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Profª Luanny Emmanuelly Pacheco INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR SILVA CRUZ – IESSC INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR MÚLTIPLO – IESM CU RSO: BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DISCPLINA: GESTÃO DE PESSOAS I PROFESSORA: Luanny Emmanuelly Pacheco Aluno(a): _______________________________________ INTRODUÇÃO A ÁREA DE RECRUSOS HUMANOS O RH exerce várias atividades na empresa, como descrição e análise de cargos, planejamento de RH entre outros. Na organização o diretor, o gerente e o supervisor desempenham as quatros funções administrativas: planejar, organizar, dirigir e controlar. Segundo Chiavenato (1999), o RH está relacionado a todas essas funções do administrador. Ele afirma que a Administração de Recursos Humanos refere-se às políticas e práticasnecessárias para se administrar o trabalho das pessoas. Podemos mencionar o trabalho do RH nas seguintes práticas: 1. Análise e descrição de Cargos – Atribuição de tarefas ao cargo e desenho do cargo. 2. Recrutamento e Seleção – Atividade de agregar pessoas e selecionar. 3. Admissão de candidatos selecionados – Contrato de trabalho, orientação e integração de novos funcionários. 4. Administração de cargos e salários – Atribuição de novas tarefas ao cargo, folha de pagamento e remuneração. 5. Incentivos salariais e benefícios sociais – Recompensas, plano de remuneração e plano de benefícios. 6. Comunicação aos funcionários – Comunicações internas, Sistema de Informações de RH. 7. Treinamento e desenvolvimento de pessoas – Diagnóstico das necessidades de treinamento e desenvolvimento de carreiras. 8. Desenvolvimento Organizacional – Responsabilidade social das organizações. 9. Higiene, Segurança e Qualidade de Vida – Saúde Ocupacional, Segurança do Trabalho e Programas de bem-estar dos funcionários. Profª Luanny Emmanuelly Pacheco 10.Relações com Empregados e Relações Sindicais – Administração de Conflitos e Disciplina. 1- Histórico Da Evolução Dos Recursos Humanos Evolução, segundo Michaellis (2002, p. 329) significa progresso, transformação lenta e progressiva de uma ideia, fato, ação, etc. E para tanto, é de importância considerável trazer a evolução da área de Recursos Humanos para os dias atuais buscando entender sua trajetória ao longo dos anos. A década de 30 é o marco para a área de recursos humanos, antes disso a administração de pessoal, como ficou conhecida após 1930 (pois até então inexistia um departamento para tais tarefas), tinha como funções básicas o recrutamento e seleção e o único registro que o empregado tinha ao ingressar na empresa era o chamado Livro de escrita de Pessoal que poderia ser facilmente fraudado ou mesmo atirado ao lixo. Já nos anos 30 se define o início sistemático e regulado das práticas por documentos legais da Administração de Pessoal. Assim após 1930 passa a existir uma verdadeira legislação trabalhista, pois nesta época é criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (hoje Ministério do Trabalho e Emprego), que se somava aos esforços trabalhistas.O departamento de pessoal era geralmente constituído pelos próprios donos da empresa. Na década seguinte tivemos assinado o decreto-lei nº 5.452 em 1º de maio de 1943, que resultou na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). A consolidação, na realidade, dentre outros, veio subsidiar os outrora chamados departamentos de pessoal, que eram agora chefiados, por um chefe de pessoal. Neste período , tais departamentos cuidavam das rotinas trabalhistas, ou seja, a correta aplicação da legislação trabalhista enquanto que o recrutamento, seleção, treinamento, admissão, demissão e folha de pagamento estavam direcionados as tarefas administrativas. O recrutamento era realizado via jornais de boa circulação e eventualmente anúncios de rádio, a seleção por um longo período contava de uma prova especifica e muitas vezes datilografia era a maior exigência. E o treinamento mais utilizado era o que conhecemos hoje como ambientalização ou integração. Segundo Araújo (2006, p 3), os processos de admissão e demissão eram conduzidos pela própria chefia de pessoal dada a importância legal de que se revestia a contratação ou, muito mais importante, dados os procedimentos de desligamento. De qualquer maneira o controle legal-trabalhista exigia da chefia um profundo conhecimento das leis trabalhistas, daí o fato que os recursos humanos