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Adalberto Nunes de Siqueira Agosto - 2016 Capítulo 1 : Mecanismos articulados Apresentação da disciplina • Plano de ensino/Ementa; • Filme (motores a combustão) Nomenclatura e Notação Nomenclatura e Notação Nomenclatura e Notação Nomenclatura e Notação Nomenclatura e Notação Nomenclatura e Notação Breve História da Cinemática Mecanismos e máquinas vêm sendo criados pelas pessoas desde os primórdios da história. Há indícios de que a origem da roda e da polia tenha sido na Mesopotâmia, entre 3000 e 4000 a.C. Os primeiros desenvolvimentos de máquinas foram direcionados às aplicações militares como artefatos de guerra (catapultas, equipamentos para escalar muros, etc.). Uma evidente antecipação da ciência moderna pode ser encontrada nos trabalhos de Arquimedes (287-212 a.C.). Uma de suas invenções mais famosa é, sem dúvida, o parafuso sem fim, também conhecido como parafuso de Arquimedes (Fig. 1.5a). A engenharia mecânica teve início com o projeto de máquinas, uma vez que a revolução industrial necessitava de soluções mais sofisticadas e complexas para problemas de controle de movimentos. James Watt (1736-1819) provavelmente merece o título de primeiro estudioso da cinemática pela criação de mecanismos que proporcionavam movimentos em linha reta para guiar os pistões de longo curso nos seus motores a vapor (Fig. 1.5b). Breve História da Cinemática Breve História da Cinemática (outras aplicações antigas) Breve História da Cinemática (outras aplicações antigas) Breve História da Cinemática (outras aplicações antigas) Breve História da Cinemática (outras aplicações antigas) Introdução Com o avanço da automação e industrialização nos dias de hoje, o estudo dos mecanismos tornou-se fundamental nos projetos mecânicos e eletro-mecânicos. Mecanismo pode ser definido como a parte de projeto de máquinas relacionadas com o projeto cinemático de sistemas articulados, cames, engrenagens e trens de engrenagens. O projeto cinemático se baseia nos requisitos relativos ao movimento, diferindo do projeto baseado em requisitos de resistência. Os moinhos de vento podem ser aplicados à elevação ou bombeamento de água. Neste caso, a energia que chega à base do moinho através do seu eixo central é utilizada para fazer rodar um Parafuso de Arquimedes Eles foram muito utilizados na Holanda para drenagem dos pôlderes (terras baixas). Atualmente a maior parte das bombas tipo parafuso são acionadas por energia elétrica em vez da energia eólica. Aplicação do parafuso de Arquimedes na Holanda Introdução A Fig. 1.1 representa o esboço de um mecanismo conhecido por mecanismo cursor manivela. A peça 1 é o suporte e é estacionária, a peça 2 é a manivela, a peça 3 é a biela e a peça 4 o cursor. Figura 1.1 Mecanismo cursor-manivela, Mabie & Reinholtz - Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Introdução A fig. 1.2a mostra a aplicação de um mecanismo no motor de combustão interna, onde o pistão é a peça 4. Essa figura também demonstra quão difícil pode ser para discernir o dispositivo cinemático básico quando se olha para uma fotografia ou um desenho de uma máquina completa. Figura 1.2a Motor V-8 onde se vê o mecanismo biela-manivela, Mabie & Reinholtz - Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Introdução As figuras 1.2b e c mostram o diagrama cinemático do mecanismo cursor-manivela, correspondente ao conjunto manivela-biela-pistão do lado esquerdo da fotografia 1.2a. O diagrama cinemático facilita o trabalho e permite ao projetista separar as considerações cinemáticas do problema maior referente ao projeto da máquina. Figura 1.2b Diagrama cinemático do mecanismo do motor, Mabie & Reinholtz - Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Figura 1.2c Desenho de um conjunto manivela-biela-pistão. Introdução As figuras 1.3a e b mostram o esboço de uma came com seguidor. A came gira a uma velocidade angular constante e o seguidor se movimenta para cima e para baixo, em movimento alternativo. A elevação do seguidor é comandada pelo excêntrico e o retorno