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15/02/2016 1 FATORES QUE AFETAM A MULTIPLICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS • Velocidade de multiplicação condições do substrato (alimento) e do meio que os cerca; • Favoráveis maior velocidade; • Limitações reduzem velocidade; Fatores que influenciam a multiplicação dos MO nos alimentos intrínsecos e extrínsecos; 15/02/2016 2 Fatores intrínsecos • Características inerentes ao alimento que podem funcionar como barreiras ou facilitadoras para contaminações microbianas e o seu desenvolvimento. • Principais são: pH, Aa, potencial de oxirredução, conteúdo de nutrientes, constituintes antimicrobianos, estruturas biológicas e microbiota competitiva do alimento. pH • [H+] de um alimento/solução; • Ácido – básico; • 0 – 14 • pH 7 15/02/2016 3 • Maioria dos alimentos – pH 5,0 a 6,5 carne, pescado, alguns vegetais; • pH abaixo de 5,0 – palmito, alcachofra e suco tomate; • Mais ácidos – suco de limão, laranja, uva e vários refrigerantes • Leite – pH 6,8; • Poucos alimentos são alcalinos – clara pH 9,6 • Importância fundamental na limitação dos tipos de MO capazes de se desenvolver nos alimentos; • Maioria se desenvolve em pH 6,6 a 7,5; • Bactérias são mais exigentes do que fungos; 15/02/2016 4 Alimentos Faixa pH Características Microbiota Alimentos Pouco ácidos > 4,5 Variada; Maioria das bactérias (incluindo as patogênicas), bolores e leveduras. Leite, carne, pescados e vegetais. Ácidos 4,0 – 4,5 Restrita para algumas bactérias. Condições ótimas para bolores e leveduras. Frutas e hortaliças. Muito ácidos < 4,0 Bastante restrita; Bactérias lácticas e acéticas, bolores e leveduras. Frutas cítricas, maças, conservas de azeitonas, sucos de frutas e refrigerantes • pH método de conservação; • Alimentos fermentados ácidos; • Alimentos acidificados acidificantes • Com isso pode-se eliminar o risco de deteriorização ou atenuar o tratamento térmico picles, chucrute, maionese, palmito, cogumelo, alcachofra e refrigerantes tipo cola. 15/02/2016 5 Atividade de Água (Aa) • Água – fator individual que mais influi na alteração dos alimentos; • Seu teor não é uma indicação clara da deterioração conceito Aa; • Aa diretamente relacionada com o crescimento e atividade metabólica de MO e reações hidrolíticas; Aa • Indica intensidade das forças que unem a água a outros componentes não aquosos e, consequentemente, a água disponível para o crescimento dos MO e para que possam realizar diferentes reações químicas e bioquímicas. • 0 – 1 , zero = ausência de água livre; 1* = água pura; 15/02/2016 6 • Mede a água disponível (água livre); • Presença de solutos, íons e coloides podem tornar a molécula de água indisponível. • À medida que Aa diminui, os solutos e íons fixam a água do meio e os coloides estabelecem pontes de hidrogênio com ela, resultando em menos água disponível. • Bactérias – mais exigentes que fungos; desenvolvimento apenas em alta Aa; • Alimentos com elevada Aa são muito mais perecíveis e com risco de multiplicação de bactéras patogênicas 15/02/2016 7 • Na prática o açúcar e o sal são utilizados tradicionalmente para conservação de certos alimentos. • Alguns grupos de MO resistentes a baixa Aa – Osmofílicos – necessitam baixa Aa, encontrada em produtos açucarados, para se desenvolverem; – Halofílicos – ambientes com elevada concentração salina – charque e bacalhau seco. Alimentos com Aa superior a 0,98 • Maioria dos alimentos frescos, carne, pescado, leite e outras bebidas, frutas e hortaliças; • A temp. ambiente a maioria dos MO presentes