ou na época departamento pessoal eram constituídos por advogados ou bacharéis em direito e assim foi até o final da década de 70. Os departamentos de pessoal funcionavam até muito bem, atendiam com competência as exigências para o funcionamento da organização e naturalmente das constantes demandas trabalhistas, mas não havia a preocupação com a implantação de condições de trabalho ideais no que diz respeito à saúde e segurança no trabalho bem como a implementação de Profª Luanny Emmanuelly Pacheco benefícios e outras atividades de melhoria na qualidade de vida no trabalho, que nem mesmo receberam regulação por parte do governo. O padrão de uso da mão-de-obra predominante no Brasil até final dos anos 60 baseava-se no forte autoritarismo, amplo emprego de pessoal não- qualificado, desempenhando tarefas altamente parcelizadas, alta taxa de rotatividade, bem como a adoção de complexas estruturas de cargos e salários, voltadas para estabelecer a divisão do coletivo operário e o controle sobre os trabalhadores. A profunda transformação começou a ocorrer a partir dos anos 70, pois este padrão, baseado no modelo da organização taylorista de processo de trabalho, começou a entrar em crise antes mesmo do início do processo de reestruturação produtiva do final da década de 70, em função do contexto de recessão econômica, do ressurgimento do movimento operário, onde os sindicatos começaram a pressionar as empresas no sentido de assegurar maiores benefícios os trabalhadores, exigindo segurança e condições de trabalho especiais e a abertura política. A nova realidade política, econômica e social do início dos anos 80 colocaria em xeque este modelo, exigindo novas posturas por parte das empresas em relação às práticas de recursos humanos. Outro avanço é a abertura de um dos primeiros cursos de Administração de Recursos Humanos aplicados no Brasil, com disciplinas bastante diferenciadas dos demais cursos existentes. Desde modo com o passar dos anos o curso foi deixado de ser ocupado apenas por advogados e passou na sua maioria a ser composto por psicólogos e administradores, dando um novo ânimo ao setor. Desde o começo do século passado até a década de oitenta, as alterações nas práticas de recursos humanos eram lentas, porque o mercado era pouco exigente. Porém, após esse período, com a globalização do mercado, a maneira de uma empresa gerenciar seus funcionários passou a ser considerado um elemento crítico da vantagem competitiva sustentável (Pfeffer,1994 p. 271). E, foi assim que a área de Recursos Humanos ganhou novo perfil, uma nova forma de ajudar a organização a crescer. Assim chegamos no estagio atual, onde a gestão de pessoas surgiu como a solução as demandas de excelência organizacional. (Araújo, 2006 p. 3-4) 2- Captação e Retenção de Pessoas Profª Luanny Emmanuelly Pacheco Em uma economia cada vez mais globalizada e com as mudanças no mundo organizacional, as técnicas tornam-se cada vez mais parecidas e os produtos cada vez mais similares, portanto, o fator humano torna-se cada vez mais decisivo no sucesso de uma corporação, que depende essencialmente de um processo chamado seleção, pois é através deste método que as organizações podem identificar seustalentos. As organizações de diversos setores da economia tem procurado captar no mercado pessoas de talento que garantem um time de alta performance. Porém, a busca e a retenção de tais talentos não é função somente dos Recursos Humanos (RH), o grande desafio atualmente em um processo de contratação e que muitas vezes se torna falho é a falta de critérios e instrumentos adequados gerando grande perda de tempo, de clientes e principalmente de dinheiro. Para tanto, os profissionais de RH devem se tornar capacitados para defenderem as suas empresas dentro dessa nova realidade. 3- Recrutamento: Hoje em dia, aumentou-se a procura por pessoas eficazes e dinâmicas, capazes de aumentar a perspectiva de vida das empresas e, consequentemente, alcançar o sucesso. O processo para fazer com que essas pessoas trabalhem é de extrema importância para a empresa que, quer chegar ao sucesso. Os objetivos organizacionais ais podem ser atingidos somente com, e através de pessoas, por isso a importância do cuidado com a condução do processo de seleção. O objetivo maior da seleção é contratar os melhores dentre os candidatos, um processo pelo qual se faz a escolha dos candidatos que possuam o perfil necessário para ocupar o cargo. Quando feita adequadamente