Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA INTRODUÇÃO Os esforços nas estruturas devidos às ações fixas são calculados pelas linhas de estado, que são diagramas que representam, em função das diferentes seções transversais, a variação dos valores dos esforços solicitantes causados pelo conjunto fixo de cargas aplicado à estrutura. FIXO = CARREGAMENTO; MÓVEL = SEÇÃO. Classificação das ações quanto ao tempo e ao espaço (quanto à posição) FIXAS: atuam somente na mesma posição ao longo do tempo. • Exemplo: peso próprio MÓVEIS: atuam em locais diferentes ao longo do tempo. • Exemplo: peso dos veículos numa ponte Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA INTRODUÇÃO 5 kN 12 kN 14 + DMF (kNm) 20 7 2 -10 + - DEC (kN) Para carregamento fixo, as linhas de estado são os diagramas de esforços normais (DEN), de esforços cortantes (DEC), de momentos fletores (DMF) e de momentos torçores (DMT). 5 kN 5 + DEN (kN) Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA INTRODUÇÃO Os esforços nas estruturas devidos às ações móveis são calculados pelas linhas de influência, que são diagramas que representam, numa mesma seção transversal, a variação dos valores dos efeitos elásticos causados pela ação de uma carga concentrada unitária P = 1 aplicada nas diferentes seções transversais da estrutura. FIXO = SEÇÃO; MÓVEL = CARREGAMENTO. Efeitos elásticos: • Esforços internos • Reações de apoio • Deslocamentos • Rotações L.I. MS Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA INTRODUÇÃO As linhas de influência servem principalmente para a busca dos valores máximos e mínimos possíveis dos efeitos em cada seção transversal, o que possibilita a confecção das envoltórias dos esforços solicitantes. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA CONVENÇÃO DE SINAIS Convenciona-se que as linhas de influência são confeccionadas sempre considerando os esforços positivos em y negativo (para baixo) e z negativo, de acordo com a convenção local de cada barra. Podem existir linhas de influência para qualquer tipo de estrutura formada por barras – no caso 2D, as mais comuns são as L.I. de vigas, pórticos, arcos e treliças com altura constante. INTRODUÇÃO Também podem existir linhas de influência definidas por uma flexão unitária ou por uma torção unitária, principalmente no caso de estruturas 3D, quando as L.I. são muitas vezes substituídas pelas superfícies de influência. As linhas de influência mais difundidas são as de vigas horizontais, devidas a carregamento concentrado unitário vertical. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA • Método analítico (pela definição) – ideal para estruturas isostáticas • Método cinemático – ideal para estruturas hiperestáticas As linhas de influência de estruturas isostáticas sempre são retas. - Retira-se o vínculo do esforço em relação ao qual se deseja determinar a L.I., simultaneamente à aplicação de forças externas de forma a restituir a estrutura original - Impõe-se deslocamento unitário negativo (translação ou rotação) em relação ao esforço em questão - As ordenadas da estrutura deformada são numericamente iguais à L.I. desejada Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA Reação de apoio A B DC A DC P=1 V’ dV’ = 1 - d L.I. VB • Método cinemático Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA A B DC A DC P=1 d Esforço cortante • Método cinemático S A DC V dV = 1 - VP=1 B B L.I. QS Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA A B DC A DC P=1 d Momento fletor • Método cinemático S A DC M qM = 1 - MP=1 B B L.I. MS Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA • Método cinemático As linhas de influência de estruturas hiperestáticas são sempre curvas. No caso de estruturas isostáticas, a liberação de qualquer vínculo as transforma em máquinas (portanto, hipostáticas). Suas “deformadas” são segmentos de retas, pois são na realidade deslocamentos e rotações de corpo