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RESUMO COMPLETO - TERMINAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

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22/10/2018
13
DIREITO DO TRABALHO II
		TERMINAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
1. TERMINOLOGIA E EFEITO
 - A CLT utiliza a palavra "rescisão" (título do Cap. V do Título IV) englobando qualquer forma de terminação do contrato de trabalho. Contudo, também usa outras terminologias nesse mesmo sentido, tais como: extinção (caput do art. 477, CLT) e dissolução (art. 477, § 2º).
 - A doutrina, por sua vez, não é unânime. Para significar o gênero, são empregadas as seguintes nomenclaturas: extinção, cessação, terminação e dissolução.
 - Efeito: terminação do vínculo de emprego, com a extinção das obrigações para os contratantes.
2. CAUSAS (classificação de Bomfim Cassar):
 a. Normais
São as terminações contratuais que coincidirem com o implemento do termo final ou da condição resolutiva.
 b. Anormais:
Ato das partes (resilição e resolução)
Força maior (impossibilidade de execução do contrato)
Fato natural (morte de uma das partes)
Ato jurídico (caso da rescisão)
Factum principis
3. FORMAS: CLASSIFICAÇÃO (Renato Saraiva)
Extinção normal do contrato: contratos a prazo ou com condição resolutiva.
Resilição: quando uma ou ambas as partes resolvem, imotivadamente ou sem justo motivo, romper o pacto de emprego.
	3.2.1. Dispensa sem justa causa do empregado
 Ato potestativo do empregador
	3.2.2. Pedido de demissão
 Ato volitivo do empregado
	3.2.3. Comum acordo (acrescentado pela Lei 13.467/2017)
 Acordo entre empregado e empregador
Resolução: em razão de ato faltoso praticado por uma ou ambas as partes.
3.3.1. Dispensa do empregado por justa causa
 Quando empregado cometer falta grave
3.3.2.	 Rescisão indireta ou despedida indireta
 Quando o empregador cometer falta grave
3.3.3.	 Culpa recíproca
 Quando tanto o empregado quanto o empregador cometem falta grave.
Rescisão
Ruptura contratual decorrente de nulidade.
Formas Atípicas:
 Extinção da empresa
 Morte do empregador pessoa física
 Força maior – acontecimento inevitável impossibilita execução.
 Fato do Príncipe – ato da administração pública leva à paralisação das atividades da empresa.
 Aposentadoria espontânea – hoje, não põe fim ao contrato de trabalho.
 Desempenho de obrigações legais incompatíveis – Ex: cargo parlamentar.
EXTINÇÃO NORMAL DO CONTRATO
Extinção contrato a termo (art. 479 e 480/CLT).
No termo, o empregado faz jus:
Saldo de salários
Indenização das férias integrais acrescidas do terço constitucional (se não gozadas);
Indenização das férias proporcionais acrescidas do terço constitucional;
13º proporcional;
levantamento dos depósitos do FGTS.
*	Na extinção normal, não há necessidade de aviso prévio, não há multa de 40% do FGTS e não há a indenização prevista nos arts. 479 e 480 da CLT.
-	Na extinção antes do termo
O empregador sempre indeniza (indenização do art. 479, CLT, além da multa de 40% dos depósitos do FGTS – art. 14 do Dec. 99.684);
O empregado só indeniza se patrão provar prejuízo (art. 480 e § 1º, CLT).
* “Art. 479 - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.”
* “Art. 480 - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.”
* “Art. 480, § 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas condições”.
*Lei 9.601/98 (contrato de trabalho por prazo determinado) – “Art. 1º, § 1º As partes estabelecerão, na convenção ou acordo coletivo referido neste artigo:
I - a indenização para as hipóteses de rescisão antecipada do contrato de que trata este artigo, por iniciativa do empregador ou do empregado, não se aplicando o disposto nos arts. 479 e 480 da CLT;”
* "Dec. 99.684/1990, Art. 14. No caso de contrato a termo, a rescisão antecipada, sem justa causa ou com culpa recíproca, equipara-se às hipóteses previstas nos §§ 1° e 2° do art. 9°, respectivamente, sem prejuízo do disposto no art. 479 da CLT".