garante a entrada de pessoas de alto potencial e qualidade na organização, que é o objetivo de qualquer empresa, pois o lado humano da empresa deve apresentar coerência em termos de políticas e práticas de recrutamento e seleção. O alinhamento dos recursos humanos à estratégia da empresa é muito importante, visto que o planejamento estratégico é uma poderosa ferramenta para a construção e a consolidação da imagem dela. Apenas com planejamento Profª Luanny Emmanuelly Pacheco é possível estabelecer uma comunicação integrada que dê consistência e potencialize a mensagem em todos os pontos de contato com o mercado, ele é um dos elementos mais importantes para um bem sucedido programa de administração de recursos humanos, é um processo pelo qual a organização garante o número certo e as pessoas apropriadas, no lugar certo. “Recrutamento é o processo de atrair candidatos para uma vaga, anunciando e tornando atrativo para candidatos disponíveis no mercado. Buscando candidatos dentro e fora da organização”. (CHIAVENATO, 1983) O recrutamento nunca teve importância tão significativa nos resultados de uma empresa como no mercado atual, uma prática bem desenhada, integrada e praticada terá um impacto positivo na empresa e o inverso, um resultado devastador. 3.1- Recrutamento Interno: Quando Existe um cargo para o qual é necessário efetuar Recrutamento, a prioridade para o seu preenchimento recai sobre os colaboradores da empresa efetuando-se promoções (Movimentação Vertical), Transferências (Movimentação Horizontal) ou transferências com promoção (Movimentação Diagonal). Desta forma, o recrutamento interno realiza-se mediante: a) Um sistema de informação acerca dos cargos disponíveis através de notas de serviço e /ou do jornal da empresa; b) Verificação dos ficheiros da empresa procedendo-se a uma triagem tendo por base as informações disponíveis e os critérios de seleção; c) Existência de um plano de carreira. O Concurso Interno trata-se de dar a conhecer aos colaboradores da empesa o cargo vago, por meio me anúncios nos painéis informativos ou na internet, convidando-os a candidatar-se dentro de um prazo estipulado. Os candidatos interessados deverão ser entrevistados e investigados em relação a sua motivação para a candidatura. Deverão também receber feedback acerca do seu grau de ajustamento ao cargo. Vantagens do Recrutamento Interno: O Recrutamento Interno apresenta as seguintes vantagens: * É mais econômico em termos de tempo e dinheiro comparativamente com recrutamento externo. * É mais provável escolher o candidato adequado. * Aumenta a motivação dos colaboradores. Desvantagens do Recrutamento Interno: As desvantagens do recrutamento interno são as seguintes: * Pode gerir conflitos de interesses entre colaboradores com os mesmos interesses e nas mesmas condições. Profª Luanny Emmanuelly Pacheco * Existe a necessidade de gestão das expectativas frustradas dos candidatos excluídos. * Pode gerar desvalorização da autoridade dos colaboradores promovidos visto existir familiaridade entre ambas as partes. 3.2- Recrutamento Externo: O recrutamento externo realiza-se quando se pretende preencher o cargo vago com candidatos externos a organização, sendo estes atraídos pelas técnicas de recrutamento. Trata-se portando de uma procura de candidatos no mercado de trabalho. A procura no mercado requer a definição a priori da estratégia a seguir, estando esta dependente de duas variáveis que função se pretende preencher e que vantagens desvantagens pode trazer para a empresa a sua identificação como empregadora. Vantagens do Recrutamento Externo: O Recrutamento externo apresenta vantagens como: *Ingresso de "sangue novo" na organização, trazendo novas formas de pensar que permitem alargar as competências existentes. *Os custos são menores do que com a formação dos colaboradores. *A imagem da empresa como empregadora é reforçada. Desvantagens do Recrutamento Externo: As desvantagens do recrutamento externo são as seguintes: *É mais dispendioso em tempo e em custos comparativamente ao recrutamento interno. *O nível de segurança é inferior ao do recrutamento interno, pois não se conhecem os futuros colaboradores e existe risco de um recrutamento inadequado. *Pode originar desmotivação entre os colaboradores da organização. 