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Nesta Disciplina: uma estrutura é uma composição de elementos estruturais básicos – lajes, vigas, pilares etc. – ligados entre si e ao meio exterior de modo a formar um sistema em equilíbrio. Uma estrutura recebe solicitações externas (ATIVAS), absorve-as internamente e as transmitem até os seus apoios (ou vínculos), onde elas encontram um sistema de forças externas equilibrantes (REATIVAS). Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO GEOMETRIA DOS ELEMENTOS ESTRUTURAIS Unidimensionais Bidimensionais Tridimensionais Unidimensionais: • quando uma das suas dimensões (comprimento) prepondera sobre as demais (largura e espessura) • representados por BARRAS, que podem ser usadas tanto individualmente quanto associadas a outras barras Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Cabo: elemento usado para pendurar cargas Ponte pênsil (cabos) Exemplos: cabo, viga, pilar, pórtico, grelha, treliça Unidimensionais: • quando uma das suas dimensões (comprimento) prepondera sobre as demais (largura e espessura) • representados por BARRAS, que podem ser usadas tanto individualmente quanto associadas a outras barras Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Viga: elemento horizontal, geralmente com cargas transversais ao seu eixo (verticais) Esquema Viga de concreto protendido Viga de aço Exemplos: cabo, viga, pilar, pórtico, grelha, treliça Unidimensionais: • quando uma das suas dimensões (comprimento) prepondera sobre as demais (largura e espessura) • representados por BARRAS, que podem ser usadas tanto individualmente quanto associadas a outras barras Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Pilar: elemento vertical usado para apoiar cargas, trabalhando geralmente a compressão ou flexo-compressão Exemplos: cabo, viga, pilar, pórtico, grelha, treliça Pilar Coluna Unidimensionais: • quando uma das suas dimensões (comprimento) prepondera sobre as demais (largura e espessura) • representados por BARRAS, que podem ser usadas tanto individualmente quanto associadas a outras barras Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Treliça: associação de elementos com carregamento apenas nos nós (encontro das barras). Pode ser plana ou espacial. Exemplos: cabo, viga, pilar, pórtico, grelha, treliça Treliça espacial Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Treliça plana Unidimensionais: • quando uma das suas dimensões (comprimento) prepondera sobre as demais (largura e espessura) • representados por BARRAS, que podem ser usadas tanto individualmente quanto associadas a outras barras Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Grelha: associação de elementos contidos num plano e carregamento perpendicular a este plano Exemplos: cabo, viga, pilar, pórtico, grelha, treliça Esquema Tampa de bueiro Grelha em concreto armado Unidimensionais: • quando uma das suas dimensões (comprimento) prepondera sobre as demais (largura e espessura) • representados por BARRAS, que podem ser usadas tanto individualmente quanto associadas a outras barras Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Pórtico: associação de elementos horizontais e verticais com carregamentos quaisquer. Pode ser plano ou espacial. Exemplos: cabo, viga, pilar, pórtico, grelha, treliça Pórtico plano: elementos e carregamento contidos num plano Pórtico espacial: é o tipo mais geral possível de estrutura em barra Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Pórtico plano Pórtico espacial Bidimensionais: • quando duas dimensões (comprimento e largura) preponderam sobre a outra (espessura) • chamados de lâminas Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO PLACAS E CHAPAS: sua superfície é plana Placas: as cargas são perpendiculares ao plano médio Laje Bidimensionais: • quando duas dimensões (comprimento e largura) preponderam sobre a outra (espessura) • chamados de lâminas Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO PLACAS E CHAPAS: sua superfície é plana Chapas: as cargas atuam na direção do plano médio Parede Bidimensionais: • quando duas dimensões (comprimento e largura) preponderam