por ação da gravidade ou de uma mola. As cames são usadas em muitas máquinas e um dos empregos mais comuns aparece no motor de automóvel, onde são empregadas duas cames em cada cilindro para acionar as válvulas de admissão e de escapamento, também mostradas na Fig. 1.2a. Figura 1.3a Came bidimensional, Mabie & Reinholtz. Figura 1.3b Came bidimensional Introdução As figuras 1.3c e d mostram um exemplo de aplicação de uma came com seguidor. Figura 1.3c Aplicação de um Came bidimensional. Figura 1.3d Eixo comando de válvulas. Introdução Uma came tridimensional é apresentada na Fig. 1.4. Nesse mecanismo, o movimento do seguidor depende não somente da rotação da came, mas, também de seu movimento axial. Figura 1.4 Came tridimensional, Mabie & Reinholtz - Mecanismos e Dinâmica das Máquinas Introdução As engrenagens são usadas em muitas aplicações para transmitir movimento entre eixos com uma razão de velocidades angulares constante. As Fig. 1.5 e 1.6a mostram algumas engrenagens comumente empregadas. Figura 1.5 Engrenagens, Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Figura 1.6a Trem de Engrenagens, Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Introdução As Fig. 1.6b e c mostram algumas engrenagens comumente empregadas Figura 1.6b. Trem de Engrenagens Figura 1.6c. Trem de Engrenagens Introdução Em dispositivos tais como instrumentos e controles automáticos, a obtenção do movimento correto é de suma importância. A potência transmitida pelos elementos pode ser muito pequena, chegando a ser desprezível, o que permite que os componentes sejam dimensionados inicialmente apenas por seu aspecto cinemático, passando a ter importância secundária o problema da resistência das peças. Há outras máquinas, entretanto, onde a análise cinemática é somente uma fase do projeto. Depois que for determinado como as diversas peças da máquina funcionarão para a realização do trabalho desejado, as forças que atuam nessas peças devem ser analisadas, permitindo em seguida o dimensionamento de seus elementos. Uma máquina operatriz é um bom exemplo: sua resistência e sua rigidez são mais problemáticas do que os movimentos desejados. Definições Básicas – Mecanismo Máquina No estudo de mecanismos esses termos serão empregados repetidamente e podem ser definidos da seguinte maneira: Mecanismo é uma combinação de corpos rígidos ou resistentes de tal modo compostos e ligados que se movem entre si com movimento relativo definido. Um exemplo é o sistema cursor-manivela de um motor de combustão interna mostrado esquematicamente na Fig. 1.1. Máquina é um mecanismo, ou conjunto de mecanismos, que transmite força de uma fonte de potência para a resistência a ser superada. Um exemplo é o motor de combustão interna. Figura 1.1 Mecanismo cursor-manivela, Mabie & Reinholtz - Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Tipos de Movimentos Tratando-se de estudo de mecanismos, é necessário definir os vários tipos de movimentos produzidos por estes mecanismos. Movimento plano. TRANSLAÇÃO. Um corpo tem movimento de translação quando uma reta, definida por dois pontos quaisquer desse corpo, fica constantemente paralela a si mesma. 1. Translação retilínea. Todos os pontos do corpo têm como trajetórias retas paralelas. Quando o corpo se move desta forma, de um lado para o outro, diz-se que tem movimento alternativo. Isto está ilustrado na Fig. 1.7, ondea peça 4 desliza alternadamente entre os limites B' e B". Figura 1.7 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina 2. Translação curvilínea. As trajetórias dos pontos são curvas idênticas, paralelas a um plano fixo. A Fig. 1.8 mostra o mecanismo que era usado na ligação das rodas motrizes de uma locomotiva a vapor. Neste mecanismo a barra 3 tem translação curvilínea e todos os seus pontos determinam trajetórias cicIoidais durante o movimento de rolamento das rodas 2 e 4 sobre o trilho 1. A peça 5 se move em translação retilínea. Figura 1.8 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Rotação pura Se cada ponto de um corpo rígido, em movimento plano, permanece