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Livro: Varia´veis Complexas e Aplica c¸o˜es - LTC (Geraldo A´vila) nibblediego@gmail.com.br Resolvido por Diego Oliveira e compilado dia 25/04/2017 Soluciona´rio (em constru c¸a˜o) da 3 a edic¸a˜o do livro de Varia´veis Complexas e aplica c¸o˜es do autor: Geraldo A´vila. Para quem desejar; uma co´pia do livro pode ser baixada em: http://www.bibliotecadaengenharia.com/2014 /08/variaveis-complexas-geraldo-avila.html A postagem de novas solu¸ co˜es desse livro de- pende muito da quantidade de visualizac¸o˜es e down- loads que esse pdf obter. Sendo assim, pode haver atrasos na postagem. De todo modo, n˜ao deixe de acompanhar o documento no link abaixo, para obter futuras atualizac¸o˜es. www.number.890m.com Suma´rio 1 Nu´meros Complexos 2 1.1 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1.2 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 1.3 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.4 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 1 Nu´meros Complexos 1.1 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 7 Reduza a forma a + bi cada uma das express o˜es dadas nos Exerc´ıcios: 1 a11. 1. (3 + 5 i) + (−2 + i) 2. (−3 + 4i) − (1 − 2i) 3. ( √ 3 + 2i) − i[2 − i( √ 3 − 4)] 4. (3 − 5i)(−2 − 4i) 5. 1 + i3 · −65 + 3i 6. 3i − 1 3 + i 2 7. 7 − 2i 2 − 2i5 8. (2 + 3 i)2 9. (4 − 2i)2 10. (1 + i)3 11. 1 + 2i + 3i2 + 4i3 + 5i4 − 6i5 Soluc¸˜ ao de 1: (3 + 5i) + (−2 + i) = (3 + ( − 2)) + (5i + i) = 1 + 6 i Soluc¸˜ ao de 2: (−3 + 4i) − (1 − 2i) = (−3 + 4i) + (−1 + 2i) = (−3 + (−1)) + (4i + 2i) = −4 + 6i Soluc¸˜ ao de 3: ( √ 3 + 2i) − i[2 − i( √ 3 − 4)] = ( √ 3 + 2i) − 2i − i2( √ 3 − 4) = ( √ 3 + 2i) − 2i − (−1)( √ 3 − 4) = ( √ 3 + 2i) − 2i + ( √ 3 − 4) = ( √ 3 + 2i) + −2i − ( √ 3 − 4) = ( √ 3 − √ 3 − 4) + (2i − 2i) = − 4 Soluc¸˜ ao de 4: (3 − 5i)(−2 − 4i) = 3(−2) + 3(−4i) − 5(−2) + 5(4i) = −6 − 12i + 10 + 20i = (−6 + 10) + (20i − 12i) = 4 + 8 i 2 Soluc¸˜ ao de 5: 1 + i3 · −65 + 3i = 1 −65 + 1(3i) + i3 −65 + i3 (3i) = −65 + 3i − 3i5 + i2 = −65 + 3i − 3i 5 − 1 = −65 − 1 + 3i − 3i5 = −115 + 12i 5 Soluc¸˜ ao de 6: 3i − 1 3 + i 2 = −13 + 3i − i2 = −13 + 6 i2 − i 2 = − 1 3 + 5 i 2 Soluc¸˜ ao de 7: 7 − 2i 2 − 2i5 = 7 − 4i − 4i 2 5 = 7 − 4i − 4(−1)5 = 7 − 4i + 45 = 7 − 45 − 4i = 31 5 − 4i Soluc¸˜ ao de 8: (2 + 3i)2 = (2 + 3 i) · (2 + 3i) = 2(2) + 2(3 i) + 3i(2) + 3i(3i) = 4 + 6 i + 6i + 9i2 = 4 + 6 i + 6i + 9(−1) = 4 + 6 i + 6i − 9 = (4 − 9) + (6i + 6i) 3 = −5 + 12i Soluc¸˜ ao de 9: Ana´loga a anterior Soluc¸˜ ao de 10: (1 + i)3 = (1 + i)(1 + i)(1 + i) = (1 + 1( i) + i(1) + i(i))(1 + i) = 1 + i + i + i2)(1 + i) = (1 + 2 i + (−1))(1 + i) = (1 + 2 i − 1)(1 + i) = 2i(1 + i) = 2i(1) + 2i(i) = 2i + 2i2 = 2i + 2(−1) = −2 + 2i Soluc¸˜ ao de 11: 1 + 2i + 3i2 + 4i3 + 5i4 − 6i5 = 1 + 2 i + 3(−1) + 4(−i) + 5(i2)2 − 6(i2)2 · i = 1 + 2 i − 3 − 4i + 5(−1)2 − 6(−1)2 · i = 1 + 2 i − 3 − 4i + 5 − 6i = (1 − 3 + 5) + (2 i − 4i − 6i)= 3 + ( −8i) = 3 − 8i 12. Mostre que N n=0 in = 1; = −i, i ou zero, conforme o resto da divis˜ao de N por 4 seja 0, 1, 2 ou 3, respectivamente. Soluc¸˜ ao: Para entender a resoluc¸a˜o desse problema vamos partir de uma soluc¸a˜o par- ticular. Supondo N = 8 ent a˜o, por hip o´tese, o resultado do somat o´rio deve ser 0, pois 4 |8. 8 n=0 in = i0 + i1 + i2 + i3 + i4 + i5 + i6 + i7 + i8 8 n=0 in = (i0 + 14 + i8) + (i1 + i5) + (i2 + i6) + (i3 + i7) como i4 p+r = ir enta˜o 4 8 n=0 in = i0 + (i0 + i0) + (i1 + i1) + (i2 + i2) + (i3 + i3) 8 n=0 in = 1 + (1 + 1) + ( i + i) + (−1 − 1) + (−i + −i) 8 n=0 in = 1 + 2 + 2i − 2 − 2i 8 n=0 in = 1 Com base nesse exemplo em particular podemos pensar que se N > 8 e 4|N enta˜o N n=0 in = i0 + i1 + i2 · · · + iN −1 + iN Como teremos um somat o´rio com n + 1 termos isolando o primeiro termo poderemos criar 4 grupos. N n=0 in = i0 + (i1 + i2 + · · · + iN −1 + iN ) N n=0 in = i0 +(i1 +· · ·+iN −3)+(i2 +· · ·+iN −2)+(i3 +· · ·+iN −3)+(i4 +· · ·+iN −4) O primeiro grupo teˆm a divisa˜o de seus expoentes igual a 1 quando divididos por 4. O segundo grupo resto igual a 2 e assim por diante