, 2007), como 
apresentamos a seguir: 
Prega cutânea tricipital (PCT): a medida deve ser feita no braço não 
dominante, no ponto médio entre o acrômio da escápula e o olécrano da ulna (entre 
o ombro e o cotovelo). O ponto médio deve ser obtido com o braço flexionado a 90°. 
Com o braço relaxado e solto ao longo do corpo, separa-se levemente a 
prega do braço, desprendendo-a do tecido muscular; aplica-se então o calibrador 
formando um ângulo reto. 
Prega cutânea subescapular (PCSUB): a espessura da PCSUB deve ser 
obtida 2 cm abaixo do ângulo inferior da escápula, obliquamente ao eixo longitudinal, 
seguindo as orientações dos arcos costais. O indivíduo deverá estar com os ombros 
e braços relaxados para a aplicação do calibrador. 
Circunferência do braço (CB): a medida da CB representa o somatório das 
áreas que constituem o braço, e nos dá uma estimativa das reservas proteico-
calóricas. Deve ser feita no ponto médio do braço não dominante como descrito 
anteriormente para a medida da PCT, utilizando-se uma fita métrica inextensível e 
flexível, e o resultado deve ser avaliado de acordo com os valores de referência 
apresentados, em percentis, nas tabelas apresentadas anteriormente. 
Circunferência muscular do braço (EMB): a circunferência muscular do braço 
nos fornece uma estimativa das reservas proteicas do organismo, mas não utiliza a 
correção da área óssea, e é obtida através da CB e da PCT de acordo com a 
fórmula a seguir: 
EMB(cm) = CB(cm) - TI x [ PCT(mm) 10] 
Igualmente ao CB, os resultados devem ser avaliados de acordo com os 
valores de referência do NHANES III, como recomenda a OMS. 
Área Muscular do Braço Corrigida (Ambc): a área muscular do braço 
corrigida também fornece uma estimativa das reservas proteicas do organismo, só 
que descontando a massa óssea, refletindo assim mais adequadamente o tecido 
muscular, e obtém-se através da seguinte fórmula: 
 
 
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Homens: AMB (cm2) = [ CB (cm) - π x PCT (mm) 10] – 10 / 4π 
Mulheres: AMB (cm2) = [ CB (cm) - π x PCT (mm) 10)2 - 6,5 / 4π 
 
Quanto o percentil >15 temos AMBc normal, enquanto percentil entre 5 e 15 
temos uma desnutrição leve a moderada e percentil <5, um quadro de desnutrição 
grave. 
Circunferência da Panturrilha: esta medida é um bom indicador das 
modificações que ocorrem na massa magra com o envelhecimento. Nos idosos é a 
medida mais sensível da massa muscular, de acordo com a OMS. A medida deve 
ser feita na maior circunferência da panturrilha entre o tornozelo e o joelho, com fita 
métrica inextensível e flexível, com o joelho dobrado em ângulo de 90°. 
De acordo com a OMS 1995, valores menores de 35 cm indicam perda de 
massa muscular. 
Circunferência da Cintura (CC): diferentes estudos têm apontado a medida 
da circunferência da cintura como um dos melhores indicadores antropométricos de 
gordura visceral. E, ainda, têm demonstrado que a circunferência da cintura 
apresenta relação com várias alterações metabólicas, e é um bom preditor no 
desenvolvimento do diabetes, além de ser um fator de risco para doença 
cardiovascular. Para sua medida devemos utilizar fita métrica flexível e inextensível, 
colocada em plano horizontal na linha natural da cintura, no ponto médio entre a 
crista ilíaca e a última costela, e a leitura deve ser feita no momento da expiração. 
Não existem parâmetros específicos desta medida para idosos, por isto a 
OMS recomenda a utilização dos padrões estipulados para adultos como 
demonstrado na tabela abaixo: 
Grau de risco associado a complicações metabólicas de acordo com a 
circunferência da cintura por sexo 
Sexo Aumentado (cm) Muito aumentado (cm) 
Masculino ≥94 ≥102 
Feminino ≥80 ≥88 
 
