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1 UNIDADE 5 – Bares e Enologia GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS EM EVENTOS UNIDADE 5 - BARES E ENOLOGIA Prof. Ms. Mário da Silva Oliveira 2 UNIDADE 5 – Bares e Enologia ÍNDICE 1. O APARECIMENTO DO ÁLCOOL NA HISTÓRIA................................................ 03 2. OS PROCESSOS DE FERMENTAÇÃO E DESTILAÇÃO........................................ 03 3. O BAR E AS BEBIDAS ALCOÓLICAS ................................................................. 05 4. UTENSÍLIOS E MATERIAIS DE BARES ............................................................. 07 5. PRINCÍPIOS DE ENOLOGIA ............................................................................ 12 6. SUGESTÃO DE QUANTIDADE DE VINHOS EM EVENTOS............................... 20 OBJETIVOS Apresentar aspectos históricos das bebidas alcoólicas e processos de fabricação. Desenvolver estudos e características de serviços Bares. Apresentar características peculiares à Enologia. 3 UNIDADE 5 – Bares e Enologia 1. O APARECIMENTO DO ÁLCOOL NA HISTÓRIA álcool tem raízes milenares e pesquisadores apontam sua produção entre cerca de oito a dez mil anos atrás. As primeiras bebidas alcoólicas, que inclusive permanecem sendo consumidas até os dias de hoje, são as bebidas fermentadas, que existem seguramente desde os primórdios da civilização egípcia, sendo estas, o vinho e a cerveja. Os egípcios por sua vez prestavam cultos a Osíris como forma de agradecimento pela dádiva da cevada. Outras evidências apontam a existência de uma bebida alcoólica primitiva na China ao redor de 7000 a.C. Uma outra bebida alcoólica, mistura fermentada de água e mel, denominada de hidromel, também tem sua história milenar. Podemos nos referir ao álcool como um líquido incolor produzido a partir da fermentação de diversas fontes vegetais e que, de certa maneira encontrou seu lugar junto às mais variadas culturas na sociedade humana. Na Grécia, em Roma, e em boa parte da Europa o solo e o clima dessas regiões favorecia o cultivo de uva, facilitando a produção de vinho. Os Romanos se aproveitando desta condição plantaram vinhas por todo seu império. O vinho e a cerveja, sobretudo, tornaram-se um fenômeno já presente nas tavernas no Império Romano, local onde era mantidas reservas destas bebidas para serem consumidas em grupos de frequentadores. O vinho concentra também forte participação no aspecto da religião, uma vez que na bíblia, por exemplo, existem inúmeras alusões ao vinho, onde mesmo Noé tem sua participação. O processo de destilação de bebidas alcoólicas deve-se aos árabes, sendo também responsáveis pela introdução deste processo na Europa ainda na idade média, permitindo a criação de novas bebidas alcoólicas, que passam então a serem consideradas como “remédio para todas as doenças”, dentre eles surgindo então a palavra whisky derivado de sua grafia original em gaélico –Uisge Beatha – que significa "água da vida". A partir da revolução industrial no século XIX, tais produtos sobre tudo os destilados começam a se difundir em maior escala. 2. OS PROCESSOS DE FERMENTAÇÃO, DESTILAÇÃO E INFUSÃO A fermentação de uma bebida é um processo natural, quando determinados micro- organismos, as chamadas leveduras consomem os açúcares ou amidos presente em um determinado volume liquido. A ação destes micro-organismos denominados de Saccharomyces cerevisiae geram três principais componentes neste processo, a saber: O 4 UNIDADE 5 – Bares e Enologia 1. Calor: A mistura fica aquecida durante a fermentação 2. Gás carbônico: O aparecimento do gás carbônico se perde no ar ou pode ser retido para determinadas produções. 