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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO Relatório n°2: Reações de caracterização de aminoácidos e proteínas; métodos de dosagem de proteínas. Solubilidade e desnaturação de proteínas. Obtenção e determinação do PI da caseína. Nome do aluno (a): Skarllathy J. J. C. de Carvalho. Professor (a): Carolina Fortes Rigos. Código da Disciplina: DCN11431 09 de maio de 2014. 2 1. RESUMO O seguinte trabalho aborda o assunto de caracterização, quantificação, precipitação e determinação do ponto isoelétrico (pI) de proteínas, em que se utilizam vários métodos experimentais, são eles: Reação do Biureto, reação com nitrato de chumbo, reação xantoproteica, precipitação por adição de ácidos fortes, precipitação por adição de sais, precipitação por solventes orgânicos. Realizou-se a quantificação da caseína (proteína encontrada no leite) por técnica de espectroscopia e a determinou-se o seu pI através de precipitações realizadas com ácido acético. Observou-se que os vários métodos permite a identificação de aminoácidos na estrutura das proteínas, facilitando o entendimento e funcionamento de uma dada proteína. 2. INTRODUÇÃO As proteínas são resíduos de aminoácidos, e elas se ligam covalentemente através de uma ligação denominada peptídica. Na formação dessa ligação uma molécula de água é removida (desidratação) (Figura 1). Oligopeptídeos são poucas quantidades de aminoácidos unidos, polipeptídeos são muitos aminoácidos unidos e as proteínas possuem muito mais quantidades de aminoácidos unidos, podendo chegar a milhares de resíduos1. Figura 1. Formação da ligação peptídica entre aminoácidos. (Fonte: site abrangente de química no Brasil)A Cada proteína possui uma quantidade de aminoácidos e uma sequência deles diferente, essa característica própria de cada proteína a faz possuir funções que são apenas delas, assim ela possui características específicas, então cada proteína possui sua função, carga elétrica, massa molar, solubilidade e afinidade por certos compostos, 3 essas características são próprias de cada uma. Isso se faz possível a determinação e caracterização das proteínas. Existem reações de coloração em que são determinadas as proteínas. Há aquelas reações específicas para aminoácidos encontrados na composição da proteína, como a reação xantoproteica que evidencia a presença de aminoácidos com um grupo fenil (Tirosina, triptofano e fenilalamina), já a reação com nitrato de chumbo identifica aminoácidos que possuem grupos sulfurados, como a cisteína. E há as reações de coloração que são mais gerais, e irão identificar os grupos que são comuns a todas as proteínas, como é o caso da reação do biureto, que identifica a ocorrência de ligações peptídicas. As proteínas contidas em uma mistura podem ser separadas uma das outras a partir da desnaturação. A desnaturação é a modificação da estrutura tridimensional nativa da proteína, com a consequente alteração de suas propriedades2. Fatores que fazem ocorrer a desnaturação são: mudanças de temperatura, mudanças de pH, adição de íons de metais pesados, adição de solventes orgânicos, e entre outros fatores. As substâncias utilizadas para a desnaturação se ligam a cadeia das proteínas e formam precipitados2. Algumas reações de precipitação que ocorrem são: Precipitação por ação do calor; precipitação por adição de ácidos fortes; precipitação por adição de sais de metais pesados; precipitação ação de solventes orgânicos. A concentração elevada de sais pode remover a água de hidratação das moléculas de proteínas, reduzindo sua solubilidade, este efeito é chamado de “salting-out”. Ocorre também que em concentração reduzida, os sais aumenta a solubilidade de muitas proteínas, este efeito é chamado de “salting in”, e está relacionado a uma diminuição das interações entre grupos carregados de moléculas da mesma ou de diferentes proteínas3. Para análise quantitativa de proteínas, usa-se o teste do Biureto, em que se verifica que quanto mais ligações peptídicas estiver na solução, mais forte será a reação do biureto, e a intensidade cor será mais forte também. Assim, o que tem maior intensidade na coloração possui maior concentração de proteínas e terá uma absorbância maior4. E então as medidas de absorbâncias são realizadas em espectrofotômetro e os devidos cálculos são realizados para se encontrar a concentração de proteínas em determinadas amostra. 