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AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS CÊNICAS


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Fundamentos 
Metodológicos 
do Ensino de 
Arte e Música
As linguagens artísticas: cênicas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms Solange Santos Utuari
Revisão Textual:
Profa. Ms Magnólia Gonçalves Mangolini
5
• As artes cênicas
• A dança
• Fundamentos do ensino de dança na escola
O corpo como material expressivo nas artes cênicas deve ser estudado e potencializado na 
educação das crianças. Neste sentido, é fundamental que o pedagogo conheça propostas 
no ensino das linguagens da dança e do teatro. É possível que você já tenha presenciado 
apresentações de dança e teatro na escola, principalmente em atividades de fins de ano ou 
datas comemorativas. Porém, vamos estudar nesta unidade propostas que vão muito além 
destas práticas. 
As linguagens de dança e do teatro na escola, hoje, são vistas como conhecimento e 
expressão, merecendo uma atenção maior por parte dos educadores. É importante que você 
fique atento às metodologias do ensino de arte nestas linguagens, conhecendo fundamentos 
teóricos e proposições pedagógicas. 
Quanto às atividades propostas na unidade, é importante que você realize todas com afinco 
e determinação. Teste seus conhecimentos respondendo às questões sugeridas. Observe o 
que você já sabe e o que ainda precisa saber, e amplie seus conhecimentos lendo o material 
básico e complementar.
 · São muitas as linguagens da arte. Vamos estudar as linguagens 
do Teatro e da Dança, refletindo principalmente sobre qual 
o papel destas expressões artísticas na escola. Para ampliar 
nossos conhecimentos metodológicos, vamos apresentar 
fundamentos e proposições pedagógicas. 
As linguagens artísticas: cênicas
• Teatro
• Fundamentos do ensino de teatro na escola
6
Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
Contextualização
Para o momento de contextualização, sugerimos a leitura de quatro textos. Dois textos estão 
presentes no livro: 
MARTINS, M. C.; PICOSQUE, G. Teoria e prática do ensino de arte: a língua do 
mundo. São Paulo: FTD, 2010.
• Texto 1: Meandros da linguagem teatral (páginas 122 - 124).
• Texto 2: Meandros da linguagem da dança (páginas 127-128).
Outros textos que fundamentam nossos estudos, nesta unidade, estão presentes no material 
dos PCNs em Arte: 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte 
/ Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.
• Texto 3: Dança ( páginas 67-72). 
• Texto 4: Teatro ( páginas 83-88). 
Estas leituras são básicas e fundamentam os temas estudados nesta unidade V. 
Para ampliar seus saberes culturais e didáticos sobre a proposta de ensino em artes cênicas 
na escola de educação básica, indicamos as leituras complementares de textos que estão 
presentes em publicações da revista Nova Escola:
O corpo é o suporte nas artes cênicas, e é fundamental que a escola saiba como potencializar a 
criação artística e expressão corporal das crianças. A arte de dançar e de dramatizar acompanha 
a história da humanidade desde a sua criação cultural. É importante que você fique atento 
às metodologias do ensino de arte nestas linguagens, conhecendo fundamentos teóricos e 
proposições pedagógicas. 
Leia os materiais indicados e boas reflexões.
 
 Explore
Links para acesso virtual destes textos: https://goo.gl/fkS4hf
 
 Explore
• Texto 1: Vivências teatrais. Disponível em: https://goo.gl/EWQQgA
• Texto 2: O corpo, o movimento e a aprendizagem. Disponível em: https://goo.gl/hgbbH8
7
As artes cênicas
A dança não é separada do corpo, então cabe a nós, Educadores, pensar 
sobre como entendemos corpo. Lenira Peral Rengel, 2006. 
 
Nesta unidade faremos uma reflexão sobre o ensino de dança e 
teatro na escola. Durante muito tempo as linguagens cênicas estiveram 
na escola apenas para realizar apresentações temáticas de fim de ano 
ou em datas especiais. A partir do final dos anos da década de 1980, o 
ensino de arte, como um todo, sofreu muitas transformações. 
