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* Falando de História * Infância Infante (origem latina) = ausência de fala. Como na infância não se fala e não se falando, não ocupa a primeira pessoa nos discursos que dela se ocupam. (...) Por isso é “sempre definida por fora”. (Lajolo, 1997) * Dentro do contexto familiar, não era considerada importante, sendo, não raramente, considerada um verdadeiro transtorno. Ignoravam-se as etapas de crescimento e desenvolvimento infantil. Inexistia registro de nascimento, uma vez que era pouco significativa a idade real para identificar as pessoas. O infanticídio ocorria freqüentemente nas famílias mais pobres da sociedade e na maioria das vezes de maneira acidental, quando, ao dormirem, os bebês morriam asfixiados na cama dos pais. Para essas famílias, o filho chegava a ser uma ameaça à própria sobrevivência dos pais sendo freqüentemente abandonado. * Até o início do século XVI, as crianças não eram diferenciadas dos adultos, não havendo preocupação social com essa fase do desenvolvimento do homem. Segundo Áries, a aprendizagem infantil era transmitida de uma geração à outra de forma direta, porém, as crianças de 7 a 9 anos de idade, de qualquer classe social, eram enviadas para casas alheias a fim de serem educadas. Durante aproximadamente 7 a 9 anos passavam com famílias alheias, e, quando retornavam, eram totalmente estranhos à família. * A primeira referência à criança é representada em forma de anjinhos, através de estátuas e pinturas. No século XIII A segunda referência à criança e representada sob a forma e aparência de um rapaz jovem - idade em que o menino era educado nos mosteiros, preparado para ajudar na celebração da missa. Nossa Senhora dos Remédios Portugal * As crianças desde cedo aprendiam as profissões. Não tinham noção de família No século XIII * Os adultos não se apegavam às crianças por considerá-las uma perda eventual A visão de infância era considerada uma etapa do desenvolvimento do ser humano Não havia percepção de características próprias, bem definidas. Surge no contexto social e histórico da modernidade a redução dos índices de mortalidade infantil, graças ao avanço das ciências e às mudanças econômicas. * Até este século, a idade da vida correspondia às etapas biológicas e às funções sociais, onde a adolescência se confundia com a infância e estava ligada à idéia de dependência. O adolescente só se tornava independente ao sair da dependência dos pais. Meninos e meninas usavam os mesmos trajes. Esse hábito durou até 1770 nos países da Europa. No Brasil, prevaleceu até 1930. * * Século XVI e XVII Quanto a área educacional, durante todo o século XVI, crianças e adultos eram educadas conjuntamente, não havendo separações entre as diferentes idades. A partir do século XVII, intensifica-se a preocupação em educar separadamente crianças e jovens, visando a transmissão de disciplina e o aperfeiçoamento espiritual e moral. Surgem, nessa época, os primeiros colégios, “instituições complexas de ensino, vigilância e enquadramento da juventude“. O internato de crianças passou a se tornar prática aceitável no final do século XVII, com a criação dos grandes colégios internos, para onde a burguesia levavam seus filhos, e com a instalação dos conventos onde as meninas se preparavam para o casamento, “ao abrigo de todas as tentações contrárias à virtude”. * Havia, portanto, até o início do século XVII, grande diferenciação entre a educação destinada as crianças do sexo masculino e as do sexo feminino, assim com destinada as famílias burguesas e as famílias operárias. Às meninas, cabia apenas uma educação visando a formação de donas de casa, sendo que somente no final do século foi criada a primeira instituição voltada para a educação feminina. * Século XVIII A infância que antes não passava de uma loteria entre a vida e a morte, agora se encontra amparada no seio da família, devendo a criança ser educada e protegida desde a mais tenra idade, dentro dos princípios que regem a sociedade. Descobre-se que a criança tem necessidades próprias, carecem de cuidados, amor e respeito. * A INEXISTÊNCIA DO CONCEITO DE PRIVACIDADE. ASSUNTOS E BRINCADEIRAS SEXUAIS ENVOLVIAM