ANÁLISE PINOQUIO AS AVESSAS

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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
CURSO DE PEDAGOGIA
PINÓQUIO ÀS AVESSAS
Trabalho apresentado a disciplina de Psicologia do desenvolvimento teorias da aprendizagem pela orientação da professora Suzy Xavier.
Pinheiros/ SP
2018
Sumário
1.1	INTRODUÇÃO	�
22.	PINÓQUIO ÀS AVESSAS	�
22.1 Análise abordagem tradicional	�
32.2 Análise abordagem comportamental	�
42.3 Análise abordagem humanista	�
53.	CONCLUSÃO	�
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho discute as relações do livro Pinóquio às avessas, de Rubem Alves, ao contexto escolar tradicional, em suas respectivas práticas epistemológicas empirista e inativas com as crianças.
O escritor que juntamente com as ilustrações críticas do desenhista Maurício de Souza, dialoga de forma prática, metafórica e didática com a sociedade e, projetando à visão do personagem Felipe sobre a escola e as dúvidas com o mundo, conscientiza para que todos possam discutir e problematizar as relações do indivíduo com o seu meio, principalmente, no contexto escolar formal.
Tal trabalho colaborativo dos participantes do grupo – Samuel, Milena, Stephanie, Stefanye e Wilton – foi de suma importância em nossa construção como educadores, adquirimos, portanto, o amadurecimento ético-político-pedagógico com a compreensão das teorias de aprendizado.
Ao leitor deste trabalho, seja bem-vindo à uma aventura no conhecimento pedagógico e de análise crítica sobre o papel da escola, levando em consideração não só o papel teórico fundamental, mas a práxis educacional e pedagógica, isto é, em relação harmoniosa entre o conhecimento teórico e a prática de ensino. Que a educação seja, de fato, transformadora para os indivíduos pela construção de uma sociedade crítica, criativa e que tenha consciência dos seus direitos e deveres como cidadãos.
2. Pinóquio Às avesssas
O livro Pinóquio as avessas de Rubem Alves, mostra a realidade do ensino, como a escola vê o aluno e o quanto pode ser traumatizante para uma criança tais modelos tradicionais.
Felipe era curioso, cheio de perguntas e adorava pássaros. Assim como todas as crianças ele recorria aos adultos para esclarecer suas dúvidas, mas na maioria das vezes seus pais não sabiam as respostas e diziam a Felipe que quando chegasse na escola seus questionamentos seriam esclarecidos. Então, o garoto esperou ansiosamente por esse momento, porém, se decepcionou.
Ao chegar na escola ele percebeu que tudo o que aprendeu fora da escola não fazia sentido dentro daquele ambiente e que sua paixão pelos pássaros não era vista como algo importante. Os professores não abriam espaços para a fala das crianças, nem esclareciam as dúvidas que surgiam, além de uma campainha que determinava a mudança de pensamento.
Felipe que sonhou tanto em voar se frustrou com essa situação. Mas, com o tempo ele passou a entender que falar algo que não estava no conteúdo seria motivo para passar no psicólogo, foi a partir daí que ele se tornou ‘’bom aluno’’, conseguiu o tão famoso diploma e dinheiro. Porém, o garoto não teve sua realização pessoal quando adulto.
O autor Rubem Alves não diz que este ensino pela qual Felipe passou é ineficiente, porém, crítica essa educação em que a escola “corta as asas do aluno”. Diante disso, veremos a seguir três abordagens estudadas em psicologia do desenvolvimento teorias de aprendizagem.
2.1 Análise abordagem tradicional
A abordagem tradicional é usada pela maioria das escolas, assim como onde Felipe estudou. 
Esta abordagem trata-se de um método e uma prática educacional que visa a reprodução dos modelos determinados, ela considera o aluno uma tábua rasa e um receptor passivo, na qual, somente o professor deposita os conhecimentos, informações, dados e fatos, que foram acumulados na história e que é considerado importante para o governo/autoridades. O professor é considerado o centro de todo o ensino, o detentor do saber, tanto que tinha o poder de castigar fisicamente e moralmente os seus alunos.
Segundo Paulo Freire, a abordagem tradicional é considerada como educação bancária, onde o direito do aluno se expressar é ignorado. Portanto, a padronização aos costumes de uma sociedade individualista não estimula o exercício de reflexão e crítica, ela retira a criatividade da criança, transformando assim, em pessoas comportadas, que seguem as regras impostas sem o devido questionamento. 
