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Planejamento Tributário Operacional e Estratégico

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 1 
 
 
Planejamento tributário 
operacional e estratégico 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 2 
Planejamento tributário operacional e estratégico 
 
Importância e Complexidade do tema 
 
A carga tributária no Brasil é uma das mais altas do mundo. Além disso, uma das mais 
complexas. Existem milhares de regras já publicadas, e cotidianamente novas regras 
continuam a surgir das diferentes instâncias responsáveis pela tributação (Governos 
Federal, Estadual e Municipal). 
 
A escolha do melhor regime tributário e a adoção de políticas que reduzam legalmente 
o montante de impostos a pagar impacta diretamente na operação e continuidade das 
empresas, daí a importância de seu estudo. 
 
Teses Tributárias 
 
Teses tributárias são teorias ou argumentos jurídicos utilizados para que um 
contribuinte possa ter o direito de não recolher ou reduzir o montante de tributos e 
impostos a recolher. 
 
Alguns exemplos: 
 
INSS e verbas indenizatórias: 
 
O § 1º do Artigo 201 do Decreto 3048 de 1999 diz o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 3 
§ 1º São consideradas remuneração as importâncias auferidas em uma ou 
mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos 
ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o 
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive os ganhos habituais sob a 
forma de utilidades, ressalvado o disposto no § 9º do artigo 214 e excetuado o 
lucro distribuído ao segurado empresário, observados os termos do inciso II do 
§ 5º. 
 
A discussão entre fisco e contribuintes é sobre a caracterização das verbas pagas aos 
empregados, sendo o entendimento do fisco de que todas as verbas pagas aos 
empregados devem ser tributadas, e o entendimento dos contribuintes de que apenas 
as verbas destinadas a retribuir o trabalho devem compor a base de cálculo do 
imposto, excluindo-se da base as verbas de natureza indenizatória e compensatória. 
 
Cooperativas de trabalho médico: 
 
O inciso IV do Art. 22 da Lei 8.212/1991 dizia o seguinte: 
 
 
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além 
do disposto no art. 23, é de: 
 
IV - quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação 
de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por 
intermédio de cooperativas de trabalho. 
 
Este inciso teve sua execução suspensa pela Resolução do Senado Federal No. 10 de 
2016: 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 4 
Art. 1º É suspensa, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a 
execução do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, 
declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo Supremo 
Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 595.838. 
 
Anteriormente, portanto, todas as empresas que tomavam serviços de cooperativas 
médicas deveriam recolher, à título de INSS, 15% do valor bruto da nota fiscal ou 
fatura de prestação de serviços. Mesmo antes da suspensão da execução determinada 
pelo Senado Federal, vários contribuintes entraram com a tese tributária de que este 
recolhimento era indevido. 
 
ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS: 
 
O PIS e a COFINS incidem sobre o faturamento das empresas, assim entendido como 
a receita bruta da pessoa jurídica, qualquer que seja o tipo de atividade por ela 
exercida, e terá como base de cálculo o montante decorrente da venda de mercadorias 
e serviços. 
 
A discussão, neste caso, é se o ICMS incluído no montante do faturamento das 
empresas deve compor a base de cálculo do PIS e da COFINS. 
 
O STF, recentemente, se manifestou no sentido de que o ICMS não deve ser 
considerado como faturamento para fins de base de cálculo do PIS e da COFINS 
(julgamento do Recurso Extraordinário 240.785/MG em 2014): 
 
(…) faturamento é a contrapartida econômica, auferida, como riqueza própria, 
pelas empresas, em consequência do desempenho de suas atividades típicas. 
Conquanto nesta contrapartida possa existir um componente que corresponde 
ao ICMS devido, ele não integra, nem adere, ao conceito de que ora se está 
cuidando. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 5 
Porém, este julgamento teve efeito específico para o caso e a repercussão geral ainda 
está pendente de julgamento, motivo pelo qual as empresas que recolhem o ICMS e 
incluem estes valores na base de cálculo do PIS e da COFINS devem procurar o 
judiciário caso queiram discutir o assunto. 
 
Operações preocupantes 
 
Este tipo de operação, embora não sejam proibidas, devem ser objeto de atenção por 
parte dos contribuintes que queiram utilizá-las para fins de planejamento tributário. 
 
Alguns exemplos de operação preocupante: 
• Reorganizações societárias; 
• Operações entre partes relacionadas; 
• Criação de centros de distribuição. 
 
Para fins de comprovação de que a operação não foi realizada meramente com o 
objetivo de reduzir o pagamento de tributos, é muito importante estarem comprovados 
os aspectos operacionais que justifiquem a realização da operação. 
 
Interpretações da Norma Tributária 
 
Todas as normas jurídicas devem ser interpretadas, por mais claro que seja seu texto. 
 
Sobre as normas tributárias, especificamente, temos um capítulo específico no Código 
Tributário Nacional que trata do assunto. Diz o seguinte: 
 
Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo. 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a 
legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: 
I - a analogia; 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
III - os princípios gerais de direito público; 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 6 
IV - a equidade. 
 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto 
em lei. 
 
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo 
devido. 
 
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, 
do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para 
definição dos respectivos efeitos tributários. 
 
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de 
institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas 
Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar 
competências tributárias. 
 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
II - outorga de isenção; 
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-
se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: 
I - à capitulação legal do fato; 
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos 
seus efeitos; 
III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 7 
A prova no planejamento tributário 
 
Quando há ato administrativo de lançamento tributário, o fisco é obrigado acomprovar 
as razões deste lançamento e consequentemente provar a ocorrência dos fatos que 
o levaram a constituir uma obrigação tributária até então inexistente ou de valor 
pecuniário menor. O ônus da prova pertence sempre ao fisco. 
 
SÍNTESE DA AULA 
 
Nesta aula, você: 
• Reconheceu a relevância do planejamento tributário estratégico; 
• Compreendeu algumas teses tributárias atualmente discutidas; 
• Conheceu algumas operações preocupantes do ponto de vista do planejamento 
tributário. 
 
Pergunta 1: O que são teses tributárias? 
 
a) Teses utilizadas pelo fisco para aplicar lançamentos administrativos contra os 
contribuintes 
b) Teses tributárias são teorias ou argumentos jurídicos utilizados para que um 
contribuinte possa ter o direito de não recolher ou reduzir o montante de tributos 
e impostos a recolher. 
c) Teses relacionadas ao lançamento tributário nas esferas federal, estadual e 
municipal. 
d) Entendimento já pacificado sobre determinado assunto que leva à autuação de 
contribuintes. 
e) Teses julgadas pelo STF com aplicação de repercussão geral. 
 
Gabarito: B 
Feedback: Teses tributárias são teorias ou argumentos jurídicos utilizados para que 
um contribuinte possa ter o direito de não recolher ou reduzir o montante de tributos 
e impostos a recolher 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 8 
 
Pergunta 2: Sobre a prova no planejamento tributário, é correto afirmar 
que: 
 
a) A prova de que não houve evasão fiscal deve ser apresentada pelo contribuinte 
após o lançamento administrativo. 
b) A prova deve conferir neutralidade tributária aos novos métodos e critérios 
contábeis introduzidos pela Lei nº 11.638/2007. 
c) O ônus da prova pertence sempre ao contribuinte. 
d) O fisco é obrigado a comprovar as razões deste lançamento e consequentemente 
provar a ocorrência dos fatos que o levaram a constituir uma obrigação tributária 
até então inexistente ou de valor pecuniário menor. 
e) O ônus da prova é de ambas as partes. 
 
Gabarito: D 
Feedback: O fisco é obrigado a comprovar as razões deste lançamento e 
consequentemente provar a ocorrência dos fatos que o levaram a constituir uma 
obrigação tributária até então inexistente ou de valor pecuniário menor. 
 
APRENDA MAIS 
 
Acesse o Código Tributário Nacional: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172Compilado.htm 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis 
do IFRS e CPC – Lei nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes 
com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 9 
 
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Presumido e Lucro 
Arbitrado 
 
Legislação Base 
 
A legislação base do imposto de renda é o Decreto nº3.000, de 1999, que em seu 
artigo 1º diz: 
 
Art. 1º O imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza será 
cobrado e fiscalizado de conformidade com o disposto neste Decreto. 
 
