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Forc¸a Centr´ıpeta Kauan da Rosa Paulino, Ricardo Martins de Oliveira Departamento de F´ısica - Universidade Federal do Parana´ Centro Polite´cnico - Jd. das Ame´ricas - 81531-990 - Curitiba - PR - Brasil email: kauan.paulino@ufpr.br 5 de Novembro de 2018 Resumo O experimento realizado tem — por meio de um aparelho de dinaˆmica rotacional, diferentes massas e uma mola — como objetivo medir a acelerac¸a˜o centr´ıpeta de um corpo em movimento circular. Para fins de comparac¸a˜o esta´tica foi medida a forc¸a da mola (utilizando dois pesos de massa m1 e m2) . Atrave´s da Segunda Lei de Newton e da Lei de Hooke foi poss´ıvel obter os valores da Forc¸a Centr´ıpeta e Forc¸a da Mola. Dentro de um erro percentual menor que 1%, apesar das limitac¸o˜es e incertezas do experimento, os valores obtidos sa˜o consistentes com as equac¸o˜es das leis f´ısicas Palavras-chave: Forc¸a centr´ıpeta, movimento circular, Segunda Lei de Newton, Lei de Hooke 1 Introduc¸a˜o A Primeira Lei de Newton diz que um objeto em mo- vimento permanece em movimento com rapidez cons- tante e em linha reta a na˜o ser que uma forc¸a externa atue sobre o mesmo. Sabendo disso, para que um ob- jeto descreva uma trajeto´ria circular e´ necessa´rio que haja uma forc¸a direcionando o objeto ao centro do circulo ou curvatura descrito, tal forc¸a e´ denominada forc¸a centr´ıpeta. A partir disso, um objeto descrevendo uma trajeto´ria curva de raio r com velocidade v que e´ descrita em termos de tempo T necessa´rio para uma volta com- pleta, chamado per´ıodo. Esta part´ıcula sofre uma acelerac¸a˜o direcionada ao centro deste caminho cha- mada acelerac¸a˜o centr´ıpeta. E´, antes de mais nada, necessa´rio atentar-se ao fato de que a acelerac¸a˜o centr´ıpeta surge exclusivamente em situac¸o˜es de movimento circular, sendo esta ace- lerac¸a˜o uma componente perpendicular a velocidade do corpo. Sobre a Lei de Hooke, quando uma mola e´ esticada de uma distaˆncia ~d paralela ao eixo x, a partir da posic¸a˜o em que esta´ relaxada (em que a mola na˜o esta´ com- primida ou alongada), verifica-se experimentalmente que foi exercida uma forc¸a ~F . Essa forc¸a e´ obtida pela equac¸a˜o obtida em [1] Fx = −k · x, (1) onde a constante k (chamada de constante ela´stica) e´ uma medida de rigidez da mola, como sera´ demons- trada na sec¸a˜o de procedimentos experimentais. Con- siderando que o alinhamento dos fios estava correto, a forc¸a ela´stica deve ser numericamente igual a` forc¸a centr´ıpeta. Fazendo uso das leis de Newton (mais especificamente a segunda adqurida atrave´s de [2]), temos as seguintes equac¸o˜es utilizadas ao longo do experimento: Forc¸as centr´ıpeta, ela´stica, peso, normal, tensa˜o, velocida- des tangencial e angular, erro percentual e per´ıodo; sendo as unidades todas de acordo com o Sistema Internacional de medidas. Segue abaixo as equac¸o˜es utilizadas e sua explicac¸a˜o: ~Fc = m · ~ac, (2) Onde ~Fc e´ a forc¸a centr´ıpeta em Newtons (N), m e´ a massa em kg do corpo e ~ac e´ a acelerac¸a˜o centr´ıpeta dada em metros por segundo ao quadrado (m/s2). E´ poss´ıvel obter a acelerac¸a˜o centr´ıpeta pela equac¸a˜o ~ac = v2 R , (3) onde v e´ a velocidade linear, dada em metros por se- gundo (m/s), e R o raio do c´ırculo ou curvatura em que o movimento esta´ sendo realizado, dado em me- tros m. Substituindo a deduc¸a˜o em (3) na equac¸a˜o (2) e´ poss´ıvel obter uma nova equac¸a˜o para Forc¸a centr´ıpeta ~Fc = m · v 2 R (4) Entrementes, um fator a ser lembrado, no movimento circular, e´ que a velocidade linear pode ser encon- trada relacionando a velocidade angular deste ponto e o raio de sua trajeto´ria, atrave´s da expressa˜o, v = ω ·R (5) 1 em que ω e´ a velocidade angular dada em radianos por segundo (rad/s). A velocidade angular pode ser relacionada a` trajeto´ria circular — 2·pi — e ao per´ıodo de rotac¸a˜o, resultando na expressa˜o, ω = 2 · pi T . (6) em que T e´ o per´ıodo de uma rotac¸a˜o, dado em se- gundos (s). Substituindo a velocidade angular encontrada em (6) na equac¸a˜o (5) e substituindo a nova expressa˜o da velocidade linear na equac¸a˜o (3) pode-se calcular a componente centr´ıpeta em (2) atrave´s da fo´rmula ~Fc = m · 4 · pi 2 ·R T 2 (7) Esta e´ a base teo´rica f´ısica e matema´tica para se pos- suir informac¸o˜es relevantes para um bom paraˆmetro de comparac¸a˜o para com a realidade. 