Em artes cênicas (dança e teatro), há várias propostas interessantes 
para os educadores conhecerem: as pedagógicas, exercendo a função 
de coordenação ou orientação pedagógica de outros educadores, na 
prática docente em sala de aula, ou em outra função de ação educativa. 
Será possível fazer um bom trabalho em relação a estas linguagens 
artísticas, se apropriando de saberes sobre fundamentos teóricos e 
metodologias. Fazemos aqui o convite para que estude este texto, e os 
demais indicados na leitura básica e complementar, para adentrar na 
investigação da linguagem cênica e seu papel na educação. 
O termo “Artes Cênicas” é usado para se remeter a linguagens que 
tem como princípio o uso do espaço cênico, que pode ser um palco de um teatro, até mesmo a rua ou 
uma praça pública. É um lugar destinado à expressão do corpo como materialidade e o uso de espaços, 
na relação entre espaço/corpo. Espaço cênico, nesse sentido, pode ser compreendido como qualquer 
local onde acontece uma representação, dança ou qualquer manifestação de expressão corporal. 
Estudar as artes cênicas é investigar a prática da representação, do movimento, da percepção do espaço e do 
corpo em toda sua expressividade. Existem muitos gêneros dentro das artes cênicas tanto na linguagem do teatro 
como na dança. Como exemplo, podemos citar peças teatrais que usam bonecos, máscaras e espetáculos em 
que vemos os atores realizando diálogos, bailarinos ou atores em movimentos, expressões corporais, entre outras 
possibilidades. Também podemos pensar em tipos de espetáculos como as comédias, musicais, tragédias, teatro 
gestual, dramático ou em coreografias de danças, danças típicas e outras modalidades. 
Na escola, em cada momento do desenvolvimento dos alunos, podemos explorar metodologias no 
ensino de dança e teatro para apresentar as diversas maneiras expressivas destas linguagens artísticas. 
Não temos a preocupação de apresentar as artes cênicas como espetáculos temáticos ou algo para 
atender às comemorações da escola, e sim apresentar estas linguagens como possibilidades de criar, 
expressar e pensar sobre arte e seu ensino. 
A dança
“A dança ainda é entendida de forma equivocada por muitas escolas, que 
costumam apresentá-la somente nas datas comemorativas e na forma de 
reproduções de coreografias prontas”,
(Isabel Marques, apud Amanda Polato, 2008). 
8
Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
Isabel Marques é autora de vários livros que tratam do ensino de dança, atua também como coreógrafa 
e diretora de grupos de dança. Esta autora faz críticas à concepção das coreografias mecânicas e temáticas 
exploradas por muitas escolas. Neste tipo de proposta não há objetivos pedagógicos e a preocupação 
com o que a criança está aprendendo, mas com o evento em si, direção da escola e o público, que 
geralmente são os pais das crianças. A escola perde, neste tipo de atividade, o seu papel principal, que 
é garantir a aprendizagem das crianças e seu desenvolvimento, para se preocupar com eventos sem 
propósitos educativos. 
A dança pode ser compreendida como expressão individual ou coletiva e seu ensino na escola 
desencadeia uma série de competências e habilidades, como por exemplo:
• atenção;
• percepção do corpo e do movimento;
• senso de cooperação e solidariedade;
• relação coletiva e percepção do movimento do outro;
• respeito a diferenças culturais;
• coordenação e consciência corporal; 
• comunicação e autoestima;
• criação de poéticas artísticas.
As pessoas dançam por muitos motivos: profissional, estética, prazer ou tradição cultural. A dança é 
uma das manifestações mais antigas da humanidade. Na escola podemos explorar o patrimônio cultural 
imaterial que são conhecimentos, tradições e ações passadas de geração a geração, como no caso dasdanças típicas que compõem a diversidade cultural brasileira.
Os seres humanos se expressam por meio de muitas linguagens, a dança é a linguagem do movimento 
expressivo. O corpo humano, ao se movimentar com intenção expressiva, estabelece relações consigo 
mesmo (suas possibilidades e limites), com os outros (pessoas e objetos), com o tempo (pulsação e 
ritmo), o peso, a fluência e com o espaço ao redor. 