* "Dec. 99.684/1990, Art. 9. § 1º - No caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta, o empregador depositará na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para este fim a dedução dos saques ocorridos".
Cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão (art.481, CLT): se no contrato por prazo determinado existir cláusula assecuratória do direito de rescisão, em caso de rompimento imotivado antecipado do contrato, seja pelo empregador, seja pelo empregado, não se aplicará o disposto nos arts. 479 e 480, utilizando-se apenas as regras atinentes aos contratos por prazo indeterminado. Nesse caso, rompendo o empregador o contrato a termo sem justo motivo, concederá ao empregado o aviso prévio e pagará a multa de 40% dos depósitos do FGTS. Caso o rompimento seja da parte do empregado, apenas deverá conceder o aviso prévio ao empregador, mas não precisa pagar qualquer indenização.
 DISPENSA SEM JUSTA CAUSA
- O empregado fará jus aos seguintes direitos:
Aviso prévio trabalhado ou indenizado;
Saldo de salários;
Indenização das férias integrais não gozadas, simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional;
Indenização das férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional;
Gratificação natalina (13º) proporcional;
Indenização compensatória (multa) de 40% dos depósitos do FGTS;
Saque do saldo da conta do FGTS;
Seguro-desemprego (seguro desemprego – Lei 7.998/90);
Indenização adicional no valor de um salário mensal, prevista na Lei 7.238/84, quando dispensado nos 30 dias que antecedem a data-base da categoria.
6. PEDIDO DE DEMISSÃO DO EMPREGADO
- O aviso prévio passa a ser um dever do empregado, sob pena do empregador poder descontar o salário correspondente.
- Ao pedir demissão, o empregado faz jus aos seguintes direitos:
Saldo de salários;
Indenização das férias integrais não gozadas, simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional;
Indenização das férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional, mesmo com menos de 1 ano de trabalho (Súm. 171 e 261, TST);
13º proporcional.
* Súmula 171, TST: “Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT)”.
* Súmula 261, TST: “O empregado que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais.”
- Neste caso, não tem direito a:
Indenização compensatória (multa) de 40% dos depósitos do FGTS;
Saque da conta do FGTS;
Seguro-desemprego.
7. COMUM ACORDO (Art. 484-A, CLT) (acrescentado pela Lei 13.467/2017)
- - É a extinção do contrato de trabalho por acordo entre empregado e empregador.
- O empregado fará jus aos seguintes direitos:
Metade do aviso prévio, se indenizado;
Metade da indenização de 40% dos depósitos do FGTS (20%);
Saldo de salários;
Indenização das férias integrais não gozadas, simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional;
Indenização das férias proporcionais, acrescidas do terço constitucional, mesmo com menos de 1 ano de trabalho (Súm. 171, TST);
13º proporcional.
Saque de 80% do saldo da conta do FGTS;
- Neste caso, não tem direito a:
Seguro-desemprego.
* “Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
a) o aviso prévio, se indenizado; e
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no § 1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maiode 1990;
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no FGTS na forma do inciso I-A, art. 20, Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego”.
 JUSTA CAUSA
8.1. Conceito – é a forma de dispensa decorrente de falta considerada pela CLT como grave, praticada pelo empregado, implicando a cessação do contrato de trabalho.
	- Há quebra da boa-fé, confiança, poder de obediência e diligência, o que torna incompatível a continuidade da relação de emprego.
8.2. Consequências: não terá direito:
Verbas rescisórias: aviso prévio; férias proporcionais; 13º salário; multa 40% FGTS.
FGTS (saque da conta)
Às guias do seguro desemprego.
