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ANÁLISE DE PERIGOS E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE (APPCC) Profa Dra Ana Paula Rodrigues Faculdades Objetivo Disciplina: Avaliação Nutricional Avançada Outubro, 2018 APPCC ou HACCP • Hazard Analysis and Critical Control (HACCP) • Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) • É um sistema de gestão de segurança alimentar • Método embasado na aplicação de princípios técnicos e científicos de prevenção è garantir a inocuidade dos alimentos • Mudança de filosofia entre controle por inspeção para o • controle preventivo APPCC • Sistema que identifica, avalia e controla os perigos que são significativos para a segurança dos alimentos • Nos anos 60, a NASA estabeleceu como prioridade o estudo da segurança da saúde dos astronautas • A compania Pillsburry foi escolhida para cuidar da alimentação • O sistema foi apresentado na Conferência Nacional sobre Produção de Alimentos (1971) e serviu para a FDA desenvolver a regulamentação para a indústria de alimentos enlatadosde baixa acidez • 1991 – Codex Alimentarius iniciou elaboração de documentos – “Guias para a aplicação do sistema APPCC" BRASIL • 1993 → SNVS / MS - Portaria no 1.428 de 26.11.1993 • Diretrizes para que todo estabelecimento de gênero alimentício elabore e adote normas específicas de boas práticas de preparação de alimentos, prestação de serviços e fluxogramas de produção, de acordo com as atividades desenvolvidas • 1997 → SNVS / MS - Portaria no 326 de 30.07.1997 • Regulamento Técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos • 2002 → ANVISA / MS - Resolução - RDC no 275 de 23.10.2002 • Regulamento Técnico de POPs aplicados aos Estabelecimentos Produtores / Industrializadores de Alimentos • 2004 → ANVISA / MS - Resolução - RDC no 216 de 15.09.2004 • Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação BOAS PRÁTICAS – PRINCÍPIO DE TUDO Quando as boas práticas não são respeitadas, não há como nem porquê implementar o sistema APPCC Programa de Pré-Requisitos Armazenamento Produtos Tóxicos Visitantes Pragas Água Higiene pessoal e hortifrutis Etapas da Preparação Estrutura e Edificação Higiene e Saúde dos manipuladores Matérias-primas Responsável Técnico Manejo de resíduos Manutenção e calibração Higiene de equipamentos e utensílios Prevenção da Contaminação Cruzada SISTEMA APPCC • Condições básicas e atividades necessárias para manter um ambiente higiênico ao longo da cadeia produtiva de alimentos, adequadas para a produção, manuseio e provisão de produtos finais seguros e de alimentos seguros para o consumo humano • O sistema permite: • Identificar e avaliar os perigos presentes nos alimentos • Determinar o controle dos pontos críticos (PCCs) • Monitorar procedimentos para conservar os alimentos seguros • Verificar se o alimento servido é efetivamente seguro. SISTEMA APPCC • Vem sendo adotado em várias partes do mundo • Segurança dos produtos alimentícios • Redução de custos • Aumento de lucratividade - minimiza perdas • Contribui para a saúde e maior satisfação do consumidor e torna as empresas mais competitivas • Amplia possibilidades de conquista de novos mercados - principalmente o externo • Sistema preventivo - diminui a necessidade da realização de análises laboratoriais durante o processo, exigindo-as basicamente para a verificação do sistema DEFINIÇÕES • Contaminação de origem: • Biológica (bactérias, vírus, fungos, parasitas) • Química (desinfetantes, inseticidas, agrotóxicos, antibióticos, etc) • Física (metais, vidro, madeira, etc) • Que pode causar dano à saúde ou à integridade do consumidor PERIGO (HAZARD) DEFINIÇÕES • É a magnitude do perigo ou o grau de suas consequências • DOENÇAS LETAIS: • Clostridium botulinum • Vibrio cholerae • Salmonella • DOENÇAS GRAVES: • Escherichia coli • Hepatite A • DOENÇAS MODERADAS: • Bacillus cereus • Staphylococcus aureus • Clostridium perfringens SEVERIDADE (SEVERITY) DEFINIÇÕES • É a probabilidade estimada da ocorrência de um perigo ou da seqüência de vários perigos • ALTO RISCO • Presença das condições que favorecem a contaminação, sobrevivência e multiplicação dos microrganismos • BAIXO RISCO • Alimentos manipulados e processados com higiene, cocção, refrigeração e tempos corretos RISCO (RISK) Reduzir ao máximo a contaminação evitando a sobrevivência e prevenindo a multiplicação RISCO É a probabilidade de ocorrer o perigo PERIGO É o causador do problema SEVERIDADE É a magnitude do perigo I L M DEFINIÇÕES • São todas as situações onde podem estar presentes os perigos e que representem risco à saúde, ou seja, são os fatores significativos que contribuem para: • Contaminação dos alimentos • Sobrevivência dos microrganismos • Multiplicação dos microrganismos • São todas as situações preventivas ou de controle que são adotadas por questões estéticas, política da empresa ou legislação específica, porém não estão implicadas em risco imediato à saúde PONTO CRÍTICO (CRITICAL POINT) PONTO DE CONTROLE (CONTROL POINT) DEFINIÇÕES • É uma operação (prática, procedimento, processo) ou local ao qual uma medida de controle pode ser exercida para eliminar, prevenir ou minimizar um perigo ou vários perigos PONTO DE CRÍTICO DE CONTROLE (CONTROL POINT) DEFINIÇÕES • São todos os valores que podemos atribuir a um processo e que trazem segurança • Critérios ou Limites Críticos são os valores de segurança especificados para as características de origem: • FÍSICA (tempo, temperatura) • QUÍMICA (quantidade de sal ou ácido acético) • BIOLÓGICA (sensorial ou microbiológica) CRITÉRIOS (CRITERIA) ALGUNS CRITÉRIOS TÉCNICOS IMPORTANTES • ESPESSURA DAS CARNES 10 cm • PESO DE CADA PEÇA DE CARNE (em média) 1,5/2,0 Kg • ESPESSURA DOS FILÉS (peixes, carnes, etc.) 1 cm • ALTURA DOS MONOBLOCOS E ASSADEIRAS 10 cm • ALIMENTOS A 65ºC 12 h • ALIMENTOS A 60ºC 6 h • ALIMENTOS ABAIXO DE 60ºC 3 h • ALIMENTOS ATÉ 10ºC 4 h • ALIMENTOS ENTRE 10ºC E 21ºC 2 h • PRÉ-PREPARO EM TEMPERATURA AMBIENTE 30 min • PRÉ-PREPARO EM SALA CLIMATIZADA (12 A 16ºC) 2 h • PORCIONAMENTOS EM TEMPERATURA AMBIENTE 30 min • COCÇÃO E REAQUECIMENTO (T. interna do alimento) 4ºC DEFINIÇÕES • É o trabalho prático de observação para a comprovação dos procedimentos e dos critérios estabelecidos para cada ponto crítico de controle durante a preparação dos alimentos • Observação das práticas de manipulação e processamento • Medição dos tempos, temperaturas, pH, Aw, concentração dos desinfetantes e anti-sépticos • Coleta e análise das amostras de alimentos, mãos e ambientais MONITORAMENTO (MONITORING) DEFINIÇÕES • São ações imediatas e específicas a serem tomadas, sempre que o monitoramento indicar que os critérios não estão sendo atingidos • É o uso de testes suplementares ou revisão dos registros do monitoramento, para determinar se o método APPCC está funcionando comoplanejado ou se a estratégia de implantação do método deva ser alterada AÇÃO CORRETIVA (CORRETIVE ACTION) VERIFICAÇÃO (VERIFICATION) APPCC PERIGO SEVERIDADE (gravidade do quadro clínico) PONTOS CRÍTICOS E PONTOS DE CONTROLE CONTROLE DOS PONTOS CRÍTICOS (medidas de controle dos PCCs) LIMITES CRÍTICOS (critérios) MONITORAMENTO FLUXOGRAMA (diagrama de fluxo) PLANO APPCC • Definição dos objetivos • Identificação e organograma da empresa • Avaliação de pré-requisitos (Boas Práticas) • Programa de capacitação técnica • Descrição do produto ou grupo de produtos e uso esperado • Elaboração do fluxograma de processo • Aplicação dos princípios do Sistema APPCC (7 princípios) PRINCÍPIOS DO SISTEMA APPCC • Princípio 1 - Análise dos perigos e caracterização das medidas preventivas • Princípio 2 - Identificação dos pontos críticos de controle (PCC) • Princípio 3 - Estabelecimento dos limites críticos para cada PCC • Princípio 4 - Estabelecimento dos procedimentos de monitorização • Princípio 5 - Estabelecimento das ações corretivas • Princípio 6 - Estabelecimento dos procedimentos de registro e documentação • Princípio 7 - Estabelecimento dos procedimentos de verificação FORMULÁRIOS DO SISTEMA APPCC FLUXOGRAMA • O fluxograma deve ser elaborado pela equipe APPCC, cobrindo todas as etapas da operação relativas a um determinado produto • Recebimento e estocagem de matéria prima e material de embalagem • Etapas de processo • Entrada de ingredientes, produtos intermediários, reprocessos • Utilidades: ar comprimido, gases, água • Filtros, peneiras, magnetos, detectores de metais • Estocagem/ expedição do produto final Fluxograma deve ser verificado/ confirmado in loco è validação EXEMPLO • RESTAURANTE COMERCIAL E INDUSTRIAL • Hortifrutigranjeiros (hortaliças, legumes e frutas) servidos crus DESCRIÇÃO DO PRODUTO FLUXOGRAMA DESCRIÇÃO DO FLUXOGRAMA DESCRIÇÃO DO PRODUTO DESCRIÇÃO DO PRODUTO PRINCÍPIO 1 – Análise dos perigos • Matérias primas • Processos • Descrição dos perigos biológicos (B), químicos (Q), físico (F) • Justifivativa • Listagem de medidas preventiva Análise de perigos em matérias primas Continuação – Análise de perigos no processo PRINCÍPIO 2 - - Identificação dos pontos críticos de controle (PCC) • Matérias primas • Processos • Árvore decisória DIAGRAMA DECISÓRIO PARA PONTOS CRÍTICOS EM MATÉRIAS PRIMAS E INGREDIENTES QUESTÃO 1 O perigo ocorre acima de níveis aceitáveis? Sim Não Não é crítica QUESTÃO 2 O processo ou o consumidor eliminará o perigo ou o reduzirá a um nível aceitável? Sim Não é crítica Não É crítica Avaliar introdução de medida preventiva (de controle) no processo ou mudança de ingrediente ÁRVORE DECISÓRIA DO PROCESSO Voltando ao fluxograma, vamos observar onde há PCCs RESUMO DO PLANO APPCC REFERÊNCIAS • ARRUDA, G. A. Manual de Boas Práticas na produção e Distribuição de Alimentos. São Paulo: Ponto Crítico, 1998, 191p. • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE REFEIÇÕES COLETIVAS. Manual ABERC de Práticas de Elaboração e Serviço de Refeições para Coletividades. São Paulo: ABERC, 2004. • • CODEX. Guidelines for the application of the hazard analysis critical control point (HACCP) system. Codex Alimentarius Commission, ALINORM 95/13, Appendix II, Rome, 1993. • SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL (SENAC). Guia de elaboração do Plano APPCC. Rio de Janeiro: SENAC/DN, 2001. 314 p. (Qualidade e Segurança Alimentar). Projeto APPCC Mesa. Convênio CNC/CNI/SEBRAE/ANVISA. • SBCTA. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. Manual de Boas Práticas de Fabricação para Indústria de Alimentos. São Paulo, 1992. • SILVA JR., E. A. Manual de Controle higiênico-sanitário em alimentos. 5ed. São Paulo. Livraria Varela, 2002. 475p.
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