Roger Garaudy (1980), filósofo e estudioso, diz que a dança é a expressão que potencializamos por 
meio de movimentos do corpo. Estes movimentos são organizados em sequências significativas; dançar 
é uma experiência que vai além das palavras. Este autor realça a ideia que dançar é uma das formas de 
existir. 
Existem danças étnicas, populares, folclóricas, teatrais etc.
Uma das formas de ampliar saberes culturais dos alunos é apresentar espetáculos de dança para nutrir 
esteticamente o repertório cultural. O melhor é sempre assistir presencialmente, mas hoje há muitas 
possibilidades, como fazer pesquisas na internet ou assistir a espetáculos gravados. 
A dança desde tempos remotos foi se consolidando de maneira particular nas diferentes culturas e 
etnias que foram se formando por todo o mundo. Desta forma, cada civilização desenvolveu sua lógica, 
mística e estética para criar na arte dos movimentos. 
É interessante que os educadores apresentem diferentes manifestações de dança para os alunos e 
discutam com eles as transformações estéticas e filosóficas da dança ao longo dos tempos. Para isso, é 
importante que se aponte a história da dança e as diversas funções desta manifestação cultural: como 
rito, diversão, expressão individual ou como manifestação coletiva de uma comunidade étnica. 
Thinkstock
9
Há muitas manifestações de danças antigas. Este tipo de manifestação de expressão corporal pode 
ainda ser vista em várias culturas. Podemos apresentar para as crianças danças étnicas brasileiras, como 
exemplo, as manifestações indígenas e afrodescendente, entre outros povos e culturas, trabalhando desta 
forma com o tema transversal; pluralidade cultural. 
No geral tem-se por dança étnica aquela produzida por uma comunidade étnica e cultural. A forma 
e os motivos em dançar são passados de geração em geração, com mínimos acréscimos e modificações. 
Neste caso estariam as danças ritualísticas, de vários grupos que vemos ainda hoje, sendo executadas. A 
dança étnica pressupõe também uma elaborada expressão artística, exigindo conhecimento e dedicação 
por parte dos executantes e os demais membros da comunidade. Muitas vezes vemos que as danças 
étnicas podem influenciar o folclore de uma região ou de um país, e muitas ainda são praticadas. Danças 
que são consideradas patrimônios históricos e culturais da humanidade.
Fundamentos do ensino de dança na escola
Falamos de danças, típicas, étnicas e há também 
as danças artísticas. Quando pensamos em uma 
bailarina, será que imaginamos a figura de uma 
jovem com roupas esvoaçantes e dançando com 
sapatilhas de ponta? Este tipo de figurino segue a 
tradição das companhias de ballet que escolhem 
compor espetáculos ao estilo do ballet clássico. 
Estética artística da dança que nasceu na Europa, 
nas cortes, e teve seu apogeu na França, na corte 
de Luís XIV, conhecido como o “Rei Sol”. Ele foi um 
grande estimulador das artes, criando uma série de 
instituições destinadas a promovê-las, dentre as quais 
a “Académie Royale de la Danse”, em 1661. Em seu 
reinado, surgiram as figuras do professor e do coreógrafo de dança. Suas características referem-se à 
linearidade nos movimentos; à verticalidade; à utilização de narrativas associadas aos contos de fadas, 
histórias de príncipes e princesas; ao padrão estético definido: bailarinos e bailarinas magros, altos, de 
pernas longas; em busca pelo etéreo, divino, além do humano. Nesse contexto, surgiu a sapatilha de 
ponta e o coque nos cabelos das mulheres. 
Na dança moderna e contemporânea surgem outras concepções desta arte em que se rompem as 
barreiras do movimento expressivo, conhecido como clássico, dando espaço para outras formas artísticas. 