sobre a outra (espessura) • chamados de lâminas Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO CASCAS E MEMBRANAS: sua superfície média apresenta curvatura em relação a pelo menos um eixo Cascas: as cargas atuam perpendicularmente à superfície média Membranas: as cargas são paralelas à superfície média Tridimensionais: • as três dimensões apresentam a mesma ordem de grandeza • chamados de blocos • podem ser usados isolados ou associados entre si (desde que as forças internas tendam a aproximá-los) Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Blocos de coroamento Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 “1D” Elementos estruturais curvos 2D: cascas e membranas 1D ou 3D: arcos 3D 1D 1D Elementos diversos formando uma estrutura. Ex.: edifício Laje Viga Pilar Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Elementos diversos formando uma estrutura. Ex.: ponte Treliça Viga Pilar Bloco Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Elemec e Resmat: cursos destinados às estruturas representadas por barras. • seção transversal constante ou variável • eixo reto ou eixo curvo • interconectadas por nós, que podem ser rígidos ou articulados CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES Quanto à área onde atuam DISTRIBUÍDAS Sobre um volume: Ex.: peso de um corpo* Sobre uma superfície: Ex.: peso próprio de uma laje*, dos pisos, a pressão de um fluido sobre as paredes do recipiente que o contém Sobre um comprimento: Ex.: peso próprio de uma viga* Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES Quanto à área onde atuam CONCENTRADAS : localizadas sobre um ponto*. Exemplos: • viga que se apoia em outra Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO • pilar que nasce em uma viga ou em uma laje Quanto à duração PERMANENTES: ocorrem durante toda a vida útil da estrutura. Exemplos: • peso próprio da estrutura • peso próprio dos revestimentos dos pisos e das paredes VARIÁVEIS (acidentais): ocorrem eventualmente durante a vida útil da estrutura. Mais difíceis de determinar → NORMAS, como a NBR 6120 • Ex.: peso das pessoas, dos veículos, dos móveis; força do vento CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES Quanto ao tempo e ao espaço (quanto à posição) FIXAS: atuam somente na mesma posição ao longo do tempo. • Exemplo: peso próprio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO MÓVEIS: atuam em locais diferentes ao longo do tempo. • Exemplo: peso dos veículos numa ponte Quanto à variação no tempo ESTÁTICAS: para efeito de projeto, podem ser consideradas constantes ao longo do tempo. Exemplo: peso próprio DINÂMICAS: quando variam ao longo do tempo. De choque (ou impacto) : Ex.: colisão de um carro ou navio com ponte Súbitas: Ex.: início de operação de uma máquina Repetidas (fadiga) Intermitentes: Ex.: vento em situações especiais Oscilante (ou alternada): Ex.: funcionamento de um motor CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 INTRODUÇÃO Quanto à variação no tempo QUASE-ESTÁTICAS: variam no tempo, mas o efeito dinâmico é pequeno e são transformadasem cargas estáticas. Exemplo: vento (NBR 6123) Outro critério de classificação Estáticas Quanto à origem Dinâmicas De sujeição. Ex.: dilatação térmica, retração do concreto etc. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO É necessário que, mediante qualquer carregamento imposto, uma estrutura possa se manter em equilíbrio durante toda a sua vida útil. Um objeto está em equilíbrio quando não há alteração no estado das forças que atuam sobre ele. 1ª Lei de Newton Repouso Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U.) { MECÂNICA VETORIAL: as forças externas que agem em um corpo podem ser reduzidas a uma força e um momento num ponto arbitrário O • Força e momento resultantes nulos → forças externas constituem um sistema equivalente a zero → O CORPO ESTÁ EM EQUILÍBRIO Condições necessárias e suficientes para o equilíbrio de um corpo rígido: Decompondo em componentes cartesianas: as condições necessárias e suficientes para o equilíbrio de um corpo rígido são assim escritas: (Equações Universais da Estática) 0F 0O FrM 0xF 0yF 0zF 0xM 0yM 0zM Assim o sistema de forças externas não comunicará movimento de translação nem de rotação ao corpo rígido Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 1) Quando somente duas forças agem em um corpo: elas devem ter o mesmo módulo, a mesma direção, a mesma linha de ação e sentidos opostos. F FO Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 2) Quando somente três forças agem em um corpo: as linhas de ação das três forças devem ser concorrentes ou paralelas. 