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PORTIFOLIO 4 BVD

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UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO-
OESTE- MEDICINA VETERINÁRIA-SETEMBRO DE 2018 
 
DIARREIA VIRAL BOVINA 
(BVD) 
 
Marília Braga 
 
 
 
AGENTE ETIOLÓGICO E 
SUA PATOGENIA 
 
A BVD é uma doença infecciosa 
conhecida também como doença 
das mucosas, causada por um 
Pestivirus da família Flaviviridae. 
São constituídos de dois biótipos; 
um não citopático e outro citopático. 
Os animais que podem adquirir a 
doença são os bovinos, ovinos, 
caprinos, suínos, coelhos, búfalos, 
alces, lhamas e alpacas. Os 
possíveis reservatórios são os 
ovinos, caprinos e suínos 
(RADOSTITS et al., 2002; BRUM et 
al., 2004). 
A patogenia depende da 
interligação de múltiplos fatores. 
Alguns fatores do hospedeiro 
influenciam na consequência da 
infecção pelo BVD sendo eles: 
hospedeiro imunocompetente ou 
imunotolerante ao vírus, idade do 
animal, infecção transplacentária e 
idade gestacional do feto, indução 
de tolerância imune no feto e o 
surgimento de competência 
imunofetal, aproximadamente em 
180 dias de gestação, status imune 
e presença de fatores estressantes 
(RADOSTITS et al., 2002; HIRSH; 
ZEE, 2003). 
 
 
O agente etiológico é o vírus da 
diarreia viralbovina que tem como 
principal característica de 
importância epidemiológica da 
infecção a probabilidade de 
ocorrência do nascimento de 
animais persistentemente infectados 
(PI) pelo vírus. Esses animais, 
denominados PI, eliminam o vírus 
por todas as secreções e excreções 
e, com isso, constituem o principal 
elo da cadeia epidemiológica da 
BVD (Dias et al., 2010; Otonel et al., 
2014). 
EPIDEMIOLOGIA 
 O vírus da Diarreia Viral 
Bovina (BVD) possui distribuição 
mundial e é considerado um dos 
principais patógenos de bovinos. A 
infecção e as enfermidades 
associadas ao BVD têm sido 
descritas no Brasil desde os anos 
60. Diversos relatos sorológicos, 
clínico-patológicos e de isolamento 
do agente demonstram a ampla 
disseminação da infecção no 
rebanho bovino brasileiro. Além de 
sorologia positiva em níveis 
variáveis em bovinos de corte e 
UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO-
OESTE- MEDICINA VETERINÁRIA-SETEMBRO DE 2018 
 
leite, anticorpos contra o BVD têm 
sido ocasionalmente detectados em 
suínos, javalis, caprinos, cervos e 
bubalinos. O BVD tem sido 
frequentemente detectado em fetos 
abortados, na capa flogística de 
animais persistentemente infectados 
(PI) oriundos de rebanhos com 
problemas reprodutivos, em 
amostras clínicas e/ou material de 
necropsia de animais com as mais 
diversas manifestações clínicas, em 
sêmen de touros de centrais de 
inseminação artificiais. 
 
SINAIS CLÍNICOS 
A infecção pelo BVD tem sido 
associada a uma ampla variedade 
de manifestações clínicas: desde 
infecções inaparentes ou com sinais 
leves até doença aguda fatal. No 
entanto, a maioria das infecções em 
animais imunocompetentes parece 
cursar de forma subclínica. 
Enfermidade gastroentérica aguda 
ou crônica, doença respiratória em 
bezerros, síndrome hemorrágica 
com trombocitopenia, patologias 
cutâneas e imunossupressão estão 
entre as consequências mais 
frequentes da infecção pelo 
BVD(Brownlie 1990, Baker 1995). 
 