de modo que: N n=0 in = i0 + n − 1 4 i 1 + n − 14 i 2 + n − 14 i 3 + n − 14 i 4 N n=0 in = i0 + n − 1 4 i − n − 1 4 − n − 1 4 i + n − 1 4 N n=0 in = i0 + 0 N n=0 in = 1 Para N = 0 tambe´m temos 1 como resultado. E juntamente com o exemplo particular completamos a demonstrac¸a˜o para N m u´ltiplo de 4. De forma similar se demonstra as demais afirma¸ co˜es. 5 13. Mostre que ( x + iy)2 = x2 − y2 + 2ixy Soluc¸˜ ao: (x + iy)2 = (x + iy)(x + iy) = x(x) + x(iy) + iy(x) + iy(iy) = x2 + xiy + iyx + y2i2 = x2 + ixy + ixy + y2(−1) = x2 + ixy + ixy − y2 = x2 − y2 + 2ixy 14. Mostre que ( x − iy)2 = x2 − y2 − 2ixy Soluc¸˜ ao: (x − iy)2 = (x − iy)(x − iy) = x(x) − x(iy) − iy(x) + iy(iy) = x2 − 2ixy + i2y2 = x2 − y2 − 2ixy 15. Mostre que ( x + iy)2(x − iy)2 = (x2 + y2)2 Soluc¸˜ ao: (x + iy)2(x − iy)2 = [(x + iy)(x + iy)] · [(x − iy)(x − iy)] = (x2 − y2 + 2ixy) · (x2 − y2 − 2ixy) = x2(x2) − x2(y2) − x2(2ixy) − y2(x2) + y 2(y2) + y 2(2ixy) + 2ixy(x2) − 2ixy(y2) − 2ixy(2ixy) = x4 − x2y2 − 2ix3y − y2x2 + y4 + 2ixy3 + 2ix3y − 2ixy3 − 4i2x2y2 = x4 + y4 + 2x2y2 = (x2 + y2)2 16. Mostre que ( x + iy)n(x − iy)n = (x2 + y2)n Soluc¸˜ ao: Aprendemos que o princ´ıpio de induc¸a˜o e´ uma te´cnica de demonstrac¸a˜o criada para ser aplicada sobre o conjunto dos n´ umeros naturais. Assim, pode parecer estranho, mas essa questa˜o pode ser resolvida por indu¸ca˜o. 6 Base: Para n = 1 temos: (x + iy)1 · (x − iy)1 = (x2 + y2)1 x(x) − x(iy) + iy(x) − iy(iy) = x2 + y2 x2 − i2y2 = x2 + y2 x2 + y2 = x2 + y2 Passo indutivo: Fazendo n = k + 1 enta˜o: (x + iy)k+1 · (x − iy)k+1 = (x + iy)k(x − iy)k · (x + iy)(x − iy) Por hipo´tese (x + iy)k(x − iy)k = (x2 + y2)k enta˜o: (x + iy)k(x − iy)k · (x + iy)(x − iy) = (x2 + y2)k · (x + iy)(x − iy) = (x2 + y2)k · (x2 + y2) = (x2 + y2)k+1 C.Q.D. Reduza a` forma a + bi cada uma das express o˜es dadas nos exerc´ıcios 17 a 27. 17. 12 + 3i 18. 14 − 3i 19. 1 − i3 − 2i 20. 3 − i2i − 1 21. 1 − i1 + i 22. 1 − i1 − i 23. 4 − 3ii − 1 24. 1 − i√ 2 − i 25. 1(1 + i)2 26. 1 + i 1 − i 30 27. (1 − i) √ 3 + 2i Soluc¸˜ ao de 17: 1 2 + 3i · 2 − 3i 2 − 3i = 2 − 3i 13 = 2 13 − 3 13 i Soluc¸˜ ao de 18: 1 4 − 3i · 4 + 3i 4 + 3i = 4 + 3i 25 = 4 25 + 3 25 i 7 Soluc¸˜ ao de 19: 1 − i 3 − 2i · 3 + 2i 3 + 2i = 5 − i 13 Soluc¸˜ ao de 20: 3 − i 2i − 1 = i − 3 1 − 2i i − 3 1 − 2i · 1 + 2i 1 + 2i = −9i 5 − 3 5 Soluc¸˜ ao de 21: Similar a de´cima se´tima. Soluc¸˜ ao de 22: Similar a de´cima nona. Soluc¸˜ ao de 23: Ana´loga as anteriores. Soluc¸˜ ao de 24: Ana´loga as anteriores. Soluc¸˜ ao de 25: 1 (1 + i)2 = 1 2i = 12i · 0 − 2i 0 − 2i = −2i −4i2 = −2i4 = 0 − 1 2 i Soluc¸˜ ao de 26: 1 + i 1 − i 30 = 1 + i 1 − i · 1 + i 1 + i 30 = 2i 2 30 = (i)30 = i4 · 7+2 = i2 = −18 Soluc¸˜ ao de 27: (1 − i) √ 3 + 2i = 1( √ 3) + 1(2i) − i( √ 3) − i(2i) = √ 3 + 2i − i √ 3 + 2 = ( √ 3 + 2) + (2 − √ 3)i Nos exerc´ıcios 28 a 32, represente graficamente os nu´meros complexos z1, z2, z1z2 e z1/z2. 28. z1 = 3 + 4 i; z2 = 1 − i 5 √ 2 29. z1 = 1 + i √ 3 2 ; z2 = √ 3 + i 2 30. z1 = 1 + i 2 √ 2 ; z21 + i √ 3 31. z1 = 1 + 2 i; z2 = 2 − i 32. z1 = 3 − i; z2 = 3 − i/2 Soluc¸˜ ao de 27 a 32: A soluc¸a˜o ficara´ a cargo do leitor. Caso o mesmo tenha difi culdade pode consultar um livro qualquer do 1 ◦ ano do ensino me´dio. 33. Infelizmente o pdf que util izo n a˜o possui essa quest˜ao, e v a´rias out- ras, de forma leg ı´vel. Assim, se o leitor puder me envia-la ficaria muito grato (nibblediego@gmail.com). 34. Mostre que 1 − i √ 2√ 2 + i = −i Soluc¸˜ ao: 1 − i √ 2√ 2 + i · √ 2 − i√ 2 − i = −i 35. Mostre que I m (1 − i √ 3)2 i − 2 = 2(1 + 2 √ 3) 5 Soluc¸˜ ao: A cargo do leitor. 