Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 “DIDÁTICA DO CONTAR HISTÓRIA” Anotações e questões TEMA 1 – As Histórias como Meio de Comunicação/Distinção entre Leitura e Contação de Histórias “Em toda a comunicação temos três elementos básicos para a transmissão da intenção da mensagem: o emissor, o receptor e a mídia. Mas o que é a mídia? É o suporte da mensagem. A mídia pode ser uma revista, ela apoia a mensagem entre o editor e o leitor, a televisão também é uma mídia, apoia a mensagem entre o produtor e o telespectador.” Harry Pross (1971 apud BAITELLO, 2000), semioticista da cultura alemão, categoriza a mídia em três níveis, chamados mídia primária (em que se comunica através, e tão somente, do próprio corpo, com a voz), secundária (em que o emissor precisa fabricar registros para se comunicar, livros, revistas) e o terciário (em que emissor e receptor precisam de elementos externos para se comunicarem, tecnologia, internet, rádio, televisão). Este pensador tem sido muito usado nas reflexões sobre as questões culturais e sociais. 1 - Identifique os benefícios de cada tipo de leitura, classificando os itens a seguir em: (LA) leitura do livro pelo aluno, (LP) leitura do livro pelo professor ou (CH) quando o professor conta uma história para o aluno. I. Causa menor estímulo à criatividade da criança. (LP) II. É possível fazer acréscimo potencializando determinados aspectos da história. (CH) III. Estimula a criatividade porque traz referências tanto no contexto como nas ilustrações. (LA) IV. O uso das próprias palavras dá mais confiabilidade ao conteúdo que é transmitido. (CH) V. Oferece maior flexibilidade para o professor. (CH) VI. Valoriza um autor de reconhecida qualidade. (LP) TEMA 2 - A Contação de Histórias e o Desenvolvimento da Criança / A Formação de Leitores “Outro fator importante é que o fato de as crianças gostarem de ouvir histórias abre um importante canal de afetividade.” “Quanto maior a afetividade, mais confiança, mais diálogo e mais oportunidades de educação.” “É claro que se deve levar em consideração o repertório que cada contador tem, a forma como ele sabe organizar a sua mensagem.” “Nas suas palavras: “De forma genérica, as histórias contribuem com diversos aspectos da formação de crianças e de jovens. Esses aspectos podem variar de intensidade de uma história para outra” (DOHME, 2003, p. 13) e continua estabelecendo que, de maneira geral, todas as histórias propiciam o desenvolvimento dos seguintes aspectos: • Atenção e raciocínio. • Senso crítico. • Imaginação. • Criatividade. • Afetividade.” TEMA 3 - Classificação das histórias 2 “Vladimir Propp é um conhecido estudioso dos contos de fadas e, no livro Morfologia do Conto Maravilhoso, cita o trabalho de Aarne, e muitas vezes o critica, e classifica as histórias em três divisões fundamentais: “1 - Contos de animais; 2 - Contos maravilhosos propriamente ditos e 3 - Anedotas” “Contos de Fadas”, envolvem magia e encantamento e que sempre terminam com um final feliz. “Fábulas”, entendem-se as histórias de animais que falam e que envolvem conceitos socioculturais. 1 - O que não se aplica às fábulas? a) Os personagens são animais que têm comportamentos humanos b) Sofrem pouca influência da cultura c) Trabalham o senso crítico das crianças por encerrarem um preceito moral d) Os personagens apresentam nuances de personalidade assemelhando-se a tipos de personalidades humanas. 2 - Associe o autor ao tipo de histórias que foram criadas, colocando o número correspondente ao autor no espaço entre parênteses existente após o tipo de história: 1 - Irmãos Grimm Autor de contos modernos (4) 2 - Esopo Coletaram histórias do povo e reescreveram (1) 3 - Andersen Fábulas no século VI A.C. (2) 4 - L. F. Baum Fábulas no século XVII D.C. (5) 5 - La Fontaine Histórias de fadas coletadas de sua imaginação (3) 6 - Charles Perrault Reescreveu os primeiros contos de fadas recolhidos da cultura popular (6) TEMA 4 - Estudando uma História “Componentes de uma história: personagens, local onde a história ocorreu, época da história.” “Existe uma ficha descritiva que funciona como um checklist daquilo que se deve estudar. Após o contador escolher a história que irá fazer parte do seu repertório, ele deverá estudá-la minuciosamente. O fato de preencher a ficha irá fazer com que preste atenção aos elementos da história, entendendo-os melhor e, consequentemente, tendo um melhor desempenho na narração. Este tema aborda o lado frontal da Ficha Descrita, na qual cada campo deve ser preenchido da seguinte forma: Enredo; Tipo de enredo; Idade adequada; Nome, descrição e função dos personagens principais, secundários e supérfluos; Local, Época; Aspectos culturais, científicos e históricos; Cenários, caracterização e objetos necessários. 