a uma distância constante de um eixo fixo, normal ao plano de movimento, diz-se que esse corpo tem movimento de rotação (Fig. 2.5b). Se o corpo gira de um lado para outro dentro de m determinado ângulo, o movimento é oscilação (ex. mecanismo manivela-balancim de uma serra, Fig. 2.5c). Fig. 2.5 (b e c) - Mecanismos típicos com movimentos combinados Movimento intermitente É uma sequência de movimentos e tempos de espera. Um tempo de espera é um período no qual o elo de saída se mantém em estado estacionário, enquanto o elo de entrada continua se movendo. Existem muitas aplicações que exigem esse movimento (Fig. 2.6). Fig. 2.6 - Mecanismos de movimentos intermitentes: (a) Genebra; (b) Catraca. Definições Básicas – Mecanismo Máquina No estudo de mecanismos esses termos serão empregados repetidamente e podem ser definidos da seguinte maneira: Mecanismo é uma combinação de corpos rígidos ou resistentes de tal modo compostos e ligados que se movem entre si com movimento relativo definido. Um exemplo é o sistema cursor-manivela de um motor de combustão interna mostrado esquematicamente na Fig. 1.1. Máquina é um mecanismo, ou conjunto de mecanismos, que transmite força de uma fonte de potência para a resistência a ser superada. Um exemplo é o motor de combustão interna. Figura 1.1 Mecanismo cursor-manivela, Mabie & Reinholtz - Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina ROTAÇÃO. Se cada ponto de um corpo rígido, em movimento plano, permanece a uma distância constante de um eixo fixo, normal ao plano do movimento, diz-se que esse corpo tem movimento de rotação. Se o corpo gira de um lado para o outro dentro de um determinado ângulo, o movimento é de oscilação. Isto é mostrado na Fig. 1.9 onde a manivela 2 gira e a barra 4 oscila entre as posições B' e B". Figura 1.9 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina ROTAÇÃO E TRANSLAÇÃO. Muitos corpos têm movimento que é uma combinação de rotação e translação. A biela 3 na Fig. 1.7, as rodas 2 e 4 na Fig. 1.8 e a barra 3 na Fig. 1.9 são exemplos deste tipo de movimento. Movimento helicoidal. Quando um corpo rígido se move de modo que seus pontos tenham movimento de rotação em torno de um eixo fixo e ao mesmo tempo possua uma translação paralela a esse eixo, diz-se que o corpo tem movimento helicoidal. Um exemplo deste movimento é o de uma porca sendo atarraxada a um parafuso. Movimento esférico. Quando um corpo rígido se move de modo que todos os seus pontos girem em torno de um ponto fixo, mantendo uma distância constante desse ponto, diz-se que o corpo tem movimento esférico. Movimento espacial. Um corpo se movendo com rotação sobre três eixos não paralelos e translação em três direções independentes é dito como estando em movimento espacial geral. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Pares de Elementos. São as formas geométricas pelas quais dois membros de um mecanismo são articulados de modo que o movimento relativo entre estes dois membros seja coerente. Se o contato entre os dois membros for uma superfície tal como um eixo e um mancal, essa articulação é denominada de par inferior. Se o contato for realizado segundo um ponto ou ao longo de uma linha tal como em um rolamento de esferas ou entre dois dentes de engrenagens em contato, essa articulação é chamada de par superior. Um par que permite somente rotação relativa é chamado de par rotativo e o que permite somente deslizamento é um par deslizante. Um par rotativo pode ser inferior ou superior dependendo da articulação empregada, se um eixo e um mancal ou rolamento de esferas. Um exemplo de par deslizante inferior é o existente entre o pistão e as paredes do cilindro de um motor. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Peça, Cadeia Cinemática. Uma peça é um corpo rígido que tem dois ou mais pares de elementos pelos quais pode ser ligada a outros corpos para transmitir força ou movimento. Geralmente uma peça é um elemento rígido que pode ser ligada em cada extremidade a dois ou mais outros elementos. Isto pode ser estendido de modo a incluir três, quatro ou mais articulações. As Figuras 1.10a, b e c mostram esses arranjos. Talvez o caso extremo de uma peça com articulações múltiplas seja a biela mestra de um motor radial de nove cilindros apresentada na Fig. 1.10d. Figura 1.10 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas.. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Um exemplo bem conhecido de uma peça com três articulações é a alavanca mostrada nas Figuras 1.11a e b. Esta peça é usada geralmente para redução de movimento e pode ser dimensionada para uma determinada relação de deslocamentos com um mínimo de distorção desses movimentos. Figura 1.11 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Quando um número de peças for ligado através de pares, o sistema resultante é chamado de cadeia cinemática. Se as peças forem ligadas de tal maneira que não seja possível haver movimento, esse sistema será denominado de estrutura. Obtém- se uma cadeia restrita quando as peças forem ligadas de modo que o movimento relativo entre as peças seja sempre o mesmo, independendo do número de ciclos realizados. É possível também a ligação de peças de modo a resultar uma cadeia livre, o que significa que o tipo de movimento irá variar dependendo do atrito existente nas articulações. Se fixarmos uma das peças de uma cadeia restrita, o resultado será um mecanismo. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Inversão. Em um mecanismo, se for liberada uma peça que originalmente era fixa e a outra peça passar a ser fixa, diz-se que esse mecanismo está invertido. A inversão de um mecanismo não altera o movimento relativo entre suas peças, entretanto modifica seus movimentos absolutos. Transmissão de Movimento. No estudo de mecanismos é necessário investigar o método pelo qual o movimento pode ser transmitido de um membro para outro. Pode-se transmitir movimento de três maneiras: (a) contato direto entre dois corpos, tal como entre um excêntrico e um seguidor ou entre duas engrenagens; (b) através de um elemento rígido intermediário ou uma biela; (c) por uma ligação flexível, como uma correia ou uma corrente. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Pode-se determinar a razão de velocidades angulares para o caso de dois corpos em contato. A Fig. 1.12 mostra a came 2 e o seguidor 3 em contato no ponto P. A came gira no sentido horário e a velocidade do ponto P, considerado como um ponto da peça 2, é representada pelo vetor PM2. A linha NN' é a normal às duas superfícies no ponto P e é conhecida por normal comum, linha de transmissão ou linha de ação. A tangente comum é representada por TT’. Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina O vetor PM2 é decomposto em duas componentes Pn ao longo da normalcomum e Pt2, ao longo da tangente comum. A came e o seguidor são corpos rígidos e devem permanecer em contato, por isso, a componente da velocidade de P, considerado como um ponto da peça 3, deve ser igual à componente normal da velocidade de P, considerado como pertencente à peça 2. Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Portanto, conhecendo-se a direção do vetor velocidade P como pertencente à peça 3 e sabendo-se que ela é perpendicular ao raio O3P, e conhecendo-se também sua componente normal, é possível a determinação do vetor velocidade PM3, conforme mostrado na Fig. 1.12. A partir desse vetor, pode-se determinar a velocidade angular do seguidor através da relação V = Rω, onde V é a velocidade linear de um ponto que se move ao longo de uma trajetória de raio R e ω é a velocidade angular do raio R. Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Nos mecanismos em que há contato direto, é necessário determinar a velocidade de deslizamento. Da figura pode-se ver que a velocidade de deslizamento é a diferença vetorial entre as componentes tangenciais das velocidades dos pontos em contato. Essa diferença é dada pela distância t2t3 porque a componente Pt3 tem direção contrária à de Pt2. Se t2 e t3 estiverem do mesmo lado de P, a velocidade relativa será dada pela diferença dos segmentos Pt3 e Pt2. Se o ponto de contato estiver na linha de centros, os vetores PM2 e PM3 serão iguais e, em conseqüência, terão a mesma direção. Portanto, as componentes tangenciais serão iguais e a velocidade de deslizamento será nula. As duas peças terão, portanto, um movimento de rolamento puro. Assim pode-se dizer que a condição para que exista rolamento puro é que o ponto de contato permaneça sobre a linha de centros. Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina Para o mecanismo da Fig. 1.12, o movimento entre a came e o seguidor será uma combinação de rolamento e deslizamento. O rolamento puro somente poderá ocorrer quando o ponto de contato P cair sobre a linha de centros. Entretanto, o contato nesse ponto poderá não ser possível devido às proporções do mecanismo. Também poderá ocorrer deslizamento puro entre a came 2 e o seguidor 3. Para tal acontecer, um ponto de uma das peças, dentro dos limites de seu curso, deverá entrar em contato com todos os pontos sucessivos da superfície ativa da outra peça. Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Definições Básicas – Mecanismo Máquina É possível determinar uma relação de modo que a razão de velocidades angulares de duas peças em contato direto possa ser calculada sem a necessidade da construção geométrica delineada acima. A partir dos centros O2 e O3 baixam-se perpendiculares à normal comum cruzando-a nos pontos e e f, respectivamente. As seguintes relações são obtidas da Fig. 1.12: ω2 = PM2 / O2P e ω3 = PM3 / O3P Logo, ω3 / ω2 = ( PM3 / O3P ) x ( O2P/ PM2 ), Como os triângulos PM2n e O2Pe são semelhantes, PM2 / O2P = Pn / O2e e Também os triângulos PM3n e O3Pf são semelhantes; portanto, PM3 / O3P = Pn / O3f Assim, ω3 / ω2 = ( Pn / O3f ) x ( O2e / Pn ) = O2e / O3f Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. ω3 ω2 ω3 / ω2 = O2e / O3f Definições Básicas – Mecanismo Máquina Com a normal comum cruzando a linha de centros no ponto K, os triângulos O2Ke e O3Kf são semelhantes também e, portanto, ω3 / ω2 = O2e / O3f = O2K / O3K (1.1) Assim, para um par de superfícies curvas em contato direto, as velocidades angulares são inversamente proporcionais aos segmentos determinados na linha de centros por sua intersecção com a normal comum. Conclui-se então que, para haver uma razão de velocidades angulares constante, a normal comum deve cruzar a linha de centros em um ponto fixo. Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. ω3 / ω2 = O2K / O3K ω3 ω2 Definições Básicas – Mecanismo Máquina É possível também a obtenção das relações acima para a transmissão de movimento através de uma peça intermediária ou biela e para a transmissão de movimento por elemento flexível. As Figuras 1.13 e 1.14 mostram os dois casos, respectivamente, onde a velocidade é dada por: ω4 / ω2 = O2K / O4K (1.2) Na Fig. 1.14 a razão ω4/ω2 independe da distância entre centros O2O4. Figura 1.13 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Figura 1.14 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Exemplo_02: (Prob. Do capítulo 1 Livro: Mabie & Ockvirk) Na Fig. 1.23, se ω2 = 20 rad/min, calcular a velocidade angular da peça 3. Definições Básicas – Mobilidade ou número de graus de liberdade Analisar a cinemática de mecanismos requer que desenhemos de forma simplificada o diagrama esquemático dos elos e juntas que o compõem. As Figs. 2.1 e 2.2 mostram as notações esquemáticas recomendadas para elos binários, terciários, e de ordem superior, e para juntas móveis e fixas de liberdade rotacional e translacional, junto com um exemplo de suas combinações. Fig. 2.1 – Notação esquemática para diagramas cinemáticos. (Norton, 2010) Figura 1.12 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Fig. 2.2 – Juntas ou pares cinemáticos de vários tipos. (Norton, 2010) Note que no projeto de mecanismos cinemáticos, esses podem ser representados através de blocos básicos interligados por elos ou barras e juntas. As juntas ou pares cinemáticos podem ser classificados de diferentes maneiras: Em função do tipo de contato (linha, ponto ou superfície), número de graus