3.3- Recrutamento Misto: O recrutamento misto apresenta-se como alternativa para ultrapassar as desvantagens de optar apenas por um recrutamento interno ou externo. Esse tipo de recrutamento poder-se-á fazer mediante várias formas de entre as quais destacam-se as seguintes: Profª Luanny Emmanuelly Pacheco * As vagas existentes são divididas pelos candidatos internos e externos cabendo metade das vagas a cada grupo. *Procede-se em primeiro lugar ao recrutamento interno, sendo que o recrutamento externo apenas terá lugar se ainda existirem vaga. * Os candidatos internos e externos passam a ter as mesmas oportunidades sendo que a avaliação de todos os candidatos é efetuada em gabinetes externos á organização para que a avaliação não sofra influências. 3.4- Recrutamento On-Line: O recrutamento on-line,recrutamento eletrônico ou eRecruitment "são designações que representam uma das mais atuais, úteis e dinâmicas aplicações das técnologias de informação no domínio da gestão de pessoas". O recrutamento online é definido como " o processo de recrutamento realizado via eletrônica, através da Internet ou da Web". A Internet está a assumir um papel importantíssimo no recrutamento e seleção, pois a divulgação de oportunidades profissionais através da Internet é atualmente "uma realidade em elevado crescimento". Desta forma, "a internet tranforma-se em vitrine de emprego ". Existem duas formas pelas quais se pode realizar recrutamento on-line: através de sites dedicados a carreiras, ou através dos sites das empresas. 4- Técnicas de Seleção Com o objetivo de determinar o perfil do candidato, as técnicas de seleção a escolher devem assegurar a prediação do bom desempenho futuro do colaborador no cargo. Habitualmente são escolhidas várias técnicas, sendo que cada uma complementa as restantes, obtendo-se assim informação mais rica acerca do candidato.Iremos abordar de acordo com Chiavenato, cinco grupos de técnicas de seleção, a saber: entrevista de seleção, provas de conhecimento ou de Profª Luanny Emmanuelly Pacheco capacidade, testes psicométricos, testes de personalidade e técnicas de simulação. 4.1- Entrevista de Seleção: A entrevista é a técnica mais utilizada na seleção, fato justificável por esta ser aplicável a qualquer função, e mais conhecida universalmente. A entrevista é um procedimento predito do rendimento do candidato na função tendo por base as perguntas e respostas orais do entrevistador e do entrevistado, respectivamente, tratando-se assim de um processo de comunicação entre duas ( ou mais ) pessoas. A sua duração é habitualmente de 1 hora exceto nos casos em que a função é de menor complexidade. A)- Objetivos da entrevista: a entrevista de seleção tem um duplo objetivo. Por um lado, visa dar informação ao candidato acerca do cargo, como por exemplo possibilidade de carreira ou promoções. B)- Tipos de Entrevista: Quatro tipos: *Entrevista totalmente padronizada *Entrevista padronizada quanto ás questões. *Entrevista diretiva. *Entrevista não diretiva. C)- Fases da Entrevista: De acordo com chiavenato, a entrevista de seleção ocorre em cinco fazes. A primeira etapa consiste na preparação da entrevista. Trata-se da preparação para o ato da entrevista e possibilita ao entrevistador a comparação entre as características do cargo e o perfil do candidato. A segunda etapa diz respeito ao ambiente. A preparação do ambiente irá permitir que ruídos ou quaisquer outros aspéctos exteriores interfiram na entrevista. A etapa seguinte é o processamento da entrevista. Esta etapa corresponde á entrevista propriamente dita na qual há relação interpessoal entre entrevistador e o entrevistado, onde o primeiro ao fazer as perguntas ao segundo provoca estímulos para que possa estudar a retroação, ou seja,as respostas e reações comportamentais. Profª Luanny Emmanuelly Pacheco A penúltima etapa é o encerramento. Para encerrar a entrevista, o entrevistador deverá fazer um sinal que demonstre que a mesma findou. A última etapa consiste na avaliação do candidato. A avaliação deve ser feita logo após o candidato sair da sala, pois a informação sobre este é recente e ainda permanece na memória. D)- Vantagens e Desvantagens da entrevista: A entrevista de seleção apresenta como vantagens determinar os requisitos de comunicação e competências sociais dos entrevistados, obter informação adicionais úteis para a tomada de decisão, avaliar a fluência verbal e os conhecimentos dos entrevistados. Como desvantagens apontadas nomeamos a subjetividade das avaliações, imprecisão e carência de base científica. 