Buscar

Resumo - Declaração de Óbito


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Renata Valadão Bittar (@dentistamedica) – Medicina Unit / 2018
 
1 
 
Declaração de Óbito 
Apesar da semelhança nos nomes, atestado de óbito e 
certidão de óbito são documentos diferentes. Enquanto o 
atestado é emitido por um médico para comprovar a 
morte de uma pessoa, a certidão é emitida por um 
cartório de registro civil. 
O atestado de óbito, também conhecido como declaração 
de óbito, é feito por um médico, ainda que a morte não 
tenha ocorrido dentro de um hospital. Além de declarar o 
fim da vida de um indivíduo, no atestado o médico também 
deverá inserir quais foram as causas daquela morte. A 
exceção ocorre apenas em locais em que não existe um 
profissional médico – nesses casos, de acordo com o artigo 
77 da Lei Federal n. 6.015, de 1973, a Lei dos registros 
públicos, o atestado poderá ser feito por duas 
testemunhas que tiverem presenciado ou verificado a 
morte. 
Já a certidão de óbito é um documento emitido pelo 
cartório de registro civil das pessoas naturais e só pode ser 
obtida com o atestado de óbito. Na certidão, entre outras 
informações, deve constar a hora e a data do falecimento, 
se a pessoa era casada e deixa filhos, com nome e idade de 
cada um, se deixa bens e herdeiros, se era eleitor, se a 
morte foi natural ou violenta e a causa conhecida. 
A Certidão de Óbito é o registro do falecimento do cidadão, 
feito em Cartório Civil do distrito onde ocorreu o óbito. A 
certidão de óbito geralmente é feita a pedido de familiares 
diretos, mas, na ausência destes, pode ser feita pelo 
administrador, diretor ou gerente de qualquer 
estabelecimento público ou particular – como hospitais ou 
presídios onde ocorreram as mortes. Na falta de pessoa 
competente, pode ser feito por quem tiver assistido aos 
últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote ou 
vizinho e ainda pela autoridade policial, no caso de pessoas 
encontradas mortas. 
Sem a certidão de óbito não é possível atualmente realizar 
o sepultamento, seja em cemitérios públicos ou privados. 
“A certidão é necessária para dar andamento a toda parte 
burocrática, como o encerramento de contas bancárias, 
inventário, fim de vínculo empregatício, entre outros”. 
 
Guia de sepultamento 
A guia de sepultamento é o documento responsável por 
registrar e autorizar o sepultamento. Para isso, é muito 
importante que, antes de emitir a guia, o familiar em 
questão já tenha posse dos demais documentos e também 
das informações básicas sobre onde e quando acontecerá o 
sepultamento, de preferência já tendo contratado os 
serviços funerários. Podemos entender, portanto, que 
quando alguém falece, a emissão da guia de sepultamento 
é o último passo que se deve dar para garantir o 
sepultamento do ente querido. A guia de sepultamento 
deverá ser entregue no cemitério e é nela que estarão as 
informações básicas sobre o falecido, bem como se a opção 
foi pelo sepultamento tradicional ou pela cremação. Sem a 
presença da guia de sepultamento, o cemitério ou o 
crematório não poderão realizar o procedimento. 
Normalmente, a guia de sepultamento é providenciada pela 
própria funerária que já costuma realizar todo o serviço de 
cartório, fazendo a emissão também dos demais 
documentos necessários. Porém, quem desejar, poderá 
realizar a emissão por conta própria, bastando se dirigir a 
um cartório de registro civil, com a declaração de óbito e os 
documentos do falecido. 
Quais os outros documentos obrigatórios para realizar um 
sepultamento? 
A guia de sepultamento costuma ser o último documento 
emitido, já que ela depende da presença de outros itens e 
também da confirmação da família sobre o local, a data e a 
forma de sepultamento. Assim, além da guia, a família 
deverá providenciar outros itens listados abaixo. 
Declaração de Óbito 
Se a morte acontecer por vias naturais, o primeiro 
documento que deverá ser requerido pela família é a 
declaração de óbito, um documento devidamente assinado 
pelo médico responsável e do qual constam a causa da 
morte e o horário da mesma. Em geral, a declaração de 
óbito é fornecida pelo médico que prestou o último 
atendimento ao falecido, ou pelo responsável pela 
internação hospitalar. Em casos de morte violenta, o 
atestado apenas é fornecido após a avaliação pericial. 
Laudo pericial 
Nos casos em que a morte aconteceu devido a um acidente 
ou por motivos violentos, é preciso que a polícia seja 
informada para que providencie a perícia legal no corpo. 
Nessas situações, o falecido será encaminhado ao Instituto 
Médico Legal (IML), o qual deverá dar um parecer sobre a 
causa da morte e outras questões que possam estar 
envolvidas na investigação criminal. Somente quando o 
laudo pericial estiver pronto e o corpo liberado pelo IML é 
que a família poderá providenciar o sepultamento, evitando 
possíveis problemas futuros capazes de levarem à 
exumação. 
 
