Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Furosemida Ir para: navegação, pesquisa Furosemida Aviso médico Nome IUPAC (sistemática) Ácido 4-cloro-2-(2-furilmetilamino)-5-sulfamoil-benzóico Identificadores CAS 54-31-9 ATC C03CA01 PubChem 148711 DrugBank APRD00608 Informação química Fórmula molecular C12H11N2ClO5S Massa molar 330,74 g/mol Farmacocinética Biodisponibilidade 60-64% Ligação a proteínas 91-99% Metabolismo Hepático Meia-vida 2 horas Excreção Renal (66%) e biliar (33%) Considerações terapêuticas Administração Oral e parentérica DL50 ? O fármaco furosemida, também conhecido pelo nome comercial Lasix®, é um medicamento da classe dos diuréticos da alça que atua na Alça de Henle, que aumentam de forma intensa a excreção de urina e sódio pelo organismo. A sua principal utilização é na remoção de edema causado por problemas cardíacos, hepáticos ou renais. Índice [esconder] 1 Indicações 1.1 Terapêuticas 1.2 Outras utilizações 2 Efeitos colaterais 3 Interações 4 Contra-indicações 5 Refratariedade da furosemida 6 Intoxicação 7 Farmacodinâmica 8 Referências Indicações Terapêuticas A furosemida encontra-se indicada no combate ao edema (por exemplo, pulmonar) associado a diversas patologias, como a insuficiência cardíaca ou doença hepática e renal. Pode ser usada em casos de oligúria por insuficiência renal, e na correção urgente da hipercalemia.[1] Também pode ser utilizada na correcção da hipertensão arterial, embora seja normalmente preferidos os diuréticos tiazídicos. Outras utilizações A Agência Mundial Antidoping inclui a furosemida, assim como outros diuréticos, na sua lista de substâncias proibidas[2], pois pode ser utilizada para mascarar o consumo de outras substâncias dopantes. A furosemida também é utilizada, embora possa constituir doping à luz dos regulamentos, como uma forma de perder peso (à custa do volume de água) em desportos que são praticados por categoria de peso, permitindo inscrever o atleta num escalão de peso inferior. Uma outra aplicação da furosemida tem sido na prevenção da síndrome da hemorragia pulmonar induzida pelo exercício em cavalos de corrida, que se manifesta por epistaxe durante a corrida.[3] Efeitos colaterais Os principais efeitos colaterais da furosemida relacionam-se com o grande aumento da diurese que causam, que pode ter como resultado um desequilíbrio electrolítico (hipocalemia, hiponatremia, hipocalcemia, ...), pelo que é importante prestar atenção às suas manifestações. Pode ser necessária a utilização de suplementos de potássio ou outros sais minerais. Adicionalmente, encontra-se associado a quadros de ototoxicidade (toxicidade para o ouvido) que podem causar lesões transitórias ou permanentes. As manifestações colaterais mais frequentes incluem: Sede Boca seca (xerostomia) Alterações gastro-intestinais (náuseas, vômitos) Hipotensão, taquicardia ou arritmia Dor ou cansaço muscular, ou cãibras Fraqueza generalizada (astenia) Letargia Tonturas Agitação Foram também relatados, mais raramente: Precipitação de diabetes mellitus tipo II Crises de gota Interações A furosemida pode aumentar a ototoxicidade de outros fármacos, nomeadamente os antibióticos aminoglicosídeos, cefalosporinas e o ácido etacrínico. Em pacientes que estejam medicados com salicilatos (aspirina, diflunisal), a furosemida pode potenciar quadros tóxicos com concentrações menores desses fármacos. A excreção renal do lítio é diminuida pela furosemida, o que pode potenciar a toxicidade deste. A ação da succinilcolina, assim como a de fármacos anti-hipertensivos, parece ser aumentada pela furosemida; contrariamente, a tubocurarina é antagonizada. A administração simultânea com sucralfato pode reduzir a natriurese e efeito anti-hipertensivo da furosemida. O mesmo efeito foi observado com a co-administração de AINEs. Contra-indicações A furosemida deve ser utilizada com precaução em doentes com hiperplasia da próstata, por condicionar risco de retenção urinária aguda. Não existem estudos sobre o seu efeito durante a gravidez no ser humano, porém os resultados em animais de experiência não são indicadores de um perfil seguro, devendo ser evitados. Também surge no leite materno. Não há evidência de efeitos teratogênicos da furosemida. Contudo, tem sido descrita associação de furosemida e o desenvolvimento de hipospadia[4]. De acordo com o Food and Drug Administration (FDA) para classificação de risco de teratogênese, a furosemida é classificada como categoria C, e seu uso deve ser limitado no primeiro trimestre, com monitorização fetal durante o segundo e terceiro trimestres. Durante a gravidez, a furosemida só deve ser usada se estritamente indicada e