Lucro Presumido 
 
Regras para a Opção 
 
Poderão optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do 
Lucro Real cuja receita bruta no ano anterior tenha sido igual ou inferior a 
R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$6.500.000,00 (seis milhões 
e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade, quando 
inferior a 12 meses. 
 
Periodicidade e Prazo de Pagamento 
 
No Lucro Presumido, o imposto apurado em cada trimestre deverá ser pago em quota 
única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de sua 
apuração ou, por opção da empresa, em até 3 quotas mensais, iguais e sucessivas, 
observando-se o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 10 
• As quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subsequentes ao 
de encerramento do período de apuração; 
• Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00, e o imposto de valor 
inferior a R$2.000,00 será pago em quota única; 
• O valor de cada quota (excluída a 1ª, se paga no prazo) será acrescido de juros 
equivalentes à taxa Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir 
do 1ºdia do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de 
apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês 
do pagamento. 
 
Base de Cálculo e Alíquotas IRPJ 
 
Para fins de IRPJ, o lucro presumido será determinado aplicando-se sobre a receita 
bruta de vendas de mercadorias, produtos e/ou da prestação de serviços, apurada em 
cada trimestre, os percentuais constantes da tabela a seguir, conforme a atividade 
geradora: 
 
• Atividade Geradora de Receita Percentual Aplicável 
• Revenda, para consumo, de combustível derivado 
de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural 
1,6% 
• Venda de mercadorias ou produtos (exceto 
revenda de combustíveis para consumo) 
8% 
• Transporte de cargas 
• Serviços hospitalares (veja o subitem 6.1.5) 
• Atividade rural 
• Industrialização 
• Atividades imobiliárias (veja o subitem 6.2.3) 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 11 
• Construção por empreitada, quando se tratar de 
contratação por empreitada de construção civil, 
na modalidade total, fornecendo o empreiteiro 
todos os materiais indispensáveis à sua execução, 
sendo tais materiais incorporados à obra 
• Qualquer outra atividade (exceto prestação de 
serviços) para a qual não esteja previsto 
percentual especificado 
• Industrialização de produtos em que a matéria-
prima ou o produto intermediário ou o material de 
embalagem tenham sido fornecidos por quem 
encomendou a industrialização 
• Serviços de transporte (exceto o de cargas) 
16% 
• Serviços (exceto hospitalares, de transporte e de 
sociedades civis de profissões regulamentadas) 
prestados com exclusividade por empresas com 
receita bruta anual não superior a R$120.000,00 
(veja o subitem 6.1.2) 
• Serviços em geral para os quais não esteja 
previsto percentual específico, inclusive os 
relativos ao exercício de profissão legalmente 
regulamentada 
32% 
• Intermediação de negócios 
• Administração, locação ou cessão de bens 
imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza 
• Construção por administração ou por empreitada 
unicamente de mão de obra ou com emprego 
parcial de materiais 
• Construção, recuperação, reforma, ampliação ou 
melhoramento de infraestrutura, no caso de 
contratos de concessão de serviços públicos, 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 12 
independentemente do emprego parcial ou total 
de materiais 
• Prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de 
crédito, seleção de riscos, administração de 
contas a pagar e a receber, compra de direitos 
creditórios resultantes de vendas mercantis a 
prazo ou de prestação de serviços (factoring) 
• Coleta e transporte de resíduos até aterros 
sanitários ou local de descarte 
 
Ao valor determinado mediante a aplicação dos percentuais informados acima sobre a 
receita bruta deverão ser adicionados, por inteiro, as demais receitas ou resultados 
positivos decorrentes de operações não enquadradas no conceito de receita bruta e 
os ganhos de capital, recebidos no período, tais como: 
 
a) Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa e ganhos líquidos de operações 
financeiras de renda variável, observado o seguinte: 
 a.1) Os rendimentospercebidos serão computados na base de cálculo do 
imposto somente no período de apuração em que ocorrer a alienação, o resgate ou a 
cessão do título ou aplicação (regime de caixa); 
 a.2) As perdas apuradas nas operações nos mercados de renda variável 
somente poderão ser compensadas com os ganhos líquidos de outras operações de 
renda variável, exceto as apuradas em operações iniciadas e encerradas no mesmo 
dia (day trade), que somente poderão ser compensadas com ganhos líquidos de outra 
operação dessa natureza; 
 b) Juros remuneratórios do capital próprio que foram pagos ou creditados por 
outra pessoa jurídica da qual a empresa seja sócia ou acionista; 
 c) Juros, calculados pela taxa Selic, incidentes sobre impostos e contribuições 
pagos indevidamente ou a maior que o devido, a serem restituídos ou compensados; 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 13 
 d) Rendimentos obtidos nas operações de mútuo entre pessoas jurídicas 
controladoras e controladas, coligadas ou interligadas; 
 e) Ganhos de capital (lucros) na alienação de bens do Ativo Não Circulante 
(investimentos, imobilizados e intangíveis), inclusive os obtidos: 
 e.1) Na alienação de participações societárias permanentes em sociedades 
coligadas e controladas e de participações societárias que permaneceram no Ativo da 
empresa até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; e 
 e.2) Na devolução de capital, a sócios ou acionistas, em bens ou direitos 
avaliados a preço de mercado. 
 
O imposto trimestral será calculado mediante a aplicação: 
• Da alíquota de 15% sobre a totalidade do lucro presumido apurado no 
trimestre; 
• Da alíquota adicional de 10% sobre a parcela do lucro presumido trimestral que 
exceder a R$60.000,00 ou, no caso de início ou encerramento de atividades no 
trimestre, sobre o limite equivalente ao resultado da multiplicação de 
R$20.000,00 pelo número de meses do período de apuração. 
 
Base de Cálculo e Alíquotas CSL 
 
A base de cálculo da CSL devida pelas empresas submetidas à apuração do IRPJ com 
base no lucro presumido corresponde ao somatório dos seguintes valores, apurados 
em cada trimestre: 
 
a) 12% da receita bruta da venda de mercadorias/produtos e/ou da prestação de 
serviços, exceto para as pessoas jurídicas referidas posteriormente, na forma 
definida na legislação do Imposto de Renda; 
b) Os ganhos de capital (lucros na alienação de bens do Ativo Não Circulante), os 
rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda 
fixa ou renda variável, as demais receitas, os resultados positivos decorrentes 
de receitas não abrangidas na letra “a” deste subtópico, com os seus 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 14 
respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente, e demais valores 
determinados na Lei nº 9.430/1996. 
 
Para fins de cálculo da CSL, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida 
é de 32% para aquelas que exercem as seguintes atividades: 
• Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de 
transportes, inclusive de carga; 
• Intermediação de negócios; 
• Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de 
qualquer natureza; 
• Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, 
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a 
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas 
mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
 
A alíquota da CSL devida pelas pessoas jurídicas em geral é de 9%. 
 
Limites de Distribuição de Lucros 
 
Poderão ser distribuídos, a título de lucros sem incidência do Imposto sobre a Renda 
Retido na Fonte (IRRF), os seguintes valores apurados pela pessoa jurídica tributada 
pelo lucro presumido: 
 
a) O valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos 
e contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica; e 
b) A parcela dos lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado na 
letra “a”, desde que a empresa demonstre, através de escrituração 
contábil fiscal feita com observância da lei comercial, que o lucro efetivo 
é maior que o determinado segundo as normas para apuração da base 
de cálculo do imposto pela qual tiver optado, ou seja, o lucro presumido. 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 15 
Contabilização de IR/CSLL por Lucro Presumido 
 
Pelo provisionamento do IRPJ: 
• D- Provisão para o IRPJ (Conta de Resultado); 
• C- Provisão para o IPRJ (Passivo Circulante). 
 
Pelo provisionamento da CSL: 
D- Provisão para a CSL (Conta de Resultado); 
C- Provisão para a CSL (Passivo Circulante). 
 
A legislação do Imposto de Renda não exige que as pessoas jurídicas tributadas pelo 
lucro presumido mantenham escrituração contábil. Contudo, o atual Código Civil (Lei 
nº 10.406/2001, art. 1.179) estabelece que o empresário e a sociedade empresária 
são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na 
escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação 
respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
 
Portanto, a exigência da manutenção de escrituração contábil independe do regime de 
tributação adotado pela pessoa jurídica. 
 