Certidão de óbito 
 
 Renata Valadão Bittar (@dentistamedica) – Medicina Unit / 2018
 
2 
 
QUEM DEVE FORNECER O ATESTADO 
DE ÓBITO? 
 
Fonte: Conselho Federal de Medicina 
 
O atestado de óbito tem como finalidade não só confirmar 
a morte, mas, ainda, a definição da causa mortis e dos 
interesses de ordem legal e médico-sanitária. Daí a 
importância deste documento tantas vezes relegadas por 
alguns profissionais. Nos locais onde não existe médico, o 
óbito pode ser declarado por duas testemunhas idôneas 
que tiverem presenciado alguém morto. 
 
Como o atestado de óbito é um documento que sempre 
enseja certas implicações de natureza jurídica, há algumas 
regras que não podem ser esquecidas: não assinar 
atestados em branco; verificar se todos os itens da 
identificação das declaração estão devidamente 
preenchidos; não assinar atestado de óbito em casos de 
morte violenta, a não ser quando legalmente autorizado; a 
declaração de óbito fetal é da competência exclusiva do 
médico; partes de cadáver, como cabeça, ossos ou 
membros encontrados aleatoriamente são da competência 
dos Institutos Médico-Legais; as partes amputadas por 
ocasião de atos cirúrgicos recomenda-se a inumação em 
cemitérios públicos acompanhadas de um relatório médico 
contendo especificações das partes e identificação do 
paciente, ou a incineração dentro das recomendações do 
Decreto Federal n.º 61.817, de 1º de dezembro de 1967 e 
do Parecer-Consulta CFM n.º 04/96; usar como causa 
básica sempre as especificadas na Classificação 
Internacional de Doenças, adotada pela 20ª Assembléia da 
Associação Médica Mundial: evitar como causa básica 
certas expressões como parada cardíaca, insuficiência 
cárdio-respiratória ou hematêmese. 
 
O Conselho Federal de Medicina, através da Resolução CFM 
n.º 1-290/89, estabelece os seguintes critérios: 
 
ü O médico só atestará o óbito após tê-lo verificado 
pessoalmente; 
ü É dever do médico atestar óbito de paciente ao 
qual vinha prestando assistência, ainda que o 
mesmo ocorra fora do ambiente hospitalar, exceto 
quando tratar-se de morte violenta ou suspeita; 
ü Quando o óbito ocorrer em hospital caberá ao 
médico que houver dado assistência ao paciente a 
obrigatoriedade de fornecimento do atestado de 
óbito, ou em seu impedimento, ao médico de 
plantão; 
ü No caso de morte violenta ou suspeita é vedado 
ao médico assistente atestar o óbito, o que caberá 
ao médico legalmente autorizado; 
ü Entende-se por morte violenta aquela que é 
resultante de uma ação exógena e lesiva, mesmo 
tardiamente; 
ü Entende-se por morte suspeita aquela que decorre 
de falecimento 
ü inesperado e sem causa evidente; 
ü É vedado cobrar qualquer remuneração pelo 
fornecimento do atestado de óbito, pois 
consideras-se a expedição desse documento como 
uma extensão do ato médico. 
 
É também de responsabilidade do médico o preenchimento 
completo dos dados de identidadedo falecido, no que diz 
respeito ao nome completo, cor, idade, sexo e filiação, 
além do local, hora, data e causa da morte (Parecer 
Consulta CFM n.º 16/95). 
 
E qual seria o prazo, após a última consulta, para 
fornecimento do atestado de óbito? O Conselho Regional 
de Medicina do Estado do Paraná, sobre o assunto, define 
em seu Parecer CRM-PR n.º 210/91: "não se pode 
relacionar em termo de prazo e, sim, que apenas pode 
atestar o óbito quem vinha assistindo o doente, e, como já 
foi explanado, exista relação fisiopatológica da doença 
diagnosticada por ocasião da consulta eventual, e a causa 
do óbito". 
 
