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AVALIAÇÃO E EXAME CLÍNICO DO APARELHO LOCOMOTOR EM EQUINOS 75% de tudo que ocorre com o cavalo é do aparelho locomotor. Afecções do aparelho locomotor: 335 vinculados a articulação. • Anamnese/ problema • Exame clínico • Teste de flexão específicos • Diagnóstico por imagem • Bloqueios perineurais diagnóstico Anamnese • Histórico • Idade • Agudo ou crônico • Tipo, frequência e intensidade de serviço • Tratamento realizados Exame clínico A: preparo do cavalo. Cauda, casco, liga e protetores. B: preparo do material: Pinça tenaz de casco, luvas, limpador de casco, guia e cabresto C: preparo do ajudante - Como puxar e como não puxar; indicações de como quer que o cavalo seja movimentado D: preparo do local de avaliação -Piso duro, piso fofo, linha reta e círculo – superfície plana, montado E: inspeção (não tocar no paciente) → Estática: ✓ Cranial, lateral e caudal ✓ Aprumos ✓ Cascos ✓ Aumento de volume: edema ou efusão ✓ Cortes ✓ Alopecias ✓ Fibroses Posição “antiálgica” pode ser característica de alguma dor. Cavalo não faz extensão da articulação do jarrete (curvilhão) e quando há a extensão da articulação do jarrete → rompimento do ligamento 3º fibular (articulação do jarrete começa no fêmur e se insere no 3º metatarsiano) Equino não gasta energia para ficar em pé por causa do sistema recíproco → Tendão flexor digital superficial e ligamento 3º fibular faz parte do sistema recíproco. Quando tira o membro do cavalo do chão todas as articulações se flexionam ao mesmo tempo. ➢ Animal mal aprumado: cavalo debruçado e cavalo estacado. Ligamento flexor digital profundo – se insere na 3ª falange Ligamento flexor digital superficial – se insere na 1ª e 2ª falange Ligamento extensor comum – EXTENSORES NA FRENTE E FLEXORES ATRÁS • Cavalos mal aprumados: tem mais facilidade de lesionar. • Aprumos: observar de lado e de frente. • Membro torácico: reto. • Membro pélvico: angulado APRUMOS: (parte do exame físico do sistema locomotor) Durante o exame clínico do sistema locomotor, é muito importante respeitar os conceitos de inspeção estática antes da inspeção em movimento. A suspensão dos membros é examinada de duas formas simultaneamente: a) pela comparação da altura do boleto entre os membros (esquerdo e direito); b) pela relação na angulação do casco com a quartela. Vejam que a angulação do casco: quartela para o membro torácico normal deve ser zero, enquanto para o membro pélvico deve ser negativa. Para o membro torácico, uma angulação negativa predispõe a um alto índice de estresse nas estruturas palmares do casco (flexor digital profundo e aparelho podotroclear), mas já parar o membro pélvico esta angulação e totalmente normal; é por isso que não é comum a síndrome do navicular no membro pélvico. Para o membro pélvico, uma angulação “zero” ou totalmente linear, pode ser uma angulação suspeita onde as estruturas de suspensão possam estar alteradas ou predispostas a serem sobrecarregadas na dinâmica do movimento. Em ambos os membros, o boleto baixo com uma angulação casco: quartela positiva, e um sinal de alarme para saber que esse cavalo tem um problema sério na suspensão, com grande possibilidade de que a causa da claudicação possa ser por lesão de uma ou várias das estruturas que trabalham para manter dita suspensão. A suspensão, avalia principalmente a integridade de três estruturas fundamentais: 1) O flexor digital superficial; 2) O flexor digital profundo e 3) O ligamento suspensório do boleto. Aqui começa o exame clínico específico, onde é necessário avaliar uma mudança estrutural que cada uma destas regiões pode ter desde a origem até a sua inserção. Além disso, devemos levar em consideração que a origem e inserção de todas as estruturas que participam