Lucro Arbitrado 
 
De acordo com o RIR/1999, o Imposto de Renda devido pela pessoa jurídica será 
determinado com base nos critérios do lucro arbitrado quando: 
 
a) O contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver 
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as 
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; 
 
b) A escrituração, a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de 
fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: 
b.1) Identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive a bancária; 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 16 
b.2) Determinar o lucro real; 
 
c) O contribuinte: 
c.1) Não obrigado à tributação com base no lucro real (caso seja optante pela 
tributação com base no lucro presumido), deixar de apresentar à autoridade tributária 
os livros e os documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, nos quais 
deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária; 
c.2) Optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido, por estar 
obrigada à tributação com base no lucro real; 
c.3) Não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro 
Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os 
lançamentos efetuados no Diário, exceto se, tendo optado pela tributação com base 
no lucro presumido, escriturar no livro Caixa toda a sua movimentação financeira, 
inclusive a feita por via bancária; 
 
d) O comissário ou representante de pessoa jurídica estrangeira não apurar o lucro da 
sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no 
exterior; 
 
e) O contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária as 
informações necessárias para gerar o Fcont por meio do Programa Validador e 
Assinador da Entrada de Dados para o Fcont de que trata a Instrução Normativa RFB 
nº 967/2009, no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao Regime Tributário de Transição 
(RTT); 
 
f) O contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária a 
Escrituração Contábil Fiscal (ECF). 
 
O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro apurado, trimestralmente,pelas empresas submetidas ao arbitramento do lucro deverão ser pagos em quota 
única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 17 
sua apuração ou, à opção da empresa, em até três quotas mensais, iguais e 
sucessivas, observado o seguinte: 
 
• As quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses subsequentes ao 
do encerramento do período de apuração; 
• Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00; se o imposto ou a 
contribuição a pagar for de valor inferior a R$2.000,00, o pagamento deverá 
ser feito em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do 
encerramento do período de apuração; 
• O valor de cada quota (excluída a primeira, se paga no prazo) será acrescido 
de juros, equivalentes à taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia 
(Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia 
do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até 
o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento. 
 
SÍNTESE DA AULA 
• Você conheceu com maior profundidade a sistemática do Lucro Presumido e do 
Lucro Arbitrado; 
• Entendeu as formas de enquadramento. 
 
Pergunta 1: O limite para adoção do lucro presumido em caso de atividade 
inferior a 12 meses é de? 
 
a) Acima de R$6.500.000,00 mensais 
b) Até R$6.500.000,00 mensais 
c) Abaixo de R$78.000.000,00 anuais 
d) Acima de R$78.000.000,00 anuais 
e) NDA 
 
Gabarito: b 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 18 
Feedback: R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo 
número de meses de atividade, quando inferior a 12 meses. 
 
Pergunta 2: No lucro arbitrado os pagamentos são realizados com qual 
periodicidade? 
 
a) Mensal 
b) Quinzenal 
c) Trimestral com possibilidade de parcelamento 
d) Trimestral sem possibilidade de parcelamento 
e) Mensal a medida com que as receitas são realizadas 
 
Gabarito: C 
Feedback: O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro apurados, 
trimestralmente, pelas empresas submetidas ao arbitramento do lucro deverão ser 
pagos em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento 
do período de sua apuração ou, à opção da empresa, em até três quotas mensais, 
iguais e sucessivas. 
 
APRENDA MAIS 
 
Acesse o Regulamento do Imposto de Renda: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis 
do IFRS e CPC – Lei nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes 
com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 19 
 
SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação 
do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Real 
 
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Real 
 
Lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões 
ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento. 
 
Na tributação com base no lucro real, o Imposto de Renda incide sobre o resultado 
(lucro) efetivamente apurado pela pessoa jurídica segundo sua escrituração contábil 
(feitos alguns ajustes determinados pela legislação fiscal). 
 
É obrigatório para pessoas jurídicas com faturamento superior a R$78.000.000 
(setenta e oito milhões de reais) ano ano, ou a R$6.500.000,00 (seis milhões e 
quinhentos mil reais) ao mês de atividade, quando inferior a 12 meses. 
 
As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem adotar uma das 
seguintes formas de pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da 
Contribuição Social sobre o Lucro (CSL): 
 
a) Pagamento trimestral, mediante apuração de lucro real trimestral definitivo; ou 
b) Pagamento mensal por estimativa e apuração anual do lucro real (em 31 de 
dezembro). 
 
Após a opção, realizada no primeiro recolhimento do exercício social, a pessoa jurídica 
não poderá optar por outra forma de recolhimento no mesmo exercício social. 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 20 
As adições e exclusões realizadas na apuração do lucro real são necessárias para 
ajustar o valor apurado via normas de contabilidade à legislação do imposto de renda, 
e serão estudadas mais profundamente nos próximos capítulos. 
 
Cálculo do Lucro Real Anual 
 
As pessoas jurídicas que optaram pelo pagamento mensal do Imposto de Renda por 
estimativa podem, mediante levantamento de balanços ou balancetes periódicos: 
 
• Suspender o pagamento do imposto relativo ao mês em que levantarem 
balanço ou balancete quando o valor do imposto devido, inclusive o 
adicional, calculado com base no lucro real do ano-calendário em curso, 
até esse mês, for igual ou inferior à soma do imposto pago, 
correspondente aos meses anteriores do mesmo ano-calendário; ou 
 
• Reduzir o valor do imposto a pagar ao montante correspondente à 
diferença positiva entre o imposto devido sobre o lucro real do ano-
calendário em curso, até o mês em que levantarem balanço ou 
balancete, e a soma dos impostos pagos, correspondente aos meses 
anteriores do mesmo ano-calendário. 
 
Observe-se que, inclusive o pagamento do imposto mensal relativo ao mês de janeiro 
do ano-calendário pode ser suspenso ou reduzido, com base em balanço ou balancete 
levantado nesse mês, caso tenha sido apurado prejuízo fiscal ou o imposto calculado 
sobre o lucro real apurado tenha sido inferior ao calculado por estimativa, com base 
na receita bruta e nos acréscimos de que tratam os artigos 4º a 9º da Instrução 
Normativa RFB nº 1.515/2014. 
 
O balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução do imposto de 
renda deve abranger o período de 1º de janeiro do ano-calendário em curso até o 
último dia do mês cujo imposto se pretende suspender ou reduzir, ou seja, a apuração 
sempre será feita de forma acumulada, e não com base no resultado do mês em curso. 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 21 
Mensalmente, haverá a necessidade de a pessoa jurídica optante pelo lucro real anual 
de se calcular as duas formas de recolhimento do imposto: 
• Por balancete de suspensão/redução; ou 
• Por estimativa, optando-se pela melhor alternativa para a empresa. 
 
Cálculo do Lucro Real Trimestral 
 
O lucro real trimestral é definitivo. A apuração deverá ser feita partindo-se do resultado 
líquido de cada trimestre (encerrado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de 
setembro e 31 de dezembro do ano-calendário), determinado por meio de 
levantamento de balanço com observância das normas estabelecidas pela legislação 
comercial e fiscal. 
 
Esse resultado será ajustado mediante escrituração do Livro de Apuração do Lucro 
Real (Lalur) por todas as adições, exclusões e compensações determinadas ou 
autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. 
 
Do mesmo modo, a Contribuição Social sobre o Lucro devida em cada trimestre deve 
ser determinada com base no resultado trimestral apurado contabilmente, ajustado 
pelas adições, exclusões e compensações determinadas ou autorizadas pela legislação 
vigente. 
 
O imposto e a contribuição devidos, apurados ao final de cada trimestre, deverão ser: 
 
I - Pagos em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento 
do período de apuração; ou 
 
II - À opção dapessoa jurídica, pagos em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, 
vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao do encerramento do 
período de apuração a que corresponder, observando-se que: 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 22 
a) Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$1.000,00 e o imposto ou a contribuição 
de valor inferior a R$2.000,00 será pago em quota única, até o último dia útil do mês 
subsequente ao do encerramento do período de apuração; 
 
 
b) As quotas serão acrescidas de juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada 
mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subsequente ao do 
encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do 
pagamento e de 1% no mês do pagamento; 
 
Compensação de Prejuízos Fiscais 
 
Os prejuízos fiscais apurados na apuração do LALUR poderão ser compensados pela 
pessoa jurídica tributada pelo lucro real. 
 