- Somente faz jus ao saldo de salários e à indenização das férias não gozadas, simples ou em dobro, acrescidas do terço constitucional.
8.3. Requisitos para aplicação da Justa Causa (art. 493, CLT)
Capitulação legal
Gravidade do ato: art. 493, CLT – “Constitui falta grave a prática de qualquer dos fatos a que se refere o art. 482, quando por sua repetição ou natureza representem séria violação dos deveres e obrigações do empregado.”
- A falta deve ser grave, e a culpa deve ser apreciada “in concreto”, levando-se em consideração o tempo, o meio, a classe social, usos, costumes, etc.
Nexo de causalidade – a sanção tem que decorrer da falta cometida.
Imediatidade – tem que punir logo, senão há perdão tácito.
Proporcionalidade – necessidade de graduar a sanção, proporcionalmente à falta cometida.
Ausência de punição anterior - non bis in idem – para cada falta, somente se admite uma única penalidade.
Inalteração da punição – uma vez aplicada a punição, ela não pode ser substituída por outra mais grave. Mas pode haver atenuação da pena.
Conduta dolosa ou culposa do empregado – não será lícita a aplicação da justa causa, se não comprovado que o empregado agiu com dolo ou culpa.
Não discriminação – não pode o empregador punir de forma diversa os empregados que praticaram a mesma falta. "Mesma" significa que houve único ato faltoso praticado em coautoria.
. Poder disciplinar – decorre do poder de comando inerente ao empregador
8.4.1. Impor punições
			- Advertência (verbal ou escrita)
			- Suspensão - Prazo máximo de 30 dias, sob pena de rompimento do contrato sem justa causa (art. 474, CLT); empregado não recebe salário.
			- Dispensa ou Demissão por justa causa
		8.4.2. Não há sanções pecuniárias
	
 Faltas Graves motivadas pelo empregado
- O Brasil adotou o sistema legislativo taxativo, pois todos os tipos constam expressamente na lei.
- Nem todos os tipos estão no art. 482 da CLT, há também tipos em outros artigos da CLT e em outras leis.
- Hipóteses legais de falta grave cometida pelo empregado:
8.5.1. Ato de improbidade (art. 482, a, CLT)
 - desonestidade, fraude, má-fé do empregado que provoca risco ou prejuízo a integridade patrimonial do empregador ou de terceiro, com o objetivo de alcançar vantagem para si ou para outrem.
 Exemplos: furto de bens da empresa; falsificação de documentos para obter vantagem ilícita na empresa.
8.5.2. Incontinência de conduta ou mau procedimento (art. 482, b, CLT)
 a. Incontinência de conduta – é o desregramento ligado à vida sexual do empregado, que leva à perturbação do ambiente de trabalho.
Exemplos: assédio sexual; prática de atos de pedofilia na empresa.
 b. Mau procedimento – comportamento incorreto na prática de atos que atinjam a moral, salvo o sexual.
Exemplo: dirigir veículo da empresa sem autorização e totalmente alcoolizado.
8.5.3. Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa (art. 482, c)
- Envolve duas hipóteses: a primeira é a negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão, quando for prejudicial ao serviço (exemplo: vender bebidas, salgadinhos, etc.); a segunda hipótese é a negociação habitual constituindo ato de concorrência à empresa na qual trabalha. Trata-se de concorrência desleal.
8.5.4. Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena (art. 482, d)
- O que vai caracterizar a justa causa não é o crime em si, mas a impossibilidade do cumprimento da jornada de trabalho pelo empregado preso
8.5.5. Desídia no desempenho das respectivas funções (art. 482, e)
- Desempenho das funções com negligência, imprudência, má vontade, desatenção, desinteresse, etc.
- Para configurar a dispensa por justa causa, há necessidade normalmente de um comportamento faltoso reiterado e contínuo. As faltas anteriores devem ter sido punidas.