4 3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Materiais: Reagentes: - Tubos de ensaio; - Bécker; - Pipetas volumétricas; - Pipetas graduadas; - Chapa de aquecimento; - Pipeta Pasteur; - Suporte universal; - Funil; - Papel filtro; - Erlenmeyers; - Bastão de vidro; - Termômetro; - Centrífuga; - Balança Analítica; - Fitas de medição de pH. - Ácido nítrico concentrado; - Ácido clorídrico concentrado; - Solução de ovoalbumina (clara do ovo); - Solução de gelatina 2%; - Nitrato de Chumbo; - Sulfato de amônio; - Água destilada; - Acetona; - Solução de caseína (leite); - Ácido acético; - Etanol; - Éter etílico; - Hidróxido de sódio. 3.1. Procedimento: Reações de determinação qualitativa de proteínas: Métodos: Preparou-se três soluções, uma solução a 10% de ovoalbumina a partir da clara de ovo, uma de gelatina a 2% e a solução de caseína extraída do leite. 3.1.1. Reação do Biureto: Enumerou-se três tubos de ensaio. Ao primeiro, adicionou-se 2 mL de solução de ovoalbumina a 10%; ao segundo, 2 mL de solução de gelatina a 2% e ao terceiro 2 mL de solução de glicina a 1%. Acrescentou-se a cada tubo 2 mL de NaOH 2 mol.L-1. Agitou-se e adicionou-se a cada tubo o reagente de biureto, gota a gota, até o aparecimento de coloração violeta. Observou-se. 5 3.1.2. Reação com o Nitrato de Chumbo: Numerou-se três tubos de ensaio. Ao primeiro, adicionou-se 2 mL da solução de gelatina, ao segundo uma pequena mecha de cabelo e ao terceiro 2 mL da solução de ovoalbumina a 10%. A cada tubo adicionou-se 2 mL de NaOH 6 mol.L-1 e 3 gotas de nitrato de chumbo 1%. Ferveram-se as soluções dos tubos em banho-maria, por 2 a 3 minutos. Observou-se. 3.1.3. Reação Xantoproteíca: Pipetou-se 1 mL de ovoalbumina 10% para um tubo de ensaio. Na capela, adicionou- se 10 gotas de ácido nítrico concentrado, posteriormente, em banho-maria esquentou-se a solução até a fervura. Acrescentou-se 4 mL de hidróxido de sódio 2 mol.L-1. Observou-se. 3.2. Procedimento: Determinação quantitativa do teor de caseína no leite: Métodos: Em um tubo de ensaio, transferiu-se com o auxílio de uma pipeta volumétrica, 1 mL de leite, completou-se o volume com 9 mL de água destilada. Agitou-se bem. Enumerou-se de 0 a 6, sete tubos de ensaio, adicionaram-se os reagentes nos tubos, seguindo a ordem da tabela 1. Após as adições, agitou-se os tubos e os deixou em repouso por 30 minutos. Observou-se. No espectrofotômetro fez-se a leitura de absorbância em 540 nm, de cada solução. Anotou-se os dados. Tabela 1. Volumes necessários para a preparação de soluções utilizada na quantificação de caseína na amostra. Tubo Água destilada (mL) Caseína 5mg/L (mL) Reativo de Biureto (mL) 0 4,0 0,0 5,0 1 3,5 0,5 5,0 2 3,0 1,0 5,0 3 2,5 1,5 5,0 4 2,0 2,0 5,0 5 1,5 2,5 5,0 6 1 mL do leite diluído (1:10) 5,0 6 3.3. Procedimento: Reações de precipitação de proteínas: Métodos: 3.3.1. Efeito de ácidos fortes:Separou-se dois tubos de ensaios, no primeiro adicionou-se 40 gotas de HNO3 concentrado e no segundo 40 gotas de HCl concentrado, fez-se a utilização da capela para esses procedimentos. Adicionou-se cuidadosamente, 2 mL de solução de ovoalbumina. Observou-se. 3.3.2. Precipitação fracionada por soluções salinas concentradas: Em um tubo de Falcon, adicionou-se 2 mL de solução de ovoalbumina e 2 mL de solução saturada de (NH4)2SO4. Centrifugou-se a suspensão, separou-se