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Fisiopatologia e Dietoterapia do Câncer Carone Alves Nutrição Oncológica Transição epidemiológica Aumento de Doenças Crônicas Degenerativas Diminuição de doenças infecciosas e parasitárias (melhorias socioeconômicas) Envelhecimento da População . . . . Acúmulo de mutações no genoma da célula Alterações na expressão ou função do gene Quebra da homeostasia celular Quebra da integridade do ciclo celular Célula não responde Estímulos de proliferação, morte e diferenciação RESUMINDO.... INCA, 2016 FATORES DE RISCO FATORES AMBIENTAIS: Tabagismo Associa-se a: CA de lábio, boca, faringe, esôfago, laringe, pulmão e bexiga FATORES DE RISCO RADIAÇÃO SOLAR (RAIOS ULTRAVIOLETAS) • UVA Envelhecimento precoce da pele Potencializa a ação cancerígena dos UVB • UVB Câncer de pele Destruição e envelhecimento precoce da pele ALCOOLISMO: Risco maior: fígado, boca, faringe, esôfago e laringe. 2 a 4% das mortes por câncer. 50 a 70% das mortes por câncer de língua, faringe e esôfago. 35x maior o risco (tabaco + álcool) HÁBITOS ALIMENTARES Tipos de câncer relacionados: • Esôfago • Estômago • Cólon e reto • Mama • Próstata FATORES DE RISCO Alimentos salgados (salsichas, presunto, mortadela, salame, carnes e peixes salgados, conservas e picles) •Churrascos e defumados (alcatrão) •Gorduras •Alimentos mofados ALIMENTOS RELACIONADOS AO RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER OMS classifica carnes processadas como cancerígenas Aumenta o risco de câncer do intestino A carne processada é um fator de risco certo para a doença Carnes vermelhas, de um modo geral, são um fator de risco "provável" CADA PORÇÃO DIÁRIA DE 50 GRAMAS DE CARNE PROCESSADA AUMENTA O RISCO DE CÂNCER COLORRETAL EM 18% FATORES DE RISCO Garófolo, 2004 Estima-se que 5% das mortes por câncer podem ser prevenidas através de modificações na alimentação Existe várias evidências de que a alimentação tem um papel importante Nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer. FATORES DE RISCO Gordura saturada está associada ao CA colorretal; Os óleos poliinsaturados são suscetíveis à oxidação e portanto oferecem > risco; A baixa ingestão de fibras (<12g/dia) oferece correlação com o CA de cólon e de mama; A combinação de dietas com muita gordura, pobre em fibras e antioxidantes + sedentarismo = CA. aditivos conservantes estabilizantes corantes adoçantes artificiais Xenobióticos Ação dos Xenobióticos Inflamação e mutação gênica Produção de NFkB (fator de transcrição nuclear) Ligam-se a receptores e mimetizam ação hormonal Interferentes Endócrinos (IE) . Qualquer agente Capaz de induzir o Câncer Protooncogenes Oncogenes Oncogene ativado Inatividade dos genes de reparo Célula Tumoral Lento Anos Desenvolvimento do tumor Carcinogênese Estágios da Carcinogênese Iniciação Promoção Progressão Iniciação . Primeiro estágio . Células sofrem efeito dos agentes carcinogênicos . Provocam modificações em alguns de seus genes. Promoção . Segundo estágio Célula iniciada é transformada em maligna de forma lenta e gradual . Sofrem efeito dos agentes cancerígenos ou oncopromotores . A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio Progressão . Terceiro e último estágio Tem como característica multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas . Câncer instalado Primeiras manifestações clínicas da doença . Ação de agentes oncoaceleradores O fumo é um carcinógeno completo pois tem componentes que atuam nos três estágios Exemplo . . . Agentes Carcinogênicos Agente Oncoiniciador • Provoca dano direto as células • Ex: benzopireno (fumaça do cigarro); vírus oncogênicos. Agente Oncopromotor • Atua sobre céls. iniciadas • Transforma-as em malignas Agente oncoacelerador • Provoca multiplicação descontrolada e irreversível • Atua no estágio final do processo Angiogênese Angiogênese Capacidade de se desprender e migrar; Invadem inicialmente os tecidos vizinhos; Podem chegar ao vaso sanguíneo ou linfático; Podem disseminar-se, chegando a órgãos distantes do local onde o tumor se iniciou (METÁSTASES) Metástase Recidiva Recidiva É o retorno da doença (mesmo tumor no mesmo local ou a distância) Tanto tumores malignos como benignos podem recidivar Tumores malignos tem de ser retirados com margem de segurança maior para não ficar fragmentos A diferenciação pode se alterar cada vez que há recidiva Podem adquirir um grau histológico e/ou mais