No que diz respeito ao atestado de óbito no período 
perinatal, o CID-10 definiu este estágio a partir da 22ª 
semana de gravidez, quando o feto alcança cerca de 500 g. 
Como a Lei dos Registros Públicos obriga o registro de 
natimortos, sem definir o que seja, a partir daquela data 
deve-se lavrar o competente atestado, por tratar-se de uma 
perda fetal. O ideal, seria o registro de todas as perdas 
fetais. 
 
OBS: emissão de DO pelos médicos intervencionistas 
do SAMU 
 
São três as situação que o médico se depara em relação ao 
atestado de óbito: morte violenta, morte natural com causa 
conhecida, ou morte natural com causa desconhecida. 
Dependendo do caso, ele pode, ou não, emitir o atestado. 
 
No caso de causa violenta, como acidentes de trânsito ou 
ferimentos decorrentes de armas de fogo ou branca, ele 
deve constatar a morte, e informar o médico regulador, 
que tomará as providências quanto ao encaminhamento do 
corpo para o Instituto Médico Legal (IML). A declaração de 
óbito, obrigatoriamente, tem que ser feita pelo médico do 
IML. 
 
No caso de pacientes com morte natural assistida pelo 
médico intervencionista e com diagnóstico conhecido, este 
deve fornecer a declaração de óbito. 
 
Já quando a causa da morte natural for desconhecida, o 
médico intervencionista que assistiu o paciente deve 
comunicar o fato ao médico regulador, que adotará as 
medidas necessárias para o encaminhamento do corpo 
para o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), desde que 
haja a concordância da família. Caso não tenha a 
concordância da família, o médico intervencionista é 
 Renata Valadão Bittar (@dentistamedica) – Medicina Unit / 2018
 
3 
 
obrigado a fornecer a declaração de óbito, declarando a 
causa da morte como “desconhecida”. 
 
Competência em caso de mortes naturais 
 
A morte natural é: 
“[...] aquela que sobrevêm como consequência de um 
processo esperado e previsível. Por exemplo, nos casos de 
envelhecimento natural, com esgotamento progressivo 
das funções orgânicas. Em outros casos, o óbito é um 
corolário de uma doença interna, aguda ou crônica, a qual 
pode ter acontecido e transcorrido sem intervenção ou 
uso de qualquer fator externo ou exógeno.” [2] 
Este tipo de morte, apesar de ser a mais comum, ainda 
enseja diversas dúvidas sobre a elaboração do atestado de 
óbito. Desta forma, a Resolução do Conselho Federal de 
Medicina nº 1.779/05 trouxe em seus artigos a quem 
caberá o preenchimento dos respectivos atestados. 
1. Morte natural COM assistência médica => 
Competência do médico que vinha prestando assistência e 
na sua falta por médico substituto pertencente à 
instituição. 
 
2. Morte natural SEM assistência médica => Competência 
do S. V. O (Serviço de Verificação de Óbitos). 
 
 2.1. Na falta deste serviço na localidade do falecimento, 
a declaração de óbito deverá ser fornecida pelos médicos 
do serviço público de saúde mais próximo do local e, na 
sua ausência, qualquer médico da localidade. 
Nos locais onde não exista médico, o óbito poderá ser 
declarado por duas testemunhas que tiverem presenciado 
o evento. E se o corpo não puder ser identificado? 
 
“Em se tratando de cadáver por morte natural, sem 
qualquer documentação ou identificação civil, que 
impossibilite a emissão da declaração de óbito, deverá ser 
encaminhado ao S. V. O., ou ao IML, se não existir S. V. O. 
Na localidade. Caso o corpo não seja identificado ou 
reclamado junto às autoridades públicas, num prazo de 30 
dias, conforme prevê os artigos da Lei Nº 8.501, de 30 de 
novembro de 1992, que dispõe sobre a utilização de 
cadáver não reclamado, para fins de estudos ou pesquisas 
científicas e dá outras providências, poderá ser utilizado 
pelas faculdades de medicina [...]” [3] 
 