 
 
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e) Bioimpedância elétrica (BIA) 
A bioimpedância é um método que, devido a sua precisão, a sua 
simplicidade e ao seu baixo custo, substitui na prática clínica os métodos mais 
sofisticados. O método da bioimpedância pode avaliar a quantidade de fluidos, de 
gordura e da massa magra corporal através da condutividade elétrica. 
Existem estudos que demonstram uma boa correlação da BIA com outros 
métodos como diluição de radioisótopos e densitometria. Para que se obtenha um 
bom resultado na aplicação do método, algumas orientações sobre alimentação, 
ingestão de líquidos, medicações e exercícios físicos devem ser seguidas pelo 
paciente antes do teste (CABISTANI, 2007). 
Para a realização da avaliação, o paciente deve estar em posição supina, 
com as pernas e os braços afastados em paralelo ao tronco. Os eletrodos devem ser 
colocados em locais específicos da mão e do pé no lado dominante do corpo: 
Na mão: o primeiro (M1) com a borda de corte do eletrodo em uma linha 
imaginária que divide a cabeça da ulna e que se inicia na protuberância óssea do 
punho, o segundo (M2), acima dos nós dos dedos da mão. 
No pé: o primeiro (P1) com a borda de corte do eletrodo em uma linha 
imaginária que divide os maléolos medial e lateral, o segundo (P2), acima dos nós 
dos dedos dos pés. Os valores da resistência e reactância obtidos são utilizados 
para os cálculos dos compartimentos de acordo com o software do equipamento. 
Apesar do uso de métodos e equações validados para a estimativa da 
gordura corporal por BIA, não existe um padrão-ouro a ser utilizado para os idosos. 
 
f) Raios - X de Dupla - Varredura (DEXA) 
É um método não invasivo, rápido e preciso que vem se tornando uma 
medida popular na avaliação da composição corporal, em países desenvolvidos. 
Esse método permite a avaliação estrutural da composição corporal, dividindo a 
massa corporal em três componentes básicos: tecido macio livre de minerais e 
gordura, conteúdo mineral ósseo e gordura. 
 
 
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Existem três tipos de sistemas DEXA mais usados (Lunar DPX, Hologic e 
Norland) que apresentam diferenças em seus princípiosfísicos, na calibração e 
detecção da configuração óssea e na de hardware e de software, podendo por isto 
gerar variações nos resultados do percentual de gordura, mesmo quando os 
métodos utilizados forem os mesmos, mas os aparelhos diferentes. 
Apesar das limitações na realização das medidas antropométricas nos 
idosos, a antropometria ainda constitui uma maneira simples, barata e de fácil 
aplicabilidade na avaliação nutricional dos idosos e sempre que possível deve estar 
associada à avaliação bioquímica e clínica, para uma melhor definição do 
diagnóstico nutricional do paciente idoso. 
Embora nossa intenção não fosse mesmo estudar pormenores da avaliação 
física, uma vez termos profissionais específicos para tais avaliações, esperamos que 
tenham compreendido o quão largo é o universo de possibilidades para cuidarmos 
da saúde do idoso (CABISTANI, 2007). 
 