1 - Em relação aos personagens que compõem a história, assinale a alternativa correta. a) Deve-se conhecer detalhes, especialmente dos personagens principais, pois isso ajuda a dar colorido à narração. b) Deve-se conhecer detalhes de todos os personagens, independentemente dos papéis que desempenhem na história. c) Não há necessidade de se conhecer detalhes dos personagens, sejam eles principais ou secundários. d) Os personagens podem mudar de uma narração para outra em uma mesma história, por isso conhecê-los melhor não faria sentido. 2 - Sobre as especificações do país ou cidade onde a história transcorre, assinale a alternativa correta: 3 a) Deve-se especificar o país ou a cidade em que transcorre a história somente no caso em que o narrador tiver certeza de que temos conhecimentos necessários sobre eles. b) O narrador pode inventar dados sobre o país quando não tiver esse conhecimento. c) Dados sobre o país nunca são importantes, o foco deve ser sempre no microambiente onde a história se passa, como a casa, a caverna, a floresta. d) Não, deve-se especificar o país ou a cidade somente quando isso for significativo na história. 3 - Quais são os elementos que compõem uma história e por que é importante considerá-los? Os elementos que compõem uma história são: personagens principais, secundários e supérfluos; loca; época; aspectos culturais, científicos ou históricos; cenários. É importante ter cada um descrito de forma bem clara para que, tendo todos esses elementos ricos em sua imaginação, a narração flua como se o contador tivesse realmente vivido aquelas situações, o que, certamente, facilitará o desempenho e dará muito mais veracidade à narração. TEMA 5 - Competências e Didática para a Contação de Histórias ”A habilidade para contar histórias exige funções diferentes que refletem dualismos tradicionais como: intelecto versus intuições, ciência versus arte e lógica versus mistério.” “Malba Tahan (1961) enumera as nove qualidades características de um “perfeito contador de histórias”: 1. Sentir, ou melhor, viver a história; ter a expressão viva, ardente sugestiva. 2. Narrar com naturalidade, sem afetação. 3. Conhecer, com absoluta segurança, o enredo. 4. Dominar o auditório. 5. Contar dramaticamente (sem caráter teatral exagerado). 6. Falar com voz adequada, clara e agradável. 7. Evitar ou corrigir os defeitos de dicção. 8. Ser comedido nos gestos. 9. Emocionar-se com a própria narrativa.” “As competências necessárias para um bom contador de histórias, são: Capacidade de Imaginar; O Uso da Voz e das Palavras e Expressão corporal.” 1 - Qual é a diferença entre dicção, volume e velocidade?Como cada um desses quesitos ajuda a narração? Dicção é a forma correta de se emitir os fonemas, é a forma de falar claramente cada sílaba das palavras, cuidando também de cada letra. É a dicção que permite que as palavras sejam entendidas de maneira inequívoca pelos ouvintes. Já o volume é a altura com a qual as palavras são pronunciadas e a velocidade é a quantidade de palavras que são faladas em um determinado espaço de tempo. A alteração do volume e da velocidade, bem como a combinação das duas, durante a narração dará colorido à ela, transmitindo suspense, euforia, alívio e outras emoções. 2 - Coloque V (verdadeiro) nos itens que correspondem às nove qualidades características de um “perfeito contador de histórias”, descritas por Malba Tahan (1961), F (falso) nos itens que não correspondem às indicações do autor. Conhecer, com absoluta segurança, o enredo. (V) Falar com voz adequada, clara e agradável, sem erros de dicção. (V) Não se envolver com a própria narrativa. (F) Ter ênfase nos gestos. (F) Viver a história. (V) 3 - Quando se objetiva na contação de uma história a transmissão de uma mensagem, é importante: a) Deixar-se levar totalmente pela emoção para provocar o encantamento, que produzirá efeitos de assimilação nos ouvintes. b) Principalmente o raciocínio lógico, pois a atenção deve ser voltada totalmente para a ordenação das palavras e sucessão de fatos encadeados que compõem o enredo. c) Lembrar os detalhes, ter fluência nas palavras, fazer analogias, comparações e 4 oposições do texto, de forma sistemática e objetiva. d) Usar a razão, para ter certeza que a mensagem será transmitida, e a emoção, para criar impacto nos ouvintes de forma equilibrada. 