Competência em caso de mortes violentas 
 
Já a morte violenta é explicada da seguinte maneira: 
“Um dos objetivos primordiais do estudo da Tanatologia 
médico legal é estabelecer o diagnóstico da causa jurídica 
de morte na busca de determinar as hipóteses de 
homicídio, suicídio ou acidente. A violência do latim 
violentia e vis, força, é um fenômeno no qual interveio a 
força externa como causa desencadeante. Cada uma 
destas mortes que se atribuem a homicídio, suicídio ou 
acidentes apresenta particularidades, embora, por vezes, 
seja difícil estabelecer diferença precisa entre formas 
próximas. As características das lesões nem sempre 
permitem distinção clara entre as diferentes naturezas 
jurídicas. São incontáveis as situações em que pode 
ocorrer morte acidental.” [4] 
De forma resumida, nada mais é que aquela morte 
ocorrida por fatores externos não naturais, como 
acidentes de carros. Assim, a competência para a 
realização do atestado de óbito será definida a partir da 
seguinte maneira: 
1. Morte Violenta => Deverá ser encaminhado ao IML 
(Instituto Médico Legal) para a realização do atestado de 
óbito; 
2. Caso a localidade possua apenas 1 médico (muito 
comum em pequenas cidades do Nordeste), caberá a este 
a realização do atestado. 
O médico não poderá emitir um atestado de óbito sem a 
identificação civil do falecido, pois a falta de quaisquer 
dados no preenchimento do mesmo causará a recusa do 
Cartório de Registro Civil para lavrar o ato, 
consequentemente, negando a possibilidade de 
sepultamento, cremação, etc. 
 
 Renata Valadão Bittar (@dentistamedica) – Medicina Unit / 2018
 
4 
 
Conclusão 
- O médico só atestará o óbito após tê-lo verificado 
pessoalmente; 
- É dever do médico atestar óbito de paciente ao qual 
vinha prestando assistência, ainda que o mesmo ocorra 
fora do ambiente hospitalar, exceto quando tratar-se de 
morte violenta ou suspeita; 
- Quando o óbito ocorrer em hospital caberá ao médico 
que houver dado assistência ao paciente a 
obrigatoriedade de fornecimento do atestado de óbito, ou 
em seu impedimento, ao médico de plantão; 
- No caso de morte violenta ou suspeita é vedado ao 
médico assistente atestar o óbito, o que caberá ao médico 
legalmente autorizado; 
- Entende-se por morte violenta aquela que é resultante 
de uma ação exógena e lesiva, mesmo tardiamente; 
- Entende-se por morte suspeita aquela que decorre de 
falecimento inesperado e sem causa evidente; 
- É vedado cobrar qualquer remuneração pelo 
fornecimento do atestado de óbito, pois considera-se a 
expedição desse documento como uma extensão do ato 
médico. [5] 
 
 
1. Recomendações para o preenchimento 
 
À vista dos aspectos legais envolvidos, são feitas as 
seguintes recomendações aos médicos responsáveis pelo 
preenchimento da Declaração de Óbito (DO) (anexo I): 
 
■ a DO deve ser preenchida para todos os óbitos, inclusive 
os fetais, ocorridos em estabelecimentos de saúde, 
domicílios ou outros locais; 
 
■ o médico é o responsável por todas as informações 
contidas na DO. Não deve assinar uma Declaração de Óbito 
em branco ou deixar declarações previamente assinadas; 
deve verificar se todos os itens de identificação estão 
devida e corretamente preenchidos; Deve-se observar o 
seguinte: 
 
■ a Declaração de Óbito é impressa em papel especial 
carbonado, em três vias e, antes de ser preenchida, o 
conjunto deverá ser destacado do bloco; 
 
■ o preenchimentodeve ser feito à máquina ou em letra de 
fôrma com caneta esferográfica; 
 
■ devem ser evitadas, sempre que possível, emendas ou 
rasuras. Caso isto ocorra, o conjunto deve ser anulado e 
encaminhado ao setor de processamento para controle; 
 
■ evitar deixar campos em branco, colocando o código 
correspondente a Ignorado, ou um traço (-), quando não se 
conhecer a informação solicitada ou não se aplicar ao item 
correspondente; 
 
■ a primeira linha, que serve de título ao documento, tem 
um número já impresso, que se destina a identificar o 
evento, servindo como número de controle para o sistema. 
É importante que os responsáveis pelo preenchimento o 
façam com respeito aos preceitos legais e epidemiológicos 
vigentes, permitindo a identificação do processo mórbido e 
conduzindo ao conhecimento do perfil saúde-doença, 
primeira ação de vigilância, ponto inicial do 
desencadeamento de ações saneadoras no campo da saúde 
brasileira. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: Atestado Médico – Rodrigo Bedê. Conselho 
Federal de Medicina.

Continue navegando