 
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UNIDADE 5 – AVALIAÇÃO NUTRICIONAL/ DIETÉTICA 
 
Segundo Faustino Neto (2003), o grande desafio da sociedade é saber 
manter a saúde e a qualidade de vida de uma população em processo de 
envelhecimento. Uma boa alimentação e um estado nutricional adequado beneficiam 
tanto o indivíduo idoso como a sociedade, já que a boa nutrição está associada a um 
menor grau de dependência e menor tempo de recuperação de doenças, diminuindo 
o uso de recursos da saúde. 
Mais uma vez afirmamos que o aumento do envelhecimento mundial das 
populações gera maior necessidade em aprofundar a compreensão sobre o papel da 
nutrição na promoção e manutenção da independência e autonomia dos idosos, 
tornando-se necessário produzir informações nutricionais referentes ao grupo para 
começar a avaliar sua problemática específica e enfrentar os desafios da pesquisa 
no campo de nutrição e envelhecimento dentro das peculiaridades do país. 
(SAMPAIO, 2004; TAVARES; ANJOS, 1999). 
De acordo com Sampaio (2004), a avaliação do estado nutricional do idoso é 
considerada complexa em razão da influência de uma série de fatores, os quais 
necessitam ser investigados, detalhadamente, visando diagnóstico nutricional 
acurado, possibilitando uma intervenção nutricional efetiva. A ausência de uma 
rotina de avaliação nutricional e incapacidade de distinguir diferenças entre os sinais 
e sintomas de subnutrição com os do envelhecimento, destacam-se como causas de 
subdiagnóstico nutricional nesta faixa etária. 
Lauffer e Wierck (2007) também ressaltam as várias peculiaridades que 
afetam o consumo alimentar de indivíduos idosos e, consequentemente, o estado 
nutricional que devem ser levadas em conta juntamente com a análise da ingestão 
alimentar. Algumas são devido às alterações fisiológicas características do 
envelhecimento; enquanto outras, influenciadas pelas enfermidades presentes, 
como síndrome depressiva, neoplasias e artrite reumatoide, denominadas anorexia 
patológica, bem como as relacionadas com a situação socioeconômica e a familiar 
 
 
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que não podem ser esquecidas em estudos sobre a análise do consumo alimentar, 
seja qualitativos ou quantitativas. 
Quanto aos fatores fisiológicos que interferem no estado nutricional, pode-se 
considerar a diminuição do metabolismo basal associada à menor atividade, 
redistribuição da massa corporal, alterações no funcionamento digestivo, alterações 
na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade à sede, interação entre drogas 
e nutrientes. Com exceção das duas primeiras, todas as outras podem interferir 
diretamente no consumo alimentar, e, quando se analisa a ingestão alimentar com o 
objetivo de determinar a ingestão de nutrientes específicos de forma quantitativa, as 
alterações fisiológicas secundárias ao envelhecimento podem se tornar cruciais, pois 
a quantidade do nutriente ingerido pode não necessariamente estar sendo bem 
aproveitada pelo organismo do idoso. 
As modificações intestinais, por exemplo, são observadas no idoso em 
função de um certo grau de atrofiamento da mucosa e revestimento musculares que 
resulta na deficiência de absorção de nutrientes, entre outras complicações. Quanto 
à sua absorção, o mais prejudicado parece ser o cálcio, em ambos os sexos, 
secundário, provavelmente, às alterações nos mecanismos de transporte. 
Inclusive o crescimento bacteriano excessivo no intestino pode ocorrer 
resultante da menor secreção ácida, interferindo, desse modo, na disponibilidade 
biológica dos nutrientes, podendo resultar em ação diminuída dos sais biliares, má 
absorção de gordura e na diarreia. Estudos também vêm apontando que, com a 
idade, pode ocorrer uma diminuição na capacidade de digestão e absorção de 
carboidratos. 
Segundo o estudo desenvolvido pelo NHANES II (Second National Health 
and Nutrition Examination Survey, 1976-1980), que avaliou a dieta-padrão de 
adultos idosos (65 a 74 anos) dos Estados Unidos, a análise de indicadores de 
qualidade da dieta foi ingestão calórica, grupos alimentares e a frequência, e número 
de refeições omitidas. O padrão dietético mais favorável foi associado com a 
convivência com seu companheiro, especialmente para os homens idosos. Os que 
viviam sozinhos e com baixa renda apresentaram alto risco de ingestão alimentar 
inadequada. Já as mulheres idosas, a renda foi mais fortemente associada ao 
 