Desta forma, temos consequências, as crianças aprendem a ser adversárias umas das outras, na qual, seguem uma linha de raciocínio onde o importante é conseguir a maior nota possível e um diploma, ao invés de realizar sonhos e buscar a felicidade própria. Por isso, vemos tantas pessoas inconscientemente alienadas dentro de suas profissões, isso é fruto de uma educação escassa de conhecimentos críticos e afetos. No livro podemos observar isso pela seguinte frase: “As escolas existem para transformar as crianças que brincam em adultos que trabalham”.
2.2 Análise abordagem Comportamental
Para a abordagem comportamental o conhecimento é fruto da experiência e suas habilidades são determinadas pelo meio em que se encontram. Este modelo de ensino é formulado de acordo com o comportamento humano.
Segundo o seu representante Skinner, o professor deve ser um arquiteto que modela os comportamentos. Através deste sistema o professor segue um cronograma onde verifica se o aluno aprendeu/decorou, caso esse objetivo não for alcançado o professor reformula sua maneira de ensinar até que o aluno aprenda.
Na frase em que a professora diz: “Você não está pensando naquilo que deve pensar nesta hora...” (pag. 39). Ela tentou direcionar Felipe para o que é considerado pensamento correto, pois, assim o garoto terá sua atenção voltada para o conteúdo programado. Tanto que com o passar do tempo o garoto foi estimulado a esquecer dos pássaros, se tornou um bom aluno, conseguiu seu diploma e ganhou muito dinheiro.
A abordagem comportamental assim como a tradicional, não busca provocar o pensamento crítico, a criatividade e nem questionamentos, somente o aprendizado de conteúdos estabelecidos, a criança é vista como uma pessoa sem conhecimento próprio que deve ser comandada pelo líder, o professor.
2.3 Análise abordagem humanista
Na abordagem humanista, criada por Carl Rogers, o aluno é visto como o principal elaborador do conhecimento humano, assim a função do professor seria de facilitar e oferecer total assistência, o auxiliando no processo de aprendizagem, criando as condições para que o aluno busque seu próprio pensar sem lhes ensinar a solução, desta forma, possibilitando a formação de pessoas com iniciativa, autodeterminação, autonomia, propondo  desafios evitando fixação de respostas mesmo tratando-se de um programa educacional pré-estabelecido.
Os alunos estão situados no mundo e, por isso, devem ser educados para o mundo, essa abordagem dá ênfase as relações interpessoais, pois, assim se faz possível o desenvolvimento da personalidade, das capacidades e potencialidades. Quando na infância a criança é estimulada ela tende a ser um adulto realizado.
No livro podemos observar que a educação pela qual Felipe passou não foi humanista, a escola não respeitou a individualidade do garoto, nem o desenvolver de suas capacidades naturais, como a criatividade, o convívio social, por se tratar de um ensino onde o aluno não era o centro.
Felipe imaginou que na escola ele teria toda a assistência humanista e que lá ele aprenderia sobre tudo, mas não foi o que aconteceu, ele encontrou uma escola totalmente diferente do que imaginava. Todo o conhecimento que o garoto tinha foi ignorado por não estar no conteúdo programado. 
Portanto, o livro nos faz questionar os modelos didáticos e a reprodução de crianças produtos do sistema vigente que, infelizmente, diminui as potencialidades dos estudantes em prol da permanência do statusquo. 
3. conclusão 
Diversos estudantes ficam magoados, chateados e se sentindo incapazes de estudar sobre um assunto, sendo que na verdade possuem potencial para aprender, não adianta aplicar uma prova decorativa para um conhecimento que não despertou interesse nas pessoas. As escolas precisam se transformar para garantir a liberdade e autonomia nos estudantes, não a insegurança e medo de tirar suas dúvidas em sala de aula e não passar em uma prova, nós professores em formação devemos analisar cada indivíduo em sua subjetividade e despertar o interesse nas crianças para, enfim, ensinar um conteúdo específico. 
A educação o conhecimento não deve servir para um sistema de injustiças e desigualdade social, onde quem tem mais oportunidades de "decorar", e se tornar produto de um sistema terá mais chances do que outros. A educação é livre, nós somos livres e, através do exercício deste trabalho, nos posicionamos contra a escola que prejudica a saúde mental das crianças e, infelizmente, corta as ‘’asas’’ das potencialidades dos indivíduos em desenvolvimento. 
A obra Pinóquio às avessas abre portas para inspirar que professores e pais deixem de reproduzir indivíduos sem senso crítico e desinteressados com a própria realidade, pois como dizia o pedagogo Paulo Freire no livro educação e mudança, ‘’Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo’’.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIZUKAMI, M. Ensino: As abordagens do Processo. 
ALVES, Rubem. Pinóquio às avessas. Versus Editora, 2010 
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. 12ª Edição. Paz e Terra.