na suspensão, não são iguais para o membro torácico e para o membro pélvico. Durante o exame clínico, é muito importante respeitar a biomecânica da suspensão; para ela ser corretamente avaliada, os membros torácicos esquerdo e direito ou pélvico esquerdo e direito, devem estar totalmente paralelos, para poder evitar interferências na sua interpretação. Como se observa na foto 1, o membro pélvico esquerdo tem o boleto mais baixo e com um a angulação casco / quartela positiva em comparação do membro contralateral, que tem um boleto mais alto e com uma angulação casco : quartela negativa. Isto não quer dizer que ele tenha alteração da suspensão do membro pélvico esquerdo e sim que ele está mal posicionado. Esta mesma avaliação, deve ser feita quando se avalia o membro radiograficamente, levando mais uma vez em consideração que a angulação casco: quartela é diferente para o torácico e o pélvico. A biomecânica da suspensão basicamente se caracteriza em 4 passos que começam com a flexão da articulação interfalangiana distal na fase cranial de extensão do membro (1), que produz relaxamento do tendão flexor digital profundo (2), e que por sua vez, reduz o apoio do mesmo no “scutum proximal” ou ligamento palmar dos sesamóides no boleto (3); esta mudança na redução da tensão do tendão flexor digital profundo sobre a superfície palmar do boleto, permite que a queda do mesmo, influencie na angulação casco: quartela e que termine em extensão da articulação metacarpo/tarso falangiana (queda do boleto); este mecanismo aumentara contundentemente o estresse no tendão flexor digital superficial e no ligamento suspensório do boleto (se o boleto cai, caem também os sesamoideos proximais e o ligamento suspensório do boleto se hiperestende com extensão paralela no tendão flexor digital superficial). Em cavalos sem lesão primaria das estruturas da suspensão, mas que tenham esta falha no aprumo, sempre terá um estresse maior no ligamento suspensório e no tendão flexor digital superficial. Cabe notar que este é um princípio extremamente importante a ser compreendido no uso de ferraduras terapêuticas, que mudem a mecânica de extensão ou flexão da articulação interfalangiana distal e que tenham uma influência direta na elevação ou redução da posição do boleto. Ou seja, ferraduras que estendem a articulação interfalangiana distal, são indicadas para as desmites do ligamento suspensório do boleto e tendinite do flexor digital superficial; já ferraduras que flexionam esta articulação, são indicadas para tendinite do flexor profundo ou alteração do aparelho podotroclear, no momento em que o casco tem o impacto no chão. Depois de realizar a inspeção estática da suspensão, é pertinente avalia-la dinamicamente. É provável que seja mais clara quando observamos o cavalo ao passo e em linha reta. Para finalizar, lembre-se sempre: • Antes de flexionar, bloquear, infiltrar, radiografar, fazer ultrassom e etc, se faz necessário entender as formas de comunicação que a anatomia e a biomecânica expressam, para tentar direcionar o exame clínico e encontrar com precisão o problema. • Quando detecte uma alteração de suspensão, foque-se inicialmente nas três estruturas de suspensão, pois o problema do cavalo pode estar ali • Não eleve o talão sem saber como funciona a biomecânica, pois elas sobrecarregam o ligamento suspensório do boleto e o tendão flexor digital superficial. → Quartela caída / boleto caído: cavalos tendem a ter problema no ligamento suspensor do boleto. Ângulos normal do membro torácico = conformação de Ângulos membro pélvico = é igual ao ângulo negativo do membro torácico. Ângulos são vinculados a quartela e ao casco – ângulo casco quartela. Se o boleto está caindo é porque o ligamento que suspende ele está lesionado (possivelmente fibras rompidas).Estruturas sinoviais: contém o líquido sinovial. Quando tem acometimento de estruturas sinoviais tratamento com perfusão regional ou antibiose (garrote, pega um vaso principal e aplica o ATB e deixa por 30 minutos o ATB agir): o Geralmente se usa amicacida (atb classe aminoglicosídeos) mas pode usar também gentamicina (aminoglicosídeos) Quando tem tendão envolvido, articulação envolvida em um quadro infeccioso. Quando rompe extensor o cavalo melhora. Quando rompe flexor o prognóstico ruim. RESPONDER PERGUNTAS: Claudica? Sim ou não? De que membro? Torácico ou pélvico? Localizado o membro que claudica e descobrir qual região está sensível ou acometida. Inspeção em movimento: trote, galope, reto, círculo, solo rígido, solo fofo. O ajudante que estiver guiando o animal não pode pegar no cabresto muito perto da cabeça, tem que deixar um espaço para o animal movimentar a cabeça e assim indicar o membro que claudica. Para ver se o animal claudica tem que ver o movimento da cabeça em membro torácico e movimento de garupa em membro pélvico. Cabeça levanta no membro afetado, garupa do salto maior (assimétrico). Etiologia da claudicação pode ser: inflamatória, mecânica ou paralisias motoras. GRAUS DE CLAUDICAÇÃO: o I – Discreto o II - Apoia o membro ao solo o III - Apoia com muita dificuldade o IV - Não apoia, muita dificuldade para iniciar a locomoção o V – Decúbito Palpação (tocar membro claudicante) • Verifica temperatura • Cortes, cicatrizes, alopecia • Assimetria • Sensibilidade ao toque • Flutuação • Diminuição da flexão (anquilose) – comparativo com o membro contralateral para ver se tem flexibilidade maior Qual a região provavelmente acometida = pensar anatomicamente. Pinça tenaz de casco: faz pressão no casco (região de sola e anilha). Palpação e exame clínico do casco: usar pinça tenaz de casco → pinças, quartos, talões, ranilha. Prova de Lungwitz – osso navicular (para ver se tem dor no osso navicular). Não é mais muito utilizado. Se apertar a região da ranilha e o animal sentir dor: síndrome do osso navicular. Se apertar a região da sola e sentir dor: problema na 3ª falange. Exame da pinça: fidedigno, se o animal sentir desconforto no exame ele tem a lesão na região anatômica correspondente. TESTES DE FLEXÕES ESPECÍFICOS – 1 minuto ou 1,5 minuto fazendo força na articulação específica, grau de claudicação aumenta. Muito fidedigno! • Objetivo – verificar o local que o animal sente dor • Tempo – de 1 minuto a 1,5 minuto • Posição – posicionar a articulação a ser flexionada o mais próximo do chão possível para flexionar apenas uma das articulações e evitar resultados falsos positivos. Membro torácico Sequência de flexão: interfalangianas (pode ser junto com a do boleto) → flexão do boleto→ flexão do carpo→ flexão do cotovelo→ flexão do ombro. Membro pélvico Sequência de flexão: joelho→ boleto→ jarrete→ adução e abdução (coxo-femural). Nunca começar pelo jarrete, começar pelo joelho ou boleto por causa do sistema recíproco. Se claudicar aqui: RX, US, ou Bloqueio perineural... BLOQUEIOS PERINEURAIS DIAGNÓSTICO (exame complementar). Serve para diagnóstico e para cirurgia. MEMBRO TORÁCICO MEMBRO PÉLVICO Bloqueio nervo digital palmar Bloqueio em anel Bloqueio abaxial sesamóide Bloqueio dos quatro pontos baixos Bloqueio dos quatro pontos altos Bloqueio ramo palmar e nervo ulnar Bloqueio nervo mediano e ulnar Bloqueio digital plantar Bloqueio em anel Bloqueio abaxial do sesamóide Bloqueio dos seis pontos baixos Bloqueio dos seis pontos altos Bloqueio ramo profundo do nervo plantar lateral Bloqueio nervo tibial e nervo peroneais superficial e profundo Com o bloqueio pode fazer o teste com a pinça tenaz e de flexão que não vai mais claudicar. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (exame complementar) Radiografia ou Ultrassonografia (garupa e coluna vertebral) EXAME CLÍNICO DAS CLAUDICAÇÕES Conjunto de sinais – entidade específica; diversas estruturas Representam 75% afecções vinculadas ao aparelho locomotor (33% tendões e bainhas; 30% articulações; 20% pés; 12% ossos; 4% nervos e ossos). Etiologia: inflamatória, mecânica e paralisias motoras. Mieloencefalite parasitária (MEP) – Sarcosystis neurona - Sarcocystis vem do gambá. Cavalo ingere as fezes do gambá que contém os esporos. Parasita se dirige ao canal medular e pressiona e o animal apresenta paralisia motora. Grau: I a V. Quanto a natureza: manqueira de apoio ou manqueira de elevação. Quanto a apresentação: súbita; lentas; recidivante EXAME E INTERPRETAÇÃO CLÍNICA: • Em repouso • Em movimento • Exames complementares: punções diagnósticas; bloqueios anestésicos; RX; US; Termografia • Anatomia SÍNDROMES ORTOPÉDICAS DO DESENVOLVIMENTO Quase todas são causadas por nutrição. Displasia Fiseal (epifisite, fisite) inflamação das epífises - Potros que crescem rápido, principalmente quando colocado em atividade física. Cavalo começa a mancar e no exame físico não tem nada específico. Diagnóstico: anamnese e exame clínico – animal responde a dor em todos os exames. Repouso e Anti-inflamatório leve (meloxican- cox seletivo). Geralmente serão dois membros, dificilmente são os quatro. RX muitas vezes pode não apresentar nada. Osteocondrose - Problemas graves em animais atletas. Problema de cavalo jovem ou cavalos de morfologia. Cavalo claudica. Cavalo jovem que começou a mancar, principalmente na doma/ antes da doma, ou cavalos de morfologia uma das 1ªs coisas a se pensar é osteocondrose. Pode comprometer a vida atleta do animal. Osteocondrite dissecante (OCD): Problema/ alteração vinculado a diferenciação celular – mudança de cartilagem para tecido ósseo. Em alguns lugares do osso não ocorre a transformação da cartilagem para o tecido ósseo. Tecido fica mais fraco, poroso e suscetível a se soltar e sair do local de origem. Diagnóstico: claudicação, dor na articulação afetada (teste de flexão específico) e exames complementares (RX) - No RX: fragmentos soltos dentro da articulação, aumento de volume na articulação. Geralmente tem efusão, aumento de volume na articulação. Cartilagem pode calcificar. Pode ser fragmento ósseo na articulação – cavalos adultos, mais velhos! Se for potro é OCD. Cisto subcondral: Mais prevalente. Líquido sinovial penetra no osso subcondral- faz pressão nas terminações nervosas, animal sente muita dor. Ocorre também por diferenciação da cartilagem para o tecido ósseo. Abertura do cisto: cloaca podendo variar o tipo (grau I a V – dependendo da abertura da cloaca). Acontece em potro. Graus de cisto: 1, 2A, 2B, 3 e 4. No RX: tecido ósseo tem que estar radiopaco, na região do cisto está com um ponto radioluscente. Geralmente os cistos são mediais – porque a pressão ao caminhar é mais medial. Aplicar corticoide no cisto para diminuir dor – triancinolona guiado por US. Tratamento conservador: Anti-inflamatório não esteroidal, repouso. Infiltração cisto com corticoide. Infiltração Intra Articular, HS e corticoide. Aplicar ácido hialurônico – neutrófilos secretam metaloproteinase que vão degenerar a cartilagem hialina e o ác. protege a cartilagem. Tratamento cirúrgico: debridamento artróspico e enxerto com osso esponjoso (pode dar reação); parafuso transcondilar. Articulação femorotibial é a que mais apresenta problema. Deformidade angular: • Pode ser por mal posicionamento intra-uterino é a causa mais comum; • Atividade muscular desequilibrada (um lado atrofiado e outro hipertrófico); • Contratura de tendões (potro cresce rápido demais e os tendões não acompanham); • Cascos anormais; • Claudicação