cresce com muita rapidez; 15/02/2016 8 • Refrigeração – prevalecem as bactérias aeróbias Gram-negativas, fundamentalmente pseudomonas; • Vácuo + refrigeração – bactérias lácticas. • Mo patogênicos – em aerobiose predominam espécies de Salmonella, Shigella e Escherichia coli; Anaerobiose C. botulinum e C. perfrigens; Aa 0,98 a 0,93 • Inclui: leite condensado, carnes curadas (presunto cozido, salsichas), pescados levemente salgados (<10 %sal), queijos frescos, pão e frutas em calda; • Crescem Gram-positivas se outros fatores (pH, conservadores, etc.) não interferirem no crescimento. • ***Staphylococcus aureus e micotoxinas; 15/02/2016 9 Aa 0,93 a 0,85 • Alimentos mais desidratados ou com grande concentração de solutos – embutidos maturados, carne defumada, queijos muito maturados e leite condensado. • MO alterantes – cocos Gram-positivos, bolores e leveduras; Aa entre 0,85 e 0,6 • Alimentos com Umidade Intermediária – cereais, farinhas, doces em massa, peixe muito salgado (bacalhau), nozes e amêndoas; • MO que podem alterar bactérias halofílicas em alimentos salgados e nos demais, bolores xerofílicos e leveduras osmofílicas. 15/02/2016 10 Aa inferior a 0,6 • Alimentos microbiologicamente estáveis como doces diversos, chocolate, leite em pó, mel, bolachas, batata frita, etc. • Aa de 0,6 é considerada limitante para o desenvolvimento dos MO alimentos desidratados são microbiologicamente estáveis, tendência para redução no número de células viáveis. Microrganismos grupos Aa mínima Maioria bactérias 0,9 Maioria leveduras 0,88 Maioria bolores 0,8 Bactérias halofílicas 0,75 Leveduras osmofílicas 0,61 Bolores xerofílicos 0,61 Bolores micotoxigênicos 0,78 – 0,9 Bactérias patogênicas 0,83 – 0,97 15/02/2016 11 Potencial Redox Potencial Redox (O/R, Eh) • MO podem ser caracterizados como: – Aeróbios – Eh positivo (Presença O2) – bolores, leveduras oxidativas, e bactérias dos gêneros Pseudomonas, Acinetobacter, Moraxella, Micrococcus, e algumas espécies de Bacillus; – Anaeróbios – requerem Eh negativo (ausência de O2 – espécies reativas letais a alguns MO); – Facultativos; Eh + ou -; leveduras fermentativas, entorobacttérias, espécies do gênero Bacillus; 15/02/2016 12 • Microaerófilos – bactérias aeróbias que se multiplicam melhor em condições ligeiramente reduzidas (ambientes com baixo Eh). Ex.: lactobacilos e estreptococos; espécies do gênero Campylobacter; Necessidade de O2 para desenvolvimento 15/02/2016 13 • Potencial redox – fator controlável e utilizado na conservação dos alimentos; • Determina tipos de MO que irão se desenvolver em determinados produtos; • Embalagens – vácuo, atmosfera com gases inertes e carbonatação – controle aeróbios queijos, vegetais, carnes, refrigerantes para inibir fungos superficiais. • No caso dos hermeticamente embalados, o ambiente anaeróbio favorece o desenvolvimento de bactérias anaeróbias ou facultativas, esporuladas ou não C. botulinum; • MO aeróbios – glicose CO2 e H2O $ • MO anaeróbios – fermentações 15/02/2016 14 Composição Química • Nutriente – usados para multiplicação dos MO; • Devem estar disponíveis – água, fonte de energia, fonte de nitrogênio, vitaminas e sais minerais. • Exigências diferentes; • Energia – açúcares, álcoois e aa; • Fonte nitrogênio – aa, peptídeos; • Vitaminas e minerais enzimas; • Gram-positivas – mais exigentes em termos de de vitaminas; 15/02/2016 15 Constituintes antimicrobianos naturais • Substância naturalmente presente nos alimentos retardam ou impedem multiplicação microbiana; • Condimentos óleos essenciais; – Cravo – eugenol; – Alho – alicina; – Aldeído cinâmico – canela; – Frutas silvestres – ácido benzóico; – Oregano – timol e isotimol; – ** Conservadores – compostos químicos adicionados 15/02/2016 16 Estruturas biológicas• Barreiras mecânicas – proteção física contra MO; – Película de frutas e hortaliças, casca de sementes ou nozes, casca de ovo Microbiota do alimento • Pode inibir certas espécies ou grupos de MO; • Concorrência entre bactérias, leveduras e bolores determina o tipo de MO que predominará e ocasionará alteração que lhe é característica; 15/02/2016 17 • Condições favoráveis para todos – bactérias > leveduras > bolores; • Predominância leveduras – maior número inicial; condições que impedem desenvolvimento bacteriano; • Predomínio bolores – condições desfavoráveis para leveduras e bactérias • Competições entre espécies; • Ajudam-se multuamente; 15/02/2016 18 Fatores Extrínsecos • Relativos ao ambiente que cerca o alimento: – Temperatura; – Presença de gases; – Umidade relativa do ar e irradiação; • Potencializando contaminações iniciais/barreiras; • Importantes – armazenamento, transporte e distribuição qualidade, integridade e inocuidade; Temperatura • Cada espécie/grupo MO faixa ótima de T para multiplicação; 15/02/2016 19 • Classificação dos MO segundo suas T ótimas de multiplicação Temperatura (ºC) Grupo Mínima Ótima Máxima Mesófilos 5-15 30-45 35-47 Termófilos 40-45 55-75 60-90 Psicrófilos -5-+5 12-15 15-20 Psicrotróficos -5-+5 25-30 30-35 • Maior parte dos MO de interesse e importância para alimentos multiplica-se na faixa que vai de 5ºC a 60 ºC zona de perigo; • MO patogênicos mesófilos (~35ºC); • T refrigeração – retarda multiplicação maioria MO; exceções 15/02/2016 20 • PSICROTRÓFICO – TODO MO CAPAZ DE SE DESENVOLVER EM T DE REFRIGERAÇÃO (abaixo 10ºC), independente de sua faixa ótima de multiplicação. • Bolores e leveduras – não se adaptam bem a T elevadas (> 35ºC); • Crescem bem a T medianas; podem se desenvolver a baixas temperaturas; • Bactérias – maioria prefere T 32ºC – 35ºC; • Características do produto devem ser consideradas para a seleção da T ideal de estocagem evitar desordem fisiologicas; 15/02/2016 21 Umidade Relativa • A umidade relativa do ar influencia diretamente a Aa; • UR superior Aa absorver umidade do ambiente aumento Aa; • UR inferior Aa perda de água; • Modificações na capacidade de multiplicaçao dos MO; Presença de gases no meio • A composição gasosa do ambiente que envolve um alimento pode determinar os tipos de MO que poderão nele predominar (p.ex. O2) • Alterando-se a atmosfera gasosa é possível retardar a deterioração da superfície de um alimento; 15/02/2016 22 • Atmosferas modificadas – O2 é total ou parcialmente substituído por outros gases recursos tecnológicos para aumentar a vida útil dos alimentos (combinações O2, N e CO2, vácuo) Combinação dos parâmetros intrínsecos e extrínsecos • Situações desfavoráveis aos MO estabilidade ao alimento; • Mais comuns: – modificação pH; – modificação temperatura (preparo); – Redução Aa (sal, açúcar, secagem); – Conservadores; – Atmosfera controlada; – Redução carga microbiana inicial 15/02/2016 23 • Ação conjunta de vários fatores. • Produtos estáveis à TA. 15/02/2016 24 • Referências FRANCO, B. D. G.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Atheneu, 2008. GAVA, A. J.; SILVA, C. A. B.; FRIAS, J. R. G. Tecnologia de alimentos: princípios e aplicações. São Paulo: Nobel, 2008. JAY, J. M. Microbiologia de alimentos. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
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