1F 2FO 3F 1F 2F 3F Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 3) Quando todas as forças concorrem no mesmo ponto do espaço 1F 4F 5F y x z 2F 3F (Treliças espaciais) Uma força não gera momento em relação a um ponto situado sobre a sua linha de ação 0 = 0 0 = 0 0 = 0 O 0xF 0yF 0zF Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 4) Quando todas as forças são paralelas a um eixo coordenado (y) 4F 1F 5F y x z 2F 3F (Grelhas) 0yF 0xM 0zM O Não há componente da força resultante na direção dos outros eixos coordenados (x,z) 0 = 0 0 = 0 0 = 0 Uma força não gera momento em relação a um eixo que lhe seja paralelo (y) Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 4) Quando todas as forças são paralelas a um eixo coordenado (y) :0 yF Pode ser substituída por uma terceira equação de somatório de momentos nulo em relação a um terceiro eixo t, no plano xz, mas não concorrente com os eixos x e z no mesmo ponto O. 4F 1F 5F y x z 2F 3F (Grelhas) O t 0xM 0zM 0tMAssim evita-se a possibilidade de que o sistema de forças seja redutível a uma força resultante no ponto O. Os eixos x e z não necessitam ser ortogonais, neste caso. Outra opção para o equilíbrio: 4.1) Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 5) Quando todas as forças são coplanares (xy) (Pórticos planos) 0xF 0yF 0zM Não há componente da força resultante na direção do outro eixo coordenado (z) 0 = 0 0 = 0 0 = 0 Uma força não gera momento em relação a eixos que lhe sejam concorrentes (x,y) 1F 3F 4Fx y 2F O Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 5) Quando todas as forças são coplanares (xy) (Pórticos planos) 1F 3F 4Fx y 2F O :0 zM No caso 2D, é preferível definir um ponto “A” em torno do qual os momentos podem ser calculados (segundo um eixo z’ paralelo a z), e considerar a interpretação do giro (rotação) do momento 0xF 0AM 0yF Assim evita-se a representação tridimensional do momento com a seta dupla. Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 5) Quando todas as forças são coplanares (xy) (Pórticos planos) 1F 3F 4Fx y 2F O 1a → requer que a força resultante passe por A Outras opções para o equilíbrio: 5.1) 0AM 0BM 0CM Desde que A, B e C não sejam colineares A B C 2a → “ “ “ “ “ “ “ B 3a → requer que a força resultante passe por C A resultante deve ter a direção da reta AB A, B e C alinhados: haveria possibilidade de haver uma força resultante na direção ABC A, B e C desalinhados: a única possibilidade é a resultante nula Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 5) Quando todas as forças são coplanares (xy) (Pórticos planos) 1F 3F 4Fx y 2F O Outras opções para o equilíbrio: 5.2) 0AM 0BM 0tM Desde que a reta AB não seja perpendicular a t A B t 5.3) 0AM 0BM 0tF Desde que a reta AB não seja perpendicular a t Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 1F 3F 4Fx y 2F O 6) Quando todas as forças são coplanares (xy) e concorrentes (Treliças planas) Uma força não gera momento em relação a um ponto situado sobre a sua linha de ação 0 = 0 0 = 0 0 = 0 0xF 0yF Não há componente da força resultante na direção do outro eixo coordenado (z) 0 = 0 Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 7) Quando todas as forças são coplanares (xy) e paralelas a um eixo coordenado (y) (Vigas) 3F 5F 4F y 1F 2F O x 0yF 0zM Não há componente da força resultante na direção dos outros eixos coordenados (x,z) 0 = 0 0 = 0 Uma força não gera momento em relação a um eixo que lhe seja paralelo (y) 0 = 0 Uma força não gera momento em relação a um eixo que lhe seja concorrente (x) 0 = 0 Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 7) Quando todas as forças são coplanares (xy) e