agressivo Quando não é possível fazer a retirada total deve ser feita terapia complementar. Estadiamento Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos Preconizado pela UICC – União Internacional Contra o Câncer • Mais Utilizado Baseia-se na extensão anatômica da doença • Leva em conta características do tumor, linfonodos e metástase Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos TNM T TUMOR N LINFONODOS M METÁSTASE Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos • Tumor primário caracterizado pela extensão da neoplasia no local e pelo envolvimento de estruturas adjacentes T • Sem evidências de tumor T0 • Carcinoma in situ Tis • Aumento crescente do tamanho ou extensão local do tumor T1-T4 Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos •Metástases em linfonodos regionais N •Não há metástases em linfonodos regionais N0 •Envolvimento crescente dos linfonodos N1 – N3 Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos •Metástases a distância M •Não há metástases a distância M0 •Presença de metástases a distância ou hematológicas M1 Estadiamento Geral dos Tumores Carcinoma in situ (TisN0M0) 0 Invasão local Inicial I Tumor primário limitado ou invasão linfática regional mínima II Tumor local extenso ou invasão linfática regional extensa III Tumor localmente avançado ou presença de metástases IV Resumindo.... Nomenclatura • Para as neoplasias benignas: acrescenta-se o sufixo OMA ao tecido de origem. Ex: papiloma (origem do epitélio escamoso), adenoma (origem do epitélio granular), fibroma (origem do epitélio conjutivo) … • Para neoplasias malignas: Utiliza-se CARCINOMA de origem epitelial E SARCOMA de origem mesenquimal. Ex: adenocarcinoma (epitélio glandular), fibrossarcoma (Epitélio conjuntivo). Nomenclatura - Exceções MELANOMA • NEOPLASIA MALIGNA COM NOMENCLATURA BENIGNA LINFOMA • NEOPLASIA MALIGNA COM NOMENCLATURA BENIGNA GRANULOMA • PROCESSO INFLAMATÓRIO CRÔNICO COM NOMENCLATURA DE NEOPLASIA BENIGNA Paliativo Terminal Dietoterapia Fitoquímicos – Compostos anticerígenos Compostos Anticancerígenos Antioxidantes Antioxidantes – Linhas de Defesa Antioxidantes – Ômega 3 Antioxidantes – Ômega 3 EPA e DHA Antioxidantes – Ômega 3 EPA e DHA Antioxidantes – Ômega 3 EPA e DHA Aminoácidos- Arginina Aminoácidos - Arginina Aminoácidos - Glutamina Aminoácidos - Glutamina Glutamina • Apenas bochecho em casos de mucosite Agentes anticarcinogênicos - Selênio Agentes anticarcinogênicos – Vitamina E Agentes anticarcinogênicos – Zinco Agentes anticarcinogênicos – Vitamina C Agentes anticarcinogênicos – Magnésio Agentes anticarcinogênicos – Catequinas Probióticos Probióticos Probióticos Prebióticos Prebióticos Fitoquímicos – Compostos anticerígenos Ácido Elágico – Agente betabloqueador Proantocianidinas – Agente betabloqueador Sulforafano – Agente betabloqueador Betacaroteno – Agente Supressor Vitamina A e E – Agente Supressor Curcumina – Agente Supressor Epigalocatequina 3 – Agente Supressor Resveratrol – Agente Supressor Gingerol – Agente Supressor Capsaicína - Agente Supressor Quercetina - Agente Supressor Geléia Real Batata Doce – Agente supressor Alimentos Anti-inflamatórios no câncer Manejo de Sintomas Ravasco et al. (2005b), em estudo randomizado com pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia, encontraram: Uma melhora na ingestão de calorias e proteínas no grupo que recebeu orientação nutricional versus pacientes sem intervenção que tiveram uma piora na qualidade de vida. Houve uma redução de 91% na incidência da anorexia, náuseas, vômitos, xerostomia e disgeusia no grupo que recebeu orientação nutricional. Dor Oncológica É um dos sintomas mais frequentes em pacientes oncológicos afetando significativamente a qualidade de vida. A principal razão para que o controle da dor seja uma prioridade no tratamento do câncer é o impacto positivo em sobrevida e qualidade de vida. O controle satisfatório da dor também contribui para que o paciente tolere melhor, e por mais tempo o tratamento oncológico. As medicações utilizadas podem causar diversos efeitos colaterais Xerostomia, disgeusia, náuseas e principalmente constipação intestinal. Constipação A constipação intestinal é, usualmente, definida em termos de mudanças na frequência, tamanho, consistência ou facilidade de passagem das fezes Constipação Enema, enteroclisma, supositórios ou clister= sinônimos lavagem intestinal utilizando-se de um