36. Mostre que 1 + i · tg(θ)1 − i · tg(θ) = cos(2θ) + isen(2θ) 9 Soluc¸˜ ao: 1 + i · tg(θ) 1 − i · tg(θ) = 1 + i · tg(θ) 1 − i · tg(θ) · 1 + i · tg(θ) 1 + i · tg(θ) = 1 + 2i · tg(θ) − tg2(θ) 1 + tg2(θ) = 1 + 2i sen(θ)cos(θ) − sen2(θ) cos2(θ) 1 + sen 2(θ) cos2(θ) Multiplicando denominador e numerador da func¸a˜o por cos 2(θ) teremos: = cos 2(θ) + 2i · sen(θ)cos(θ) − sen2(θ) cos2(θ) + sen2(θ) = (cos 2(θ)−sen2(θ))+2i·sen(θ)cos(θ) = cos(2θ) + i(2 · sen(θ)cos(θ)) = cos(2θ) + i · sen(2θ) C.Q.D. 37 Dados dois n u´meros complexos α e β , prove que |α + β |2 + |α − β |2 = 2|α|2 + 2|β |2 Fac¸a um gr a´fico e obtenha a seguinte interpreta¸ca˜o geome´trica: a soma dos quadrados dos lados de um paralelogramo e´ igual a soma dos quadrados das diagonais. Soluc¸˜ ao: Para entender o problema veja a imagem a seguir. x y β α −β θ180 ◦ θ2 Sabe se que ( α + β )2 = α2 + β 2 + 2αβ · cos(θ) e tambe´m que (α − β )2 = α2 + β 2 + 2αβ · cos(θ2) 10 entretanto θ2 = 180◦ − θ enta˜o: (α − β )2 = α2 + β 2 + 2αβ · cos(180◦ − θ) sendo assim |α+β |2+|α−β |2 = α2 + β 2 + 2αβ · cos(θ) + α2 + β 2 + 2αβ · cos(180◦ − θ) ⇒ |α + β |2 + |α − β |2 = 2α2 + 2β 2 + 2αβ (cos(θ) + cos(180◦ − θ)) como cos(180◦ − θ) = −cos(θ) enta˜o: |α + β |2 + |α − β |2 = 2α2 + 2β 2 + 2αβ (cos(θ) − cos(θ)) ⇒ |α + β |2 + |α − β |2 = 2α2 + 2β 2 C.Q.D. Obs: Esse exerc´ıcio foi resolvido considerando o desenho logo no in´ıcio, entretanto a mesma l o´gica se aplicaria a qualquer valor de θ ou θ2. O esquema foi usado apenas para facilitar o entendimento do leitor, mas se faz desnecessa´rio numa prova escrita. 38. Dados treˆs ve´rtices de um paralelogramo pelos nu´meros complexos z1, z2 e z3 determine o ve´rtice z4 oposto a z2. Fac¸a um gr a´fico. Soluc¸˜ ao1: Re Im 2 1 0 -1 -2 -2 -1 0 1 2 z1 z4 z3 z2 b c d a 1Soluc¸a˜o retirada da lista do professor Ricardo Leite da Unisal. Dispon´ıvel em: https://geanb.files.wordpress.com/2013/09/lista1.pdf 11 a = z1 − z2 b = z4 − z1 c = z3 − z4 d = z2 − z3 Em um paralelogramo os lados opostos s˜ao iguais e paralelos. Assim, pode- mos escrever: a = −c ⇒ z1 − z2 = z4 − z3 ⇒ z4 = z1 + z3 − z2 b = − d ⇒ z2 − z3 = z1 − z4 ⇒ z4 = z1 + z3 − z2 39. Prove que o produto de dois n´umeros complexos e´ zero se se somente se um dos fatores se anula. Soluc¸˜ ao: (⇒) Dados dois n u´meros complexos z1 = a +bi e z2 = c +di, sendo a , b, c, d ∈R, temos que: z1 · z2 = (a + bi)(c + di) = (ac − bd) + (ad + bc)i Se z1 · z2 = 0 ent a˜o: (ac − bd) = 0 e tambe´m (ad + bc) = 0 De (ac − bd) = 0 tiramos que: a = bdc (i) E de ( ad + bc) = 0 tiramos a = −bcd (ii) De (i) e (ii) montamos a seguinte igualdade. bd c = − bc d Que implica em: 12 b = 0 ou dc = − c d ⇒ d 2 = −c2 Note no entanto que d2 na˜o pode ser negativo (pois est a´ ao quadrado) de modo que a u´nica possibilidade e que b seja igual a 0. Se de ( i) e (ii) evidenciarmos b e fizermos uma compara c¸a˜o ac d = − ad c Facilmente chegamos a conclusa˜o de que a = 0. Logo provamos que se z1 · z2 = 0 ent a˜o z1 (ou um dos termos) e´ igual a zero. (⇐) A rec´ıproca e´ simples de ser demostrada, bastando fazer z1 = 0 e depois z2 = 0, e demonstrar que nos dois casos o produto e´ nulo. Veja: z1 · z2 = 0 se z1 = 0. z1 · z2 = 0 se z2 = 0. 40. O teorema fundamental da A´lgebra afirma que todo polin oˆmio com coe- ficientes complexos possui uma raiz (real ou complexa). Prove, como corol a´rio, que todo polin oˆmio P (x) de grau n possui n raı´zes, contadas as multiplicidades, e sendo α1,...,α n essas raı´zes, enta˜o P (x) se escreve P (x) = a(x − α1)...(x − αn). Prove tambe´m que se o polinoˆmio teˆm coeficientes reais, e se α e´ uma raiz com- plexa, enta˜o α tambe´m e´ raiz. Soluc¸˜ ao: O que o problema praticamente nos pede e´ a demonstrac¸a˜o de treˆs coisas: i) todo polin oˆmio P (x) de grau n possui n ra´ızes, contadas as multipli- cidades; ii) se α1, · · · , αn sa˜o ra´ızes de P (x) ent a˜o escreve-se P (x) = a(x − α1) · · · (x − αn). iii) todo polin oˆmio com coeficientes reais tendo α como uma raiz com- plexa, enta˜o α tambe´m e´ raiz. As duas primeiras demonstrac¸o˜es podem ser provadas juntas. A terceira sera´ provada separadamente. Seja P (x) um polin oˆmio de grau n dado por: P (x) = anxn + · · · + a1x + a0. Valendo-nos do Teorema Fundamental da A´lgebra, este polin oˆmio tem pelo menos uma raiz que denominaremos α1. Valendo-nos tambe´m do teorema de Be´zout2, podemos escrever: 2Teorema de B e´zout ou Teorema do Resto diz o seguinte: O resto da divis a˜o de um polinoˆmio P (x) pelo bin oˆmio (x − a) e´ igual a P (a). E uma das consequeˆncias