A bailarina Alemã, que viveu entre os tempos de 1940 e 2009, Pina Bausch inovou a linguagem da 
dança, fazendo uma união entre as linguagens do teatro e da dança e criando coreografias expressivas, que 
exploravam tanto o corpo dos bailarinos como suas emoções, criando movimentos e expressões diferentes 
dos vistos na arte clássica do ballet. Ela costumava dizer que até nas pontas dos dedos podemos perceber 
movimentos belos e expressivos. Acreditava que era preciso que cada bailarino conhecesse seu próprio 
corpo para potencializá-lo na arte da dança. Valorizava a investigação dos movimentos, com base no 
pensamento em que cada pessoa, seja esta adulta ou criança, traz consigo uma experiência e repertório de 
movimentos, e que cabe às pessoas dançantes descobrir qual é o seu movimento mais expressivos. 
Pina Bausch acredita que para dançar precisamos aflorar nossas emoções e sensibilidades, e fazer 
os movimentos que o nosso corpo nos pedir. Precisamos mergulhar em nossas emoções como as 
memórias, sonhos e medos. 
Thinkstock
10
Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
Pensando nos ensinamentos de Pina Bausch, na escola como uma das propostas metodológicas 
podemos contar histórias com os movimentos e criar sequências coreográficas a partir de como cada um 
sente o seu próprio corpo e os movimentos que ele pode fazer. Para isto, é importante conhecer também 
os elementos de linguagem corporal. 
Rudolf Laban, que viveu entre 1879 e 1958, foi um bailarino e coreógrafo austro-húngaro que 
analisou de forma sistemática os elementos constitutivos do movimento humano (linguagem corporal). 
Além disso, enfatizou a importância da dança na escola, onde deveriam ser realizadas atividades 
que reforçassem as faculdades naturais de expressão da criança, preservassem a espontaneidade do 
movimento, mantendo-o viva, e estimulassem a expressão artística no âmbito da arte do movimento. 
Para Laban, a compreensão da dança acontece a partir do entendimento dos princípios do movimento: 
• O corpo que se move;
• O espaço em que o corpo ocupa e se move; 
• As relações entre corpos, coisas no mundo e na dança. 
Também pesquisou sobre: 
• Fluxo que é a liberação de energia que se coloca no movimento e sua fluência;
• Peso como o grau de energia, tensão, força que se coloca no movimento;
• Tempo na relação de velocidade e variações de unidades de andamento lento ou rápido do 
movimento;
• Espaço como as possíveis relações de trajetórias, ocupação de planos, dos lugares em que podem 
acontecer os movimentos.
 A melhor forma de ensinar às crianças a arte da dança é proporcionar o autoconhecimento do corpo 
e a percepção do que este pode fazer. Laban realizou vários estudos a partir de movimentos cotidianos. 
Propostas, como convidar as crianças para formar uma roda em um espaço amplo e depois conversar 
sobre como elas se movem no dia a dia, pode ser um bom começo. Depois, exercícios em que as crian-
ças possam expressar de forma livre e dinâmica estes movimentos, assim como fazer combinações de 
movimentos e criar sequências coreográficas, são oportunidades de desenvolver a dança na escola indo 
além dos movimentos estereotipados e repetitivos das apresentações sem propósitos pedagógicos de 
festinhas escolares. Pense nisto! A dança é uma linguagem do corpo e como tal é área de conhecimento 
e expressão poética. 
Leia a reportagem: A linguagem do corpo: passos e gestos se transformam em 
instrumentos de comunicação e expressão, por Paulo Araújo. 
Disponível em: https://goo.gl/RPkCQa
11
Teatro 
O ensino do teatro na escola tem como 
proposta a aprendizagem de conceitos e noções 
que explorem o movimento, corpo, gesto, 
comunicabilidade, recursos cênicos, jogos teatrais, 
jogos dramáticos e a improvisação,tendo como 
foco o processo de criação e compreensão dessa 
linguagem expressiva. 
Ensinar teatro é tratar de recuperar a autonomia 
do sujeito criador e da autoconsciência de expressões. 