4 - Quando se estuda uma história, se constrói “imagens mentais”, que são as formas como imaginamos os personagens e os cenários. Essas “imagens mentais” referem-se apenas a objetos? Explique. As imagens mentais não se referem apenas aos objetos, uma vez que são registros de sensações vividas que ficam gravadas na mente, portanto, as imagens podem ser de uma figura ou objeto, de um som, de um aroma ou de uma sensação tátil, como sentir uma brisa ou a textura da grama nos pés. TEMA 6 - Técnicas de Contar Histórias “Para contar bem uma história, uma das habilidades essenciais é saber controlar o seu ritmo, o que em roteiro é mais conhecido como timing. Entende-se timing como o tempo certo para cada coisa acontecer ou a velocidade adequada que o encadeamento das emoções de uma história tem.” ”Uma forma de controlar essa sucessão de fatos é dividi-los em relação ao papel que eles exercem nas histórias. Assim, existem quatro categorias: • Introdução. • Enredo. • Ponto culminante. • Desfecho.” 1 - Em relação ao ponto culminante de uma história, assinale a alternativa que não se adequa. Justifique a sua resposta. a) Uma história pode ter até mais do que dez pontos de virada. b) Havendo interesse dos ouvintes, a sua narração pode ser alongada para aumentar a emoção. c) O ponto culminante é o momento de usar todas as habilidades do narrador, inclusive de efeitos especiais. d) O ponto culminante vem após a descrição do enredo. 2 - Considerando as características a seguir, coloque a letra que corresponde à parte da história que ela pertence: 1. Introdução. 2. Roteiro. 3. Ponto culminante. 4. Desfecho. A única parte que pode ser longa. (2) É solene, precede um momento de silêncio. (4) Fala da personalidade dos protagonistas. (1) Toda a habilidade de oratória deve ser usada nessa parte. (2) É intensa, porém breve. (3) É o momento de maior suspense. (3). 3 - O que significa o “timing” de uma história e qual a sua importância? O “timing” é o ritmo que se dará à narração da história, considerando não só o tom de voz mais calmo ou mais agitado, com variações ou não, como também a velocidade, mais lenta ou mais rápida. Considera-se também os gestos e a postura corporal, que pode ser mais enfática nos momentos mais relevantes. Sua importância está no fato de que ao se usar a ênfase adequada a cada passagem produz-se mais emoção e prende-se mais a atenção das crianças. Tema 7 - Uso de Recursos Auxiliares para Contação de Histórias “A melhor posição para se contar uma história é com as crianças dispostas em uma espécie de semicírculo que lembra o formato de uma ferradura, em que o narrador, também sentado, ocupa o lugar do que seria o espaço aberto da ferradura.” “Os recursos utilizados para a contação de histórias podem ser classificados entre os que usam imagens (como desenhos e recortes, o velcômetro (um quadro revestido de material aderente 5 (velcro) onde as figuras (que possuem o lado oposto do material) são afixadas à medida que a história se desenrola. o cineminha, o teatro de sombras, todos descritos em nosso livro-texto), os que usam bonecos (como fantoches - são bonecos encaixados nas mãos dos contadores que encenam a história em um teatro especialmente montado para esse fim. Marionetes - são bonecos, porém, são manuseadas pelo contador por meio de fios. Bocões - são bonecos grandes manipulados pelo contador no seu colo ou em cima de uma mesa. Por serem vistosos eles atraem a atenção das crianças de forma a tornar o contador praticamente “invisível”) e os que privilegiam outros elementos (como a radionovela - é um anteparo, geralmente com o desenho de um rádio, que encobre os narradores, que usam somente a sua voz. Normalmente música e efeitos sonoros também são utilizados. que dá realce aos sons, e a maquete, que explora o cenário).” “São recursos que não expõem o narrador: • Radionovela. • Fantoche. • Teatro de sombra. • Marionetes.” 