desse teorema e´ que se a e´ uma raiz do polinoˆmio P(x), isto e´, se P (a) = 0, ent a˜o P (x) = (x − a)Q(x) 13 P (x) = (x − α1) · P 1(x) Onde P 1(x) tem grau n − 1 e tambe´m tem uma raiz que denominaremos α2. Sendo assim, P 1(x) = (x − α2) · P 2(x) Que implica em: P (x) = (x − α1) · (x − α2) · P 2(x) Procedendo-se assim n vezes, teremos; P n−1(x) = (x − αn) · P n(x), onde P n(x) e´ um polinoˆmio de grau zero , ou seja, uma consta nte. Essa constante sera´ igual a an, pois foi o u´nico termo que restou de P (x). Desta forma podemos expressar P (x) da seguinte forma: P (x) = an(x − α1)(x − α2) · · · (x − αn) Sendo α1, · · · , αn as raı´zes de P (x). Observa-se que nenhum outro valor diferente de α1, · · · , αn pode ser raiz dopolinoˆmio, visto que nenhum fator do segundo membro se anula para valores diferentes destes. Logo, todo polin oˆmio de grau n na˜o pode ter mais do que n ra´ızes diferentes. E desconsiderando as multiplicidades pode se afirmar que o polinoˆmio P (x) de grau n possui de fato n ra´ızes. 14 Quer saber quando sair a´ a pr o´xima atualiza c¸a˜o desse docume nto? Nesse caso voceˆ pode: • verificar diretamente no blog (www.number.890m.com); • ou me seguir no Facebook ( www.facebook.com/diegoguntz). E se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. www.number.890m.com Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matem a´tica acesse: www.number.890m.com 15 1.2 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 11 Nos exercı´cios 1 a 12 determine o argumento dos nu´meros complexos dados, escreva esses nu´meros na forma polar e represente geometricamente. 1. z = −2 + 2i2. z = 1 − i√ 3 3. z = − √ 3 + i 4. z = i1 + i 5 5. z = 1 −1 − i√ 3 6. z = −1 − i 7. z = −3 + 3i 1 + i √ 3 8. z = − 4 √ 3 − i 9. z = 1 + 2i 10. z = −1 + 3i 11. z = −3 − 2i 12. z = 4 − i Soluc¸˜ ao de 1: Note que a representac¸a˜o geome´trica de z forma um triaˆngulo retaˆngulo com a parte negativa do eixo OX. 2 -2 θ Representac¸~ao geome´trica. Cuja hipotenusa e´ igual a 2 √ 2: |z| = (−2)2 + (2)2 = 2 √ 2 Pelo triaˆngulo formado sabe-se que: cos(θ) = − 2 2 √ 2 = − √ 2 2 (1) e tambe´m sen(θ) = 2 2 √ 2 = √ 2 2 (2) o que de (1) e (2) implica em θ = 135◦ ou 34 π. Logo a forma polar ser a´: z = |z|(cosθ + i · senθ) 16 z = 2 √ 2 cos 3 4 π + i · sen 3 4 π Soluc¸˜ ao de 2: 2. z = 2cos π 3 + i · sen π 3 Soluc¸˜ ao de 3: 3. z = 2 cos 5π6 + i · sen 5π 6 Soluc¸˜ ao de 4: 4. z = 1 4 √ 2 cos 5π4 + i · 5π 4 Soluc¸˜ ao de 9 : 9. z = √ 5(cosθ + i · senθ), onde θ = arcos(1/√ 5), 0 < θ < π/ 2 Soluc¸˜ ao de 12: 12. z = √ 17(cosθ + isenθ), onde θ = arcos(4/ √ 17), − π/2 < θ < 0 Obs: Devido a simplicidade do exerc´ıcio as demais soluc¸o˜es ficar a˜o a cargo do leitor. Entretanto, o leitor que desejar ter algun s exemplos resolvidos pode consultar o link: https://pt.scribd.com/doc/278722022/Exercicios-Resolvidos-Forma-Polar-ou- Trigonometrica Nos exerc´ıcios 13 a 18, reduza os nu´meros z1 e z2 a` forma polar e determine as formas polares de z1z2 e z1/z2. Represente esses quatro nu´meros num gra´fico. 13. z1 = √ 3 + 3i; z2 = 3 − i √ 3 2 14. z1 = 1 + i; z2 = √ 3 + i 15. z1 = 1 − i; z2 = −1 + i√ 3 16. z1 = −1 − i; z2 = −1 − i √ 3 17. z1 = 1 + 2 i; z2 = 2 + i 18. z1 = 1 − i; z2 = −1 + 2i Soluc¸˜ ao de 13: Se z1 = √ 3 + 3i enta˜o: |z1| = ( √ 3)2 + 32 = 2 √ 3 17 θ1 = arctg 3√ 3 ⇒ θ1 = π 3 rad = 60 ◦ Sendo assim, sua forma polar trigonome´trica sera´: z1 = 2 √ 3 cos π 3 + i · sin π 3 De forma similar se conclui que a forma polar de z2 e´: z2 = √ 3 cos 11π 6 + i · sin 11π 6 De posse da forma polar de z1 e z2 facilmente determina-se o produto ou divisa˜o de um pelo outro. z1 · z2 = |z1| · |z2| [cos(θ1 + θ2) + i · sen(θ1 + θ2)] ⇒ z1 · z2 = 2 √ 3 · √ 3 cos π 3 + 11π 6 + i · sen π 3 + 11π 6 ⇒ z1 · z2 = 6 cos 13π 6 + i · sen 13π 6 como 13π6 ≡ π 3 enta˜o: z1 · z2 = 6 cos π 3 + i · sen π 3 e a divis a˜o: z1 z2 = |z1||z2| [cos (θ1 − θ2) + i · sen (θ1 − θ2)] ⇒ z1z2 = 2 √ 3√ 3 cos π 3 − 11π 6 + i · sen π 3 − 11π 6 ⇒ z1z2 = 2 cos −3π2 + i · sen −3π2 como −3π2 ≡ π 2 enta˜o: z1 z2 = 2 cos π 2 + i · sen π 2 18 Soluc¸˜ ao de 14,...,18: A cargo do leitor. 