 
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padrão dietético que com o aspecto de ter ou não um companheiro. E, inclusive, 
pessoas idosas com perda da autonomia tendem a ter mais problemas nutricionais 
que indivíduos saudáveis. 
Existem vários métodos para avaliar o estado nutricional de idosos, sendo 
estes os principais segundo Brandão (2008): 
a) Avaliação antropométrica: é essencial para a avaliação nutricional, 
entretanto algumas alterações que ocorrem no envelhecimento podem comprometer 
a determinação de um diagnóstico antropométrico acurado e preciso. Cita-se: 
Estatura e altura do joelho, Peso, IMC, Prega cutânea tricipital, subescapular e 
circunferência do braço, circunferência muscular do braço, área muscular do braço 
corrigida, circunferência da panturrilha, circunferência da cintura, Bioimpedância 
elétrica e Raio X de dupla varredura (DEXA). (CABISTANI, 2007). 
b) Avaliação dietética - inquéritos alimentares: As peculiaridades que afetam 
o consumo alimentar do idoso e seu estado nutricional devem ser levadas em conta 
junto com a análise da ingestão alimentar. Utiliza-se o questionário de frequência 
alimentar, história alimentar, registros alimentares e índices de qualidade global da 
dieta (LAUFFER; WIECK, 2007). 
c) Avaliação bioquímica: os principais marcadores bioquímicos são divididos 
em duas categorias, a avaliação de massa muscular corporal (índice creatinina-
altura) e estado nutricional proteico (Albumina, pré-albumina, transferrina, 
hematócrito, hemoglobina, ferritina) (MOULIN, 2007). 
Como não existe um instrumento preciso para avaliação, é necessário uma 
abordagem conjunta de indicadores que possibilitem uma avaliação nutricional mais 
fidedigna. Entre os métodos que utilizam conjuntamente os componentes da 
avaliação clínicabioquímica, antropométrica da composição corporal e da ingestão 
dietética podemos citar a Avaliação Global Subjetiva (AGS) e a Mini avaliação 
Nutricional (MAN) (SILVEIRA; LOPES; CAIAFFA, 2007). 
A AGS é um método simples, de baixo custo, validado, podendo ser 
realizado rapidamente a beira do leito. Em estudo realizado com idosos utilizando a 
AGS, concluiu-se que este se trata de um bom método para avaliação do estado 
 
 
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nutricional de idosos e de fácil reprodução (BARBOSA SILVA, 2000; DUERKSEN et 
al., 2000 apud BRANDÃO, 2008). 
Todos os métodos disponíveis têm suas vantagens e desvantagens, sendo 
importante avaliar previamente a fim de evitar problemas metodológicos na análise 
do consumo alimentar. 
Sobre os inquéritos alimentares, vale considerar algumas especificidades na 
investigação dietética, em pessoas idosas, dentre as quais se ressalta a ocorrência 
de enfermidades que comprometem a memória do indivíduo e, por conseguinte, a 
validade das informações obtidas. 
Acrescente-se ainda que, em geral, a maioria dos idosos, no Brasil, tem um 
baixo nível de escolaridade, aspecto que exerce marcante influência na escolha do 
método e sua forma de aplicação, se autoadministrado ou por meio da técnica de 
entrevista. 
Outra avaliação importante a ser considerada em pesquisas de consumo 
alimentar com idosos é que eles têm um padrão alimentar diferente que a 
contraparte mais jovem. As características alimentares incluem alta frequência de 
consumo de alimentos étnicos ou tradicionais, tamanhos de porções menores e 
maior organização: realizam, tradicionalmente, três refeições ao dia, assim, é 
importante que esses aspectos sejam considerados tanto para avaliação de estado 
nutricional do idoso quanto para a escolha do método do inquérito alimentar mais 
apropriado a ser utilizado na pesquisa. 
Com a finalidade de obter informações sobre o consumo alimentar em nível 
individual, as metodologias podem ser classificadas conforme o período de tempo 
em que as informações são colhidas, portanto, o consumo alimentar pode ser 
estimado mediante a aplicação de técnicas subdivididas em dois grupos: 
1. Métodos prospectivos: utilizados para avaliar o consumo alimentar atual 
ou presente (registros de alimentos e recordatórios). 
2. Métodos retrospectivos: avaliam o consumo alimentar do passado 
imediato ou a longo prazo e são frequentemente adotados para avaliar a ingestão 
habitual de grupos específicos de alimentos e verificar a associação entre consumo 
 