o sobrenadante do precipitado. Ao precipitado, adicionou-se 2 mL de água destilada. Ao sobrenadante, adicionou-se (NH4)2SO4 sólido até a saturação completa. Observou-se. 3.3.3. Precipitação por acetona: Preparou-se 4 tubos de ensaio, de acordo com a tabela a seguir: Tabela 2. Volumes necessários para a preparação de soluções para análise de precipitação. Tubo 1 2 3 4 Acetona (mL) 1,0 2,0 3 ,0 4,0 H2O (mL) 3,0 2,0 1,0 ___ Solução de Ovoalbumina 10 % (mL) 1,0 1,0 1,0 1,0 Agitou-se as soluções e observou-se o que ocorreu em cada tubo. 3.4. Procedimento: Determinação do ponto isoelétrico de uma proteína: Métodos: 3.4.1. Extração da caseína: Aqueceu-se 150 mL de água a 38 ºC. Adicionou-se na água 50 mL de leite e misturou-se bem. De gota a gota, juntou-se a essa solução, a solução de ácido acético 2 mol.L-1, até o aparecimento de um precipitado abundante. Deixou-se o precipitado sedimentar durante 10 minutos e decantar o sobrenadante. Lavou-se o precipitado, e 7 nele adicionou-se 20 mL de etanol e misturou-se bem. Centrifugou-se a 3000 rpm por 10 minutos e desprezou-se o sobrenadante. Ao precipitado, adicionou-se 5 mL de éter etílico e misturou-se. Separou-se o sólido (caseína) por filtração e o deixou secando por alguns minutos em papel filtro. 3.4.2. Preparação de uma solução de caseína: Pesou-se em um erlenmeyer aproximadamente 0,1 grama da caseína extraída do leite. Adicionou-se 5 mL de água destilada e ressuspendeu a caseína. Acrescentou-se 2,5 mL de hidróxido de sódio e agitou-se lentamente, evitando a formação de espuma. Adicionou-se 2,5 mL de ácido acético 1 mol.L-1 e agitou-se lentamente. Utilizando-se fitas de pH, ajustou-se o pH para valores em torno de 7. 3.4.3. Determinação do ponto isoelétrico da caseína: Numerou-se nove tubos de ensaio e distribui-se os reagentes conforme a tabela 3. Adicionou-se em cada tubo, 0,5 mL da solução de caseína e agitou-se lentamente, evitando a formação de espuma. Logo após a agitação, verificou-se a turbidez das soluções e calculou-se o pH de todas as soluções. Tabela 3. Volume necessários para a preparação das soluções na determinação do pI. Tubo H2O destilada (mL) CH3COOH 0,01M CH3COOH 0,1M CH3COOH 1M (mL) CH3COOH 2M 1 4,0 0,5mL 2 4,4 0,1 mL 3 4,3 0,2 mL 4 3,7 0,8 mL 5 3,5 1,0 6 2,5 2,0 7 0,5 3,0 8 3,9 0,8 mL 9 3,7 1,0 mL 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Reações de determinação qualitativa de proteínas: 4.1.1. Reação do Biureto: 8 Na reação do biureto o procedimento e as observações feitas estão descritas na tabela 4. Encontrou-se o reagente de Biureto já preparado, o biureto é preparado com os solutos CuSO4, tártaro duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6·4H2O) e NaOH, estes são dissolvidos em água. O produto de reação do biureto com as proteínas apresenta coloração violeta, dando positiva para proteínas e peptídeos com dois ou mais resíduos de aminoácidos, ele identifica o grupo CO–NH da ligação2. Esse fenômeno deve-se à formação de um complexo entre o íon Cu2+, presente no reativo, e os átomos de nitrogênio presentes na molécula, esse complexo formado é apresentado na figura 2. Tabela 4. Resultados obtidos da Reação de Biureto. De acordo com os resultados obtidos nota-se que os testes foram positivos para as soluções de ovoalbumina e gelatina. A coloração inicial das três soluções eram transparentes, a glicina se tornou azul devido a adição do biureto que tem a coloração azul, e a solução de glicina adquiriu a coloração do biureto. Na ovoalbumina encontra- se a albumina, e na gelatina encontra-se o colágeno. Na glicina não se encontra nenhuma proteína, e sim o aminoácido glicina (o mais simples), com isso, o teste deu negativo. Na figura 3, tem-se as soluções de ovoalbumina, gelatina e glicina com as gotas de biureto já adicionadas. Tubos Solução (2mL) NaOH e mol.L-1 Gotas de Biureto (coloração) 1 Ovoalbumina 10% 2 