Exemplo: atrasos reiterados ao serviço.
8.5.6. Embriaguez habitual ou em serviço (art. 482, f)
- Engloba o álcool e drogas nocivas.
- A primeira hipótese é a embriaguez habitual, fora do local e horário do trabalho. Exemplo: diariamente, o empregado, após o expediente, se embriaga em bar junto a sua casa. Jurisprudência vem entendendo que é uma doença, e tribunais não admitem a justa causa e sim a suspensão do contrato de trabalho para que o empregado realize tratamento médico.
- A segunda hipótese é a embriaguez em serviço, que ocorre no local e horário de trabalho.
- Para caracterizar a embriaguez habitual, há necessidade de repetição, mas a embriaguez em serviço pode caracterizar-se por uma única falta.
8.5.7. Violação de segredo da empresa (art. 482, g)
- Há quebra de lealdade e confiança. Não há necessidade de habitualidade.
Exemplo: empregado divulgar segredos da empresa para concorrentes.
8.5.8. Ato de indisciplina ou de insubordinação (art. 482, h)
- Fato gerador: descumprimento de ordem.
- Insubordinação: quando empregado descumpre ordens lícitas, pessoais e diretas de superior hierárquico.
- Indisciplina: também é descumprimento de ordens, mas não pessoais e, sim, normas genéricas, direcionadas a todos ou a muitos.
8.5.9. Abandono de emprego (art. 482, i)
- Consiste na ausência continuada e injustificada ao trabalho por certo lapso de tempo.
- Requisitos:
Subjetivo: intenção de abandonar o serviço.
Objetivo: ausências injustificadas. A jurisprudência tem fixado, como regra, o prazo de 30 dias para configurar abandono.
* Súmula nº 32 do TST: “Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.”
8.5.10. Ato lesivo a honra, boa fama ou ofensa física (art. 482, j)
- Praticado no serviço contra qualquer pessoa.
- Refere-se à injúria, calúnia, difamação e agressões físicas praticadas contra outros empregados ou terceiros.
8.5.11. Ato lesivo a honra, boa fama ou ofensa física (art. 482, k)
- Contra o empregador e superiores hierárquicos.
- Em qualquer lugar ou fora do serviço.
8.5.12. Prática constante de jogos de azar (art. 482, l)
- Prática habitual e contínua de jogos de azar, como jogo do bicho, loterias, bingos, etc.
- Somente configura justa causa se causar perturbação do ambiente de trabalho, principalmente se jogado a dinheiro.
- O simples jogo de azar, fora do ambiente e horário de trabalho, mesmo habitual, não caracteriza justa causa.
8.5.13. Perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado (art. 482, m)
8.5.14. Prática de atos atentatórios à segurança nacional (CLT, art 482, § ún)
- Dispositivo incluído na CLT pelo DL 3/66, AI 3.
- Necessidade de comprovação por inquérito administrativo.
- Renato Saraiva entende que este dispositivo não foi recepcionado pela CF/88.
- Elenco de outros dispositivos: (Faltas graves Específicas)
8.5.15. Ferroviário (art 240, § único, CLT)
- Nos casos de urgência ou acidente que afete a segurança ou regularidadedo serviço
* art. 240 - Parágrafo único – “Nos casos previstos neste artigo, a recusa, sem causa justificada, por parte de qualquer empregado, à execução de serviço extraordinário será considerada falta grave.”
8.5.16. Excessos durante greve (Lei 7783/89)
- Constitui justa causa a participação em piquete obstativo, em greve de ocupação ou que atenta contra o patrimônio do empregador (greve deve ser pacífica).
8.5.17. Não observância das normas de segurança e medicina do trabalho, e o não uso do EPI (art. 158, § único, CLT)
- Trata-se de direito indisponível. Empregado que não usa comete falta grave.
* Art. 158, parágrafo único – “Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.”