paralelas a um eixo coordenado (y) (Vigas) 3F 5F 4F y 1F 2F O x :0 zM 0AM 0yF No caso 2D, é preferível definir um ponto “A” em torno do qual os momentos podem ser calculados (segundo um eixo z’ paralelo a z), e considerar a interpretação do giro (rotação) do momento Assim evita-se a representação tridimensional do momento com a seta dupla. Casos particulares do equilíbrio Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO 7) Quando todas as forças são coplanares (xy) e paralelas a um eixo coordenado (y) (Vigas) 3F 5F 4F y 1F 2F O x Outra opção para o equilíbrio: 7.1) 0AM 0BM Desde que a reta AB não seja paralela à direção das forças (y) A B 1) EQUILÍBRIO EXTERNO Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO Para uma estrutura permanecer em equilíbrio, é necessária a ocorrência do EQUILÍBRIO EXTERNO e a do EQUILIBRIO INTERNO. É aquele fornecido pelos seus vínculos (apoios), quando a estrutura ainda é considerada como um corpo rígido. De posse das forças externas conhecidas aplicadas na estrutura, o primeiro passoé determinar as forças externas desconhecidas, que são as reações de apoio. É por meio delas que o solo e outros corpos em contato se opõem a um possível movimento da estrutura analisada. TIPOS DE EQUILÍBRIO 2) EQUILÍBRIO INTERNO É o equilíbrio de cada seção que compõe a estrutura. EQUILÍBRIO EXTERNO (DOS VÍNCULOS) Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO Classificação das estruturas 2D quanto à estaticidade e à estabilidade Considerando, no caso plano (xy), uma situação geral de carregamento: 0xF 0AM 0yF Com 3 equações de equilíbrio, pode haver no máximo 3 reações de apoio incógnitas. ESTRUTURAS EXTERNAMENTE ISOSTÁTICAS: as reações de apoio são em número estritamente necessário para impedir todos os movimentos possíveis ESTRUTURAS EXTERNAMENTE HIPERESTÁTICAS: as reações de apoio são em número superior ao necessário para impedir todos os movimentos possíveis ESTRUTURAS EXTERNAMENTE HIPOSTÁTICAS: as reações de apoio são em número inferior ao necessário para impedir todos os movimentos possíveis Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO ESTRUTURAS 2D ISOSTÁTICAS • No caso geral, há 3 reações de apoio indeterminadas • Todas as reações podem ser calculadas (estaticamente determinadas) – sistema linear possível e determinado • Equilíbrio estável* (pois é completamente vinculada) A HA VB VA B D C Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO ESTRUTURAS 2D HIPERESTÁTICAS • No caso geral, há mais de 3 reações de apoio indeterminadas • Nem todas as reações podem ser calculadas* – sistema linear possível e indeterminado • Equilíbrio estável* (pois é completamente vinculada) A HA VB VA B D C HB Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO ESTRUTURAS 2D HIPOSTÁTICAS • No caso geral, há menos de 3 reações de apoio indeterminadas • Nem todas as reações podem ser calculadas – sistema linear impossível • Equilíbrio instável* (pois é apenas parcialmente vinculada) A VA B D C VB Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO • Estrutura isostática: há tantas incógnitas quantas forem as equações de equilíbrio Para as estruturas isostáticas e hiperestáticas, a condição da estaticidade é necessária, porém não suficiente para garantir o equilíbrio: falta a análise da estabilidade. Classificação das estruturas quanto à estaticidade • Estrutura hiperestática: há mais incógnitas do que equações de equilíbrio • Estrutura hipostática: há menos incógnitas do que equações de equilíbrio O fato de o número de incógnitas ser maior ou igual ao número de equações de equilíbrio não é uma garantia de que a estrutura está completamente vinculada (equilíbrio estável), ou que suas reações de apoio são todas estaticamente determinadas. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO Estruturas 2D - estabilidade A VA B D C VB E VE Estrutura aparentemente isostática Apesar de haver 3 reações desconhecidas e 3 equações de equilíbrio, a equação 0xF não pode ser satisfeita. Há vínculos suficientes mas eles não estão dispostos adequadamente Estrutura ineficazmente vinculada Geometricamente instável → Estrutura HIPOSTÁTICA Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO Estruturas 2D - estabilidade A VA B D VD Estrutura aparentemente hiperestática Apesar de haver 4 reações desconhecidas e 3 equações de equilíbrio, a equação 0xF não pode ser satisfeita. Há vínculos suficientes mas eles não estão dispostos adequadamente Estrutura ineficazmente vinculada Geometricamente instável → Estrutura HIPOSTÁTICA VB VC C Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO EXTERNO Estruturas 3D - estaticidade • Isostática: as reações de apoio envolvem 6 incógnitas • Hiperestática: as reações de apoio envolvem mais de 6 incógnitas • Hipostática: as reações de apoio envolvem menos de 6 incógnitas Vinculação ineficaz: • Estruturas 2D: em geral quando os vínculos estão dispostos de modo que as reações de apoio sejam todas paralelas ou todas concorrentes num mesmo ponto • Estruturas 3D: em geral quando os vínculos estão dispostos de modo que as reações de apoio sejam todas paralelas ou todas interceptam a mesma reta Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO INTERNO O equilíbrio externo é uma condição necessária, porém não suficiente para a ocorrência do equilíbrio global. Também é necessário verificar o equilíbrio interno (das seções de uma estrutura). Geralmente a ruptura de um corpo se dá pela perda do equilíbrio interno. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 MOMENTOS CONCENTRADOS P M = P.d d P = VIGAS São estruturas formadas por barras, geralmente retas e alinhadas. Geralmente sujeitas apenas a carregamentos transversais – caso plano: M e Q Biapoiada Biapoiada com balanços Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS RELAÇÕES ENTRE ESFORÇOS E CARREGAMENTOS 2 1 )(12 x x dxxqQQ 2 1 )(12 x x dxxQMM • Conhecendo o momento fletor em um ponto 1, o momento fletor num ponto 2 pode ser obtido pela soma do momento fletor anterior com a área compreendida entre a curva do esforço cortante e o eixo-x. 2 1 )(12 x x dxxQMM 2 1 )(12 x x dxxqQQ Do Teorema Fundamental do Cálculo: Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS RELAÇÕES ENTRE ESFORÇOS E CARREGAMENTOS Por exemplo: numa viga biapoiada, sem estar sujeita a momentos concentrados (M1 = M2 = 0), a área compreendida entre a curva de Q(x) e o eixo-x é nula. 12 Se MM 2 1 0)( x x dxxQ • Conhecendo o esforço cortante num ponto 1, o esforço cortante num ponto 2 pode ser obtido pela diferença entre o esforço cortante anterior e a área compreendida entre a curva da carga distribuída e o eixo-x. • Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS PASSOS PARA A RESOLUÇÃO DE VIGAS (e de outras estruturas) 1) Sistema de eixos 4) Determinar os esforços solicitantes apenas nas seções de interesse (não é necessário, em geral, deduzir uma equação para cada trecho da viga, para cada esforço interno solicitante) 2) Diagrama de corpo livre (DCL) 3) Reações de apoio 3.1) Introduzi-las com as direções corretas e sentidos arbitrados 3.2) Calcular os valores por meio das equações de equilíbrio 3.3) Verificar os sentidos: inverter se forem negativas 5) Traçar os diagramas de esforços solicitantes (utilizar, para o traçado, as relações entre esforços e carregamentos) Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS DESCONTINUIDADES NOS DIAGRAMAS Onde houver força ou momento concentrado, há descontinuidade no diagrama de E.S.I.; é necessário calcular os esforços de um lado e de outro da seção onde há carregamento concentrado. • Força axial: causa descontinuidade em N (DEN) • Força transversal (vertical em vigas): causa descontinuidade em Q (DEC) • Momento: causa descontinuidade em M (DMF) PONTOS DE INTERESSE PARA DESTACAR NOS DIAGRAMAS DE E.S.I. • Locais onde ocorrem valores máximos e mínimos dos esforços (ordenadas) • Locais onde os esforços são nulos (abscissas) • Descontinuidades Nasseções onde Q (DEC) sofre descontinuidade (carga transversal concentrada), o diagrama de M (DMF) tem um ponto anguloso Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS SINAIS DOS DIAGRAMAS DEN DEC DMT + - DMF - + Convenção no Brasil: DMF positivo onde as fibras são tracionadas Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DOS