Importante lembrar que prejuízo fiscal é diferente de prejuízo contábil, apurado em 
conformidade com as normas da contabilidade societária. 
 
Os prejuízos que podem ser compensados devem ser apurados na parte B do LALUR, 
e sua utilização em períodos subsequentes poderá ser efetuada total ou parcialmente, 
independentemente de prazo, devendo ser observado em cada período de apuração 
o limite de 30% do respectivo lucro líquido ajustado (lucro líquido do período mais 
adições menos exclusões). 
 
SÍNTESE DA AULA 
 
Nesta aula, você: 
• Aprofundou seus conhecimentos sobre a apuração do Lucro Real; 
• Compreendeu as diferenças entre lucro real x lucro societário; 
• Entendeu as formas de cálculo e opção do lucro real. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 23 
Pergunta 1: Qual a mecânica de apuração do Lucro Real? 
 
a) Lucro líquido + Exclusões – Adições = Lucro Tributável 
b) Lucro Líquido + Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
c) Lucro Líquido – Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
d) Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
e) Lucro Tributável + Adições – Exclusões = Lucro Líquido 
 
Gabarito: D 
Feedback: Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
 
Pergunta 2: As adições ao lucro líquido se justificam pois: 
 
a) É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro líquido 
que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. 
b) Conferir neutralidade tributária aos novos métodos e critérios contábeis 
introduzidos pela Lei nº 11.638/2007. 
c) Com o fim do RTT não há mais necessidade de ajustes referentes ao RTT na 
apuração do lucro real. 
d) Regulamentar a adoção das IFRS no Brasil via regime de transição. 
e) Aumentam a arrecadação do governo federal. 
 
Gabarito: A 
Feedback: É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro 
líquido que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. 
 
APRENDA MAIS 
 
Acesse o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis: 
http://www.cpc.org.br 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 24 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis 
do IFRS e CPC – Lei nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes 
com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação 
do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
Despesas Dedutíveis e Indedutíveis – IR/CSLL 
 
Despesas Dedutíveis e Indedutíveis – IR/CSLL 
 
LALUR: Do Lucro Contábil ao Lucro Tributável 
 
A contabilidade no Brasil sempre teve um viés tributário, principalmente para fins de 
apuração de Imposto de Renda e de Contribuição Social. 
 
A promulgação da Lei nº 11.638 em 12/2007 e o início da adoção das IFRS no país 
ocasionou um descasamento maior entre a contabilidade fiscal e a societária, gerando 
por exemplo diferenças temporais de reconhecimento de despesas – o controle das 
despesas que não são aceitas no presente, mas poderão ser aceitas no futuro, surgem 
como figura importante para redução dos tributos a serem pagos. 
 
Dessa forma, surge a partir de 2008 o RTT – Regime Tributário de Transição, que foi 
criado pela Medida Provisória 449/2008 e convertido em 27/05/2009 na Lei nº 
11.941/2009. Pelo RTT, as empresas apuravam o lucro societário pelas normas 
contábeis internacionais e faziam ajustes ignorando todos os pronunciamentos 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 25 
contábeis emitidos desde 2008, para aí então fazer as adições e exclusões tradicionais 
de receitas e despesas no livro de apuração do Lucro Real. 
 
O RTT perdurou até a promulgação da MP 627/2013, convertida na Lei nº 
12.973/2014, e trouxe o entendimento e aceitação, à legislação fiscal, das alterações 
trazidas pela padronização da contabilidade brasileira às normas IFRS. 
 
Até a edição da Lei nº 11.941/2009 tínhamos a seguinte situação para fins de apuração 
do IRPJ e da CSLL: 
Lucro Contábil (padrão 2007) 
(+ -) Ajustes na apuração do Lucro Real 
( = ) Lucro Tributável ou Lucro Real 
 
Com a adoção das normas internacionais de contabilidade para fins de escrituração 
comercial, e a adoção da Lei nº 11.941/2009, passamos a ter a seguinte situação: 
Lucro Contábil (padrão IFRS) 
(+ - ) Ajustes do Regime Tributário de Transição 
( = ) Lucro Contábil (padrão 2007) 
(+ - ) Ajustes no LALUR 
( = ) Lucro Tributável ou Lucro Real. 
 
Como podemos observar, a principal função do RTT foi a de anular os efeitos da 
adoção das normas internacionais de contabilidade para fins tributários. 
 
Com o fim do RTT, promovida pela publicação da Lei nº 12.973/2014, volta-se à 
mecânica anterior de apuração do Lucro Real: 
Lucro Contábil 
(+-) Adições/Exclusões 
= Lucro Tributável 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 26 
Na determinação do Lucro Real, serão adicionados ao lucro líquido: 
 
I – Os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros 
valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação 
tributária, não sejam dedutíveis na determinação do lucro real; 
II – Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na 
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, devam ser 
computados na determinação do lucro real. 
 
Comprovação das Despesas 
 
Para fins da legislação do imposto de renda da pessoa jurídica, fica o contribuinte 
sujeito a comprovar o ato ou fato econômico que serviu de base aos lançamentos 
contábeis em conformidade com o estabelecido nas leis comerciais e fiscais. 
 
As despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, 
operações ou atividades da empresa, intrinsicamente relacionadas com a produção ou 
comercialização dos bens e serviços. 
 
Essas despesas devem, ainda, estar devidamente suportadas por documentos hábeis 
e idôneos a comprovarem sua natureza, a identidade do beneficiário, a quantidade, o 
valor da operação etc. 
 
As despesas podem ser comprovadas por meio de nota fiscal ou cupom emitido por 
equipamento emissor de cupom fiscal, os quais deverão conter (Lei 9.532/1997, art. 
61, § 1º e 81, II): 
a) Identificação da pessoa jurídica compradora ou tomadora dos serviços 
mediante identificação do CNPJ; 
b) Descrição dos bens ou serviços objeto da operação; e 
c) Data e valor da operação.PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 27 
Em caso de despesas com alimentação do colaborador em viagens a trabalho, o fisco 
admite como despesa dedutível, independentemente de comprovação por meio de 
nota ou cupom fiscal, valores que não excedam a R$16,57 por dia de viagem, que 
deverá ser comprovada por recibo de estabelecimento hoteleiro, ou bilhete de 
passagem quando não incluir qualquer pernoite, que mencione o nome do funcionário 
a serviço da pessoa jurídica. 
 
Despesas Dedutíveis 
 
Despesas dedutíveis para fins de elaboração do livro de apuração do lucro real (LALUR) 
são aquelas admitidas como operacionais, ou seja, se forem necessárias, usuais, e 
normais para a realização das atividades do contribuinte e se forem adequadamente 
documentadas. 
 
Despesas Indedutíveis 
 
Devem ser adicionados, ao lucro real, todos os custos, todas as despesas, todas as 
provisões, todos os encargos e todas as participações que, de acordo com a legislação, 
não sejam dedutíveis para fins de apuração de imposto de renda. 
 
Despesas que não façam parte das atividades normais da empresa, como, por exemplo 
uma multa de trânsito, apesar de estarem devidamente documentadas e escrituradas 
na Contabilidade, não são aceitas como dedutíveis para fins de apuração do lucro real 
e devem ser adicionadas ao lucro líquido influenciando na apuração do LALUR. 
 
Além disso, diferenças temporárias de reconhecimento motivadas por diferenças entre 
a contabilidade fiscal e a societária podem não ser aceitas fiscalmente no presente, 
mas podem ser aceitas no futuro. 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 28 
Exemplos de diferenças temporárias: 
• Ajustes de estoques ao valor realizável líquido; 
• Provisão para ações trabalhistas, ambientais e cíveis; 
• Ajuste de incobráveis; 
• Provisão para garantia de produtos; 
• Impairment; 
• Depreciação. 
 