4.2- Plano de Cargos e Salários: O Plano de Cargos e Salários é um instrumento de uso privativo da direção da empresa e seu principal objetivo é facilitar as decisões do dia-a-dia da empresa na área de Cargos e Salários. A peça fundamental do Plano de Cargos e Salários é uma Tabela Salarial mostrando os cargos organizados em Classes com uma faixa salarial para cada Classe. Uma Tabela Salarial contém os dois elementos fundamentais para a definição da remuneração de um profissional: 1) O “tamanho do cargo” - que representa a importância que o cargo tem para a empresa. Na Tabela Salarial, o tamanho do cargo é representado pela Classe em que ele estiver incluído. 2) O salário - que representa a compensação monetária oferecida à pessoa que ocupa o cargo. O salário da pessoa pode ser posicionado ao longo da faixa salarial da Classe em que o cargo estiver incluído, conforme o desempenho do profissional. No que se refere ao “tamanho”, o cargo de um Gerente é maior do que o cargo de um Supervisor, supondo que os dois cargos sejam da mesma área da empresa e que o Gerente seja o superior hierárquico. Esse é um fato fácil de ser entendido e aceito por todos. Mas o que representa essa diferença no “tamanho” dos cargos na hora de se definir os salários dos cargos? É certo que o Gerente deve ganhar mais do que o Supervisor, mas a questão é: quanto mais? Qual deve ser o salário de um e de outro? Profª Luanny Emmanuelly Pacheco Em todas as empresas os salários dos seus diversos cargos formam uma escala ascendente, começando pelos salários dos cargos mais simples e chegando até os salários dos cargos mais elevados. Essa escala salarial geralmente é estabelecida ao longo do tempo, conforme as necessidades de momentos específicos da empresa. Mesmo quando ela é informal, a escala salarial de uma empresa é sempre percebida com muita facilidade pelos funcionários. Se os salários da empresa crescem de forma coerente, conforme a importância que os cargos têm para a empresa, os funcionários tenderão a procurar alguma forma de “subir” nessa escala. Além disso, é do interesse da empresa que seus funcionários se interessem em progredir profissionalmente. Muitas empresas de sucesso formam seus especialistas, gerentes e diretores a partir das “bases”. A compatibilização desses dois interesses, dos funcionários e da empresa, é o principal desafio da gestão de cargos e salários. É aqui que entra a Tabela Salarial, desempenhando o papel de principal referência para a tomada de decisões relacionadas com definição, alteração ou ajuste de salários. Se a sua empresa tiver uma Tabela Salarial bem elaborada, todos os gestores terão mais segurança para tomar decisões nessa área. O Plano de Cargos e Salários ajuda os gestores da empresa a tomar decisões de qualidade quando eles tiverem de: Contratar novos funcionários - As faixas salariais contidas na tabela salarial da empresa definem com segurança os limites de variação do salário de cada cargo. Promover um funcionário - Uma promoção é uma oportunidade única para a empresa demonstrar a todos os demais funcionários que é um lugar em que as pessoas crescem. Empresas reconhecidas como tendo boas práticas de RH adotam o chamado “recrutamento interno”, isto é, procuram preencher vagas em aberto por meio da promoção de alguém que já trabalha na empresa e que tenha o perfil e as qualificações exigidos pelo cargo. Reconhecer o mérito de um funcionário - A empresa não vai querer perder um funcionário que vem apresentando melhoras consistentes no seu desempenho e cumprindo um papel importante. Pelo menos uma vez a cada um ou dois anos, a empresa poderá avançar o salário desse funcionário dentro da faixa salarial do seu cargo. Esse aumento é conhecido como aumento por mérito, isto é, um aumento salarial sem que a pessoa precise ser promovida para um cargo maior. Profª Luanny Emmanuelly Pacheco Redefinir o salário de um cargo que recebeu novas e importantes atribuições – “A pessoa faz o cargo” é uma expressão muito comum nas empresas. Com a crescente dinâmica das organizações, pessoas de iniciativa podem assumir progressivamente maiores responsabilidades. Em determinado momento, a empresa precisará rever o quanto esse incremento nas responsabilidades tornou o cargo maior. Nesse momento, a empresa poderá “reclassificar” o cargo para uma classe de faixa salarial mais alta. Ajustar um salário que foi mal definido por qualquer motivo - Muitas vezes um salário foi definido de forma não adequada no passado. Isso pode ter ocorrido na contratação do funcionário, ou