 
Subclínica: a maior parte das 
infecções com o BVD (cerca 70 a 
90%), não apresentam sinais 
clínicos (febre discreta, leucopenia, 
produção de anticorpos 
neutralizantes). 
Aguda: os animais que apresentam 
esta forma são os 
imunocompetentes não PI com 
idade entre 6 a 24 meses, com um 
período de incubação de 5 a 7 dias, 
apresentando febre, anorexia, 
descarga óculo-nasal, erosões e 
ulcerações na mucosa oral e 
diarreia. 
Aguda severa: neste caso há a 
ocorrência de um alto número de 
mortes súbitas em todas as 
categorias, pneumonia, febre e 
abortos (10 a 20%). 
Síndrome hemorrágica: 
trombocitopenia, diarreia 
sanguinolenta, hemorragia na 
superfície das mucosas, febre, 
leucopenia e morte. 
Doença das mucosas (DM): tem 
manifestação esporádica, afetando 
menos de 5% do rebanho; tem um 
período de incubação de 10 a 14 
dias após a exposição à cepa CP. 
Os sinais apresentados são febre 
bifásica, anorexia, taquicardia, 
polipnéia (respiração ofegante), 
queda na produção e diarreia 
profusa, podendo ser sanguinolenta 
e fétida; as papilas orais podem 
apresentar aspecto rombo, e podem 
surgir erosões na língua, palato, 
superfícies bucais e faringe. Podem 
também apresentar lesões no 
espaço interdigital, tetos e vulva e 
também dermatite generalizada. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico pode ser firmado com 
base no exame clínico e nos 
achados de necropsia, pois o 
diagnóstico definitivo requer de 
duas a três semanas 
UNIDESC- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO-
OESTE- MEDICINA VETERINÁRIA-SETEMBRO DE 2018 
 
(LIBERTMANN,1988). As técnicas 
laboratoriais disponíveis são: 
sorologia, isolamento viral e 
detecção dos antígenos 
(PERDRIZET, 1993). O vírus pode 
ser isolado através de secreções 
nasais, sangue, fezes, linfonodos e 
intestinos (HIRSH, ZEE, 2003). 
O método indireto tem um baixo 
custo sendo muito prático. Baseia-
se na detecção de anticorpos contra 
o BVD no soro ou no leite dos 
animais. O mesmo informa a 
titulação. Já o método direto baseia-
se na detecção do BVD ou de seus 
componentes (proteínas e ácidos 
nucléicos) e constituem a forma 
mais objetiva de diagnóstico da 
infecção. 
O material genético pode ser 
detectado por PCR, uma técnica 
sensível e específica (CAMPEN, 
1998). 
 
PREVENÇÃO 
A prevenção é feita por meio de: 
 Vacinar as fêmeas aos sete 
meses de idade, aos 18 meses ou 
antes da cobertura, e revacinar 
anualmente. 
Observação: Animais gestantes não 
devem ser vacinados para BVD. 
 
 Aquisição de animais em 
rebanhos livres da doença. 
 
 Remoção de animais PI: a 
detecção e eliminação de animais 
PI são componentes essenciais do 
programa de controlo em 
explorações infectadas. A 
eliminação destes animais irá 
diminuir a disseminação do agente 
e melhorar a saúde do rebanho. 
Uma das estratégias mais comuns 
para identificar animais PI é a 
colheita de amostras de soro de 
todos os animais do rebanho com 
idades superiores a 3 meses para 
isolamento do vírus através da 
técnica de imunoperoxidase. 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE 
MEDICINA VETERINÁRIA, 2011, Diarreia 
Viral Bovina. 
 
LIBERTMANN, H. Infecções por pestivírus: 
diarreia viral / doença das mucosas dos 
bovinos. In: Beer, J. Doenças infecciosas 
em animais domésticos. São Paulo: Editora 
Roca, 1988. p. 89-93. 
 
GUIA DE BOLSO. Ministério da Saúde e 
Secretaria de Vigilância em Saúde, 
Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Doenças Infecciosas e 
parasitárias. 8. ed. rev. Brasília: Ministério 
da Saúde, 2010.

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