É explorar a imaginação e memória, além da 
observação e criação. Incluir o teatro na rotina escolar 
é explorar o gesto, o movimento, a expressão, a voz, 
com suas combinações estéticas e poéticas. 
Os jogos e exercícios teatrais são as estratégias ou instrumentos que utilizamos para desenvolver o 
processo de ensino e aprendizagem desta linguagem. Quanto à metodologia para o fazer teatral, ela 
deve coordenar o aprendiz de teatro na passagem por três momentos diferentes, que estão ligados a 
Abordagem Triangular do ensino de arte, estudado neste curso na unidade I, nos quais o aluno, diante 
de cada fase de sua idade, precisa: 
• assistir a espetáculos teatrais de vários gêneros (tragédia, drama, comédia), estilos (realista, 
naturalista, expressionista, farsa, grotesco, commedia dell’arte) e formas (teatro de sombras, de 
corpo, de bonecos, entre outros), tanto de grupos teatrais profissionais quanto de amadores e de 
produções dos próprios colegas; 
• experimentar as diversas propostas cênicas;
• ter a possibilidade de contextualizar tanto o que faz como o que vê.
Apesar da especificidade da linguagem teatral, ela não pode ser vista isoladamente, devendo ser 
inserida no mundo da ciência, da história, da literatura, entre outras áreas do conhecimento, destacando 
seu ensino de forma global e constitutivo de uma cidadania cultural.
Fundamentos do ensino de teatro na escola
O trabalho com a linguagem cênica para alunos de ensino fundamental e educação infantil tem como 
propósito a compreensão de que fazer teatro é um jogo: quando as crianças são bem pequenas, elas 
naturalmente fazem isto, ao brincar de faz de conta, de exercer papéis como de mamãe ou filhinho e 
outros papéis experimentados nas brincadeiras. 
Faz parte do mundo da criança brincar de interpretar papéis. Com o passar do tempo, a criança cresce 
e podemos introduzir os jogos com regras, em que há combinados para as brincadeiras. Desta forma, o 
teatro faz parte do desenvolvimento das crianças. 
Thinkstock
12
Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
Para a educadora Ingrid Koudela (2011), o jogo teatral no contexto da sala de aula é importante 
enquanto uma proposta metodológica de aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora. É por meio de 
jogos em grupos que a criança desenvolve o senso de coletividade e cooperação. Nos jogos teatrais, as 
crianças podem criar e aprender como se dá a linguagem do teatro. 
Os princípios de criação e expressão artística na linguagem do teatro estão ligados ao desenvolvimento 
das noções de jogos de faz de conta, jogos teatrais, improvisação e dramatização:
• Nos jogos de faz de conta há espontaneidade e expressão lúdica. As crianças brincam, criam 
personagens e situações imaginárias e desta forma exploram sua fantasia; 
• Os jogos teatrais possibilitam as crianças experimentar e descobrir os signos de seu cotidiano, o 
que proporciona ao aprendiz vivências culturais significativas.
• A improvisação permite as crianças desencadear o processo de criação, imaginação e expressão 
pessoal ou em grupo. 
• A dramatização é um exercício que explora tanto a memória quanto a imaginação. As crianças 
aprendem a contar histórias e mostrar ideias e pensamentos. 
 
É importante que o educador valorize os processos do fazer teatral e não somente o produto com 
montagem de peças teatrais que visam apenas preencher datas comemorativas e calendários de festas 
escolares. É importante que os professores e aprendizes de arte percebam o longo caminho a percorrer, 
antes de se propor a montagem de um texto dramático. 
Brincar e jogar são atividades fundamentais no momento do desenvolvimento da criança. Podemos, 
diante de cada fase do desenvolvimento infantil, explorar ações em três momentos:
• Jogos simbólicos: a criança brinca de faz de conta, imagina personagens e situações, quer 
mostrar não exatamente o que vê, mas sim o que pensa sobre o que vê e percebe em suas 
leituras de mundo. É um momento lúdico em que a criança aprender a ser autônoma em suas 
escolhas e sonhos. 