19. Prove que se |z1| = |z2| = |z3| = 1 e z1 + z2 + z3 = 0, ent a˜o z1, z2 e z3 sa˜oos ve´rtices de um triangulo equila´tero inscrito no circulo de centro na srcem. Fac¸a um gr a´fico. Soluc¸˜ ao3: Como por hip o´tese |z1| = |z2| = |z3| = 1 ent a˜o podemos escrever na forma polar z1, z2 e z3: z1 = cos φ + ı sin φ z2 = cos(φ + θ1) + ı sin(φ + θ1) z3 = cos(φ + θ2) + ı sin(φ + θ2) sendo z1 + z2 + z3 = 0 temos: z1 + z2 + z3 = 0 ⇒ cos φ + ı sin φ + cos(φ + θ1) + ı sin(φ + θ1)+cos( φ + θ2) + ı sin(φ + θ2) = 0 ⇒ [cos φ + cos(φ + θ1) + cos(φ + θ2)]+ ı [sin φ + sin(φ + θ1) + sin(φ + θ2)] = 0 3Resolvida pelo usu a´rio candre do forum Tutor Brasil em 2014: http://www.tutorbrasil.com.br/forum/matematica-ensino-superior/numeros-complexos- t37485.html 19 de onde temos: cos φ + cos(φ + θ1) + cos(φ + θ2) = 0 sin φ + sin(φ + θ1) + sin(φ + θ2) = 0 utilizando sin(α + β ) = sin α cos β + cos α sin β cos(α + β ) = cos α cos β − sin α sin β obtemos: cos(φ + θ1) = cos φ cos θ1 − sin φ sin θ1 cos(φ + θ2) = cos φ cos θ2 − sin φ sin θ2 sin(φ + θ1) = sin φ cos θ1 + cos φ sin θ1 sin(φ + θ2) = sin φ cos θ2 + cos φ sin θ2 substituindo no sistema: cos φ + cos φ cos θ1 − sin φ sin θ1 + cos φ cos θ2 − sin φ sin θ2 = 0 sin φ + sin φ cos θ1 + cos φ sin θ1 + sin φ cos θ2 + cos φ sin θ2 = 0 colocando cos φ e sin φ em evidencia: cos φ(1 + cos θ1 + cos θ2) − sin φ(sin θ1 + sin θ2) = 0 cos φ(sin θ1 + sin θ2) + sin φ(1 + cos θ1 + cos θ2) = 0 queremos que a igualdade seja satisfeita independente de φ, enta˜o temos: 1 + cos θ1 + cos θ2 = 0 sin θ1 + sin θ2 = 0 da segunda obtemos: sin θ1 = − sin θ2 ⇒ sin θ1 = sin(−θ2) ⇒ θ2 = −θ1 ou θ2 = −180 − θ1 da primeira op c¸a˜o temos: 1 + cos θ1 + cos(−θ1) = 0 1 + cos θ1 + cos θ1 = 0 2cos θ1 = −1 cos θ1 = − 12 ⇒ θ1 = 120◦ ou θ1 = 240◦ 20 da segunda op c¸a˜o temos: 1 + cos θ1 + cos(−180◦ − θ1) = 0 1 + cos θ1 + cos(180◦ + θ1) = 0 1 + cos θ1 − cos θ1 = 0 1 = 0 que e um absurdo, portanto n˜ ao pode ser a segunda, logo esses n´ umeros correspondem a vetores unita´rios defasados a 120 ◦ um dos outros, como exem- plificado na figura abaixo: z2 z3 z1O α = 120◦ γ = 240◦ β -1 -0.5 0 0.5 1 0.510-0.5-1 20. Prove que cos(3θ) = cos3(θ) − 3cos(θ)sen2(θ) e sen(3θ) = −sen3(θ) + 3 · cos2(θ) · sen(θ) Soluc¸˜ ao4: Pela fo´rmula de De Moivre: 4Resolvida pelo Prof. Ms. Ricardo Leite do curso de Engenharia da Unisal em setem bro de 2013 21 (cos(θ) + i · sin(θ))3 = cos(3θ) + i · sin(3θ) (1) Desenvolvendo o lado esquerdo de 1: (cos(θ) + i · sin(θ)) · (cos(θ) + i · sin(θ))2 = (cos(θ) + i · sin(θ))(cos(2θ) + i · sin(2θ)) (2) = (cos(θ) · cos(2θ) − sin(θ) · sin(2θ)) + i(sin(θ) · cos(2θ) − cos(θ) · sin(2θ)) (3) Considerando as relac¸o˜es trigonome´tricas: cos(2θ) = cos(θ + θ) = cos(θ) · cos(θ) − sin(θ) · sin(θ) = cos2(θ) − sin2(θ) (4) sin(2θ) = sin(θ + θ) = sin(θ) · cos(θ) − sin(θ) · cos(θ) = 2sin(θ) · cos(θ) (5) Substituindo as relac¸o˜es de 4 em 2: [cos(θ) · (cos2(θ) − sin2(θ)) − sin(θ) · (2sin(θ) · cos(θ))]+ i[sin(θ) · (cos2(θ) − sin2(θ)) − cos(θ) · (2sin(θ) · cos(θ))] = [cos3(θ)−cos(θ) ·sin2(θ)−2sin2(θ) · cos(θ)] + i[sin(θ) ·cos2(θ)−sin3(θ) + 2sin(θ) · cos2(θ)] = cos3(θ) − 3 · cos(θ) · sin2(θ)] + i[−sin3(θ) + 3 · cos2(θ)sin(θ)] Igualando a u´ltima expressa˜o com o termo do lado direito da equa¸ca˜o de De Moivre (1): cos3(θ) − 3 · cos(θ) · sin2(θ)] + i[−sin3(θ) + 3 · cos2(θ) · sin(θ)] = cos(3θ) + i · sin(3θ) cos(3θ) = cos3(θ) − 3 · cos(θ) · sin2(θ) Partes reais. sin(3θ) = −sin3(θ) + 3cos2(θ) · sin(θ) Partes imagina´rias. 21. Obtenha f o´rmulas ana´logas a`s do exerc´ıcio anterior para cos(4θ) e sen(4θ). Soluc¸˜ ao: Agindo de modo muito semelhante a quest˜ao anterior chegamos ate´: sin(4θ) = 4 · sin(θ) · cos3(θ) − 4 · sin3(θ)cos(θ) cos(4θ) = cos4(θ) − 6 · cos2(θ)sin2(θ) + sin4(θ) 22. Prove, de um modo geral, que 22 cos(nθ) = cosn(θ) − n(n − 1)2 cos n−2θ · sen2(θ) + · · · = P (cos(θ),sen (θ)) sen(nθ) = n · cosn−1(θ) · sen(θ) − n(n − 1)(n − 2)6 cos n−3sen3(θ) + · · · = Q(cosθ, senθ), onde P e Q s˜ ao polin oˆmios convenientes homogeˆneos de grau n nas duas varia´veis cos(θ) e sen( θ). Soluc¸˜ ao: Veja a questa˜o anterior. 