numa época em que o funcionário foi transferido de área. Ou, talvez, no passado o funcionário tenha ocupado um cargo que era “maior” ou “menor” do que o cargo ocupado hoje. A Tabela Salarialajudará a empresa a identificar a distorção e planejar o que fazer nesse caso. Ajudar um funcionário que está com salário muito alto para o cargo que exerce - Essa é uma situação que costuma causar alguns embaraços, principalmente entre diretores da empresa. Ela geralmente ocorre com funcionários com muito tempo de empresa. Ao longo do tempo eles foram recebendo aumentos por diversos motivos e algumas vezes até sem nenhum motivo que justificasse o aumento. Manter o equilíbrio interno dos salários - Tendo a Tabela Salarial como uma fonte de referência, os salários de todos os funcionários poderão ser analisados para verificar se estão onde deveriam estar dentro da faixa salarial. Esse constante monitoramento ocorre de forma natural. Toda vez que você precisar alterar o salário de um funcionário, você poderá comparar antes o salário desse funcionário com os salários de outros funcionários que desempenham funções semelhantes e certificar-se de que o aumento a ser concedido faz sentido e de que o funcionário realmente merece o aumento. Tomar decisões relacionadas com planejamento de sucessões/carreiras - As “distâncias” entre os diversos cargos, tanto de uma mesma área como de áreas diferentes, facilitam o planejamento e a preparação de pessoas para ocupar qualquer cargo na empresa. Fica fácil, por exemplo, identificar quem tem Profª Luanny Emmanuelly Pacheco o perfil adequado para o cargo “alvo” do processo de sucessão, bem como definir um programa de treinamento para a pessoa selecionada para uma futura sucessão importante. A Tabela Salarial facilitará a identificação dos cargos “intermediários” que poderão fazer parte do planejamento da sucessão. Tomar decisões relacionadas com a “organização de pessoas” - Muitas vezes o organograma da empresa é chamado de “personograma”, numa referência clara ao fato de que alguns cargos foram definidos conforme o perfil da pessoa que está atualmente ocupando o cargo. A organização dos cargos em Classes conforme o “peso” e perfil de cada cargo permite à empresa se organizar melhor em termos de “pessoas”. A “organização de pessoas” é a chave para o sucesso da “organização da estrutura”. Resolver situações específicas da empresa - Muitas outras situações específicas poderão ocorrer na sua empresa para as quais a Tabela Salarial servirá como base para uma decisão adequada. Salário é uma questão delicada de se resolver. Por isso, bons procedimentos e referências são os instrumentos que ajudarão sua empresa a manter uma administração de salários adequada e justa. 5- Entendendo A Remuneração: Ninguém trabalha de graça. Como parceiro da organização, cada funcionário está interess ado em investir com trabalho, dedicação e esforço pessoal, com os seus conhecimentos e habilidades, desde que receba uma retribuição adequada (CHIAVENATO, 1999). Segundo Chiavenato (1999), na maioria das organizações, o principal componente da remuneração total é a remuneração básica, que é o pagamento fixo que o funcionário recebe de maneira regular na forma de salário mensal ou na forma de salário por hora. O segundo componente da remuneração total são os incentivos salariais, que são programas desenhados para recompensar funcionários com bom desempenho. Os incentivos são concedidos sob diversas formas, como bônus e participação nos resultados a título de recompensa por resultados alcançados. O terceiro componente da remuneração total são os benefícios, quase sempre denominados remuneração indireta. Os benefícios são concedidos através de vários programas (como férias, seguro de vida, transporte subsidiado, refeições subsidiadas etc.). O sistema de recompensas pode ser classificado em recompensas financeiras e recompensas não-financeiras. As recompensas financeiras podem ser ainda, diretas e indiretas. A recompensa financeira direta consiste no pagamento que cada empregado recebe na forma de salários, bônus, prêmios e comissões. A Profª Luanny Emmanuelly Pacheco recompensa financeira indireta é o salário indireto decorrente de cláusulas da convenção coletiva do trabalho e do plano de benefícios e serviços sociais oferecido pela organização. O salário indireto inclui: férias, gratificações, gorjetas, adicionais (de periculosidade, de insalubridade, adicional noturno, adicional de