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CENHA: Desenvolvendo Dons Especiais

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SUMÁRIO:
31 - INTRODUÇÃO.	�
42 – A INSTITUIÇÃO.	�
83 – OS ATENDIDOS.	�
94 – CONCLUSÃO.	�
10REFERÊNCIAS.	�
11ANEXOS	�
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1 - INTRODUÇÃO. 
Em visita realizada no CENHA Centro Social Nossa Senhora da Penha, pudemos observar o funcionamento e a dinâmica desta instituição tão comprometida com o bem estar social.
Atuando desde 1965 no Tatuapé na zona leste de São Paulo, o Cenha realiza um grande trabalho e tem por missão promover o apoio ao desenvolvimento das habilidades da pessoa com deficiência (intelectual e motora) nas esferas educacional e terapêuticas sem limite de idade.
Psicólogos, Assistentes Sociais, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Pedagogos e Fonoaudiólogos, preocupam-se em oferecer um tratamento de qualidade. 
Fomos recebidos carinhosamente pela Sra. Regina, que atua no setor mais administrativo da instituição, e está apenas a dois meses trabalhando no CENHA, ela está bastante engajada no projeto e tem uma preocupação acentuada nos cuidados tanto com as pessoas que são atendidas por eles, quanto com seus familiares que os acompanham.
Em um segundo momento fomos atendidos pela Sra. Rosa......uma das fundadoras do Cenha e dispensa um tratamento muito afetuoso na administração do local.
Foi uma experiência muito rica, a observação do trabalho realizado por esta instituição.
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2 – A INSTITUIÇÃO.
Tendo como slogan “Desenvolvendo dons especiais”, o Cenha faz isso com muito amor e responsabilidade.
Situados em um grande terreno na região Tatuapé em São Paulo, oferece tratamento de qualidade, onde estruturou um programa que prevê um atendimento de várias patologias e é aplicado de acordo com a necessidade de cada pessoa tratada.
A instituição é uma organização filantrópica com utilidade pública nas esferas: Federal, Estadual (CONFRAS – Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social nº 2278 e no CONSEAS – Conselho Estadual de Assistência Social nº 0163/SP/2000) e Municipal (CMDCA – Conselho Municipal de Direitos da Criança e Adolescente, COMAS – Conselho Municipal de Assistência Social e CEMAS – Conselho Municipal de Auxílio e Subvenções.
Contando com uma equipe de trabalho multidisciplinar a entidade leva conhecimento, desenvolvimento de habilidades, curso preparatórios para o mercado de trabalho, como por exemplo a oficina de serigrafia, que torna possível a profissionalização da pessoa com necessidades especiais.A musicoterapia é outra atividade importante que é realizada por voluntárias e acontece quinzenalmente.
Além do apoio pedagógico e socialização, oferece também a clínica de reabilitação com atendimentos terapêuticos, que vai desde a estimulação precoce até a idade adulta, gerando o bem-estar nas esferas biopsicossocial, por meio de tratamentos como: hidroterapia, Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Psicopedagogia.
Uma especialidade oferecida e que merece destaque é a Equoterapia, um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais.
A Equoterapia emprega o cavalo como agente promotor de ganhos a nível físico e psíquico. Esta atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio.
A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, os cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem, ainda, novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima.
A instituição também tem forte atuação em relação ao serviço social que preconiza o referencial e pesquisas e análises de realidade social, na formulação, programas e políticas sociais que buscam a preservação, defesa e ampliação dos direitos humanos e a justiça social.
No Cenha há a busca por humanização no tratamento do deficiente, há um respeito mútuo, tanto da parte dos agentes internos quanto por parte dos agentes internos, eles possuem um interação e um respeito precisos, o que facilita o desenvolvimento do trabalho como um todo.
A aproximação com essa realidade nos permitiu ampliar nossa visão a respeito das características e comportamento dos deficientes e da grande responsabilidade e trabalho atribuídos a família que busca no Cenha um auxílio para este que não deixa de ser um problema social grande.
Soubemos que há uma recusa por parte das mães quando da possibilidade de colocar seu filho no mercado de trabalho, uma vez que a instituição também conta com esse recurso, ensinando o aluno o processo de serigrafia (também conhecido como silk screen, é utilizado na transferência de imagens em tecidos e diversos outros materiais.O grande destaque da serigrafia é sua qualidade e durabilidade. Além disso, é um processo relativamente simples, no qual é usada uma tela que transfere a imagem colorida para o tecido ou qualquer outra superfície onde se deseja imprimir a mensagem), porém quando o aluno está apto a exercer a função, com a expectativa de abertura de novos horizontes, e a possibilidade de se tornar um trabalhador e com isso trazer novas relações para a sua vida, a mãe diz não a essa possibilidade, os motivos são diversos, mas não ficam muito claros, talvez por haver uma grande carga emocional envolvida nesse processo de “dar uma novo passo”, um dos motivos apresentados é o medo da perda da aposentadoria que o aluno tem direito, ou então a difícil decisão de libertar-se da relação simbiótica existente entre mãe e filho.