rígido, em uma estrutura desimpedida. A B V’ dV’ = 1 - L.I. VA A B A B A B dV =1 - L.I.QS A B A B S V V A B L.I.MS A B A B S M M qM=1 - Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS Por definição as ordenadas das L.I. são iguais ao efeito considerado na seção de referência quando da atuação da carga concentrada unitária. Assim, pelo princípio da superposição dos efeitos, assumindo comportamento elástico-linear: CARREGAMENTO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA • Para cargas concentradas x F L.I. E y1 x q.dx L.I. E y • Para cargas distribuídas y x1 q x2 A x dx • q cte. (carga uniformemente distribuída): Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS Para se obter o efeito gerado pelo carregamento: CARREGAMENTO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA • Carga concentrada: multiplica-se o valor da carga pela ordenada da linha de influência na abscissa da carga. • Carga uniformemente distribuída: multiplica-se o valor da carga (q), constante, pela área do diagrama da L.I. compreendida entre as abscissas que definem o intervalo de atuação da carga. • Carga distribuída não uniforme: é necessário calcular o valor da integral definida Resumo Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS Basta prolongar a L.I. do tramo até a extremidade do balanço. LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS ISOSTÁTICAS COM BALANÇOS • decompor em isostáticos básicos • traçar a L.I. para a viga simples à qual pertence a seção S • se a viga adjacente não possuir estabilidade própria, prolongar a L.I. até o ponto extremo dela, com ordenada nula em rótulas ou apoios. Repetir até encontrar uma estrutura estável ou a extremidade da viga Gerber. LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS GERBER L.I. VA A L.I.QS A B L.I.MS A BB Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS Supõe-se que é muito pequena a probabilidade de ocorrer uma combinação de cargas mais severa que a do trem-tipo – composta pelo veículo de projeto e pela carga de multidão; esta última simula os outros veículos passando sobre a ponte simultaneamente. As cargas móveis dos veículos sobre as pontes podem atuar de forma variada no tempo e no espaço, segundo uma infinidade de combinações. Para modelar este carregamento, as normas de projeto de cada país consideram carregamentos idealizados, chamados de trens-tipo, que podem variar em função da natureza e da forma de utilização da estrutura. CARREGAMENTO MÓVEL e TREM-TIPO A principal aplicação das linhas de influência está nos projetos de pontes rodoviárias e ferroviárias. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS Modelo de cargas rodoviárias: NBR 7188 Modelo de cargas ferroviárias: NBR 7189 As cargas móveis dos trens-tipo podem atuar em quaisquer locais, podendo até mesmo ser interrompidas onde gerarem efeitos favoráveis (evitando o alívio de carregamento). Podem até mesmo ser invertidas, desde que se mantenham as posições relativas entre as cargas. No Brasil os trens-tipo são definidos pelas normas da ABNT: - pontes rodoviárias: NBR 7188 - pontes ferroviárias: NBR 7189 CARREGAMENTO MÓVEL e TREM-TIPO Elementos de Mecânicadas Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE VIGAS VALORES EXTREMOS DOS ESFORÇOS Teorema: “O valor extremo de um efeito (máximo ou mínimo) ocorre quando uma das cargas concentradas do carregamento móvel estiver sobre um dos pontos angulosos da linha de influência”. Em função disso, a busca pelos valores extremos dos esforços em uma determinada seção fica bastante facilitada, especialmente no caso de estruturas isostáticas. Não é necessário procurar posições intermediárias do carregamento móvel, já que elas gerariam também valores intermediários do E.S.I. Nomenclatura: G, Q: cargas concentradas fixas e móveis, respectivamente g, q: cargas distribuídas fixas e móveis, respectivamente Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE PÓRTICOS PLANOS E ARCOS Escolhem-se pontos importantes da estrutura e posiciona-se a carga unitária P=1 em cada um deles, calculando em cada posição o efeito desejado. Por fim, basta ligar os pontos pertencentes a uma mesma barra por segmentos de reta. • Método analítico (pela definição) • Método por pontos Calcula-se o valor do efeito em função da abscissa (x) da carga unitária P=1, em cada barra OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA * Como a carga P=1 é vertical, pode ser usada a viga de substituição quando conveniente (especialmente em arcos triarticulados). Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE PÓRTICOS PLANOS E ARCOS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA EM ARCOS TRIARTICULADOS * Relações existentes em arcos triarticulados com corda inclinada: Reações de apoio Esforços internos Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE PÓRTICOS PLANOS E ARCOS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA EM ARCOS TRIARTICULADOS * Relações existentes em arcos triarticulados com corda inclinada: Linhas de influência das reações de apoio: Linhas de influência dos esforços internos: Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE PÓRTICOS PLANOS E ARCOS OBTENÇÃO DAS LINHAS DE INFLUÊNCIA EM ARCOS TRIARTICULADOS * Relações existentes em arcos triarticulados com corda horizontal: Linhas de influência das reações de apoio: Linhas de influência dos esforços internos: Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) aM bM aM+1 bM+1 P=1• Carregamento superior h VA VB HA aM VA aM+1 M’ M M+1 M’+1 M’ M M+1 M’+1 S bM bM+1 h VB M M+1 h M’ M’+1 S S NS ND NI NS ND NI x a Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) aM bM aM+1 bM+1 P=1 • Carregamento superior h VA VB HA M’ M M+1 M’+1 Sx Ao B P=1 Bo VAo VBo Mo Mo+1 x Viga de substituição L Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) a) L.I. NS (banzo superior) a1) P=1 à esquerda de M’ (x entre 0 e aM): parte direita * Mas a2) P=1 à direita de M’+1 (x entre aM+1 e L): parte esquerda * Mas Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) a) L.I. NS (banzo superior) L.I.NSA BMo Mo+1 aM+1bM+1/Lh - b) L.I. NI (banzo inferior) b1) P=1 à esquerda de M’ (x entre 0 e aM): parte direita b2) P=1 à direita de M’+1 (x entre aM+1 e L): parte esquerda aM+1 bM+1 Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) b) L.I. NI (banzo inferior) L.I.NI A B Mo Mo+1 aMbM/Lh + c) L.I. ND (biela) c1) P=1 à esquerda de M’ (x entre 0 e aM): parte direita b2) P=1 à direita de M’+1 (x entre aM+1 e L): parte esquerda aM bM Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) c) L.I. ND (biela) L.I.ND A BMo Mo+1 aM/(L.sena) + aM bM+1 - bM+1/(L.sena) 1/sena -1/sena d) L.I. NV – barra vertical central M’+1 NS NS NV Nó M’+1: d1) P=1 à esquerda de M’ (x entre 0 e aM): NV = 0 d2) P=1 sobre M’+1 (x = aM+1): NV = -1 d3) P=1 sobre M’+2 (x entre aM+2 e L): NV = 0 L.I.NV A BMo Mo+1 - Mo+2 -1 Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 LINHAS DE INFLUÊNCIA DE TRELIÇAS TRELIÇAS COM ALTURA CONSTANTE (BANZOS PARALELOS) e) L.I. NV – primeira barra vertical à esquerda NI NV Nó A: L.I.NV A B - -1A VA Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 ENVOLTÓRIAS DE VIGAS A envoltória de um efeito é o diagrama que mostra, em cada seção transversal, os seus valores extremos (máximo e mínimo) quando a estrutura é solicitada por ações fixas e móveis. A obtenção das ordenadas de uma envoltória não é analítica: é feita seção por seção, em pontos considerados importantes, carregando as respectivas linhas de influência. As ordenadas dos pontos intermediários são interpoladas. Como uma envoltória é uma linha de estado, ela segue o padrão de representação dos diagramas DMT, DMF, DEC, DEN - não segue, portanto, o padrão de representação da linha de influência. No caso de haver somente ações fixas, as envoltórias confundem-se com os próprios diagramas de E.S.I.
Compartilhar