8.5.18. Vale transporte (§ 3º, art 7º, Dec 95.247/87)
- A declaração falsa sobre o percurso abrangido pelo vale-transporte ou seu uso indevido constituem falta grave. (vender vale-transporte)
9. RESCISÃO INDIRETA. DESPEDIDA INDIRETA. OBLÍQUA	
9.1. Requisitos:
 Gravidade da falta pelo empregador.
Imediatividade.
Não ter havido perdão tácito.
9.2. Considerações:
Empregado considera rescindido.
Postula declaração judicial (pleiteia indenização).
Pode permanecer no serviço (§ 3º, art. 483 CLT) nas hipótese das alíneas 'd' e 'g', do art 483 CLT, pois recebe por produtividade e afastar-se é diminuir salário
Nas demais hipóteses, o empregado deve afastar-se do emprego.
9.3.** A decisão judicial favorável ao empregado corresponderá aos mesmos direitos da dispensa sem justa causa.
9.4. Faltas graves motivadas pelo empregador (Elenco do art. 483 CLT, alíneas 'a' a 'h)'
9.4.1 Exigir serviços superiores às forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato
- Serviços superiores às forças físicas.
* Art.198, CLT – “É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher”.  
* Art. 390, CLT – “Ao empregador é vedado empregar a mulher em serviço que demande o emprego de força muscular superior a 20 (vinte) quilos para o trabalho continuo, ou 25 (vinte e cinco) quilos para o trabalho ocasional”.
* Art. 405, § 5º - "Aplica-se ao menor o disposto no art. 390 e seu parágrafo único".
- Serviços superiores às forças intelectuais. Exemplo: exigir falar inglês, não previsto no contrato de trabalho.
- Serviços alheios ao contrato de trabalho. Ex: exigir trabalho como motorista, quando no contrato era balconista.
9.4.2. Rigor excessivo
- Empregador/superior hierárquico tratar empregado com palavras de baixo calão ou aos gritos, ou aplicar sanções desproporcionais/desiguais.
Exemplo: primeiro atraso em um ano punido com suspensão por 20 dias.
9.4.3. Correr perigo manifesto de mal considerável
- Consiste na exposição do empregado a situações não previstas no contrato de trabalho, pondo em risco sua saúde e integridade física.
- não pode ser um risco inerente à profissão. Ex: salva-vidas.
9.4.4. Não cumprir o empregador as obrigações do contrato
Cláusulas contratuais ou legais
Mora salarial (DL 368/68, § 1º, art. 2º): considera-se a empresa em "mora contumaz" quando atraso é igual ou superior a três meses.
Purgação, súm 13/TST.
* Súm 13, TST – “O só pagamento dos salários atrasados em audiência não ilide a mora capaz de determinar a rescisão do contrato de trabalho.”
Retenção dolosa de salário, art. 7º, X da CF/88 – é crime.
Não propiciar trabalho. Ociosidade – não pode deixar o empregado sem trabalho.
Não recolhimento do FGTS é falta grave.
9.4.5. Atos lesivos da honra e boa fama, pelo empregador e prepostos
Em face do empregado ou pessoas de sua família.
É diferente de ofensa física, que só é contra empregado.
9.4.6. Ofensa física
- É somente em face do empregado.
9.4.7. Reduzir o trabalho, peça ou tarefa, afetando sensivelmente os salários
- É aplicável ao empregado que percebe remuneração variável.
- É uma das situações em que o empregado pode continuar no serviço.
Elenco de outros dispositivos:
9.4.8. Não alterar a função do menor (art. 407, § único, CLT)
* “Art. 407 - Verificado pela autoridade competente que o trabalho executado pelo menor é prejudicial à sua saúde, ao seu desenvolvimento físico ou a sua moralidade, poderá ela obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo a respectiva empresa, quando for o caso, proporcionar ao menor todas as facilidades para mudar de funções. 
Parágrafo único - Quando a empresa não tomar as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão do contrato de trabalho, na forma do art. 483.” 