tempo de serviço etc.), participação nos resultados, horas extraordinárias, bem como o correspondente monetário dos serviços e benefícios sociais oferecidos pela organização (como alimentação subsidiada, transporte subsidiado, seguro de vida em grupo etc.). A soma do salário direto e do salário indireto constitui a remuneração (CHIAVENATO, 1999). Já as recompensas não-financeiras, são compostas pelo orgulho, auto- estima, reconhecimento, segurança no emprego etc., e estão ligadas a satisfação dos funcionários com o sistema de remuneração. Para Milkovich (2006), passamos por um período em que as abordagens tradicionais sobre remuneração têm sido cada vez mais discutidas. Os executivos enfrentam pressões econômicas para melhorar a produtividade, aumentar a qualidade dos produtos e serviços e controlar os custos trabalhistas. Como a remuneração é a principal arma para atrair, manter e motivar os empregados, bem como o principal custo empresarial, ela precisa ser administrada com cuidado. A remuneração pode ser influenciada por condições externas, organizacionais e dos próprios empregados. Os executivos precisam examinar cada um desses fatores antes de tomar suas decisões sobre remuneração (MILKOVICH, 2006). Todos os sistemas de remuneração têm um propósito. Respondendo esta questão: Pelo que queremos pagar? Inicia-se a definição dos objetivos do sistema de remuneração. Alguns objetivos são claramente identificados; outros são implícitos. Porém, ambos devem dar apoio às estratégias organizacionais. Milkovich (2006) conclui que os objetivos dos sistemas de remuneração são motivar comportamentos produtivos e controlar os custos trabalhistas, ao mesmo tempo em que busca a satisfação das necessidades e do sentimento de justiça dos empregados. 6 - Salário: Segundo Aristeu de Oliveira (2008), o conceito de salário é a contraprestação devida e paga diretamente pelo empregador a todo o empregado, valor ajustado entre as partes (empregador e empregado), seja por um acordo tácito ou expresso. O empregado recebe seu salário, em dinheiro ou equivalente, em troca da função do cargo que exerce e dos serviços que presta durante um determinado período de tempo. Existem três tipos de salário: o salário por unidade de tempo, o salário por resultado e o salário-tarefa. O salário por unidade de tempo é pago de acordo Profª Luanny Emmanuelly Pacheco com o tempo que o trabalhador fica à disposição da empresa e a unidade de tempo pode ser dimensionada em uma hora, semana, quinzena ou mês. O salário por resultado refere-se à quantidade ou número de peças ou obras produzidas. Abrange os sistemas de incentivos (comissões ou porcentagens) e prêmios de produção (gratificações pela produtividade alcançada ou pelos negócios efetuados). O salário por tarefa é uma fusão dos dois tipos anteriores: o empregado está sujeito a uma jornada de trabalho, ao mesmo tempo em que o salário é determinado pela quantidade de peças produzidas (CHIAVENATO, 1999, p.224). O salário deve ser formalizado na Carteira de Trabalho e também na Previdência Social. De acordo com Marello (1988), para elaborar um plano de salários, devemos considerar as seguintes etapas: 1º. Realizar uma pesquisa de salários fora da empresa; 2º. Tabular e analisar os dados coletados; 3º.Construir as faixas salariais; 4º. Calcular os custos da implantação, das faixas salariais estabelecidas; 5º. Elaborar a política salarial da empresa; 6º. Administrar os planos de avaliação de salários criados. Mesmo tornando-se indispensável à existência do setor de Cargos e Salários, a pesquisa de salários é um trabalho demorado e relativamente complexo. Existem também os sistemas de incentivos monetários que podem ser aplicados em quase todos os tipos de cargos. Para Davis e Newstron (2002, p.102): A ideia básica de todos eles é fazer com que o salário de um empregado varie na proporção de algum critério de desempenho, seja este relativo ao indivíduo, ao grupo de trabalho ou à própria organização. Estes critérios podem incluir a produção do empregado, os lucros da companhia, as unidades embarcadas ou a taxa que expresse a relação entre custos de mão-de-obra e preços de venda. O pagamento pode ser imediato ou após o decorrer de um certo período de tempo, como por exemplo nos casos de planos de participação nos lucros. Não basta remunerar as pessoas pelo seu tempo dedicado à organização. É preciso incentivá-las continuamente a fazer o melhor possível, a ultrapassar o