mL Violeta translúcido 2 Gelatina 2% 2 mL Violeta translúcido 3 Glicina 1% 2 mL Azul translúcido Figura 2. Reação do íon cobre com os grupos polarizados presente nos resíduos de aminoácidos. (Fonte: Site da Biblioteca Digital da UFMA)2 9 Figura 3. Reações do biureto com soluções de ovoalbumina, gelatina e glicina. O aquecimento da uréia cristalina (𝐶𝑂2(𝑁𝐻3)2) leva à formação de biureto, essa formação se dá de acordo com a seguinte equação química5: 2𝐶𝑂2(𝑁𝐻3)2 𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟 → 𝑁𝐻2 − 𝐶𝑂 − 𝑁𝐻 − 𝐶𝑂 −𝑁𝐻2 +𝑁𝐻3 Como pode-se perceber no biureto há dois grupos CO–NH, e como na reação da solução de sulfato de cobre com tártaro duplo de potássio em meio alcalino é identificado dois grupos ou mais de CO–NH (contida em ligação peptídica), essa reação recebe no nome do reagente de biureto. 4.1.2. Reação com o Nitrato de Chumbo: O teste com Nitrato de chumbo dá positivo (formação de precipitado castanho ou preto) para solução que contêm aminoácidos sulfurados como a cisteína. Preparou-se os três tubos de ensaio, contendo neles: 1. Gelatina; 2. Fios de cabelo; 3. Ovoalbumina. Posteriormente adicionou-se NaOH, para a alcalinização do meio, e 3 gotas de nitrato de chumbo (Pb(NO3)), e ferveu-se as soluções. Nessa etapa observou-se a mudança de coloração das soluções, a primeira ficou laranja-amarronzada translúcida, na segunda formou-se precipitado preto, e na terceira também (Figura 5). O enxofre das proteínas em meio alcalino e a quente liberam enxofre na forma de sulfeto de sódio (Na2S), este reage com o nitrato de chumbo que esta na solução, formando o PbS, o qual se apresenta como um precipitado escuro, indicando assim que na solução contém enxofre. Verifica-se então que o teste deu positivo para os fios de cabelo e a ovoalbumina. Nos fios de cabelo há a proteína Queratina, nela contém a cisteína, cuja estrutura possui 10 enxofre (Figura 4). Na ovoalbumina, encontra-se a albumina que também possui o aminoácido cisteína. Por isso, ambos deram positivo no teste. Figura 4. Estrutura da cisteína (esquerda), ligação de dissulfeto no fio de cabelo devido a presença da cisteína. (Fonte: site Mundo Educação)B Figura 5. Reações com Nitrato de Chumbo. Soluções contendo: Gelatina, Fio de cabelo e ovoalbumina. 4.1.3. Reação Xantoproteíca: Essa reação evidencia a presença de aminoácidos que contem grupamento fenil (tirosina, triptofano e fenilalanina) na proteína, ela é positiva quando se torna amarelada. Na solução de 1 mL de ovoalbumina adicionou-se ácido nítrico concentrado e ferveu-se, a solução de incolor ficou amarelo leitoso. Após a adição de NaOH ela adquiriu coloração laranja translúcida (Figura 7). O ácido nítrico quando reage com o grupo fenil da tirosina, do triptofano ou da fenilalanina, forma nitroderivados que são coloridos em meio acalino2 (Figura 6). Assim 11 evidencia-se que na proteína albumina há a presença dos aminoácidos contendo grupamento fenil. Figura 6. Reação do benzeno com ácido nítrico, formando o nitrobenzeno. (Fonte: Site da biblioteca digital daUFMA)2 Figura 7. Solução de ovoalbumina depois do aquecimento (esquerda) e depois da adição de NaOH (direita). 4.2. Reações de determinação quantitativa do teor de caseína no leite: Fez-se a diluição 1:10 do leite e preparou-se as 7 soluções como descrita na tabela. Observou-se a coloração púrpura das soluções (Figura 8), o que indica a presença de proteínas, isso causado pela presença do reativo de biureto. Após o repouso fez-se a leitura da absorbância em 540 nm no espectrofotômetro, e os valores obtidos foram os seguintes: Tabela 5. Absorbâncias medidas nas soluções. Tubo Água destilada (mL) Caseína 5mg/mL (mL) Reativo de Biureto (mL) Absorbância (540 nm) 0 4,0 0,0 5,0 0,000 1 3,5 0,5 5,0 0,336 2 3,0 1,0 5,0 0,618 3 2,5 1,5 5,0 0,883 4 2,0 2,0 5,0 1,127 5 1,5 2,5 5,0 1,352 6 1 mL do leite diluído (1:10) 5,0 0,192 12 A