3. Álcool: Este tido como o principal resultado da fermentação. Como já mencionado, os processos de fermentação já eram utilizados pelo homem por cerda de oito a dez mil anos. Muitas bebidas eram fabricadas pelos povos antigos, dentre eles os egípcios. Embora as bebidas alcoólicas sejam diferenciadas por suas propriedades, tais como suas matérias primas e diferentes teores alcoólicos, todas elas têm uma origem básica comum, isto é, todas derivam de um processo bioquímico denominado fermentação alcoólica. A fermentação alcoólica é um tipo de reação química realizada pela ação de micro-organismos (leveduras) sobre os açúcares e ou amidos, produzindo etanol e gás carbônico. O processo de fermentação alcoólica, é a base para a produção de bebidas diversas, Geralmente é provocado por bactérias aeróbicas, porém, foi a partir das descobertas de Louis Pasteur no século passado (pasteurização), que o homem obteve informação suficiente para controlar o processo de fermentação de forma precisa, onde o oxigênio em contato com o líquido e a manutenção de temperaturas são mecanismos utilizados para uma fermentação controlada. A fermentação de matérias-primas específicas resulta em diferentes teores alcoólicos, como por exemplo, sendo aqui apresentadas algumas das principais: O vinho (à base de uva) 09 a 15% A cerveja (à base de cevada, água e lúpulo) 03 a 05% A sidra (à base de maçã). 04 a 08 % O saquê (à base de arroz). 13 a 16% podendo chegar a 20% A maioria das bebidas alcoólicas, porém, têm sua produção envolvendo o processo de destilação após sua fermentação, o que resulta em um aumento de seu teor alcoólico a exemplo do Cognac este sendo exclusivo da região de mesmo nome na França, que é um destilado de vinho chegando a um percentual de álcool de 40%. Destilação é um processo de separação de líquidos por aquecimento baseado na diferença de seus pontos de ebulição. Para efetuar a destilação, provoca-se o aquecimento da massa liquida até que ela atinja a ebulição, condensando-se em seguida o vapor obtido. Como os produtos têm pontos de ebulição diferentes, os primeiros 5 UNIDADE 5 – Bares e Enologia vapores sempre são produzidos pelos elementos mais voláteis (é o caso do álcool), que se desprendem assim da massa liquida original (Pacheco, 2010). Convém relembrar que a água, ao nível do mar tem seu ponto de ebulição a 100ºC. e o álcool a 78º.C. e em função desta característica fundamental se torna possível a separação, por meio de vapor e posterior resfriamento a destilação do álcool. Existem ainda as bebidas alcoólicas obtidas pelo processo de infusão, também chamadas de bebidas compostas uma vez que são obtidas quando substâncias vegetais, frutas, folhas, raízes e caules, por exemplo, são imersas em líquidos quentes, álcool no caso para que suas essências sejam extraídas. Neste grupo encontramos os licores e bitters e vermouths. 3. O Bar e as bebidas alcoólicas Acredita-se que a palavra “bar” tenha sua origem na França, quando dois jovens californianos que estudavam em Paris, em meados do século XVIII, e que costumavam frequentar certos estabelecimentos então chamados de tabernas, encontravam em alguns destes locais uma barra (bar, em inglês) ao longo de todo o comprimento do balcão de serviço. Levaram então está ideia aos Estados Unidos, abrindo um estabelecimento nos mesmos moldes como onome de “Bar”, evoluindo para o termo “American Bar”. A evolução do bar foi muito rápida principalmente após a 1ª Guerra Mundial. 6 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Segundo Pacheco, 2010, A origem da palavra cocktail (em português, rabo-de-galo) é um caso à parte. Há várias teorias tão fascinantes quanto improváveis. Mas é certo que a origem do conceito é muito antiga, se nos basearmos no costume de combinar bebidas. Podemos tomar como exemplo o fato de no Império Romano existir ohábito de misturar ao vinho mel e até mesmo água do mar. Podemos afirmar que a combinação de bebidas vem acontecendo a séculos, de maneira mais frequente desde a idade média, mas foram os americanos que de fato popularizaram cocktail, sobretudo em função da Lei seca em seu país, partir da década de 1920 como um meio de se amenizar o desagradável gosto de certas bebidas fabricadas ilegalmente. CLASSIFICAÇÃO DOS COQUETÉIS: Os coquetéis são classificados quanto à categoria, modalidade e finalidade. CATEGORIAS DE COQUETÉIS: Dividem-se em três categorias, conforme a temperatura e a dosagem dos preparos. Long Drinks: coquetéis servidos em copos longos, tipo “tumbler”, tendo sua composição baseada em um destilado completado com sucos ou refrigerantes. Short Drinks: Chamados de “verdadeiros coquetéis” servidos nos