Em uma operação de aquisição de imobilizado, com incentivo de depreciação acelerada 
integral para fins fiscais, teríamos a seguinte situação: 
 
Custo do Ativo: $ 100,00 
Depreciação ao ano: $ (20,00) 
Lucro Antes do IR: $ 1.000,00 
( - ) Depreciação Acelerada: $ (80,00)_ 
Lucro Tributável: $ 920,00 
 
 
Outro modo de analisarmos a depreciação acelerada: 
 
 Divulgação Tributação 
Imobilizado 100,00 100,00 
( - ) Depreciação 
Acumulada 
 _ (20,00) _ _ (100,00) _ 
 80,00 0,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 29 
SÍNTESE DA AULA 
 
Nesta aula, você: 
• Aprofundou seus conhecimentos sobre a apuração do Lucro Real; 
• Compreendeu as medidas adotadas para que fosse possível a adoção das IFRS 
sem impactos na apuração do Imposto de Renda; 
• Aplicou o conhecimento adquirido; 
• Analisou as principais adições ao lucro líquido. 
 
Pergunta 1: Com o fim do RTT, qual a mecânica de apuração do Lucro Real? 
 
a) Lucro líquido + Exclusões – Adições = Lucro Tributável 
b) Lucro Líquido + Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
c) Lucro Líquido – Ajustes RTT + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
d) Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
e) Lucro Tributável + Adições – Exclusões = Lucro Líquido 
 
Gabarito: D 
Feedback: Lucro Líquido + Adições – Exclusões = Lucro Tributável 
 
Pergunta 2: As adições ao lucro líquido se justificam pois: 
a) É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro líquido 
que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. 
b) Conferir neutralidade tributária aos novos métodos e critérios contábeis 
introduzidos pela Lei nº 11.638/2007. 
c) Com o fim do RTT, não há mais necessidade de ajustes referentes ao RTT na 
apuração do lucro real. 
d) Regulamentar a adoção das IFRS no Brasil via regime de transição. 
e) Aumentam a arrecadação do governo federal. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 30 
Gabarito: A 
Feedback: É necessário adicionar quaisquer valores deduzidos na apuração do lucro 
líquido que não sejam legalmente dedutíveis da apuração do lucro real. 
 
APRENDA MAIS 
 
Acesse o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis: 
http://www.cpc.org.br 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis 
do IFRS e CPC – Lei nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes 
com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação 
do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
Incentivos Fiscais – IR/CSLL (Rouanet, PAT, Incentivo ao Esporte, 
Depreciação Acelerada) e Exclusões do Lucro 
 
Como visto na aula anterior, após a apuração do lucro líquido contábil, é necessário 
que sejam realizados ajustes a fim de se obter o valor do lucro real, que é a base de 
cálculo para apuração do IRPJ e da CSLL. 
 
As adições, como anteriormente tratado, são somadas ao valor do lucro líquido pois 
não há previsão legal para sua dedutibilidade na apuração dos impostos, a exclusão, 
por sua vez, deve ser subtraída pois, apesar de haverem parâmetros legais para sua 
inclusão no lucro líquido contábil, não há a mesma previsão para fins tributários. 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 31 
São deduções legalmente aceitas: 
• Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não 
tenham sido computados na apuração do lucro líquido no período de 
apuração; 
• Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na 
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não 
sejam computados no lucro real. 
 
Ainda sobre a apuração do imposto de renda e da contribuição social, temos a 
possibilidade de reduzir e/ou direcionar parte do IRPJ e da CSLL utilizando incentivos 
fiscais, como doações e patrocínios, que são direcionados a setores que necessitem 
de apoio federal para seu desenvolvimento. 
 
Existem diversos tipos de incentivos, tais como: 
• Doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente; 
• Programa de alimentação do Trabalhador (PAT); 
• PDTI e PDTA; 
• Incentivos à inovação tecnológica; 
• Atividade audiovisual; 
• Atividade cultural e artística; 
• Incentivos ao esporte; 
• Finam e Finor. 
 
Falaremos a seguir sobre cada um deles: 
 
Doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente 
 
As doações aos fundos nacional, estaduais, distrital e municipais dos Direitos da 
Criança e do Adolescente podem ser deduzidas do imposto de renda devido pela 
pessoa jurídica optante pelo lucro real desde que observado o limite global de 1% do 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 32 
imposto normal de 15% (sem a inclusão do adicional), diminuído do imposto incidente 
sobre lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior. 
 
A dedução dessas doações está sujeita apenas ao limite de 1% do imposto devido, 
não lhes sendo aplicável qualquer outro limite cumulativo, caso haja dedução de outros 
incentivos fiscais, conforme IN SRF 267/2002, art. 54. 
 
As doações aos fundos dos direitos da criança e do adolescente devem ser deduzidas 
diretamente do imposto, não sendo passíveis de dedução como despesa operacional 
para determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social – devem, 
portanto, ser adicionadas. 
 
Para fins decomprovação da doação, os conselhos nacional, estaduais, distrital e 
municipais dos direitos da criança e do adolescente deverão emitir comprovante em 
favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do conselho 
correspondente, devendo apresentar: 
a) Número de ordem, nome, número de inscrição no CNPJ e endereço do 
emitente; 
b) O nome, número de inscrição no CNPJ e demais dados do doador; 
c) A data de doação e o valor recebido; 
d) O ano a que se refere a doação. 
 
No caso de doação em bens, esse documento deverá conter também a identificação 
dos bens, mediante sua descrição em campo próprio ou em relação anexa que informe, 
ainda, se houve avaliação e, em caso positivo, identificar os responsáveis pela 
avaliação com indicação do CPF (se pessoa física) ou CNPJ (se pessoa jurídica). 
 
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) 
 
Os desembolsos com o fornecimento de alimentação, desde que concedidos 
indistintamente a todos os colaboradores, são dedutíveis como custos ou despesas 
para fins de apuração do lucro real, e se a pessoa jurídica aderir ao Programa de 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 33 
Alimentação do Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego poderá deduzir, 
também, diretamente do imposto de renda devido com base no lucro real, o incentivo 
fiscal concedido. 
 
 
O valor do incentivo corresponde ao menor dos seguintes valores: 
a) 15% das despesas realizadas com o fornecimento de alimentação dos 
empregados, deduzida da parcela cobrada dos mesmos; 
b) O resultado da multiplicação de R$0,30 (15% de R$1,99 – custo máximo 
de refeição admitido para o cálculo do incentivo, de R$2,49, menos a 
participação cobrável do trabalhador, de 20% = R$0,50) pelo número de 
refeições fornecidas no período. 
 
Adicionalmente, há que se observar que a parcela do incentivo dedutível, em cada 
período de apuração do imposto, fica limitada a 4% do imposto devido à alíquota de 
15%, conforme artigo 582 do RIR/1999. 
 
A parcela do incentivo que exceder a esse limite de 4% do imposto devido no período 
de realização dos gastos poderá ser deduzida até o segundo ano-calendário 
subsequente, sempre respeitando esse limite. 
 
Há uma série de regras, inclusive relativas à valor nutricional dos alimentos, que a 
empresa precisa cumprir para se enquadrar ao PAT, devendo observar o disposto na 
Lei nº 6.321 de 14/04/1976. 
 
PDTI e PDTA 
 
Os Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI) ou Agropecuário 
(PDTA) foram regidos pela legislação em vigor até a publicação da Lei nº 11.196/2005, 
art. 133, I, “a”, com efeitos desde 01/01/2006. 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 34 
O objetivo do PDTI/PDTA era a capacitação tecnológica da indústria e da agropecuária 
no Brasil, visando a geração de novos produtos, processos ou aprimoramento de suas 
características. 
 
Para que as empresas pudessem usufruir desses incentivos fiscais era preciso 
apresentar, formalmente, a uma das agências credenciadas pelo MCT, um programa 
de desenvolvimento tencológico industrial ou agropecuário com duração de até 5 anos, 
em formulário próprio fornecido pelas agências. 
 
As empresas que já tivessem aderido ao programa poderiam migrar para o regime de 
que trata a Lei nº 11.196/2005, arts. 17, § § 1º e 7º, 22 a 26, e 132, IV, “b”. 
 
Incentivos à Inovação Tecnológica 
 
Como visto anteriormente, os Programas de Desenvolvimento Tecnológico Industrial 
(PDTI) ou Agropecuário (PDTA) foram aperfeiçoados com a publicação da Lei nº 
11.196/2005, também conhecida como “Lei do Bem”, com o objetivo de estimular 
investimentos privados em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, quer na 
concepção de novos produtos como no processo de fabricação, quer na agregação de 
novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique 
melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando 
maior competitividade no mercado. 
 