partir desses dados, calculou-se a concentração de caseína contida nos tubos de 0 a 5. Para o cálculo das concentrações utilizou-se a seguinte fórmula: 𝐶1 ∗ 𝑉1 = 𝐶2 ∗ 𝑉2 Apresenta-se na tabela a seguir os valores da concentração de caseína calculados para cada solução: Tabela 6. Valores da concentração de caseína em cada tubo e suas respectivas absorbâncias. Tubo Concentração de caseína (mg/L) Absorbância 0 0,0 0,000 1 0,625 0,336 2 1,250 0,618 3 1,875 0,883 4 2,5 1,127 5 3,125 1,352 Calculou-se a equação da reta a partir desses valores, sendo: 𝑦 = 𝑎 + 𝑏𝑥 y= absorbância; a= intercepto; b= inclinação; x= concentração. Encontrou-se os seguintes valores: Intercepto= 0,04805 ; Inclinação= 0,4296. Sendo assim, tem-se que: 𝐴𝑏𝑠𝑜𝑟𝑏â𝑛𝑐𝑖𝑎 = 0,04805 + 0,4296 ∗ 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 O gráfico que se obteve foi o seguinte: Gráfico 1. Gráfico obtido da absorbância versus a concentração das soluções padrões. y = 0,4296x + 0,048 R² = 0,9951 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 0 1 2 3 4 A b so rb ân ci a Concentração (mg/mL) Abs Linear (Abs) 13 A partir da equação obteve-se a concentração de caseína no leite: 0,192 = 0,04805 + 0,4296 ∗ 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 0,335 𝑚𝑔 𝑚𝐿 A amostra de foi diluída em 1:10, com isso essa a concentração da caseína no leite é de 3,35 mg/mL. Em 100 mL de leite a quantidade de será de 335 mg, então sua concentração é de 335 mg/100mL. Com a acidificação do leite, ocorre a coagulação da caseína. O ponto isoeletrônico do leite é em pH igual a 4,6, nesse ponto há uma neutralização completa das cargas negativas, as micelas de caseína floculam e aprisionam o líquido dispersante (soro), e então forma-se, assim, um gel. Esse fenômeno é chamado de “coalhada ácida”6. Figura 8. As sete soluções de caseína com reagente de biureto. 4.3. Reações de precipitação de proteínas: 4.3.1. Efeito de ácidos fortes: Preparou-se os dois tubos de ensaio, um contendo o ácido nítrico concentrado e o outro contendo ácido clorídrico concentrado. Ao adicionar cuidadosamente a solução de ovoalbumina notou-se a formação de uma linha branca (precipitado) no limite de separação entre os dois líquidos (Figura 9). No meio ácido a proteína se encontra com pH abaixo do seu ponto isoelétrico, e as bases (Cl- e NO3 -) provenientes dos ácidos fortes (HCl e HNO3), que são carregados negativamente combinam-se com as partes positivas das proteínas, formando complexos insolúveis, que precipitam na solução2. Ocorrendo assim, a desnaturação da 14 albumina, o pH afetará as interações da proteína e causará uma mudança em sua conformação, o que acarretará em modificações de suas propriedades físico-químicas, como a solubilidade: uma proteína desnaturada é insolúvel em água e precipita em solução7. A precipitação ocorre primeiramente no limite, pois a ovoalbumina foi adicionada lentamente, e a parte que precipitou primeiro é a parte que esta inicialmente em contato mais direto com o ácido, depois de um tempo pode-se observar a precipitação completa. Figura 9. Soluções ácidas de ovoalbumina. 4.3.2. Precipitação fracionada por soluções salinas concentradas: Adicionou-se a solução de (NH4)2SO4 em 2 mL de solução de ovoalbumina e formou-se um precipitado branco. A formação desse precipitado foi devido ao aumento da força iônica na solução, provocada pela adição do sal. A medida que a concentração do sal é aumentada, a solubilidade da proteína se reduz gradativamente, esse efeito é conhecido como precipitação por salificação ou “salting-out”. a concentração elevada de sais removem a água de hidratação das moléculas de proteína, reduzindo, sua solubilidade, também ocorre a competição entre os íons salinos adicionados e a proteína, diminuindo assim, a capacidade de solvatação do solvente aquoso. O precipitado formado foi centrifugado e o sobrenadante foi separado do precipitado, ao precipitado (proteína), adicionou-se água destilada, e a proteína voltou a se solubilizar. Nessa etapa o sal foi retirado e a proteína voltou a se solubilizar no meio aquoso. Ao sobrenadante (com concentração de sal) adicionou-se sulfato de amônio sólido até a saturação completa. Como a solução já estava com concentração iônica proveniente da solução de (NH4)2SO4, pouca quantidade de sulfato de amônio sólido já foi o suficiente para deixar a solução supersaturada. 