23 Quer saber quando sair a´ a pr o´xima atualiza c¸a˜o desse docume nto? Nesse caso voceˆ pode: • verificar diretamente no blog (www.number.890m.com); • ou me seguir no Facebook ( www.facebook.com/diegoguntz). E se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possaser feito a devida correc¸a˜o. www.number.890m.com Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matem a´tica acesse: www.number.890m.com 24 1.3 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 15 1. Mostre que 2 + i 2 − i √ 3 2 = 57 e ( √ 3 + 1)(1 − 3i)√ 5 = 2 √ 2 Soluc¸˜ ao: Primeiro vamos escrever 2 + i 2 − i √ 3 na forma a + bi. 2 + i 2 − i √ 3 · 2 + i √ 3 2 + i √ 3 = 4 − √ 3 7 + 2( √ 3 + 1) 7 i Agora calculamos o m o´dulo 4 − √ 3 7 + 2( √ 3 + 1) 7 i = 4 − √ 3 7 2 + 2( √ 3 + 1) 7 2 = 5 7 Mas, como queremos o quadrado do m´odulo enta˜o a resposta em 57 . A prova da segunda igualdade e´ similar e, portanto, fica a cargo do leitor. 2. Demonstre, por indu c¸a˜o, a desigualdade seguinte e interprete o resultado graficamente. |z1 + z2 + ... + Z n||z1| + |z2| + ... + |zn| Soluc¸˜ ao5: Para provar por induc¸a˜o temos que considerar um caso base n = 2. |z1 + z2| = (z1 + z2)(z1 + z2) = (z1 + z2)(z1 + z2) = √ z1z1 + z1z2 + z2z1 + z2z2 = |z1|2 + |z2|2 + |z1|eiθ1 |z2|e−iθ2 + |z1|e−iθ1 |z2|eiθ2 = |z1| 2 + |z2| 2 + |z1||z2| e i(θ1−θ2) + e i(θ2−θ1) = |z1|2 + |z2|2 + 2|z1||z2|cos(θ1 − θ2) ≤ |z1|2 + |z2|2 + 2|z1||z2| 5Resolvida pelo Prof. Ms. Ricardo Leite do curso de Engenharia da Unisal em setem bro de 2013 25 = (|z1| + |z2|)2 = |z1| + |z2| Em seguida, consideramos que a desigualdade e´ va´lida para um certo n e devemos provar que tambe´m vale para n = n + 1: n+1 k=1 zk = n k=1 zk + zn+1 Fazemos zj = n k=1 zk um n u´mero complexo como qualquer outro: |zk + zn+1| ≤ |zj | + |zn+1| = n k=1 zk + |zn+1| ≤ n k=1 |zk| + |zn+1| n+1 k=1 |zk| 3. Supondo ser |z2| > |z3| prove que z1 z2 + z3 ≤ |z1||z2 − |z3|| . Obs.: O enunciado dessa questa˜o esta´ incompleto. Isso ocorre pois o pdf que estou usando n a˜o possui algumas quest o˜es de forma legı´vel. Entretanto, caso tenha essa questa˜o e me deseja envia-la por email (nibblediego@gmail.com) ela podera´ ser incluı´da na pro´xima atualizac¸a˜o. Soluc¸˜ ao: z2 ≤ | z2 + z3 − z3 | ≤ | (z2 + z3) + ( − z3) | ≤ | z2 + z3 | + | z3 |⇒ z2 ≤ |z2 + z3| + |z3| ⇒ z2 − |z3| ≤ |z2 + z3| ⇒ |z2 − |z3||≤| z2 + z3| ⇒ 1|z2 + z3| ≤ 1|z2 − |z3|| 26 ⇒ |z1||z2 + z3| ≤ |z1||z2 − |z3|| Como se queria demonstrar. 4. Prove que | z | ≤ | x | + | y | ≤ √ 2 | z | , onde z = x + iy Soluc¸˜ ao: Primeiro vamos provar a o lado esquerdo da desigualdade, ou seja: |z| ≤ |x| + |y| Note que 0 ≤ x2y2 para todo x e y ∈ R e´ dessa desigualdade que vamos partir. 0 ≤ x2y2 ⇒ 0 ≤ x2y2 ⇒ 0 ≤ 2 x2y2 Somando x2 + y2 em ambos os termos x2 + y2 ≤ x2 + 2 x2y2 + y2 Como x2 + 2 x2y2 + y2 = ( √ x2 + y2)2 enta˜o: x2 + y2 ≤ ( √ x2 + y2)2 ⇒ x2 + y2 ≤ ( √ x2 + y2)2 ⇒ x2 + y2 ≤ √ x2 + y2 ⇒ |z| ≤ |x| + |y| Similarmente se mostra a segunda parte da desigualdade, isto e´: |x| + |y| ≤ √ 2|z| veja: (x2 − y2)2 ≥ 0 ⇒ x4 − 2x2y2 + y4 ≥ 0 ⇒ x4 + y4 ≥ 2x2y2 Somando 2 x2y2 a ambos os termos 27 ⇒ x4 + y4 + 2x2y2 ≥ 2x2y2 + 2x2y2 ⇒ x4 + y4 + 2x2y2 ≥ 4x2y2 ⇒ (x2 + y2)2 ≥ 4x2y2 Tirando a raiz de ambos os termos ⇒ (x2 + y2)2 ≥ 4x2y2 ⇒ x2 + y2 ≥ 2 x2y2 Somando x2 + y2 em ambos os termos x2 + x2 + y2 + y2 ≥ x2 + 2 x2y2 + y2 ⇒ 2x2 + 2y2 ≥ x2 + 2 x2y2 + y2 ⇒ 2(x2 + y2) ≥ x2 + 2 x2y2 + y2 Como 2(x2 + y2) e´ igual a ( √ 2 · x2 + y2)2 e x2 + 2 x2y2 + y2 e´ igual a ( √ x2 + y2)2 enta˜o: 2(x2 + y2) ≥ x2 + 2 x2y2 + y2 ⇒ (√ 2 · x2 + y2)2 ≥ (√ x2 + y2)2 ⇒ ( √ 2 · |z|)2 ≥ (|x| + |y|)2 tirando a raiz de ambos os termos ( √ 2 · |z|)2 ≥ (|x| + |y|)2 ⇒ √ 2 · |z| ≥ |x| + |y| Se √ 2 · |z| ≥ |x| + |y| e |z| ≤ |x| + |y| enta˜o: |z| ≤ |x| + |y| ≤ √ 2|z| como se queria mostrar. 