de membro contralateral; •Superalimentação; • Relação Ca:P, deficiência de vitamina D e A • Deformidades precoce e defeito de ossificação • Traumas e pancadas Valgus e Varus: Valgus (parte mais distal do membro está deslocada fora do eixo do corpo, para fora, lateralmente). Varus (pata virada para dentro do corpo, medialmente). Problema vinculado ao crescimento da cartilagem de crescimento a partir da articulação do carpo/tarso. Crescimento assimétrico – um lado cresce mais que outro. Tratamento: dependendo do grau: casqueamento quando é um grau leve; quando é acentuado: cirurgia (abertura da linha de crescimento – transecção periosteal do lado que cresce menos e bloqueio do lado que cresce mais). • Valgus: a cartilagem medial está crescendo mais e comprimindo a cartilagem de fora • Varus: cartilagem de fora e comprime cartilagem de dentro. Contratura tendínea: decorrência do desenvolvimento ou trauma. O tendão não acompanha o crescimento dos ossos. Primeiro tratamento clínico se não resolver, tratar cirurgicamente. Quanto mais velho mais difícil o tratamento clínico ter sucesso. Tratamento clínico em animais jovens. Em potros: Utilizar tetraciclina para relaxamento dos músculos e tendões. Oxitetraciclina 20 a 60 mg/kg injetável IV, geralmente usa 44 mg/kg diluído em solução fisiológica. Se não houver resultado satisfatório pode repetir em 48h. Tetraciclina não é muito indicado para cavalos pois pode causar colite (cólon), uso exclusivo para contratura tendínea. Junto a administração de tetraciclina fazer talas para forçar o membro a ficar reto. Durante administração de tetraciclina: monitorar → temperatura, diarreia (sinais de alteração TGI). Tetraciclina age no metabolismo do cálcio, quebrando o cálcio. Tratamento cirúrgico: Em casos mais leves: liberar os ligamentos – desmotomia (corte dos ligamentos). Ligamento acessório inferior é no tendão digital profundo; ligamento acessório superior é no tendão digital superficial. - Tendão Digital Profundo está inserido na 3ª falange, se tem contratura nesse tendão = deslocamento dorsal da articulação interfalangeana distal. - Tendão Digital Superficial contraído: animal joga o boleto para frente. Deslocamento dorsal da articulação do boleto. Exostose (sobreosso): trauma que ocorre no periósteo e culmina em um aumento de volume na região do osso. Geralmente acontece no plano mediano do membro porque é o lugar que mais sofre pressão. Frequentemente no tarso e metatarso /carpo metacarpo. Animais jovens. Oriunda de trauma ou o próprio trabalho. Deposição de cálcio na lesão. Animal claudica. Tratamento: Uso de revulsivo – única espécie que consegue usar – promove inflamação. Ação contra irritante (promove irritação e o corpo envia células para reparar a lesão) apresentação em pomada ou injetável = cicatrização forçada. Sesamoidite: inflamação do osso sesamóide, especificamente dos ossos sesamóides proximais. Tratamento: uso de revulsivo também. Dilatação dos canais vasculares é porque o osso está passando por uma inflamação óssea. Pode ter sesamoidite crônica – lesões ósseas significativas, teste de flexão específica: animal claudica muito. Podem vir de um trauma ou pode ser problema de tecidos moles (ligamento suspensor do boleto se insere no sesamoide proximal). Se não tratada pode ser crônica e é mais difícil de tratar. Sesamoidite aguda: prognóstico favorável, sesamoidite crônica: prognóstico reservado, podendo não apresentar melhora. Sesamoidite crônica tem neoformação óssea, aguda não. ARTRITES Processo inflamatório das articulações. Processo comum, rotineiro na clínica e é o que mais inviabiliza cavalos. 