• Jogos de regras: nos jogos com regras as crianças aprendem a fazer combinados e exercer papéis 
que podem estar ligados a situações cotidianas. Entender as regras do jogo é o desafio para estar 
no jogo. Jogamos com o corpo (para concretizar e materializar o jogo), e com a mente (criando 
estratégias para alcançar o objetivo do jogo). Solucionar os problemas propostos pelos jogos é o 
grande desafio e desenvolve muitas habilidades, competências e atitudes. 
• Jogos dramáticos: a proposta do teatro na escola não é montar uma peça e apresentá-la 
para todos, embora isso possa acontecer. Mas deve-se privilegiar a construção dos saberes nesta 
linguagem com exercícios que tenham como objetivo criar e jogar no fazer expressivo do teatro. 
O professor poderá explorar com as crianças os Jogos dramáticos em que os sons, os gestos e a 
narração formem um momento de vivência com as linguagens do teatro. Como exemplo, podemos 
contar uma historia para crianças e depois pedir que elas recontem por meio da dramatização. Neste 
tipo de proposta podemos observar como as crianças se relacionam com a escuta da narração, a 
dramatização e a produção de sons e movimentos na improvisação ou representação. 
Fazer o jogo teatral pressupõe que a criança entenda as regras que o próprio jogo apresenta, como 
também aceite o desafio que o jogo coloca. Nesse sentido, o papel do professor é fundamental. É ele 
quem, como propositor do jogo, terá de dar as instruções para que o jogo aconteça, instruções que 
devem ser claras e objetivas, para que os participantes do jogo as entendam. 
13
A norte americana Viola Spolin (1906-1994) pesquisou vários exercícios de improvisação teatral e 
o fazer teatral. Para esta autora, os jogos teatrais proporcionam a resolução de problemas, exercícios 
para desenvolver a inteligência, criatividade e expressão artística. O professor pode, neste sentido, ser 
aquele que no jogo teatral irá propor os problemas e desafios por meio de instruções, agindo como um 
mediador e orientador do grupo de crianças enquanto jogam.
 
 
 Explore
leia o livro: SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo, Perspectiva, 1992. p. 26.
 Explore
A instrução tem como objetivo a manutenção do foco da atividade realizada pelo aluno. Ela deve 
levar o jogador para a dimensão do “aqui e agora”, para a resolução de um problema ou desafio que o 
jogo teatral sugere. 
No jogo teatral, devemos considerar o trabalho a partir de três noções específicas: 
• o onde, que é o lugar da realização do jogo: um castelo, uma praia, uma sala qualquer. Esse 
espaço, definido e proposto pelos jogadores, pode ter ou não objetos de cena (móveis ou objetos 
que compõem um cenário). O lugar pode ser imaginário. Nesse caso, as ações das personagens 
devem levar a plateia a imaginar um determinado lugar.
• o quem, noção por meio da qual se vai atender às prerrogativas da personagem da cena. São os 
papéis do jogo teatral que devemos desenvolver. É a personagem dramática do jogo. É quando 
mostramos quem somos para uma plateia.
• o quê, que se refere à ação dramática do jogo teatral: é a atividade do ator-aluno, que mostrará o 
que faz no aqui/agora da cena teatral, dentro de um espaço e de um tempo cênico.
Essas três noções básicas (onde, quem e o quê) compõem o sistema de jogo teatral proposto por 
Viola Spolin, e podem contribuir para o ensino do teatro nas escolas. Vejamos o que Ricardo Japiassu, 
pesquisador do ensino de teatro, diz a respeito das noções de onde, quem e o quê:
Essas noções compõem os princípios fundamentais para a instalação da realidade cênica, quer dizer, 
da realidadedo signo teatral ou da existência propriamente dita do fenômeno teatral criado com base 
no jogo (JAPIASSU, 2005, p. 70).
Essas noções compõem os princípios fundamentais para a instalação da 
realidade cênica, quer dizer, da realidade do signo teatral ou da existência 
propriamente dita do fenômeno teatral criado com base no jogo (JAPIASSU, 
2005, p. 70).