10. CULPA RECÍPROCA (art. 484, CLT e súm 14 TST)
- Ocorre quando o empregado e o empregador cometem falta grave, tipificadas, respectivamente, nos arts, 482 e 483.
* “Art. 484 - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de culpa exclusiva do empregador, por metade.”
- O empregado fará jus à metade: dos 40% dos depósitos do FGTS, do aviso prévio, do 13º e das férias proporcionais.
* Súm. 14, TST – “Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais”. 
11. RESCISÃO
- Corresponde a ruptura contratual decorrente de nulidade.
- É o caso da contratação de empregados públicos sem concurso, mas também ocorre quando o objeto do contrato envolve atividade ilícita.
- O empregado só tem direito ao salário dos dias trabalhados, além dos depósitos do FGTS.
* Súm. 363, TST – “Contrato Nulo. Efeitos. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.
12. EXTINÇÃO DA EMPRESA OU ESTABELECIMENTO
- Os riscos da atividade econômica pertencem unicamente ao empregador (Princípio da Alteridade).
- Assim, o empregado fará jus a todas as verbas atinentes à dispensa sem justa causa, além do aviso prévio (Súm. 44, TST).
13. MORTE DO EMPREGADO
- O contrato de trabalho é personalíssimo em relação ao empregado, e, com sua morte, termina o vínculo empregatício.
- Os herdeiros terão direito: 13º proporcional; indenização das férias integrais, simples ou em dobro, acrescidas de um terço; e indenização das férias proporcionais, acrescidas de um terço.
- O espólio não terá direito à indenização de 40% do FGTS, nem ao aviso prévio.
- O saldo do FGTS será pago aos dependentes habilitados perante a Previdência Social, ou, na falta deles, ao espólio.
14. MORTE DO EMPREGADOR PESSOA FÍSICA (§ 2º, art 483, CLT)
14.1. Fim da empresa – empregado tem direito a todas as verbas inerentes à dispensa sem justa causa, inclusive aviso prévio e multa de 40% do FGTS.
14.2. Continuação da empresa:
Empregado pode continuar trabalhando e haverá a “sucessão trabalhista”.
Empregado pode resilir o contrato. Neste caso, o empregado não fará jus à indenização de 40% do FGTS, mas pode sacar o saldo do FGTS. Faz jus: saldo de salários; férias integrais, simples ou em dobro, acrescidas de um terço; férias proporcionais, acrescidas de um terço; 13º salário proporcional. Também não terá direito ao seguro desemprego.
* Art. 483,§ 2º - “No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado rescindir o contrato de trabalho.”
15. FORÇA MAIOR (art. 501, CLT)
- Todo acontecimento inevitável em relação à vontade do empregador.
- O empregado faz jus à metade da indenização (20% do FGTS nos contratospor prazo indeterminado).
16. FALÊNCIA DA EMPRESA
- Acarreta em regra a terminação do contrato.
- Após a Lei 11.101/2005, as reclamações trabalhistas, independentemente da decretação da falência, continuaram a correr na Justiça Trabalhista, que informa ao juízo da falência o crédito trabalhista oriundo da decisão judicial, para efeito de habilitação.
- Somente serão considerados créditos privilegiados na falência os limitados a 150 salários mínimos, sendo os excedentes enquadrados como quirografários.
- Os créditos trabalhistas devidos aos empregados que continuaram trabalhando após a falência são considerados extraconcursais e serão pagos com precedência a qualquer outro.
17. FATO DO PRÍNCIPE (art 486, CLT)
* “Art. 486 - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da indenização, que ficará a cargo do governo responsável.”
18. APOSENTADORIA ESPONTÂNEA (§§ 1º e 2º, art. 453 CLT)
Aposentadoria Espontânea
Não extingue o contrato de trabalho – a aposentadoria previdenciária, uma vez efetivada, envolve relação jurídica entre segurado e o INSS, não afetando a relação jurídica trabalhista existente entre o empregador e empregado.