15 4.3.3. Precipitação por acetona: Preparou-se as 4 soluções como indicado na tabela 2. Notou-se que ocorreu maior índice de precipitação na solução em que a concentração de acetona é maior (Figura 10). Solventes orgânicos como o etanol, éter etílico e acetona fazem com que as proteínas precipitem, isso ocorre pelo fato delas apresentarem uma constante dielétrica inferior à da água. A água possui uma constante dielétrica alta, e a força de atração entre as moléculas protéicas contendo radicais com cargas opostas é baixa, predominando a interação proteína-água ao invés da interação proteína-proteína. Então, com a adição dos solventes orgânicos, ocorre a inversão dessa situação, fazendo com que ocorra a agregação e a precipitação das moléculas protéicas. Como a concentração do solvente orgânico é maior na solução 4, então será onde ocorrerá uma maior precipitação de proteínas, a concentração será suficiente para fazer com que maior quantidades de proteínas inverta a interação para proteína-proteína. 𝐴𝑢𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒í𝑛𝑎 ⇒ Figura 10. Soluções de proteínas em solventes orgânicos. 4.4. Determinação do ponto isoelétrico de uma proteína: 4.4.1. Extração da caseína: Extraiu-se a caseína do leite como descrito no procedimento experimental 3.4.1. A proteína se coagula devido a mudança de pH provocada quando é adicionada a solução de ácido acético, então ocorre a decantação desse precipitado. Lavou-se o precipitado e 16 nele adicionou-se etanol, centrifugou-se e depois adicionou-se éter etílico para então fazer a filtração da caseína. Fez-se necessária a adição desses dois solventes orgânicos para a melhor separação da caseína do meio aquoso, pois esses solventes faz com que ocorra a agregação e a precipitação das proteínas, como explicado em 4.3.3. 4.4.2. Preparação de uma solução de caseína: Preparou-se a solução de caseína a partir de 0,1 g da caseína extraída do leite no procedimento 3.4.1. A preparou seguindo as instruções do procedimento 3.4.2. 4.4.3. Determinação do ponto isoelétrico da caseína: Preparou-se as 9 soluções (Figura 11) conforme as descrições da tabela3. Calculou- se os valores de pH de cada solução: 𝐶𝐻4𝐶𝑂𝑂𝐻 ↔ 𝐶𝐻3𝑂𝑂 − + 𝐻+ 𝐾𝑎 = 1,75 ∗ 10 7 De acordo com a constante de dissociação do ácido calculou-se os valores de [H+] e de pH. Primeiro calculou-se a concentração de ácido acético na solução através da fórmula: 𝐶1 ∗ 𝑉1 = 𝐶2 ∗ 𝑉2 E calculou-se a concentração de H+ e o pH através das seguintes fórmulas: [𝐻+] = √𝐶𝐶𝐻4𝐶𝑂𝑂𝐻 ∗ 𝐾𝑎 2 𝑝𝐻 = − log𝐻+ A tabela a seguir mostra os valores obtidos a partir dos cálculos: Tabela 7. Apresenta o volume da solução, a concentração de ácido acético e H+ calculadas e o pH da solução. Tubo Volume (mL) [𝐶𝐻4𝐶𝑂𝑂𝐻] (mol/L) [𝐻 +] (mol/L) pH 1 4,5 1,11 * 10-3 1,39 * 10-4 3,85 2 4,5 2,22 * 10-3 1,97 * 10-4 3,70 3 4,5 4,44 * 10-3 2,78 * 10-4 3,55 4 4,5 0,0178 5,57 * 10-4 3,25 5 4,5 0,222 1,97 * 10-3 2,70 6 4,5 0,444 2,79 * 10-3 2,55 7 3,5 0,857 3,87 * 10-3 2,41 8 4,7 0,340 2,44 * 10-3 2,61 17 9 4,7 0,425 2,73 * 10-3 2,56 Figura 11. Soluções de ácido acético e caseína. De acordo com as soluções notou-se que a solução que continha maior turbidez era a solução 4, e as de menores as 3 primeiras soluções. Em relação à turbidez os resultados obtidos foram os seguintes: Tabela 8. Relação das soluções e sua respectiva turbidez. Tubos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Turbidez