Atualmente, com as modificações acima mencionadas, a pessoa jurídica pode usufruir 
dos seguintes incentivos fiscais: 
 
I – dedução, para efeitos de apuração do lucro líquido, de valor correspondente à 
soma dos dispêndios realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e 
desenvolvimento de inovação tecnológica classificáveis como despesas operacionais 
pela legislação do imposto sobre a renda da pessoa jurídica – IRPJ ou como pagamento 
na forma prevista no § 2º deste artigo; 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 35 
II – redução de 50% do IPI incidente sobre equipamentos, máquinas, aparelhos e 
instrumentos, bem como os acessórios sobressalentes e ferramentas que 
acompanham esses bens, destinados à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico; 
 
III – depreciação integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas, equipamentos, 
aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas atividades de pesquisa 
tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica, para efeito de apuração do 
IRPJ e da CSLL; 
 
IV – amortização acelerada, mediante dedução como custo ou despesa operacional, 
no período de apuração em que forem efetuados, dos dispêndios relativos à aquisição 
de bens intangíveis, vinculados exclusivamente às atividades de pesquisa tecnológica 
e desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis no ativo diferido do 
beneficiário, para efeito de apuração do IRPJ; 
 
V – revogado pela Lei nº 12.350 de 20/12/2010; 
 
VI - redução a 0 (zero) da alíquota do imposto de renda retido na fonte nas remessas 
efetuadas para o exterior destinadas ao registro e manutenção de marcas, patentes e 
cultivares. 
 
Atividade Audiovisual 
 
Os incentivos às atividades audiovisuais estão regulamentados pelo Decreto 
6.304/2007. 
 
Para fins de utilização dos benefícios, entende-se por obra audiovisual: 
 
a) Obra audiovisual; 
b) Obra cinematográfica; 
c) Obra videofonográfica; 
d) Obra cinematográfica e videofonográfica de produção independente; 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 36 
e) Obra cinematográfica brasileira e videofonográfica brasileira; 
f) Segmento de mercado (mercados de salas de exibição, vídeo doméstico em 
qualquer suporte, radiodifusão de sons e imagens, comunicação eletrônica 
de massa por assinatura, mercado publicitário audiovisual ou quaisquer 
outros mercados que veiculem obras cinematográficas e videofonográficas); 
g) Obra cinematográfica ou videofonográfica de curta metragem; 
h) Obra cinematográfica ou videofonográfica de média metragem; 
i) Obra cinematográfica ou videofonográfica de longa metragem; 
j) Obra cinematográfica ou videofonográfica seriada; 
k) Telefilme; 
l) Minissérie; 
m) Programadora (empresa que oferece, desenvolve ou produz conteúdo, na 
forma de canais ou de programações isoladas, destinado às empresas de 
serviços de comunicação eletrônica de massa por assinatura ou de quaisquer 
outros serviços de comunicação, que transmitam sinais eletrônicos de som 
e imagem que sejam gerados e transmitidos por satélite ou por qualquer 
outro meio de transmissão ou veiculação); 
n) Programação internacional; 
o) Programação nacional. 
 
Mediante a aquisição de quotas representativas de direitos de comercialização sobre 
as referidas obras, poderá a pessoa jurídica deduzir do imposto de renda devido as 
quantias referentes aos investimentos, desde que estes sejam realizados no mercado 
de capitais, em ativos previstos em lei e autorizados pela Comissão de Valores 
Mobiliários, observado o limite de 1% do imposto devido. 
 
Adicionalmente, o total dosinvestimentos poderá ser abatido como despesa 
operacional na apuração do lucro líquido contábil. 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 37 
Atividade Cultura e Artística 
 
As doações e patrocínios em favor de projetos culturais e artísticos somente poderão 
ser objeto de incentivo fiscal se o projeto houver sido previamente aprovado pelo 
Ministério da Cultura, observando-se que a aprovação de projetos e a sua publicação 
no Diário Oficial da União deverá conter: 
 
a) O título do projeto; 
b) O número de registro no Ministério da Cultura; 
c) O nome do proponente e respectivo CNPJ ou CPF; 
d) O extrato da proposta aprovada no Ministério da Cultura; 
e) O valor e prazo autorizados para captação de recursos; 
f) O enquadramento quanto às disposições da Lei nº 8.313/1991. 
 
O limite individual de doação para esta modalidade de incentivo é de 4% do IRPJ 
devido, não sendo permitida qualquer dedução a título de incentivo fiscal do adicional 
do IRPJ (Lei nº 9.249/1995, art 3º, §4º. 
 
Incentivos ao Esporte 
 
Para fins de incentivo ao esporte, considera-se projeto desportivo o conjunto de ações 
organizadas e sistematizadas por entidades de natureza esportiva, destinada à 
implementação, à prática, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao desenvolvimento do 
esporto, atendendo a pelo menos uma das manifestações desportivas a seguir: 
a) Educacional; 
b) De participação; 
c) De rendimento. 
 
Os valores dispendidos pela PJ destinados a patrocínio ou doação em favor de projetos 
desportivos não poderão ser deduzidos como custo ou despesa operacional do lucro 
real e da base de cálculo da contribuição social. 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 38 
O limite de redução possível do valor do IRPJ será de 1% do montante total, não sendo 
considerado o adicional de IRPJ como base de cálculo. 
 
Finam e Finor 
 
Os Fundos de Investimentos da Amazônia (Finam) e do Nordeste (Finor) foram criados 
com o objetivo de efetivas as políticas de investimento em instalações de 
empreendimentos considerados prioritários ao desenvolvimento socioeconômico das 
regiões Norte e Nordeste do Brasil, visando minorar as disparidades existentes entre 
essas regiões e a região mais ao sul do Brasil. 
 
As pessoas jurídicas optantes pelo regime de apuração pelo Lucro Real podem deduzir 
parte do imposto de renda devido como forma de incentivo fiscal para aplicação em 
projetos destinados àquelas regiões do país, recebendo em troca as cotas de 
participação daqueles fundos. 
 
Por outro lado, as empresas que pretendiam se instalar nas regiões Norte e Nordeste 
do Brasil poderiam ter acesso a esses recursos e, em contrapartida, emitir ações ou 
debêntures conversíveis em ações até o ano fiscal de 2013. 
 
Desde 26/05/2001, somente a pessoa jurídica tributada pelo lucro real que mantiver 
projeto próprio aprovado com base na Lei nº 8.167/1991, art. 9º, poderá optar pela 
aplicação de parte do imposto mensal no Finor, no Finam ou no Funres (este último 
restrito às empresas domiciliadas no Estado do Espírito Santo), observando-se o 
seguinte (RIR/1999, art. 601, com a redação da Medida Provisória nº 2.199-14/2001): 
 
 
a) a opção é exercida mediante recolhimento, em Darf específico, no mesmo prazo 
do Imposto de Renda, da parcela do imposto mensal de valor equivalente a até: 
 
a.1) 18% para o Finor ou para o Finam e 25% para o Funres, no período de 
1º/01/1998 até 12/2003; 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 39 
 
a.2) 12% para o Finor ou para o Finam e 17% para o Funres, no período de 
1º/01/2004 até 12/2008; 
 
a.3) 6% para o Finor ou para o Finam e 9% para o Funres, no período de 
1º/01/2009 até 12/2017. 
 
 
Exclusões ao Lucro Líquido 
 
Podem ser excluídos do lucro líquido contabilmente apurado no período: 
a) Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não 
tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período (ex: 
depreciação acelerada incentivada); 
b) Os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na 
apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não 
sejam computados no lucro real (exemplo: resultados positivos de 
equivalência patrimonial, dividendos). 
 
Receitas Contabilizadas e Não Exigidas pelo Fisco 
 
São valores contabilizados no lucro líquido da empresa mas que, por determinação da 
legislação tributária, não fazem parte da composição do valor do lucro real. 
a) Resultado credor da equivalência patrimonial (art. 389 do Decreto-Lei nº 
3.000/1999); 
b) Lucro e dividendos recebidos que tenham sido tributados nas pessoas jurídicas que 
os distribuíram (art. 379 do Decreto-Lei n. 3.000/1999; 
c) Ganho de capital obtido nas operações de transferência de imóveis desapropriados 
para fins de reforma agrária (art. 423); 
d) Acréscimo do valor de patrimônio líquido de investimento, decorrente de ganho de 
capital por variação na percentagem de participação no capital social de controlada 
ou coligada (art. 428); 
e) Capital das apólices de seguro ou pecúlio em favor da empresa, pago por morte 
do sócio segurado (art. 445). 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 40 
 
Reversão de Provisões Constituídas 
 
Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de 
determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido no período de apuração, ou 
dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração 
competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente (Art. 
247, § 2º, Decreto nº 3.000/1999). 
 