33% do que ocorre com o cavalo está vinculado as articulações. • Artrite infecciosa (séptica) – bacteriana. Ocorre geralmente a partir de um trauma em que a bactéria penetra no organismo – articulação exposta. Toda artrite infecciosa vai se transformar em artrite degenertiva • Artrite degenerativa – bacteriana ou inflamatória não infecciosa (trauma que não houve exposição da articulação – coice). Artrite crônica nada mais é que uma osteoartrite (doença articular degenerativa DAD) • Onfalofeblite: infecção cordão umbilical e vasos adjacentes. Importante desinfeccionar com iodo 1% por 5 dias todos os dias. Comum. Bactérias podem entrar (Staphylo e Strepto) e tem tropismo por articulação. Poliartrite – por causa da onfaloflebite. • A artrite pode ser por trauma ou via hematógena. Doença articular degenerativa tira toda a função da articulação. Sinônimo de osteoartrite. Cartilagem desgastada: organismo deposita tecido conjuntivo (colágeno) e depois se transforma em tecido ósseo = osteófito. Achados radiológicos osteoartrite: osteófito (proliferação óssea, neoformação óssea); enteseófito (calcificação tecidos moles adjacentes a partir do periósteo); osteólise (lise óssea), diminuição espaço articular. ARTRITE DEGENERATIVA Articulação do tarso é a mais acometida = Osteoartrite társica (esparavão ósseo). Comum em cavalos de esporte. Má formação do tarso ou até vinculado a um problema de aprumos. Tratamento paliativo. Anti-inflamatório intra-articulares; artrodese – destruição da articulação. Artrodese – quando não consegue mais mediar a dor: aplicação de álcool 70 ou álcool cereal – 4 a 6 meses para melhora completa. A artodrese cirúrgica – destruição com broca. Sinais clínicos: aumento de volume com distensão da capsula; cápsula; inflamação de tecidos particulares; aumento da temperatura; dor a flexão com aumento do grau de claudicação. Diagnóstico: anamnese, sinais clínicos e exames complementares: • RX (padrão ouro) • US • Artroscopia • Artrocentese: o Cultura e antibiograma o Leucócitos, Proteínas totais e mucina (viscosidade). Tratamentos: • Ácido hialurônico (hialuronato de sódio – quanto maior o peso molecular) e corticoide (triancinolona – 6 a 18 mg/kg – quanto maior a articulação maior a mg) • Sistemicamente: AINES (cetoprofeno) • Agudo: Gelo e ducha de água fria. Trauma – quando acabou de acontecer (não tem achado radiológico) • Sulfato de condroitina e glicosaminoglicano – ajuda a diminuir a inflamação. • IRAP – proteína antagônica para receptores de interleucina (aplicado dentro da articulação. Inativa a interleucina) Tratamento artrite infecciosa: • ATB sistêmico a partir do antibiograma. Apenas atb sistêmico não resolve. • Lavagem Intra Articular – muito fluido com amicacina 125mg (outros atb são condrotóxicos) • Perfusão regional (antibiose) – volume que se usa é 60 ml de fluido em cerca de 15 a 30 minutos. o 10% DMSO (dimetilsufóxido) é um AINE– 6 ml o 4g de Amicacina – 16 ml o Soro fisiológico – 38 ml TENDINITES Processo inflamatório que acomete principalmente os tendões flexores (tendão digital profundo e tendão digital superficial. Funções dos tendões: Equilíbrio estático e dinâmico do corpo e Transmissão para ossos e articulações o trabalho exercido pelos músculos. Ligação do osso ao músculo. Acidente por hiperextensão – reação inflamatória e dor. US – Principal forma de diagnóstico. Regiões / Zona ALTA 1 MÉDIA 2 BAIXA 3 Sinais clínicos • Manifesta sinais clínicos logo após o trauma • Claudicação mista • Aumento de volume e temperatura na região • Dor a palpação • Pode haver concomitantemente desmite do ligamento suspensor do boleto • Pode haver constrição do ligamento anular palmar ou plantar Claudicação frio - antes do exercício Claudicação quente - após exercício Claudicação de apoio Claudicação de elevação Diagnóstico: anamnese, sinais clínicos; Exames complementares: US – Ouro. RX não ajuda muito e Termografia – contraste Tratamento: Repouso de no mínimo de 60 dias.