EFEITOS 5 kN 12 kN 7 2 5 kN 12 kN + -10 3,57 -1,43 3,43 -8,57 + + + - - - + = = DEC (kN) Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DOS EFEITOS 5 kN 12 kN 14 5 kN 12 kN + + = DMF (kNm) 20 7,14 + 2,86 6,86 + 17,14 + = Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO DOS EFEITOS Numa análise estática linear, se uma estrutura estiver sujeita a mais de um carregamento (causa), o efeito decorrente deste carregamento é igual à soma dos efeitos (individuais) devidos a cada carregamento individualmente. Os efeitos são proporcionais às causas. Como “efeitos” entendem-se os esforços solicitantes internos, as reações de apoio, os deslocamentos etc. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS CASO GERAL DE CARREGAMENTO + = L q A C B D A B C B C D QB MB QB MC QC MB + QC MC + A B D MB MB + MC B C C MC q q Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS CASO GERAL DE CARREGAMENTO + = + C B MB MC A D C B MB MC C MC D B MB A Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS CASO GERAL DE CARREGAMENTO Os esforços cortantes QB e QC podem ser encarados como as forças que equilibram as outras cargas e momentos atuantes no trecho, podendo ele ser, então, considerado como uma viga biapoiada independente, submetida ao carregamento externo e a momentos concentrados aplicados em seus apoios, iguais aos momentos fletores atuantes nestes pontos na viga dada inicialmente. Assim, pela superposição dos efeitos, conhecendo-se os momentos MB e MC em dois pontos B e C de uma viga submetida a um carregamento qualquer, pode-se calcular o trecho BC como uma viga biapoiada, considerando o carregamento inicial do trecho BC mais os momentos MB e MC aplicados como cargas nas extremidades. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS CASO GERAL DE CARREGAMENTO O diagrama de momentos fletores, neste caso, é obtido marcando as suas ordenadas (viga biapoiada BC) a partir da LINHA DE FECHAMENTO, que é o segmento de reta que liga as extremidades das ordenadas MB e MC. qL2/8 + Linha de fechamento MMAX q B C L MB MC Exemplo: parábola para “q” constante (uniformemente distribuído) ** MB ≠ MC: qL2/8 é o momento no meio do vão, mas não o momento máximo MC MB Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS e VIGAS GERBER OBSERVAÇÃO SOBRE OS DIAGRAMAS DE ESFORÇOS INTERNOS Em cada tramo interno de ordem ímpar, colocam-se duas rótulas; nos tramos extremos (primeiro e último, se o último for ímpar) coloca-se uma rótula. Colocação das rótulas nos tramos ímpares Em cada tramo interno de ordem par, colocam-se duas rótulas; se o último tramo for par, coloca-se uma rótula. Colocação das rótulas nos tramos pares POSICIONAMENTO DAS ARTICULAÇÕES NAS VIGAS CONTÍNUAS DEN simétrico Estrutura simétrica e carregamento simétrico DEC antissimétrico DMF simétrico Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS Em geral, é necessário trabalhar com dois sistemas de eixos: um GLOBAL (XYZ, para determinar as reações de apoio) e um local (xyz, para determinar os E.S.I.) No caso particular do ângulo de inclinação com a horizontal ser nulo, recai-se no cálculo das vigas horizontais, já vistas. As vigas inclinadas são parte fundamental do estudo dos pórticos planos, o próximo assunto a ser estudado. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS A 1) Carregamento distribuído na horizontal Y X y x q B VB HA VA L LH L V Resultantes R.cos(a) a R.sen(a) R R LH = L.cos(a) LV = L.sen(a) R = q.LH Reações de apoio :0 AM :0 yF HBA LqVV HB H LV L R 2 2 H BA L qVV :0 xF0AHa Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS Projeções das reações de apoio (GLOBAIS) no sistema local: aaaa cossen 2 sen 2 sen, L qL qVV HAxA aaa 2, cos 2 cos 2 cos L qL qVV HAyA aa cossen 2 ,, L q VV xAxB a2,, cos 2 L q VV yAyB 1) Carregamento distribuído na horizontal Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS Carregamentos L Lq L Lq L R q Hx aaaa cossensensen aa cossen qqx L Lq L Lq L R q Hy aaa 2coscoscos a2cos qqy 1) Carregamento distribuído na horizontal Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS (qL/2).cos2(a) (qL/2).sen(a).cos(a) (qL/2).cos2(a) (qL/2).sen(a).cos(a) aa cossen