Depreciação Acelerada 
 
A depreciação acelerada incentivada é uma forma de incentivo fiscal para ganho de 
competitividade e eficiência em setores selecionados pelo Governo Federal. 
 
Nesta modalidade há postergação da tributação do lucro da atividade, uma vez que a 
aquisição das máquinas, aparelhos e equipamentos possibilita sua dedução de forma 
mais ágil do que a admitida contabilmente. 
 
Observe o exemplo a seguir: 
Ano Na escrituração comercial No LALUR 
Custo/Despesa 
Depreciação 
Depreciação 
Acumulada 
Exclusão Adição 
20X1 10.000,00 10.000,00 40.000,00 - 
20x2 10.000,00 20.0000,00 - 10.000,00 
20x3 10.000,00 30.0000,00 - 10.000,00 
20x4 10.000,00 40.0000,00 - 10.000,00 
20x5 10.000,00 50.0000,00 - 10.000,00 
Totais 50.000,00 - 40.000,00 40.000,00 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 41 
Resultado Positivo de Equivalência Patrimonial 
 
A contrapartida do ajuste por aumento ou redução no valor do patrimônio líquido do 
investimento não será computada na determinação do lucro real (Art. 389 do Decreto 
nº 3.000/1999). 
 
Dividendos Recebidos 
 
Ressalvado o disposto nos artigos 380 e 388 do Decreto nº 3.000/1999, os lucros e 
dividendos recebidos de outra pessoa jurídica integrarão o lucro operacional da 
empresa, mas serão excluídos do lucro líquido para efeitos de determinação do lucro 
real quando estiverem sujeitos à tributação nas firmas ou sociedades que os 
distribuíram 
 
Lucro obtido na venda para empresas públicas 
 
Conforme Art. 409 do RIR/1999 (Decreto nº 3.000/1999), no caso de fornecimento de 
bens ou serviços de construção por empreitada ou fornecimento, a serem produzidos 
com prazo de execução superior a um ano, contratados por empresa pública, 
sociedade de economia mista ou sua subsidiária, o contribuinte poderá diferir a 
tributação do lucro até a sua realização. 
 
Compensações 
 
Poderão ser compensados osprejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores 
registrados no LALUR desde que observado o seguinte: 
 
I) são compensáveis os prejuízos fiscais apurados em períodos de apuração encerrados 
a partir do ano-calendário de 1995, bem como os saldos ainda não compensados, 
existentes em 31/12/1994, de prejuízos fiscais apurados a partir do ano-calendário de 
1991; 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 42 
II) somente poderão compensar prejuízos fiscais as pessoas jurídicas que mantiverem 
os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do montante 
do prejuízo fiscal utilizado para a compensação; 
 
III) somente poderão ser compensados prejuízos fiscais apurados em períodos nos 
quais a empresa foi tributada pelo lucro real, sendo inadmissível compensar prejuízos 
de períodos nos quais a empresa submeteu-se à tributação pelo lucro presumido, ainda 
que esses valores tenham sido apurados no e-Lalur. 
 
O lucro real apurado em cada período de apuração poderá ser deduzido pela 
compensação de prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores em, no máximo, 
30%. 
 
Pergunta 1: As deduções legalmente aceitas decorrem principalmente de: 
 
a) Valores computados no lucro líquido que não tem previsão legal de tributação no 
lucro real. 
b) Decretos do presidente da república. 
c) Incentivos fiscais de apoio ao esporte. 
d) Valores computados no lucro real que tem previsão legal de tributação. 
e) Decretos da Receita Federal do Brasil. 
 
Gabarito: A 
Feedback: Valores computados no lucro líquido que não tem previsão legal de 
tributação no lucro real. 
 
Pergunta 2: Dentre os incentivos que podem ser utilizados na apuração do 
imposto de renda e da contribuição social, destacam-se: 
 
a) PAT e Funrural. 
b) Atividade cultural e artística e doações aos direitos da criança e do adolescente. 
c) Adições realizadas ao lucro líquido. 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 43 
d) PAT, Funrural e Incentivos à Inovação Tecnológica. 
e) Todas as alternativas estão incorretas. 
 
Gabarito: C 
Feedback: Adições realizadas ao lucro líquido. 
 
APRENDA MAIS 
 
Acesse o site do CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis: 
http://www.cpc.org.br 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis 
do IFRS e CPC – Lei nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes 
com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação 
do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
 
Juros sobre o Capital Próprio (JSCP) 
 
O Artigo 9º da Lei nº 9.249/1995 trouxe a seguinte possibilidade à apuração do 
imposto de renda: 
 
Art. 9º A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os 
juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 44 
de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e 
limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. 
 
As pessoas jurídicas submetidas à tributação com base no lucro real podem considerar 
dedutíveis, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição 
Social sobre o Lucro (CSL), os juros pagos ou creditados individualmente a titular, 
sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as 
contas do patrimônio líquido e limitados a variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de 
Longo Prazo (TJLP). 
 
Custo de Oportunidade do Capital Próprio 
 
O custo de oportunidade é um termo usado em economia para indicar o custo de algo 
em termos de uma oportunidade renunciada, ou seja, o custo, até mesmo social, 
causado pela renúncia do ente econômico, bem como os benefícios que poderiam ser 
obtidos a partir desta oportunidade renunciada ou, ainda, a mais alta renda gerada 
em alguma aplicação alternativa. 
 
Para efeitos de custo de oportunidade do capital próprio, considera-se que o sócio da 
pessoa jurídica optante pelo lucro real poderia utilizar o montante investido na 
empresa em outros negócios ou aplicações, daí a necessidade de remuneração dos 
juros sobre capital próprio. 
 
Características do Juros Sobre Capital Próprio 
 
Os Juros Sobre Capital Próprio podem ser utilizados pelas empresas como uma das 
formas de distribuição de lucros entre os seus acionistas, titulares ou sócios, sendo 
permitido que estes valores sejam lançados como despesas dedutíveis no resultado da 
empresa e o pagamento do imposto de renda fique sob a responsabilidade do 
investidor/acionista que recebeu o montante – sendo o imposto retido no próprio ato 
do pagamento do montante. 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 45 
A escolha deste tipo de distribuição compete à Assembléia Geral, ao Conselho de 
Administração ou à diretoria da empresa. 
 
Cálculo dos Juros Sobre Capital Próprio 
 
A partir do ano-calendário de 2015 (ou a partir do ano-calendário de 2014, para as 
pessoas jurídicas que optarem pela adoção antecipada das disposições da Lei nº 
12.973/2014 ), para fins de cálculo da remuneração dos juros sobre o capital próprio, 
serão consideradas exclusivamente as seguintes contas do Patrimônio Líquido: 
a) capital social; 
b) reservas de capital; 
c) reservas de lucros; 
d) ações em tesouraria; e 
e) prejuízos acumulados. 
 
Os Juros Sobre Capital Próprio devem ser calculados com base na variação da Taxa 
de Juros de Longo Prazo (TJLP). 
 
Limites de dedutibilidade 
 
A dedução dos juros remuneratórios do capital próprio, na apuração do lucro real e da 
base de cálculo da CSL, fica limitada a 50% do maior entre os seguintes valores 
(Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 28º, § 2º): 
• lucro líquido correspondente ao período de apuração dos juros, após a 
dedução da CSL e antes da dedução da provisão para o Imposto de 
Renda e dos juros remuneratórios; ou 
• saldo de lucros acumulados e reservas de lucros. 
 