CRIANÇAS E ADULTOS. NÃO HAVIA SEGREDOS. AS CRIANÇAS EFETIVAMENTE PARTICIPAVAM DA VIDA COMO SE FOSSEM ADULTOS. * Na década de 1920, as autoridades públicas e privadas demonstraram preocupação com o adoecimento infantil, deixando de ser apenas preocupação de entidades de caridade. Especificamente em 1920, a criança, por ser considerada dependente dos trabalhadores das indústrias -assistência médica de acordo com as propostas impostas pelos médicos contratados por proprietários destas indústrias. Nessa época, iniciaram-se discussões a respeito do aleitamento materno. * 1932 - Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova - surgem estabelecimentos de atendimento à infância, a cargo de particulares, para a elite brasileira. A LDB, Lei 4.024/61, Art. 23, aponta a criação de jardins de infância, destinados a menores de sete anos, no Plano de Assistência ao Pré-escolar. * Século XX Grande marco na historia da Educação brasileira Década de 70 - modelo voltado para a educação da camada popular menos favorecida. A educação infantil passou a fazer parte da Educação Básica Nacional após 1988 com a Constituição Federal/88 - Art. 208, que determinou o dever do Estado com a Educação e em especial, a infantil, efetivada mediante a garantia de atendimento em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 6 anos. A infância brasileira recebeu o apoio do Estatuto da Criança e do Adolescente e da LDBN/96, que determina que todas as instituições de educação infantil sejam integradas aos Sistemas de Ensino Nacional. * Entre 1930 e 1940, iniciaram-se os programas de proteção à maternidade, à infância e à adolescência, todos submetidos às propostas do Departamento Nacional da Criança (DNCr). Foram instituídas algumas ações de vigilância e educativas, envolvendo a mulher em todo ciclo gravídico-puerperal. Na década de 1970, foi implantado o Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil, apresentando como objeto a redu- ção da morbimortalidade entre crianças e mães. Iniciaram as ações com caráter preventivo, porém, pautadas em métodos centralizadores que desconsideravam a diversidade regional existente no país * Com vistas a mudar a assistência à saúde da criança no país e em busca do cuidado integral, por volta dos anos de 1980, identificou-se como necessidade o acompanhamento do processo de crescimento e desenvolvimento de todas as crianças. * O desenvolvimento integral da criança depende de cuidados e necessidades que estão relacionados à dimensão afetiva, aos hábitos higiênicos, à alimentação, à saúde e a forma como esses cuidados são oferecidos e essas necessidades são atendidas. * Indicadores de Saúde Infantil * Estado de saúde de uma população Avalia-se através dos Indicadores de Saúde Medidas simples que refletem a saúde comunitária Indicadores de Saúde São valores numéricos (taxas ou percentuais) calculados em relação a uma população. Permitem fazer uma avaliação estatística sobre o estado de saúde da população em estudo. * INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DE SAÚDE INFANTIL MORBIDADE - Permite determinar a incidência e prevalência de doenças, invalidez e traumatismos em uma população. INCIDÊNCIA - Número de casos novos da doença, iniciados em um determinado intervalo de tempo. PREVALÊNCIA - Número total de crianças que apresentam a doença num determinado período. * Vacinação, Acompanhamento médico, Aleitamento materno, Boa alimentação das mães, Melhoria das condições de vida. Fatores que podem reduzir a Taxa de Mortalidade Infantil * INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS Rendafamiliar Educação dos pais Trabalho INDICADORES AMBIENTAIS Habitação Água Saneamento INDICADORES DEMOGRÁFICOS Intervalo de nascimento Ordem de nascimento - filhos prévios Idade da mãe Tamanho da família * * * No Brasil, apesar das iniciativas de amparo e proteção à criança, ainda não se conseguiu alcançar índices de saúde satisfatórios. Esta situação se deve principalmente a : Analfabetismo infantil, Condições precárias de moradia, Péssimas condições de saúde, Violência física, moral e sexual contra crianças, Exploração do trabalho infantil, Prostituição, Uso de drogas. Políticas governamentais ineficazes *