qqx a2cos qqy 1) Carregamento distribuído na horizontal Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS DEN (qL/2).sen(a).cos(a) = (q.sena).LH/2 -(qL/2).sen(a).cos(a) = -(q.sena).LH/2 q.sen(a) 1) Carregamento distribuído na horizontal LH Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS DEC -(qL/2).cos2(a) = -(q.cosa).LH/2 (qL/2).cos2(a) = (q.cosa).LH/2 1) Carregamento distribuído na horizontal q.cos(a) LH Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS DMF 1) Carregamento distribuído na horizontal q LH 8 cos 22 Lq MMAX a 8cos cos 2 22 a a HLq 8 cos cos 2 2 a a H L q 8 2 HLq Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS A 2) Carregamento distribuído na vertical Y X y x q B VB HA VA L LH L V a R aa cossen qqx a2sen qqy Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS DEN RBx 2) Carregamento distribuído na vertical RAx q.cos(a) L V Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS 2) Carregamento distribuído na vertical L V DEC (qL/2).sen2(a) = (q.sena).L V /2 q.sen(a) -(qL/2).sen2(a) = -(q.sena).L V /2 Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS 2) Carregamento distribuído na vertical L V DMF q 8 sen 22 Lq MMAX a 8sen sen 2 22 a a VLq 8 sen sen 2 2 a a V L q 8 2 VLq Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS 3) Carregamento inclinado Resultantes R.cos(a) R.sen(a) R LH = L.cos(a) LV = L.sen(a) R = q.L a A Y X y x q B VB HA VA L LH L V a R Reações de apoio 2 qL VV BA 0AH Carregamentos asen qqx acos qqy Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS q.cos(a).L/2 q.sen(a).L/2 q.cos(a).L/2 q.sen(a).L/2 DEN 3) Carregamento inclinado -q.sen(a).L/2 q.sen(a).L/2 Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS 3) Carregamento inclinado q.cos(a).L/2 q.sen(a).L/2 q.cos(a).L/2 q.sen(a).L/2 DEC q.cos(a).L/2 -q.cos(a).L/2 Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 VIGAS INCLINADAS 3) Carregamento inclinado DMF 8 cos 2Lq MMAX a 8 cos cos 2 a a H L q q.cos(a).L/2 q.cos(a).L/2 q.sen(a).L/2 8 cos 2 HL q a q.sen(a).L/2 Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 PÓRTICOS PLANOS Nos pórticos (ou quadros) planos, tanto a estrutura quanto o carregamento estão contidos num único plano (xy), desde que se considere a representação do momento pela rotação. Os pórticos planos isostáticos podem ser simples ou compostos. Pórticos planos isostáticos simples: • Biapoiado • Engastado e livre • Triarticulado • Biapoiado com articulação INTRODUÇÃO Pórticos planos isostáticos compostos: formados por associações de pórticos simples (entre si, ou com vigas) Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 PÓRTICOS PLANOS BIAPOIADO ENGASTADO E LIVRE TRIARTICULADO BIAPOIADO COM ARTICULAÇÃO PÓRTICOS PLANOS ISOSTÁTICOS SIMPLES Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 PÓRTICOS PLANOS Em geral, nas estruturas formadas por mais de uma barra é necessário trabalhar com dois sistemas de eixos: um GLOBAL (XYZ, para determinar as reações de apoio) e um local (xyz, para determinar os E.S.I.) EIXOS LOCAIS E EIXOS GLOBAIS - CONVENÇÕES Geralmente o sistema global de eixos (XYZ) é escolhido de forma que as coordenadas globais dos nós sejam todas positivas (estrutura no primeiro quadrante ou no primeiro octante). Cada barra tem sistema local próprio de eixos que a define. Cada um é definido fazendo o eixo x (local) conter o eixo longitudinal da barra. Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 PÓRTICOS PLANOS • Nas barras horizontais: o eixo x local será considerado sempre para a direita EIXOS LOCAIS E EIXOS GLOBAIS - CONVENÇÕES • Nas barras verticais: o eixo x local será considerado sempre para cima Convenção adotada para o sentido do eixo x local: Y y a X x • Nas barras inclinadas: barra horizontal :45oa barra vertical :45oa a: menor ângulo formado entre o eixo longitudinal da barra e a horizontal Elementos de Mecânica das Estruturas – EEA 336 PÓRTICOS PLANOS CONVENÇÕES PARA OS ESFORÇOS E DIAGRAMAS y x M - Q+ N+ M + Q- N- y M - Q+ N+ M + Q- N- x DIAGRAMAS DE ESFORÇOS ESFORÇOS INTERNOS SOLICITANTES Q+ M+ N+ Q+ M+ N+ x Q+ M+ N+ Q+ M+ N+ x
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