• Ducha – 30 minutos TID • Gelo – 20 minutos TID • Liga de descanso • Massagem com pomadas anti-inflamatórios • Condroitina e glicosaminoglicanos • AINES sistêmico (flunixin ou fenilbutazona) • PRP (plasma rico em plaquetas) • Ferrageamento corretivo específico Ferrageamento: região da pinça mais grossa – tendão digital superficial Ferrageamento: região da pinça mais fina – tendão digital profundo LAMINITE – aguamento Pododermatite asséptica difusa 80% dos casos são nos membros torácicos. Processo inflamatório que atinge o tecido laminar do casco. Afecção metabólica sistêmica. Integridade do sistema de sustentação do casco. Em quadros de laminite – evita rotação da 3ª falange (muita dor). Um dos tratamentos: ferrageamento para diminui pressão do tendão flexor digital profundo. Utilizar RX para saber se rotacionou a 3ª falange. Causas: alimentar (cólica); Infecciosa; Mecânica (excesso de peso em membro); mista. Fases: • Fase de desenvolvimento • Fase aguda • Fase crônica (rotação de falange) Sinais clínicos: dor; posição antiálgica (joga o peso para os membros não afetados; aumento da temperatura; pulso aumentado da artéria digital palmar, sensibilidade a pinça tenaz de casco. Imagem RX lateromedial. A muralha deve ser paralela a 3ª falange (15 a17 mm) Graude rotação da 3ª falange: mensurar radiologicamente o grau de rotação (a partir do ângulo): • 5 a 8 – prognóstico bom • 8 a 11 – prognóstico reservado • Acima de 11 – prognóstico desfavorável Diagnóstico: formação ângulo, distância RX. Tratamentos: • Ferrageamento é imprescindível – evita a rotação da 3ª falange (coração invertido, coração ou ferradura com durepoxi; Tratamento de suporte para tirar a dor: • Gelo para diminuir inflamação (crioterapia) • Anti-inflamatório (AINES) – fenilbutazona 4,4 mg/kg no primeiro dia. A partir do segundo dia – 2,2 mg/kg IV SID. Usar fenilbutazona com cautela porque pode dar flebite e tromboflebite. Pode associar a omeprazol para não dar úlcera gástrica. • Associar o uso com firocoxibe via oral 57 mg/kg. Pode usar por tempo indeterminado. Tratamento com vasodilatadores • Acepromazina (promove vasodilatação periférica) 1 mg kg em cavalos adultos 6 vezes ao dia (4x4h) IM • Isoxuprima – vasodilatador periférico. Via oral. • Pentoxifilina Via oral ou IV. (vasodilatador periférico) • Diminuir a agregação plaquetária: ácido acetil salicílico 50g dia em cavalos de 400 kg Diagnóstico complementar: RX. Cortar fonte de carboidrato durante o tratamento. Secundáriamente: osteíte podal ou pedal. Observação: pododermatite séptica não é difusa (broca) – abscesso solar. Tratamento da pododermatite asséptica: penicilina 5 dias, fenilbutazona e soro antitetânico mais a bota com iodo. SÍNDROME DO OSSO NAVICULAR Enfermidade degenerativa crônica. Equinos atletas (6 a 12 anos). Qualquer cavalo pode ter, mas dificilmente vai ser antes dos 6 anos. Claudicação intermitente (vai e volta). Pode acometer qualquer parte: • Osso navicular • Bursa do navicular • Ligamento sesamóides colaterais • Ligamento distal ou ímpar e proximal • Tendão flexor digital profundo • Articulação interfalangeana distal. Diagnóstico: Histórico, sinais clínicos e exames complementares. Claudicação a fio, andar curto. Tratamento: clínico, ferrageamento, cirúrgico. Prognóstico reservado a ruim. Sinais clínicos: uni ou bilateral. Uni: posiciona o membro afetado a frente. Claudicação aumenta com animal montado, apoio em pinça. Casos crônicos: contração dos bulbos, talões, cascos e atrofia da ranilha. Lesões na sola, pulso da artéria digital palmar. Diagnóstico: Sinais clínicos; bloqueio anestésico no nervo digitar palmar, pinça de casco na região da ranilha e RX.
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