somente por curtos períodos de tempo. No período da amamentação, quando o seu uso for considerado necessário, deve ser lembrado que a furosemida passa para o leite e inibe a lactação. É aconselhável interromper a amamentação nesses casos[5]. Está contra-indicada em caso de falência renal causada por fármacos nefrotóxicos ou hepatotóxicos, anúria, e em casos de insuficiência renal associada a coma hepático. Refratariedade da furosemida A terapêutica com diuréticos pode, em determinadas situações, despoletar o desenvolvimento de resistências a estes fármacos. O organismo utiliza mecanismos de compensação que contrariem as perdas de volume e os desiquilíbrios electrolíticos, resultantes da sua acção farmacológica. Um exemplo prático de resistência à furosemida, é a hipertrofia de zonas do nefrónio distais à local de acção do fármaco, acompanhada por uma actividade aumentada da ATPase Na+-K+, o que permite que ocorra um aumento da reabsorção a esse nível. O sistema renina-angiotensina-aldosterona é também um mecanismo de feedback utilizado pelo organismo como resposta ao uso prolongado da furosemida. Este sistema é activado pela interferência do fármaco no transporte de NaCl a nível da mácula densa, libertação de prostaciclinas e estimulação do mecanismo barorreceptor intra-renal quando surge depleção de volume. Por sua vez, a estimulação do eixo renina-angiotensina-aldosterona, provoca o aumento da secreção de hormona antidiurética, que, tal como o nome indica, irá contrariar a diurese e o balanço negativo de água e electrólitos. No tratamento de insuficiência cardíaca congestiva, especialmente em casos avançados da doença, pode surgir também resistência à furosemida. Esta é provocada pela má absorção do fármaco e pela diminuição do fluxo sanguíneo renal. Também pode resultar da avidez dos túbulos proximal e distal para o Na+, característica desta doença. São zonas em que a furosemida não possui actividade farmacológica, e, deste modo, ocorre reabsorção de Na+ a esse nível, diminuindo ou, mesmo, anulando a acção diurética. Tal como já foi referido, nestas situações recorre-se geralmente à associação de um diurético que iniba essa reabsorção compensatória de Na+, como, por exemplo, uma tiazida. Na insuficiência renal, aguda ou crónica, a diminuição do fluxo sanguíneo renal desencadeia uma resistência ao tratamento pelo facto de diminuir a concentração de fármaco no local de acção. No tratamento de edema do síndrome nefrótico, muitas vezes é necessário recorrer a doses de furosemida cada vez mais elevadas, já que se verifica uma diminuição da concentração de fármaco efectiva no local de acção, pois nesta situação o volume arterial efectivo é menor e, principalmente, porque ele se liga fortemente às proteínas que se perdem na urina (proteinúria). Muitas vezes a resistência está associada à atitude do doente face à terapêutica, já que não respeita a necessidade de acompanhar o esquema posológico com uma restrição salina adequada. Alguns destes mecanismos de compensação persistem algum tempo após a suspensão do tratamento prolongado com o diurético. Por isso, essa suspensão deve ser efectuada de forma progressiva e com restrição salina, pois pode originar uma retenção excessiva de água e electrólitos. Intoxicação Aintoxicação com furosemida tem como principais sintomas a desidratação, com redução do volume sanguínea, hipotensão e desequilíbrio electrolítico, com alcalose hipoclorémica. O tratamento envolve quase exclusivamente a reposição do balanço electrolítico e o volume sanguíneo. A diálise é praticamente ineficaz, devido à extensa ligação às proteínas plasmáticas. Farmacodinâmica Ver artigo principal: Diurético da alça O mecanismo de acção da furosemida é comum ao dos restantes diuréticos da alça, e consiste na inibição do transportador Na-K-2Cl na alça de Henle, e em menor extensão nos túbulos contornados proximal e distal. Esta inibição impede a reabsorção de sódio e cloro, que causa uma diminuição da pressão osmótica no sentido da reabsorção de água, que é assim excretada em maior quantidade. Referências ↑ Furosemida - Prontuário terapêutico [1] ↑ The World Anti-Doping Code: The 2011 prohibited list. wada-ama.org (2011). Página visitada em 5 de agosto de 2011. ↑ Administrative code, section 603.70, Joint commitee on administrative rules, Illinois, USA. [2] ↑ Alfeu Roberto Rombaldi, André Luís Câmara Galvão, Guilherme Brasil Grezzana. (2005). "Anti-Hipertensivos e Diuréticos no Cliclo Grávido-Puerperal" Ano XIV (05): 2. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul. ↑ Furosemida Cloreto de Potássio. Laboratório Gross. Precauções e Advertências da Bula
Compartilhar