Contabilização do JSCP 
 
A Lei nº 9.249/1995 , art. 9º, alterada pela Lei nº 12.973/2014 , autoriza a dedução, 
para efeitos fiscais, dos juros pagos ou creditados individualizadamente ao titular, 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 46 
sócios ou acionistas, tendo a Instrução Normativa SRF nº 11/1996 , arts. 29 e 30 , 
parágrafo único, mencionado que, para efeito de dedutibilidade na determinação do 
lucro real, observado o regime de competência, os juros pagos ou creditados deverão 
ser registrados em contrapartida a débito em conta de despesa financeira. 
 
Segundo a Instrução Normativa SRF nº 41/1998, para atendimento ao disposto na Lei 
nº 9.249/1995 , art. 9º, considera-se creditado, individualizadamente, o valor dos juros 
sobre o capital próprio quando a despesa é registrada, na escrituração contábil da 
pessoa jurídica, em contrapartida a conta ou subconta do seu passivo exigível, 
representativa de direito de crédito do sócio ou acionista da sociedade ou do titular da 
empresa individual (atualmente empresário). 
 
SÍNTESE DA AULA 
 
Nesta aula, você: 
• Conheceu Juros Sobre Capital Próprio; 
• Compreendeu seus efeitos; 
• Analisou como contabilizar os JSCP. 
 
Pergunta 1: Os Juros Sobre Capital Próprio podem ser considerados como 
despesas dedutíveis para fins de apuração do imposto de renda devido pelas 
empresas optantes por qual regime de tributação?a) Lucro Real Anual ou Trimestral 
b) Apenas Lucro Real Anual 
c) Apenas Lucro Real Trimestral 
d) Lucro Presumido 
e) Simples 
 
Gabarito: A 
Feedback: Lucro Real Anual ou Trimestral 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 47 
Pergunta 2: Os Juros Sobre Capital Próprio devem ser calculados com a 
utilização da: 
 
a) Taxa Selic 
b) IGPM-DI 
c) Inflação 
d) Correção Monetária 
e) TJLP 
 
Gabarito: E 
Feedback: Os Juros Sobre Capital Próprio devem ser calculados com a utilização da 
Taxa de Juros de Longo Prazo, ou TJLP. 
 
APRENDA MAIS 
 
Analise a Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9249.htm 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, M. C.; ALMEIDA, R. J. Regulamentação Fiscal das Normas Contábeis 
do IFRS e CPC – Lei nº 12.973/14: Aspectos Contábeis e Fiscais. São Paulo: Atlas, 
2015. 
 
OLIVEIRA, Luís Martins et al. Manual de Contabilidade Tributária: Textos e testes 
com respostas. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
SANTOS, M. A. C. Contabilidade Tributária: um enfoque nos IFRS e na legislação 
do IRPJ. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 48 
Reorganizações Societárias e seus Efeitos Tributários 
 
As operações de reorganização societária que envolvem processos de incorporação, 
cisão e fusão geralmente envolvem grandes grupos e, consequentemente, valores 
elevados. Por esse motivo, no processo, são necessárias várias medidas de precaução. 
 
No aspecto tributário, o IRPJ e a CSL relativos ao ano-calendário do evento podem ser 
calculados com base nas regras do lucro real ou do lucro presumido, desde que 
atendidas as condições necessárias à opção. 
 
Além disso, existem outros relevantes fatores tributários a considerar neste tipo de 
operação que serão estudados neste tópico. 
 
Incorporação 
 
A incorporação de empresas é o negócio plurilateral que tem por finalidade agregar 
todas as ações de uma sociedade ao patrimônio de outra que sucede a incorporada 
em todos os seus direitos e obrigações. 
 
Assim ocorre a sucessão universal com a extinção de uma delas, nos termos do art. 
227 da Lei nº 6.404/76. 
 
 
 
Figura - 1 - Operação de Incorporação 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 49 
 
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por 
outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Desaparecem as sociedades 
incorporadas, permancendo apenas a incorporadora. 
 
Fusão 
 
A fusão de empresas é o negócio plurilateral que tem por finalidade a união de ações 
de duas ou mais sociedades na formação de uma nova sociedade, que lhes sucederá 
em todos os direitos e obrigações. 
 
De modo similar a incorporação, a fusão consubstancia um ato constitutivo e 
desconstitutivo simultaneamente, pois ocorre a agregação dos patrimônios de duas ou 
mais empresas existentes em uma nova empresa. 
 
 
Figura 2 – Operação de Fusão 
 
Como já informado, a fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades 
para formar uma nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, 
observando-se que: 
• Com a fusão, extinguem-se todas as sociedades anteriores para dar lugar a 
uma só, na qual todas elas se fundem; 
• A sociedade que surge assumirá todas as obrigações ativas e passivas das 
sociedades fusionadas. 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 50 
Cisão 
 
A cisão de empresas é o negócio plurilateral que tem por finalidade a transferência de 
parcelas ou totalidade do patrimônio de uma sociedade uma ou mais sociedades, 
dividindo-se o capital da empresa cindida ou extinguindo-se a mesma, no caso da 
transferência da totalidade do patrimônio líquido, nos termos do art. 229 da Lei nº 
6.404/76. 
 
A cisão pode ser total ou parcial, sendo que na cisão total ocorre a extinção da empresa 
cindida, enquanto na parcial a personalidade jurídica da empresa cindida não é 
afetada. 
 
 
Figura 3: Cisão Total 
 
 
Figura 4: Cisão Parcial 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 51 
A cisão, por sua vez, é a operação pela qual a sociedade transfere todo ou somente 
uma parcela do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse 
fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cindida – se houver versão de todo 
seu patrimônio – ou dividindo-se o seu capital, se a versão for parcial. 
 
Ágio e Deságio 
 
O ágio e outros ativos intangíveis com prazo de vida útil indefinida não são 
amortizados. Devem ter seu valor de recuperação avaliados anualmente, e também 
quando houver uma indicação de que o valor contábil do ativo não será recuperado 
pela entidade ao longo do exercício social. 
 
Sempre que o valor de recuperação do ágio ou de qualquer outro ativo for inferior ao 
valor contábil, uma perda deve ser reconhecida no resultado do exercício. 
 
Com as recentes mudanças introduzidas nas regras contábeis no Brasil, o ágio a ser 
reconhecido pelo adquirente na data de aquisição corresponde ao montante que 
excede a contraprestação transferida para a aquisição do investimento e o valor do 
acervo líquido da adquirida (ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos) 
avaliado a valor justo – até então, o ágio correspondia ao valor pago pelo investimento 
menos o valor do patrimônio líquido da investida. 
 
Com base nessas novas regras, o ágio reconhecido pela empresa investidora 
decorrente da aquisição de participação societária avaliada pelo MEP poderá ser 
excluído nas apurações de IRPJ e CSLL no período mínimo de cinco anos após o evento 
de incorporação, fusão ou cisão. 
 
Incorporação reversa e empresa veículo 
 
A incorporação reversa surgiu como forma de incentivo aos movimentos de 
privatização de empresas estatais surgidos na década de 1990, principalmente após a 
promulgação da Lei nº 9.532/1997. 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 52 
 
Esse incentivo baseava-se, fundamentalmente, na permissão da dedutibilidade na 
base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre 
o lucro do valor do ágio proveniente de reestruturação societária. 
 
A chamada “incorporação reversa” fica evidente ao analisarmos os arts. 7º e 8º da Lei 
nº 9.532/1997, mais especificamente o art. 8º, alínea "b", a seguir reproduzido: 
 
Art. 8º O disposto no artigo anterior aplica-se, inclusive, quando: 
 [...] 
b) a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade 
da participação societária. 
 
Esse dispositivo permite, na prática, que a empresa controlada incorpore a 
controladora. 
 
Na incorporação reversa normalmente surge a figura da empresa veículo, que, na 
prática, é o instrumento facilitador da operação. A incorporadora, que possui 
participação acionária adquirida com ágio, tem seu patrimônio incorporado pela 
controlada, proporcionando a dedutibilidade desse ágio na apuração do imposto de 
renda da pessoa jurídica e da contribuição social. 
 
Em outras palavras, tal incentivo foi criado com o objetivo de proporcionar a 
recuperação do custo de aquisição por meio de renúncia fiscal proporcionada pela 
amortização, o que significa dizer que o ágio gerado em operações de privatização 
poderia ser aproveitado nas próprias empresas privatizadas, com o lucro por elas 
gerado. 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO OPERACIONAL E ESTRATÉGICO 53 
SÍNTESE DA AULA 
 
Nesta aula, você:

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