ADIn n.º 1.770-4 e 1721/DF: inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2 º, art. 453, CLT.
* "OJ 361/SDI-I. - A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral."
Aposentadoria por invalidez
Suspende contrato por 5 anos, art 475, CLT e 47, I, Lei 8213/91.
Só há extinção do contrato após confirmação da invalidez permanente (art. 475, CLT)
DESEMPENHO DE OBRIGAÇÕES LEGAIS INCOMPATÍVEIS (§ 1º, art 483, CLT)
- O empregado pode:
Suspender o contrato
Rescindir
- Empregado fica desobrigado de conceder aviso prévio.
20. 	PROCEDIMENTOS NA RESCISÃO
* “Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo”. (modificado pela L. 13.467/2017)
* Art. 477, § 1º, CLT – "O pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão, do contrato de trabalho, firmado por empregado com mais de 1 (um) ano de serviço, só será válido quando feito com a assistência do respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social." - REVOGADO PELA L. 13.467/2017
- Assim, sempre que o empregado tiver mais de um ano na empresa, sua rescisão contratual deverá ser homologada pelo Sindicato ou MTE, ou, não existindo estes, pelo MP, Defensoria Pública e, na falta destes, pelo Juiz de Paz (477, § 3º) - REVOGADO PELA L. 13.467/2017
- O recibo de quitação deve ter especificada a natureza de cada parcela paga e discriminado o seu valor. A quitação somente é válida em relação a essas parcelas (477, § 2º).
* Súm 330, TST – "A quitação passada pelo empregado, com assistência de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia liberatória em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas impugnadas.
I - A quitação não abrange parcelas não consignadas no recibo de quitação e, consequentemente, seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse recibo.
II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do contrato de trabalho, a quitação é válida em relação ao período expressamente consignado no recibo de quitação."
- Portanto, o pagamento quita as parcelas, mas não impede a interposição de reclamação trabalhista relativa a eventuais diferenças e verbas não pagas.
- O pagamento da rescisão deve ser em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes ou em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto. (477, § 4º). (modificado pela L. 13.467/2017)
- Qualquer compensação somente pode ser operada entre parcelas de natureza salarial, limitada ao valor máximo de um mês de remuneração (477, § 5º e Súm. 18, TST).
- Prazos para pagamento (477, § 6º) (modificado pela L. 13.467/2017)
* “Art. 477, § 6º - A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até 10 dias contados a partir do término do contrato”.
* OJ 162-SDI-1 – "A contagem do prazo para quitação das verbas trabalhistas decorrentes da rescisão contratual prevista no art. 477 da CLT exclui necessariamente o dia da notificação da demissão e inclui o dia do vencimento [...]".
- Inobservância do prazo para pagamento importa em multa no valor de um salário (477, § 8º).
- Havendo litígio judicial sobre verbas rescisórias, as verbas incontroversas devem ser pagas na primeira audiência, sob pena de serem pagas acrescidas de 50% (467, CLT).
	* Súm. nº 388, TST - Massa Falida. Arts. 467 e 477 da CLT. Inaplicabilidade. A Massa Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477, ambos da CLT. 
* OJ 14 – SDI-I. "Aviso Prévio Cumprido em Casa. Verbas Rescisórias. Prazo para Pagamento. Em caso de aviso prévio cumprido em casa, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é até o décimo dia da notificação de despedida". PREJUDICADA
- A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho é documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada no FGTS, nas hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput do artigo 477 tenha sido realizada (477, § 10º). (Acrescentado pela Lei 13.467/2017)
* “Art. 477-A. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação”. (Acrescentado pela Lei 13.467/2017).
* “Art. 477-B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes”. (Acrescentado pela Lei 13.467/2017)
* “Art. 507-B. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único. O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas”. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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