 
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alimentar e ocorrência de enfermidades (história dietética e questionário de 
frequência alimentar). 
Tendo em vista que todos os métodos que avaliam o consumo alimentar 
são, em algum momento, imperfeitos, não existe padrão-ouro em nutrição. É 
importante também saber que o método escolhido pode avaliar a dieta habitual, 
definida como a média do consumo alimentar em um período de tempo determinado 
(meses ou anos), ou usual, que significa a média do consumo alimentar em curto 
período de tempo. 
O Método Recordatório de 24 horas (R24h) consiste em recordar, definir e 
quantificar todos os alimentos e bebidas, consumidos no dia anterior (24 horas 
anteriores). É uma entrevista pessoal profunda conduzida por profissional treinado, 
podendo ser realizada também por telefone, ou autoadministrada. 
São vantagens desse método: 
 é sensível às diferenças culturais e descreve amplo número de alimentos e 
hábitos alimentares; 
 é de rápida administração; 
 não altera a ingestão do indivíduo ou o comportamento alimentar; 
 se for aplicado de forma seriada, pode estimar a ingestão habitual; 
 pode ser aplicado em qualquer faixa etária e em analfabetos; 
 tem baixo custo; 
 pode ser aplicado pelo telefone, o que dá a vantagem de o entrevistador não 
estar olhando diretamente para o entrevistado, que não se sente intimidado, 
mantendo o anonimato do mesmo. 
Desvantagens: 
 a qualidade da informação vai depender da memória e da cooperação do 
entrevistado e de um bom canal de comunicação; 
 
 
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 a habilidade de recordar de forma precisa o consumo de alimentos é 
influenciada pelas idades extremas, sexo e nível de escolaridade, entre outros 
fatores, como algum tipo de deficiência; 
 não estima a ingestão habitual; 
 existe dificuldade em estimar o tamanho das porções, o que pode ser 
minimizado através de instrumentos utilizados como modelos, fotos e 
utensílios para orientar o entrevistado a estimar corretamente as porções 
consumidas; 
 pode ocorrer o fenômeno flat slope (fenômeno de superestimar porções 
pequenas ou subestimar porções grandes). 
O questionário de frequência alimentar (QFA) consiste em uma lista de 
alimentos e um espaço (categorias de frequência) em que o indivíduo responde com 
qual frequência os consome e sugere-se que tenha formato de perguntas simples e 
fechadas, com 5 a 10 opções. 
A inclusão do tamanho da porção consumida dentro do QFA vem sendo 
discutida e alguns autores não consideram esse tópico significativo para a validade 
do questionário. Portanto, o QFA pode ser apresentado na sua forma simples, sem 
porções dos alimentos (de caráter qualitativo), ou com opção de uma porção-padrão 
baseada nas porções médias informadas pelos participantes nos recordatórios (por 
ex.: cinco unidades de biscoito salgado; dois pedaços de pizza). 
São vantagens do QFA: 
 não necessita entrevistador treinado, pode ser autoadministrado ou enviado 
pelo correio; 
 tem baixo custo; 
 é de rápida e simples aplicação e eficiente; 
 fornece informação global da ingestão alimentar por um período amplo de 
tempo; 
 estima a ingestão habitual do indivíduo; 
 
 
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 classifica os indivíduos em categorias de consumo; 
 minimiza a variação intrapessoal ao longo dos dias. 
Desvantagens: 
 depende da memória dos hábitos alimentares passados, o que pode se tornar 
uma limitação para idosos; 
 o desenho do instrumento requer esforço e tempo; 
 pode haver limitações em analfabetos; 
 a validade pode ser testada a cada novo questionário; 
 dificuldade para o entrevistador conforme o número e a complexidade da lista 
de alimentos; 
 quantificação pouco exata. 
Estudos mostram que a associação entre R24h e QFA é método de 
avaliação de fácil aplicação e acurácia na população idosa, que tendem a ter maior 
nível de iletrados, pouca memória, dificuldade de audição ou visão prejudicada, bem 
como outras populações semelhantes (LAUFFER; WIECK, 2007). 
 
 
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