2 Materiais Os materiais utilizados foram: Plataforma rotacional, base em movimento circular uniforme, polia, mola, corpos de massa M , m1 e m2, montados de acordo com a Figura 1, cronoˆmetro com sensor o´ptico, n´ıvel e balanc¸a. Figura 1: Estrutura de Experimento 3 Procedimento Experimental Determinando uma situac¸a˜o de contorno, onde antes de realizar as medic¸o˜es e o experimento, foi necessa´rio nivelar e alinhar o equipamento. O equipamento e´ calibrado para permanecer em equil´ıbrio esta´tico, ou seja, somato´rio das forc¸as em x igual a zero, e so- mato´rio das forc¸as em y igual a zero ( ∑ ~Fx = 0 e∑ ~Fy = 0), isto e´, a trac¸a˜o da forc¸a peso de m e a trac¸a˜o da forc¸a ela´stica sa˜o iguais. Foi realizado o alinhamento dos fios (de de forma que ficassem perpendiculares entre si para evitar compo- nentes de forc¸a) em relac¸a˜o ao pilar lateral. Para esse alinhamento foi utilizado uma re´gua comum. A base indicadora anexada ao pilar central foi nivelada ao disco pla´stico ligado a` mola. Em dois momentos, um com o corpo de massa m1 e outro com m2, sendo as massas (503 ± 5) · 10−4kg e (1000 ± 5) · 10−4kg respectivamente. Para cada massa m, o pilar lateral precisa ser ajustado mais a` esquerda ou mais a` direita na plataforma rotacional, para que os fios que suspendem o corpo de massa M mantivesem-se perpendiculares entre si, e o mar- cador de pla´stico atrelado a mola permanecesse na marcac¸a˜o do pilar central (Figura 2). A distaˆncia entre o pilar lateral e o pilar central e´ o raio (R) de rotac¸a˜o, tendo R1 atrelado a m1, e R2 com m2. Sendo R1(1300±5) ·10−4m e R2(1500±5) · 10−4m. Como no diagrama de forc¸as abaixo. Figura 2: Diagrama de Forc¸as Removendo os corpos m1 e m2, a mola contrai e des- loca o corpo de massa M , a` direita, ja´ que a trac¸a˜o da forc¸a ela´stica da mola supera a componente em x da trac¸a˜o (tx) do fio que suspende M verticalmente, esta forc¸a tx e´ a u´nica que se opo˜em a trac¸a˜o ge- rada pela forc¸a ela´stica da mola. Com a remoc¸a˜o dos corpos m1 e m2, da´-se in´ıcio a parte dinaˆmica do ex- perimento, onde rotacionamos a plataforma ao ponto em que a acelerac¸a˜o centr´ıpeta em x (~acx) somou-se a componente tx ate´ o momento em que novamente∑ ~Fx = 0. Usando o cronoˆmetro com sensor o´ptico posicionado na extremidade da plataforma rotacional, medimos o tempo para uma rotac¸a˜o completa da plataforma so- bre seu pro´prio eixo, o per´ıodo T , a fim de calcular a velocidade angular ω e a forc¸a centr´ıpeta por meio da velocidade tangencial (v), obtendo-se assim a tabela da pro´xima sec¸a˜o. 4 Resultados e Ana´lise Tendo em vista os dados do procedimento experimen- tal anotados a seguir e fo´rmulas demonstradas an- teriormente, podera´ notar-se que o mo´dulo da forc¸a 2 ela´stica da mola, para m1 e´ igual a 0, 550N . E Para m2, 1, 037N . Este nota´vel aumento da magnitude da forc¸a ela´stica esta´ diretamente ligado a diferenc¸a das massas m1 e m2 , as quais geram pesos diferente e por conseguinte trac¸o˜es diferentes, tais que agem sobre a deformac¸a˜o da mola. Por aux´ılio dos mate´riais citados em ep´ıgrafe, eis os dados tabelados: Raio (m) m (kg) M (kg) Per´ıodo (s) Per´ıodo me´dio (s) 1300± 5 · 10−4 562, 1± 5 · 10−4 1574± 5 · 10−4 1,219 1,2211,217 1,228 2077± 5 · 10−4 1,403 1,3961,394 1,390 2178± 5 · 10−4 1,412 1,4251,437 1,428 1500± 5 · 10−4 1060± 5 · 10−4 2178± 5 · 10−4 1,122 1,1191,125 1,112Tabela 1: Dados Coletados As velocidades angulares esta˜o em func¸a˜o de r1 e dos treˆs primeiros per´ıodos