As noções de onde, quem e o quê podem ser trabalhadas em conjunto ou separadamente, dependendo 
dos objetivos ou das expectativas de aprendizagem estabelecidas. É bom lembrar que a atividade artística 
na escola formal não tem o objetivo de formar atores ou artistas em geral, nem se espera que o professor 
seja um diretor teatral. O importante é que professor e aluno sejam sensíveis aos signos da linguagem 
cênica do teatro e da dança, que se apropriem das linguagens da Arte e, consequentemente, que se 
divirtam e construam conhecimentos e saberes sobre as Artes Cênicas.
14
Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
Ideias Chave
Durante muito tempo, o ensino da dança e teatro nas escolas, sempre precário, foi baseado na 
cópia e repetição de movimentos, frequentemente restrito às festas comemorativas ou atividades sem 
direcionamento expressivo. Entretanto, é fundamental que os professores se preocupem em de fato 
ensinar, com momentos de apreciação estética, contextualizações e fazer, não no sentido de reproduzir, 
mas sim de criar na dança e no teatro por meio das pesquisas de movimentos, expressividades e 
jogos, ajudando os alunos a conhecer melhor seu corpo e o dos colegas, utilizando-o como meio de 
se expressar artisticamente.
15
Material Complementar
Há vários materiais e sites que você pode visitar e ampliar seus saberes sobre o ensino de 
dança e teatro na escola. Indicamos aqui os vídeos de projetos vencedores do prêmio arte na 
escola, para que você conheça.
 Acesse e assista aos documentários disponíveis no site do Instituto Arte na Escola:
 http://artenaescola.org.br/
• Somos brasileiros, somos diferentes. Publicado em 27/03/2013. 
Professora: Gilmária Ribeiro da Cunha. Nível de ensino: Ensino Infantil. Escola: 
Centro Municipal de Educação Infantil Cid Passos - Salvador/BA. 
Disponível em: http://artenaescola.org.br/pagina/?id=69953
• Nós Afros. Publicado em 14/12/2012. Professora: Marilene Alves da Cruz Gonçalves. 
Nível de ensino: Ensino Infantil. Escola: CMEI Darcy Castello Mendonça - Vitória/ES. 
Disponível em: https://goo.gl/fZYwM9
Estes são exemplos de materiais que podem ampliar sua visão sobre o ensino de arte e, 
em especial, o ensino de dança e teatro na educação infantil. Nestes projetos está também a 
preocupação em trabalhar com temas transversais, como a cultura afrodescente. 
16
Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
Referências
ARAÚJO, Paulo. Reportagem A linguagem do corpo: passos e gestos se transformam 
em instrumentos de comunicação e expressão. Revista Nova Escola. São Paulo: Ed. Abril, 
2007. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/3276/a-linguagem-do-corpo> 
Acesso em 10 de junho de 2013. 
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos. São 
Paulo: Perspectiva, 2009. 
BRASIL _______ Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da 
Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 3.
________ [Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional: lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 5. ed. Brasília: MEC, 1996.
_______Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Arte. 
Brasília: MEC/SEF, 1997.
GARAUDY, Roger. Dançar a vida. 6. ed. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 1980. 
JAPIASSU, Ricardo O. V. Metodologia do ensino de teatro. Campinas: Papirus, 2005.
KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos teatrais. São Paulo: Editora Perspectiva, 2011.
LABAN, Rudolf. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990.
________. Domínio do movimento. São Paulo: Summus Editorial, 1978.
MARIS, Rosana e ALONSO, Daniela. Vivências teatrais. Revista NOVA ESCOLA. São 
Paulo: Ed. Abril, Setembro/2012. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-
pedagogica/vivencias-teatrais-511434.shtml> Acesso em 10 de junho de 2013.
MARQUES, Isabel. Ensino de Dança Hoje. São Paulo: Ed. Cortez, 2003.
MARTINS, M. C. PICOSQUE, G. GUERRA, M. T. Teoria e prática do ensino de arte: a 
língua do mundo. São Paulo: FTD, 2010. 
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Unidade: As linguagens artísticas: cênicas
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