O Cenha também conta com o clube de mães, lugar onde é disponibilizado curso de artesanato, crochê, tricô, principalmente para mães que permanecem no recinto enquanto seu filho faz as atividades.
Um fato que nos chamou atenção foi uma das mães que dormia em um banco enquanto aguardava, ela estava muito mal acomodada ali, e a funcionária que nos atendeu falou do projeto que tem, no sentido de providenciar um espaço para descanso para esses casos, fato que nos leva a olhar novamente para o cuidado e o carinho que as pessoas que trabalham lá dispensam as pessoas que são atendidas.
Embora a entidade receba recursos públicos dos órgãos supra citados, as despesas são grandes e constantes, o que leva o Cenha a realizar festas para arrecadação de verbas e a contar com doações tanto de pessoas físicas como jurídicas. Há também a locação do espaço para festas visando obtenção de dinheiro para as melhoria no atendimento. Nos foi relatado também a falta de recursos humanos voluntários para trabalho nas festas que são realizadas.
O Corpo de Bombeiros em parceria com a ONG Operação Conta Gotas cujo slogan é “doar para salvar”, realizaram a festa de Páscoa este ano, eles doaram 280 ovos de chocolate e estiveram lá com uma equipe de palhaços que trouxeram ainda mais alegria a festa, que já estava bastante feliz pelas musicas que o DJ tocava e todos dançavam com desenvoltura e sorrisos.
Imagem 1 – Os palhaços e o Bombeiro
Imagem 2 – Trabalhos realizados pelas crianças.
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3 – OS ATENDIDOS.
Durante a visita, transitamos pelo local, incluindo as salas de aula, onde os professores estavam aplicando alguma atividade. 
A cada sala que entrávamos sentíamos a surpresa das crianças, e a felicidade das mesmas. Muitas mostravam o desenho, outras interagiam ao seu modo, seja nos chamando para entrar ou apenas sorrindo um pouco mais timidamente.
Em alguns casos, o que foi mais comum, fomos abraçadas por eles, que ns receberam contentes e com muito carinho; o que ficou muito notado foi a forma como cada um deles teve de expressar seu afeto, um, que era acompanhado até a sala, nos chamou de “Amor” assim nos viu, e já sorrindo. Então fica nítido como são sociáveis, como eles querem que você participe do que eles fazem.
Mas não são todos assim, muitos estão aprendendo a lidar comos limites, e estão em uma fase de testar todos os possíveis, incluindo os dos professores; como foi o caso de um menino, que enquanto a professora nos explicava seu trabalho na instituição, ele batucava em uma caixa; e mesmo sendo repreendido diversas vezes, não parou, nem ao menos quando lhe foi tirado o objeto de queixa, ele arrumou outro. 
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4 – CONCLUSÃO.
Ter realizado estas visitas na instituição foi de suma importância para nós, não apenas como futuros profissionais da psicologia mas também e principalmente para um desenvolvimento pessoal no sentido de ampliar nossa visão para as pessoas portadores de deficiência seja ela qual for.
Nos diversos casos que tivemos acesso alguns nos chamaram bastante atenção e não pudemos deixar de sentir o quanto é importante a existência de instituições como o Cenha, que além de levar tratamentos, oferecem também afeto, carinho, acolhimento de uma maneira muito especial.
Este trabalho nos leva a olhar também para a importância das relações, do respeito, da importância dos profissionais que lá atuam com maestria, nos leva a desenvolver novos pensamentos e atitudes com respeito a essa delicada questão.
Notamos que é preciso que façamos a nossa parte para colaborarmos de forma efetiva com essas instituições, oferecendo se não tempo disponível, alguma doação que eles estão abertos a aceitar qualquer tipo delas.
REFERÊNCIAS.
Associação Nacional de Equoterapia 2012. Disponível em:<http://www.equoterapia.org.br/site/equoterapia.php>, acesso em: 26 de março de 2015.
Periódicos Eletrônicos em Psicologia. LOPES, Gislaine Bacarin; KATO, Lucila Suemi; CORREA, Patricia Ribeiro Campos. Os pais das crianças com deficiência: reflexões acerca da orientação em reabilitação motora. Psicol, São Paulo, v. 4,n.2,2002.Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872002000200008&lng=pt&nrm=iso>, acesso em: 28 de março de 2015.