me´dios T (sendo contados de cima para baixo) da tabela, sa˜o ω1 = 5, 15rad/s, ω2 = 4, 50rad/s, ω3 = 4, 41rad/s. No quarto caso, nota-se uma mudanc¸a da massa m1 para massa m2, logo muda-se o r1 para o r2, desta forma temos ω1 = 5, 62rad/s. Observando a tabela, vemos que o per´ıodo me´dio aumenta con- forme a massa m0 aumenta, por consequeˆncia da frequeˆncia em Hz(rotac¸o˜es por segundo) diminuir. Salvo per´ıodo 4, que diminui, em func¸a˜o do raio que aumentou. Pela configurac¸a˜o experimento o peso da do massa suspensa medida e´ equivalente a` forc¸a da mola. A forc¸a centr´ıpeta durante o experimento simulava o peso da massa suspensa. Portanto podemos dizer que a forc¸a da mola deveria ser equivalente a` forc¸a centr´ıpeta. Logo calcular a forc¸a da mola e´ outro me´todo para encontrar a forc¸a centr´ıpeta. Pelo diagrama de forc¸as da figura 2 mostrada acima, podemos evidenciar que a forc¸a da mola pode ser cal- culada por m · g. Logo podemos calcular a forc¸a da mola por Fm = m · g, (8) onde m e´ a massa do corpo, em (kg), e g e´ a ace- lerac¸a˜o da gravidade, dada em metros por segundo ao quadrado (m/s2). Os valores obtidos em sala para o experimento da gravidade e das massas m suspen- sas sa˜o: m (kg) g (m/s2 0,0562 9,787604 0,106 9,787604 Obtendo os valores tanto da Forc¸a da mola pela equac¸a˜o 8 para cada uma das massas iremos ob- ter, respectivamente, os valores Fm1 = 0, 550N e Fm2 = 1, 037N , dados inseridos na tabela Forc¸a Centr´ıpeta (N) Forc¸a da Mola (N) 0,542 0,5500,547 0,550 1,030 1,037 Tabela 2: Resultado das Forc¸as Para calcular a porcentagem de erro, levando em con- siderac¸a˜o que Fm possui menor taxa de erro no expe- rimento, por na˜o depender de tantos fatores para ser obtida, sendo assim, para se calcular a porcentagem de erro temos que: ∆% = |Fm − Fc| Fc (9) Assim teremos que ∆% = |0, 550− 0, 550| 0, 550 = 0% (10) ∆% = |1, 030− 1, 037| 1, 037 = 0, 6% (11) Calculando a forc¸a centr´ıpeta, para cada um dos per´ıodos discrepantes, percebemos uma ligeira seme- lhanc¸a entre os mo´dulos desta e da forc¸a ela´stica da mola. Apesar da grande proximidade, estes mo´dulos na˜o sa˜o iguais, pois ha´ erros percentuais devido as impreciso˜es na medida e propagac¸a˜o de erro. Pore´m, se desconsiderarmos os erros percentuais, e por tanto assumirmos que os mo´dulos sa˜o iguais, vemos que no 3 caso esta´tico as trac¸o˜es t1 e t3 (como no diagrama da figura 2) possuem um valor absoluto e igual, e o fio perpendicular a elas, com trac¸a˜o t2, na˜o possui componentes em x. No caso dinaˆmico, a trac¸a˜o gerada pela forc¸a ela´stica e´ maior que a componente em x de t2(agora na˜o mais perpendicular) enquanto parados. Ao rotacionarmos a plataforma, a acelerac¸a˜o centr´ıpeta em x, soma-se a componente x de t2, ate´ novamente o corpo de massa m0 atingir equil´ıbrio. 5 Conclusa˜o A conclusa˜o a ser tomada sobre o experimento e so- bre os dados recolhidos e´ que pode-se observar que a Segunda Lei de Newton e a Lei de Hooke se verificou, pois os ca´lculos mostraram bons valores calculados a partir de tais teorias. O experimento em sua ı´ntegra foi realizado com o aparelho de dinaˆmica rotacional; diferentes confi- gurac¸o˜es sobre os discos de massa foram. Com o ex- perimento e´ poss´ıvel determinar a forc¸a centr´ıpeta de um corpo; forc¸a esta que mante´m o corpo em mo- vimento circular. Para isso foi utilizado uma plata- forma rotacional junto a diversos aparatos citados, tambe´m foram calculadas as forc¸as tanto centr´ıpeta quanto da mola. Ao observar os resultados obtidos no experimento, nota-se que esta˜o dentro do esperado teoricamente e esta˜o em uma margem de erro aceita´vel. Os valores calculados da forc¸a da mola chegam muito pro´ximos aos valores calculados para a forc¸a centr´ıpeta. Refereˆncias [1] D Hallyday. Fundamentos de f´ısica – mecaˆnica. [2] Paul A. Tipler. F´ısica para cientistas e engenhei- ros. 4
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