5. Prove que |z1|− |z2| ≤ |z1−z2| quaisquer que sejam os nu´meros complexosz1 e z2. Soluc¸˜ ao: Fazendo zn = xn + iyn enta˜o: 28 |z1| − |z2| ≥ |z1 − z2| ⇒ (x1 − x2)2 + (y1 − y2)2 ≥ x21 + y21 + x22 + y22 fazendo o quadrado de ambos os lados (x1 − x2)2 + (y1 − y2)2 ≥ x21 + y21 + x22 + y22 − 2 (x21 + y21)(x22 + y22 ) ⇒ −2x1x2 − 2y1y2 ≥ −2 (x21 + y21 )(x22 + y22) multiplicando ambos os lados por −1/2 x1x2 + y1y2 ≤ (x21 + y21 )(x22 + y22) e fazendo o quadrado de ambos os lados novamente 2x1 · x2 · y1 · y2 ≤ (x21 · y22) + (y21 · x22) ⇒ 0 ≤ (y1x2 − x1y1)2 o que e´ verdadeiro para todo x1, x2, y1 e y2 ∈ R. 6. Prove que, se vale a desigualdade do exerc´ıcio anterior, enta˜o |z1 ± z2| ≤ |z1| + |z2|. Quaisquer que sejam os n u´meros z1 e z2, isto e´, a desigualdade dotriangulo (1.1) e´ equivalente a (1.2) ou (1.3). Soluc¸˜ ao: Na quest a˜o anterior provamos que |z1| − |z2| ≤ |z1 − z2| implica em 0 ≤ (y1x2 − x1y2)2 Assim, para provar que |z1 ± z2| ≤ |z1| + |z2| basta mostrar que |z1 + z2| ≤ |z1| + |z2| e |z1 − z2| ≤ |z1| + |z2| tambe´m implicam em: 0 ≤ (y1x2 − x1y2)2 Primeira prova. |z1 + z2| ≤ |z1| + |z2| ⇒ (x1 + x2)2 + (y1 + y2)2 ≤ x21 + y21 + x22 + y22 ⇒ (x1 + x2)2 + (y1 + y2)2 ≤ x21 + y21 + x22 + y22 2 ⇒ (x1 + x2)2 + (y1 + y2)2 ≤ x21 + y21 + 2 x21 + y21 · x22 + y22 + x22 + y22 simplificando 29 ⇒ 2x1x2 + 2y1y2 ≤ 2 (x21 + y21 )(x22 + y22) ⇒ x1x2 + y1y2 ≤ (x21 + y21 )(x22 + y22 ) ⇒ (x1x2 + y1y2)2 ≤ (x21 + y21)(x22 + y22 ) ⇒ (x1x2)2 + 2(x1x2 · y1y2) + (y1y2)2 ≤ (x1x2)2 + (x1y2)2 + (y1x2)2 + (y1y2)2 simplificando novamente ⇒ 2(x1x2 · y1y2) ≤ (x1y2)2 + (y1x2)2 ⇒ 0 ≤ (x1y2)2 − 2(x1x2 · y1y2) + (y1x2)2 ⇒ 0 ≤ 0 ≤ (y1x2 − x1y2)2 Como querı´amos demonstrar. A segunda parte da demonstra c¸a˜o e´ similar e fica a cargo do leitor. 7. Sendo z = 0, mostre que Re z = |z| se e somente se z > 0. Soluc¸˜ ao: ( ⇒ ) Se z = x + yi enta˜o | z | = x2 + y2. Como Re z = | z | enta˜o: x = x2 + y2 ⇒ y = 0 e x > 0 Provando a primeira parte. (⇐) Se z > 0 enta˜o z e´ um nu´mero real puro de modo que o fato de que Re z = |z|. 8. Utilize o resultado anterior com z = z1z2 para provar que, sendo z1 = 0 e z2 = 0 ent a˜o a igualdade vale em (1.1) se e somente se arg(z1) = arg(z2), a menos de um m u´ltiplo inteiro de 2π. Interprete este resultado geometricamente. Soluc¸˜ ao: Sem resposta ate´ o momento. 30 Quer saber quando sair a´ a pr o´xima atualiza c¸a˜o desse docume nto? Nesse caso voceˆ pode: • verificar diretamente no blog (www.number.890m.com); • ou me seguir no Facebook ( www.facebook.com/diegoguntz). E se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida correc¸a˜o. www.number.890m.com Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matem a´tica acesse: www.number.890m.com 31 1.4 EXERCI´CIOS DA P A´GINA 19 1. Calcule as raı´zes dos nu´meros complexos dados nos Exercı´cios 1 a 8 e fac¸a a representac¸a˜o gra´fica correspondente. 1. 3 √ −12. (1 + i√ 3)1/2 3. √ 2i 4. √−2i5. 5√ i 6. Sem enunciado. 7. (−1 + i √ 3) 1/4 8. (−1 − i √ 3)3/2 Soluc¸˜ ao de 1: Antes de iniciar a resolu c¸a˜o pe c¸o ao leitor que tenha acesso a c´ opia fı´sica do livro que, se poss´ıvel, envie-me o enunciado da questa˜o 6 da p´agina 19 ou mesmo os enunciados das quest˜oes que fal tam. Essa seria uma boa form a de agradecer por este pdf que est´a sendo escrito e colocado de grac¸a para voceˆ. Vamos agora a questa˜o. Como mostrado na pr o´xima imagem o argumento de −1 e´ igual a 180. 180◦ z Re Im Usando a f o´rmula de Moivre: 3 √ −1 cos 180◦ + 2kπ 3 + i · sen 180◦ + 2kπ 3 para k = 0, 1 e 2. Para k = 0 teremos: 3√ −1 = cos (60◦) + i · sen (60◦) = 12 + √ 32 = 1 + √ 32 Para k = 1 teremos: 3 √ −1 = cos (180) + i · sen (180) = −1 + 0 = −1 32 Para k = 2 teremos: 3 √ −1 = cos (300◦) + i · sen (300◦) = 12 − √ 3 2 = 1 − √ 3 2 Assim, as raı´zes sa˜o − 1 e 1 ± √ 3i 2 . Soluc¸˜ ao de 2 ´ a 11: O processo de resoluc¸a˜o dessas questo˜es e´ exatamente o mesmo da questa˜o anterior de modo que ser a´ deixado a cargo do leitor. 