Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AP1– Equações Diferenciais – 2014-2 Soluções! Questão 1 [2,5 pontos] Calcule uma solução geral de 2x3 dx− (x2 + x) dy = 0. Solução: Temos 2x3 dx− (x2 + x) dy = 0 ⇐⇒ dy dx = 2x3 x2 + x . O lado direito é uma função racional “própria”. Efetuando a divisão do nume- rador pelo denominador, obtemos 2x3 = (x2 + x).(2x− 2) + 2x. Dividindo os dois lados por x2 + x: 2x3 x2 + x = 2x− 2 + 2x x2 + x . Tem-se também dy dx = 2x3 x2 + x ⇐⇒ y(x) = ∫ 2x3 x2 + x dx ⇐⇒ y(x) = ∫ [ 2x− 2 + 2x x2 + x ] dx ⇐⇒ y(x) = ∫ (2x− 2) dx+ ∫ 2 x+ 1 dx ⇐⇒ y(x) = x2 − 2x+ ln |x+ 1|2 + c. Questão 2 [2,5 pontos] a) [1,5 ponto] Mostre que, a substituição de variáveis y = xav, (dy/dx = axa−1v + xa dv/dx) transforma a equação de Riccati x dy dx − ay + by2 = c xn, x > 0, (a, b, c, n)constantes reais (1) 1 na equação x1−a dv dx + b v2 = c xn−2a (2) b) [1,0 ponto] Conclua que, se n = 2a, a equação (2) (e consequentemente (1)) se reduz a uma equação separável. Soluções: a) Tem-se: x dy dx = axav + xa+1 dv dx ay = axav by2 = bx2av2. Daí x dy dx − ay + by2 = c xn ⇐⇒ axav + xa+1 dv dx − axav + bx2av2 = cxn ⇐⇒ xa+1 dv dx + bx2av2 = cxn (dividindo por x2a) ⇐⇒ x1−a dv dx + b v2 = c xn−2a. � b) Quando n = 2a claramente (2) se reduz a x1−a dv dx + b v2 = c. Então x1−a dv dx + b v2 = c ⇐⇒ dv c− b v2 = dx x1−a , que é uma equação separada. � Questão 3 [2,5 pontos] (a)[1,5 ponto] Calcule a família de trajetórias ortogonais à hipérbole xy = −1. (b) [1,0 ponto] Determine a trajetória ortogonal à hipérbole xy = −1 que passa pelo ponto (1, 2). Soluções: a) A equação diferencial que admite xy = −1 como solução particular é y′ = −y/x. Então a equação diferencial satisfeita por todas as trajetórias ortogonais a xy = −1 é y′ = − 1 −y/x = x y . 2 Isto é, yy′ = x, que tem para solução geral y2 − x2 = c. Vemos que as trajetórias ortogonais a xy+1 = 0 são também hipérboles (equi- láteras, com centro em (0,0) e eixos iguais a 0X e 0Y ). b) Fazendo x = 1 e y = 2 na equacnao da família de trajetórias ortogonais a xy = −1, obtemos c = 3. Portanto a trajetória ortogonal à hipérbole xy = −1 que pasa pelo ponto (1, 2) é a hipérbole y2 − x2 = 3. � Questão 4 [2,5 pontos] a) [1,25 ponto] Mostre que a equação (yexy + xy2exy) dx+ (xexy + x2yexy) dy = 0 (3) é exata. b) [1,25 ponto] Mostre que ϕ(x, y) = 1 exy(xy + 1) é um fator integrante de (3) . Soluções: a) Temos: M(x, y) = exy(y + xy2) e N(x, y) = exy(x+ x2y). Então ∂ ∂y [yexy(1 + xy)] = exy(1 + xy) + yxexy(1 + xy) + xyexy = (x2y2 + 3xy + 1)exy, e ∂ ∂x [xexy(1 + xy)] = exy(1 + xy) + xyexy(1 + xy) + yxexy = (x2y2 + 3xy + 1)exy. Vemos que ∀(x, y) ∈ R2, ∂ ∂y [yexy(1 + xy)] = ∂ ∂x [xexy(1 + xy)], o que mostra que (3) é uma equação exata. 3 b) Multiplicando a equação (3) por 1 exy(xy + 1) obtemos a equação 1 y dx+ x dy = 0, que é uma equação separável, logo exata. Portanto 1 exy(xy + 1) é fator integrante de (3). Tema para reflexão: • a solução geral de (3) é definida impliciatamente pela equação xyexy = c Verifique! Impondo, por exemplo, as condições iniciais (x = −1, y = 1) obtém-se −e−1 = c de modo que a solução do PVI correspondente a essa escolha é a função y(x) definida implicitamente numa vizinhança de x = −1 por xyexy+1 + 1 = 0 • A solução geral de y dx+ x dy = 0 é xy = c A solução de { y dx+ x dy = 0 y(−1) = 1 é obtida calculando-se o valor de c, na solução geral xy = c correspondente a x = −1 e y = 1. Obtemos c = −1. E a solução do PVI “é” xy + 1 = 0. Mas veja só! A solução obtida não pode ser considerada como solução do PVI original { (yexy + xy2exy) dx+ (xexy + x2yexy) dy = 0 y(−1) = 1 após tê-lo multiplicado pelo fator integrante dado, porque o fator integrante exclui precisamente a curva xy = −1 do conjunto de soluções da nova equação. 1Devemos ter o cuidado de excluir os pontos (x, y) tais que xy + 1 = 0 4 Tema para reflexão (continuação): • Vimos um exemplo de uma equação que já era exata, mas que admite também um fator de integração • Naturalmente, depois de multiplicar a equação inicial pelo fator de integração, produz-se uma equação que também é exata • Entretanto, temos de eliminar algumas das soluções da nova equação exata (pois o fator de integração não está definido nestes pontos) • Podemos concluir que ao multiplicar uma equação por um fator de integração às vezes podemos “perder” algumas soluções? Ou, alternativamente, temos de restringir o domínio da equação multiplicada? 5
Compartilhar