de liberdade (ex. rotação pura ou translação pura, M=1 e a união de rotação e translação, M=2). Definições Básicas – Mobilidade ou número de graus de liberdade Graus de Liberdade ou Mobilidade (M) A mobilidade de um sistema mecânico pode ser classificada de acordo com o número de graus de liberdade do mesmo. Os GDL do sistema são iguais ao número de parâmetros independentes necessários para definir uma única posição no espaço em qualquer instante de tempo (Norton, 2010). Para determinar o GDL geral de qualquer mecanismo, devemos considerar o número de elos e juntas, bem como as interações entre eles. Qualquer elo em um plano possui 3 GDL. Entretanto, um sistema de L elos desconectados em um mesmo plano terá 3L GDL, como na Fig. 2.3a, na qual os dois elos desconectados têm 6 GDL. Quando esses elos são unidos por uma junta completa na Fig. 2.3b, são removidos 2 GDL, deixando 4 GDL. Além disso, quando um elo é fixado a estrutura de referência, todos os 3 GDL serão removidos. Esse raciocínio leva a equação de Gruebler: Considerando que em qualquer mecanismo real, mesmo se mais de um elo da cadeia cinemática estiver fixado, o efeito líquido será criar um elo fixo maior, de ordem superior, por poder ter somente um plano fixo. Assim, G será sempre igual a 1, e a equação de Gruebler fica: O valor de J nas Eqs. (2.1) e (2.2) deve indicar o valor de todas as juntas. Isto é, meias juntas contam como ½ porque removem apenas 1 GDL. Então podemos utilizar a modificação de Kutzbach na equação de Grueber, como: onde, J1= número de juntas com 1 GDL (completa); J2= número de juntas com 2 GDL (meia junta). Uma peça simples limitada a se mover com movimento plano, como mostrado na Fig.1.15a, possui três graus de liberdade. As coordenadas x e y do ponto P ao longo do ângulo q formam um conjunto de três parâmetros independentes descrevendo sua posição. Duas peças desconectadas com movimento plano são mostradas na Fig. 15b. Figura 1.15 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmicadas Máquinas. Se as duas peças estão conectadas por um pino como uma junta de rotação, conforme mostrado na Fig. 1.15c, o sistema de duas peças possui quatro graus de liberdade. Quatro parâmetros independentes descrevendo a posição das duas peças poderiam, por exemplo, ser as coordenadas x e y do ponto P1, o ângulo q1, e o ângulo q2. Existem muitos outros parâmetros que poderiam ser utilizados para especificar a posição dessas peças, mas apenas quatro podem ser independentes. Figura 1.15 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. O exemplo a seguir ilustra um caso de um mecanismo de 8 elos, e de apenas um grau de liberdade (Fig. 2.4), devido ao número total de 10 juntas, onde se observa que existe uma junta múltipla que liga 3 elos no mesmo ponto. Substituindo os valores na Eq. (2.3), obtemos Fig. 2.4 – Mecanismo com juntas completas e múltiplas. Figura 1.18 Mecanismos com juntas completas, múltiplas e meias juntas,Norton, L. Robert. Apenas quatro tipos de juntas são normalmente encontrados em mecanismos planos. Essas são as juntas de rotação, prismáticas, e de contato de rolamento (cada uma com um grau de liberdade), e as juntas de came ou engrenagens (com dois graus de liberdade). Essas juntas são mostradas na Fig. 1.19. As seguintes definições são aplicadas para a mobilidade de um dispositivo: M ≥ 1: o dispositivo é um mecanismo de M graus de liberdade M = 0: o dispositivo é uma estrutura estaticamente determinada M ≤ –1: o dispositivo é uma estrutura estaticamente indeterminada Figura 1.19 Mabie & Reinholtz – Mecanismos e Dinâmica das Máquinas. Existem três ligações, duas juntas de rotação com um grau de liberdade e uma junta tipo par superior com dois graus de liberdade. Na junta tipo par superior, as duas peças de contato podem transladar ao longo da linha de tangência comum ou rotacionar sobre o ponto de contato, resultando em dois graus de liberdade. A mobilidade é dada por M = 3(3 – 1) – 2(2) – 1(1) M = 1 Esse é um mecanismo de um grau de liberdade. (7)
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