12. Decomponha o poli noˆmio P (x) = x4 + 1 em fatores do 2 ◦ grau com coeficientes reais. Soluc¸˜ ao de 1: Existe pelo menos duas formas de chegar a solu c¸a˜o desse problema. A primeira e´ apresentada na pa´gina 20 do livro mesmo que de forma extrema- mente tosca por parte do autor 6. A segunda ser a´ apresentada ao leitor agora e se trata de determinar a fatora¸ca˜o de x4 + y4, que e´ uma expressa˜o bem trivial a estudantes do ensino me´dio. Deduzir essa expressa˜o nos ser a´ bem mais ´util, pois tratara um caso geral. Tomando x4 + y 4 adicionamos alguns termos para completar o trinoˆmio quadrado perfeito: x4 + y4 + 2x2y2 − 2x2y2 Reorganizamos e fatoramos o trinoˆmio (x4 + 2x2y2 + y4) − 2x2y2 Observe agora que, entre os pareˆnteses, temos uma diferenc¸a de dois quadra- dos, sendo assim (x4 + 2x2y2 + y4) − 2x2y2 = (x2 + y2)2 − 2x2y2 Fatorando temos (x2 + y2 + √ 2xy)(x2 + y2 − √ 2xy) Fazendo agora y = 1 ent a˜o: 6Note que em nenhum momento o autor explica de onde retirou o valor de w e isso n a˜o e´ ta˜o implı´cito. Tambe´m na˜o ha´ aqui nenhum exemplo anterior ao exercı´cio que nos deˆ, mesmo que intuitivamente, a noc¸a˜o da substituic¸a˜o. 33 x4 + (1)4 = (x2 + 12 + √ 2x · 1)(x2 + 12 − √ 2x · 1) ⇒ x4 + 1 = ( x2 + 1 + √ 2x)(x2 + 1 − √ 2x) Finalizando o problema. 13. Fac¸a o mesmo com o polin oˆmio P (x) = x4 + 9. Soluc¸˜ ao: No exerc´ıcio 12 chegamos a identidade de x4 + y4 = (x2 + y2 + √ 2xy)(x2 + y2 − √ 2xy). Como x4 pode ser escrito como ( x2)2 e 9 como ( 4 √ 9)4, enta˜o: x4 + 9 = ( x2)2 + ( 4 √ 9)4 = (x2 + ( 4 √ 9)2 + √ 2x 4 √ 9) · (x2 + ( 4 √ 9)2 − √ 2x 4 √ 9) Como 4 √ 9 = √ 3 enta˜o tambe´m poderı´amos escrever: x4 + 9 = ( x2 + ( √ 3)2 + √ 2x √ 3) · (x2 + ( √ 3)2 − √ 2x √ 3) ⇒ x4 + 9 = ( x2 + 3 + √ 2x √ 3) · (x2 + 3 − √ 2x √ 3) Nos Exercs. 14 a 21, decomponha cada polin oˆmio dado em um produto de fatores do 1 ◦ grau. 14. P (z) = z6 − 64 15. P (z) = z6 + 64 16. P (z) = 3z2 − i 17. P (z) = 5z3 + 8 18. P (z) = z2 − 2z + 2 19. P (z) = 2z2 − z + 1 20. P (z) = z2 − (1 + i)z + 5i 21. P (z) = z4 − (1 − i)z2 − i Soluc¸˜ ao de 14: z6 − 64 = ( z3)2 − 82 = ((z3)2 + 82 + 8 √ 2z3)((z3)2 + 82 − 8 √ 2z3) Soluc¸˜ ao de 15: Veja questa˜o 17. Soluc¸˜ ao de 16: 3z2 − i = ( √ 3z)2 − √ −1 34 = ( √ 3z)2 − ( √ −1)2 como x2 − y2 = (x + y)(x − y) enta˜o: ( √ 3z)2 − ( √ −1)2 = ( √ 3z + √ −1)( √ 3z − √ −1) Como √ −1 = √ i enta˜o tambe´m podemos escrever: ( √ 3z)2 − ( √ −1)2 = ( √ 3z + √ i)( √ 3z − √ i) Soluc¸˜ ao de 17: 5z3 + 8 = ( 3 √ 5)3z3 + ( 3 √ 8)3 = ( 3 √ 5z)3 + ( 3 √ 8)3 Usando a identidade x3 + y3 = (x + y)(x2 − xy + y2) chegamos a´: ( 3 √ 5z)3 + ( 3 √ 8)3 = (( 3 √ 5z) + ( 3 √ 8)) · (( 3 √ 5z)2 − ( 3 √ 5z)( 3 √ 8) + ( 3 √ 8)2) Soluc¸˜ ao de 18: Usando Bhaskara descobrimos que P (z) = 0 para z = 1 + i e 1 − i. Sendo assim, P (z) e´ divis´ıvel tanto por x − (1 + i) como x − (1 − i) 7 Realizando a divisa˜o polin oˆmial chegamos a solu c¸a˜o: z2 − 2z + 2 = ( x − 1 − i)(x + 1 − i) Soluc¸˜ ao de 19: Veja questa˜o 18. Soluc¸˜ ao de 20 8 Resolvendo a equa c¸a˜o P (z) pelo me´todo de Bhaskara chega-se a´: z = −(−(1 + i)) + √ −18i 2 Usando a f o´rmula de Moivre teremos que: 7Veja teorema da divisa˜o polinomial no livro t o´picos da Matema´tica Elementar volume 1. 8Resolvida pelo Prof. Ms. Ricardo Leite da Unisal em Setembro de 2013.): 35 √ −18i = ± √ 18 cos 3π/2 2 + i · sen 3π/2 2 = ±3 √ 2 − √ 2 2 + i √ 2 2 = {−3 + 3i, 3 − 3i} sendo assim, as ra´ızes de P (z) sera˜o: zo = 1 + i − 3 + 3i 2 = −2 + 4i 2 = −1 + 2i z1 = 1 + i + 3 − 3i 2 = 4 − 2i 2 = 2 − i Assim, o polin oˆmio P (z) pode ser escrito como: P (z) = A · (z − zo)(z − z1) = 1(z − (−1 + 2i))(z − (2 − i)) = (1 − 2i)( − 2 + i) Para tirar a prova que essa e´ realmente a resposta procurada, faze- mos a multiplica c¸a˜o: P (z) = z2 − 2z + iz + z − 2 + i − 2zi + 4zi − 2t2 = z2 + (−2 + i + 1 − 2i)z + (−2 + i + 4i − 2i2) = z2 − (1 + i)z + 5i Veja questa˜o 21. Veja a questa˜o 20. 36 Quer saber quando saira´ a pro´xima atualizac¸a˜o desse documento? Nesse caso voceˆ pode: • verificar diretamente no blog ( www.number.890m.com); • ou me seguir no Facebook ( www.facebook.com/diegoguntz). E se alguma passagem ficou obscura ou se algum erro foi cometido por favor escreva para nibblediego@gmail.com para que possa ser feito a devida corre c¸a˜o. www.number.890m.com Para encontrar esse e outros exerc´ıcios resolvidos de matema´tica acesse: www.number.890m.com 37
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