X X X XXXX XX XX XX XXX XX Crescimento da turbidez No ponto isoelétrico (pI), a caseína apresenta carga elétrica líquida igual a zero, pois nesse ponto (valor de pH) as cargas elétricas se igualam e se anulam. Então é nesse ponto em que a proteína apresentará menor solubilidade em meio aquoso, e a medida que seu pH ou vai aumentando ou vai diminuindo, essa solubilidade aumenta. Quanto mais o pH se afasta do seu pI, mais a proteína adquirirá carga. Se o pH se tornar cada vez mais baixo, sua carga total será mais positiva, se tornar mais alto, sua carga total será mais negativa. Analisando-se dessa forma, pode-se perceber que a solução 4 foi a que mais precipitou, ou seja, a menos solúvel, então, o ponto isoelétrico é o valor do pH dessa solução, que é igual a 3,25. Sabe-se, no entanto, que o ponto isoelétrico da caseína é em torno de 4,7, e não em torno de 3,258. Dessa forma algum pode-se ter ocorrido algum erro na extração da caseína, ou alguma contaminação, visto que inicialmente a solução X, XX, XXX, XXXX 18 da caseína que foi extraída estava apresentando um pouco de turbidez, sendo que deveria estar límpida. 5. CONCLUSÃO A partir dos experimentos realizados conclui-se que a especificidade de cada proteína contribui para a sua caracterização e determinação, e essa especificidade a torna tão importante e essencial para a sobrevivência dos organismos vivos. Conclui-se também que as reações que ocorrem a precipitação, fazem modificar a estrutura da proteína, causando a desnaturação, diferentes das reações colorimétricas e o fenômeno de “salting-up”, em que neste último ocorre a precipitação, mas não a desnaturação da proteína, pois como pode ser visto a proteína retorna a solubilidade quando a concentração iônica na água diminui. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [A] Site Abrangente de Química no Brasil: Disponível em: http://allchemy.iq.usp.br/agregando/ABQ/oqsp07red/ Acessado no dia 15/05/2014. [B] Site do Mundo Educação: Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/quimica/cabelos-ondulados-com- permanente.htm Acessado no dia 15/05/2014. [1] Cox, M. M; Nelson, L. D.; Lehninger Princípios de Bioquímica; 5ª Edição-São Paulo: SARVIER, 2011; pg. 82-85. [2] Site da Biblioteca Digital da UFMA (Universidade Federal do Maranhão): Disponível em: http://www.repositorio.ufma.br:8080/jspui/bitstream/1/445/1/Livro%20de%20Bioquimi ca%20Pratica.pdf Acessado no dia 15/05/2014. 19 [3] Roteiro de experimento da aula de Instrumentação para o Ensino de Química Biológica: Reações de caracterização de aminoácidos e proteínas; métodos de dosagem de proteínas. [4] Site Universidade dos Açores: Disponível em: http://www.angra.uac.pt/agro-alimentar/STA/P2.html Acessado no dia 16/05/2014. [5] Site do Centro de Tecnologia Mineral – O nitrogênio na agricultura brasileira: Disponível em: http://www.cetem.gov.br/publicacao/series_sed/sed-70.pdf Acessado no dia 15/05/2014. [6] Site do Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina): Disponível em: http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5216/material_didatico/componentes_do_leite.htm Acessado no dia 15/05/2014. [7] Site da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Reações de Precipitação de Proteínas; Professores Maurício Bogo e Luiz A. Basso. Disponível em: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja& uact=8&ved=0CEEQFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.pucrs.br%2Ffabio%2Fbioqui mica1%2Findex_arquivos%2FMatSup_bioquimica%2Frea_prec_prot.doc&ei=SQF1U_ u7G8PIsATPrYGIDQ&usg=AFQjCNHBbUjeEmAMtKOZ3ikQdJIyhThljg&sig2=UT YumZkgRW7gzGRejVYf6w&bvm=bv.66917471,bs.1,d.cWc Acessado no dia 15/05/2014. [8] Site da UFRGS: Disponivel em: http://www.ufrgs.br/gcoeb/PontoIsoleletricoDaCaseina/PontoIsoleletricoDaCaseina.swf Acessado no dia 16/05/2014.
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