desempenho atual e alcançar metas e resultados desafiantes formulados para o futuro (CHIAVENATO, 1999). Profª Luanny Emmanuelly Pacheco 7- Benefícios: O setor de Benefícios destina-se a suplementar a assistência dada pela Previdência Social aos empregados de uma empresa, desenvolvendo atividades que complementem a política salarial da organização (MARELLO, 1988). Benefícios são certas regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários, à totalidade ou a parte de seus funcionários. Constituem geralmente um pacote de benefícios e serviços que é parte integrante da remuneração do pessoal. [...] além do seu aspecto pecuniário ou financeiro, servem para livrar os funcionários de uma série de transtornos (CHIAVENATO, 1999, p.271). De acordo com Milkovich (2006), alguns benefícios são exigidos por lei: seguro-desemprego, previdência social e salários mínimos. Além destes, muitas empresas oferecem benefícios adicionais, como planos especiais de seguro (assistência médica, seguro de vida e de invalidez), previdência privada e outros serviços, como assistência jurídica, títulos de clubes ou creches. Enquanto que os efeitos dos benefícios sobre os custos da empresa são facilmente calculáveis, sua influência sobre o comportamento dos empregados e equidade é mais difícil de ser documentada. Os benefícios podem até mesmo serem disfuncionais, porque poucos deles estão associados ao desempenho. Na verdade, são direitos naturais - são dados aos empregados como parte das condições do contrato de trabalho (Milkovich, 2006). Os benefícios são socialmente benéficos, mas se continuarem crescendo, sobrarão poucos recursos para remunerar os comportamentos de risco e melhorias de desempenho, necessários para que organização se mantenha competitiva. Um objetivo importante das decisões sobre benefícios é influenciar positivamente as atitudes dos empregados em relação ao senso de justiça deles. A remuneração não tem apenas como principal objetivo recompensar as pessoas, mas também tornar sua vida mais fácil. Profª Luanny Emmanuelly Pacheco 8- Conclusão: Saber remunerar corretamente seus funcionários nos dias de hoje, nem sempre é algo simples. Com diversos métodos e critérios de remuneração, é necessário conhecê-los, saber do que realmente se trata e verificar se a empresa tem o perfil que se exige, para implantar o método escolhido. Define-se remuneração como um processo, que envolve todas as formas de pagamento ou de recompensas dadas aos funcionários e decorrentes do seu emprego (CHIAVENATO, 1999). Na realidade trata-se de uma troca, uma parceria entre empregado e empregador, onde o empregado entra com a mão- de-obra, seus conhecimentos e habilidades, e o empregador retribui através da remuneração. A palavra remuneração lembra a muitos, apenas dinheiro. Mas existem também as recompensas não-financeiras, que são aquelas que de alguma maneira influenciam na satisfação dos empregados com o sistema de remuneração, como orgulho, autoestima, reconhecimento, segurança no emprego etc. Com o objetivo de facilitar a vida dos funcionários, muitas empresas oferecem benefícios aos seus empregados. Os benefícios são como vantagens concedidas pelas empresas, o que acaba evitando a perca de tempo na procura dos serviços, que a empresa já disponibiliza. Estão inclusos os serviços de saúde, segurança, educação, descontos etc. É necessário manter o equilíbrio dentro das organizações. Onde empregado e empregador estejam satisfeitos. Para isso, exige-se boas remunerações, mas de maneira que não torne os custos da empresa demasiados altos. Referências: Blogspot. Recrutamento. Disponível em: <http://gestaodepessoas2012.blogspot.com.br/p/tipos-de-recrutamento.html>. Acessado em: 07/09/18. Profª Luanny Emmanuelly Pacheco Blogspot. Recrutamento. Disponível em: <http://gestaodepessoas2012.blogspot.com.br/p/tipos-de-recrutamento.html>. Acessado em: 07/09/18. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. São Paulo: Atlas, 1983. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2010. DAVIS, K.; NEWSTROM, J. W. Comportamento humano no trabalho. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. MARELLO, S. M. Administração de pessoal. São Paulo: Ática, 1988. RIGAUD, R. P. Remuneração estratégica - cargos e salários. Disponível em: <http://www.artigonal.com/recursos-humanos-artigos/remuneracao-estrategica- cargos-e-salarios-1025761.html>. Acesso em: 07/09/18.
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