tubo com líquidos laxantes para aplicação retal Desimpactação: Clister glicerinado, Polietileno glicol, Óleo mineral, Enemas de fosfato OSMÓTICOS: - Leite de Magnésia: 1 a 3 mL/Kg/dia - Lactulose: 1 a 3 mL/Kg/dia - Sorbitol LUBRIFICANTES: - Óleo mineral: 1 a 5 mL/Kg/dia ESTIMULANTES: - Sene - Cáscara Sagrada Constipação Náuseas e vômitos As náuseas e vômitos pós-quimioterapia são relatados por mais de 70% dos pacientes. • Esses sintomas são classificados em três tipos: – a náusea antecipatória que ocorre antes do início das sessões quimioterapia; – a náusea aguda que ocorre dentro das primeiras 24 horas pós-quimioterapia; – a náusea tardia que vai ocorrer de 24 horas até 5 dias após a quimioterapia. Ryan JL, et al. Ginger (Zingiber officinale) reduces acute chemotherapy-induced nausea: a URCC CCOP study of 576 patients. Supportive care in cancer : official journal of the Multinational Association of Supportive Care in Cancer. 2012;20(7):1479-89. Náuseas e vômitos Náuseas e vômitos • Uso de gengibre para alívio das náuseas – 0,5 a 1,0g dia (adultos) Ryan JL, et al. Ginger reduces acute chemotherapy-induced nausea: a URCC CCOP study of 576 patients. Support Care Cancer. 2012;20(7):1479-89. Anorexia As estratégias clínicas de tratamento da SAC envolvem medicamentos Intervenções não farmacológicas Intervenções nutricionais Acompanhamento psicológico Anorexia Diarréia - Classificação Frequência > 3 EVACUAÇÕES LÍQUIDAS/DIA Diarréia Diarréia – Soro de reidratação oral Diarréia Disgeusia Disgeusia Xerostomia Xerostomia Mucosite Mucosite Mucosite Camomila Glutamina (bochecho) Laser Vitamina D cápsula Recomendações Recomendações Recomendações Recomendações Suplementos e vias Alternativas Estimular o uso da via oral Desnutrição Câncer Fearonet al. Lancet Oncol2011;12:489 Alteração funcional / COM OU SEM BAIXO PESO Peso Estável 390 dias pré-óbito Músc. esquelético = 172.5 cm2 Gordura total = 452 cm2 58 dias pré-óbito Músc. esquelético = 86.7 cm2 Gordura total= 506 cm2 Baracoset al. IntJ BiochemCellBiol2013;45:2302 Receita Antiemética • A combinação de alcaçuz, erva-doce e gengibre desinflama o estômago e facilita a digestão • Ingredientes para uma xícara de 150 ml: – 1 colher (chá) de raizes secas e trituradas de alcaçuz (nome) – ½ colher (chá) de sementes de erva-doce (nome) – ½ colher de sopa de gengibre ralado (nome) Preparo e modo de usar: ferver os ingredientes em água durante dois ou três minutos Deixar em repouso durante alguns minutos e coar Tomar de duas a três xicaras por dia, preferencialmente antes das refeições Zingiber Officinale Antiemético 250mg 2x/dia Controle Altas concentrações de compostos fenólicos CARVACROL e TIMOL Atividade antifúngica Atividade mais relacionadas a Candida albicans Mais estudos necessários - eficácia Mucosite Oral/intestinal Afeta: paladar, ingestão alimentar, hidratação, Medicação via oral Após Qt • 7 a 10 dias Após RT • tardia QT • Entre 14 e 21 dias RT • curso mais cronico Quando surge? Qual o tempo de recuperação? Metotrexate 5-Fluorouracil Mercaptopurina Citarabina Toguanina Ciclofosfamina Procarbazina Mitoxantrona Paclitaxel Bleomicina Mitomicina Hidroxiureia Vimblastina Vincristina Etoposide Feniposide Docetaxel Daunorrubicina Doxorrubicina Epirrubicina Mucosite Oral Rhodiola Álgida Diminui quantidade e tamanho as úlceras orais Aumento da imunidade (linfócitos, leucócitos, IL-2. IL-4) Antibacteriana, antifúngica, bactericida Gram negativas e positivas Bochecho Clorexedina 0,2% 14 dias (Rhioex) Mucosite Oral α-tocoferol Reduz risco em 36% (prevenção) Alívio local (mucosite instalada) Aplicação tópica 100mg 2x/dia Uso sistêmico não mostra resultados fórmula • Chá de camomila – 150 ml • + • agua gelada – 150 ml • + • H2CO3 – 1 colher de café rasa • + • gengibre ralado – 1 col sob rasa • + • própolis – 15 gotas Ganoderma Lucidum Redução náusea e vômitos Resposta imune Antiinflamatória Agaricus blazel Ganoderma lucidum Trametes versicolor Cordyceps sinensis Grifolia Frondosa Aumenta a expressão de perforina e granulosina em células NK Inibição de metástases Aumento imunidade inata Diarreia Dieta isenta de lactose e fibras; Retirar açúcar simples e gorduras; Biomassa de banana verde; Repositores de eletrólitos; FOS; Saccharomyces Boulardii; TNP. Prevenção O melhor recurso nem sempre é o melhor para o paciente. Obrigada! carone.al@hotmail.com
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