1 - Coloque a letra F quando uma das características abaixo se referir ao recurso auxiliar de fantoches, a letra M quando se referir a marionetes e a letra B quando se referir ao recurso de bocões. Coloque duas ou mais letras quando a característica se adequar a mais de um recurso: São manuseados por meio de fios. (M) Mantêm o manipulador completamente invisível. (F/M) O boneco manipulado usa sempre a voz do manipulador. (B) O movimento das mãos dá os movimentos do corpo aos bonecos. (F) São grandes e chamam muito a atenção. (B) 2 - Sobre o “anel de fadas” pode-se dizer que: I. É uma lenda na qual as fadas se encontram para dançar e cantar nos bosques durante as noites de lua cheia. II. É um simbolismo que se assemelha à bolha lúdica descrita por Huizinga (2000). III. Está de acordo com os ensinamentos de Marie Louise von Franz (2003), que ensina que o encantamento se instala quando conseguimos formar um “espaço fechado”. IV. Dentre essas afirmações qual está correta? a) Somente a I. b) Somente a III. c) Nenhuma afirmação está correta. d) Todas as afirmações estão corretas. e) Somente a I e a II estão corretas. 3 - Por que a contação de histórias pode ser considerada um ritual? Quais as vantagens de considerá-la dessa forma? A contação de histórias é um ritual na medida em que o contador escolhe formas de se apresentar, de preparar o ambiente e de acomodar as crianças, usando dessas práticas repetidamente. A vantagem é que as crianças, já reconhecendo as práticas do ritual, entram mais rapidamente na magia da história, com melhor aproveitamento dela. Isso facilita muito a tarefa do professor em obter a atenção de seus alunos. 4 - Qual é a principal classificação que os recursos auxiliares podem ter? Quais são as vantagens e desvantagens do segundo grupo? A principal divisão dos recursos auxiliares é: aqueles em que deixam o narrador visível e aqueles em que o narrador não é visto pelas crianças. A não exposição do narrador é mais confortável ao narrador, principalmente para os mais tímidos ou iniciantes, a desvantagem é que a falta de contato com as crianças, ou o contato indireto, forma menos vínculo, perdendo-se preciosas oportunidadesde relacionamento. Tema 8 - As Histórias no Século XXI “O relatório Delors estabeleceu os quatro pilares da educação contemporânea: aprender a ser, a fazer, a viver juntos e a conhecer. Esses pilares constituem um novo sistema de educação que foca o ser humano de forma integral.” 6 1 - Com relação ao pensamento de Steven Johnson, assinale quais das afirmações abaixo são verdadeiras e quais são falsas: 1. A leitura de livros é boa para a criança pois desenvolve a concentração, atenção, capacidade de compreender as palavras e o enredo, bem como a criação de mundos imaginários. (V) 2. A leitura de livros é um processo ativo, no qual a criança assume uma atitude protagonista e participativa no processo. (F) 3. Os jogos eletrônicos não são bons para as crianças quando são “enlouquecidamente difíceis”. (F) 4. A leitura de livros e a prática de jogos eletrônicos são igualmente importantes pois atingem diferentes capacidades mentais. (V) 5. A cibercultura traz mais malefícios do que benefícios para as crianças. (F) 2 - Associe o ensinamento contido na história ao seu nome e autor. Coloque a letra da mensagem da primeira coluna no espaço em branco correspondente ao nome da história. Mensagem Nome e autor da história a) Ensinamentos bíblicos. O Senhor dos Anéis, J.R.R. Tolkien. (C) b) Encontrar dentro de si a potencialidade que julgava não possuir. Winnie-the-Pooh, Alan A. Milne. (E) c) A lealdade e retidão moral estão presentes nas pessoas independentemente de sua aparência e de seu poder. O Mágico de Oz, de Franz L. Baum. (B) d) Lendas e mitos brasileiros. Sitio do Pica-Pau Amarelo, M. Lobato. (D) e) Um amigo que pode trazer conforto e solução para seus problemas. Crônicas de Narnia, C.S. Lewis. (A) 3 - Quais foram as duas obras encomendadas pela Unesco para formatar orientações para a educação do século XXI? Os setes saberes necessários para a educação do futuro, de Edgar Morin, que traz sete ditames orientadores, e o Relatório Delors, que aborda os quatro pilares que devem sustentar a educação: aprender a ser, a fazer, a viver juntos e a conhecer.
Compartilhar