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ANEXOS
Optamos por fazer uma entrevista semi estruturada com perguntas fechadas e abertas, nosso interesse foi compreender melhor o funcionamento da instituição. Fizemos entrevista com duas pessoas, a Sra. Regina Oliveira, que ocupa a função de gerente de relacionamento e a Sra. Rosemeire Ap. Generoso que ocupa do cargo de Psicóloga.
Informações Objetivas:
Nome da Instituição: Cenha Centro Social Nossa Senhora da Penha.
Endereço: Rua Francisco Bueno, 384 – Tatuapé – São Paulo – SP
Número: Pessoas Atendidas: 418
1-Quais são os problemas mais complexos que a instituição enfrenta?
R. Vários, a instituição é como uma casa, o “problema” é a família. Pego o indivíduo para dar atendimento e a família fica sem suporte. Eticamente eu não posso atender a família quando estou prestando atendimento para o aluno.
Teria que ter outro terapeuta para trabalhar a família. São 3 profissionais, na clínica um psicólogo, na equo terapia um e no trabalho social também tem um.
2-De que forma as famílias chegam até o CENHA?
O CENHA deveria ser divulgado melhor. As pessoas conhecem de outras mães que já passaram por aqui. O grosso modo é boca-boca, uma mãe divulga para a outra. Por ser uma ONG não tem um atendimento particular, a pessoa contribui de acordo com o que pode.
3-Soubemos que algumas empresas privadas colaboram de forma efetiva, vocês poderiam citar o nome dessas empresas.
MIMOSA, HIROSHIMA, ANERAL.
Existem várias empresas que contribuem.
4- Percebemos uma interação muito positiva tanto entre as pessoas que trabalham aqui, quanto com os alunos e familiares, há um trabalho que é realizado para que haja essa colaboração mútua?
A gente procura sempre ter essa interação, trazer a família para a escola. No passo era bem melhor. Pois agora existem as vans particulares que trazem as crianças, pelo CRAS ainda não tem condução. Mas o que buscamos sempre é a interação com a família.
5 - O que você nos diria a respeito do Cenha?
Aqui é uma clínica e “escola”. A parte da escola são grupos de apoio, a própria secretaria manda indivíduos com dificuldades até 17 anos. Com 17 anos é obrigatório frequentar o ensino regular e o CENHA, a partir de 18 não.
Aqui eles aprendem sobre cidadania, artesanato, teatro, passeio ao museu, cursos de padaria, atendimento com fonoaudióloga e a psicóloga.
É mais acolhido do que ficar em uma escola regular.
O trabalho acontece semanalmente, é um trabalho em equipe.
Uma sessão, com jogos, computador, apresento situações que eles possam vivenciar.
6 - Como você vê a relação de seus pacientes com os familiares?
A questão mais “difícil” é de como lidar com o portador. Você orienta e dá suporte, nos casos psiquiátricos, a mãe “não tem paciência” e interrompe o medicamento, então sempre tem que retornar e começar o trabalho novamente.
7 - E a respeito de sua carreira como psicóloga?
Trabalhei durante um ano e três meses (serviço voluntário) no Paulistano, considero o melhor serviço. Com oito meses chorei por acreditar que não conseguiria ajudar o paciente. Depois de um ano fiz a devolutiva ao paciente que tinha que sair da ONG devido à idade. A mãe do paciente me deu um retorno surpreendente, me disse coisas enquanto atendia, não conseguia ver.
“Eu caí por acaso aqui, mas um acaso especial.”
Na minha opinião, na escola deveria ter um assistente social, um psicólogo e um psicopedagogo.
8 - Como você comunica uma mãe que o indivíduo tem dificuldades? 
Na escola regular o aluno chega, entra e acabou.
“É uma educação inclusiva que não acontece.”
Financeiramente RH é a melhor área, mas meu trabalho é muito gratificante, a mudança é gratificante.
Pós Graduação em Psicologia Clínica. Gostei da abordagem comportamental mas nunca conseguia colocar em prática, requer mais trabalho.
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UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE PSICOLOGIA – CAMPUS TATUAPÉ
FABIOLA DE ANDRADE SOUZA – B8562I6
LUCIANA RENTAS LOPES SEGUNDO – B69EJD-7
MARIA LUCIA VILAS BOAS – B9524J-8
MICHELE MARIA DE JESUS – B968AH0
PALOMA CESARE – B62ICB7
RAFAELA VIEIRA MALOJO – B626IB0
SARAH RODRIGUES B. DOS SANTOS – B622JA4
Visitas para observação e coleta de dados no Cenha – Centro Social Nossa Senhora da Penha.
SÃO PAULO
2015

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