tradicionais copos baixos de coquetel possuem variadas composições e ingredientes. Hot Drinks: servidos em copos resistentes a temperaturas elevadas, são compostos por destilados, cafés, chocolate, cremes e temperos. MODALIDADE DE COQUETÉIS: Diferenciam-se por apresentarem método de preparo e utensílios distintos. Batidos: coquetéis preparados no “shaker” ou coqueteleira. É composto de bebidas de densidade e, portanto, de difícil mistura. Mexidos: preparados no “mixing-glass” ou copo de bar. Apresentam já densidades mais próximas, sendo necessário só misturá-los com a “bailarina” (colher de bar). Montados: coquetéis compostos por bebidas de mesma densidade. Podem ser montados diretamente no copo do cliente. 7 UNIDADE 5 – Bares e Enologia FINALIDADE DOS COQUETÉIS: É uma divisão que leva em conta o motivo pelo qual o coquetel é consumido. Estimulante de apetite: aperitivos de sabor seco ou amargo que são servidos antes das refeições. Digestivos: à base de licores e aguardentes, servem para “facilitar a digestão”. Refrescantes: como o próprio nome diz são bebidas à base de frutas e refrigerantes com bastante gelo e algum tipo de aguardente. Nutritivos: bebidas compostas por ingredientes de alto valor protéico e muito calóricos. Estimulantes físicos: a exemplo dos “hot drinks”, são compostos por destilados, bebida quente e condimentos. Resumo das Classificações dos coquetéis, adaptado de Pacheco 2010. 4. Utensílios e materiais de bares Os copos de apresenta de maneiras variadas em relação a cada conjunto em relação ao seu fabricante, mas seguem uma tendência internacional como alguns exemplos abaixo: Taça ou copo de cerveja CATEGORIAS MODALIDADES FINALIDADES Long drinks Short drinks Hot drinks Batidos Mexidos Montados Aperitivos Digestivos Refrescantes Nutritivos Estimulantes físicos 8 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Taça ou copo de cognac Taça ou copo de Martini ou coquetel Copo long drink ou long tumbler 9 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Copo “on the rock’s” ou short tumbler Copo old fashioned Copo vinho do Porto Flute (flauta) e taça champagne Alguns exemplos utensílios básicos para bar e coquetelaria que não podem faltar na produção de coquetéis: 10 UNIDADE 5 – Bares e Enologia • Shaker (coqueteleira) • Mixing glass (copo misturador/ copo de bar) • Bailarina (colher de cabo longo próprio para o Mixing glass) • Passador de misturas 11 UNIDADE 5 – Bares e Enologia • Dosadores • Guardanapos de papel • Tábuas e facas para frutas • Saca rolhas • Bandejas • Bules diversos para chá e leite • Cafeteira • Liquidificador • Xícaras, pires e colheres de café e cappuccino • Baldes para gelo de diversos tamanhos e pinças • Saleiro e pimenteiro Veja ainda que determinados Insumos que podem ser necessário na produção de coquetéis. • Bebidas, sucos, refrigerantes e águas gaseificadas; • Canudos; • Palitos de dentes; • Cerejas, azeitonas verdes, cebolinha cocktail; • Molho inglês; • Tabasco; • Laranjas, limões e outras frutas; 12 UNIDADE 5 – Bares e Enologia • Hortelã; • Canela; • Cacau em pó; • Chantilly. 5. Princípios de Enologia Vinhos Tintos e Brancos Produção e consumo de vinho no mundo, sofrem influências políticas, econômicas e climáticas os países europeus seguramente são os que têm maior área plantada e consumo per capta, tendo seu início difundido já no Império romano como já mencionado. As uvas do gênero Vitis vinifera, mais conhecidas como “europeias” são a maioria da produção mundial, destacando-se também no Brasil uma vez que são videiras que apresentam alta qualidade na produção de vinhos finos. Veja alguns exemplos de Vitis viniferas mais conhecidas: Brancas: Chardonnay Chenin Blanc Gewürztraminer Riesling Sauvignon Blanc Sémillon Tintas: Cabernet Franc Cabernet Sauvignon Gamay Merlot 13 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Pinot Noir Syrah Tannat Outro gênero que merece atenção são as uvas americanas, maioria na produção de vinho em nosso país, tem esta denominação por ser de origem norte-americana e com características particulares como o fato de serem mais resistentes que as europeias e de maior produção por área plantada, porém de qualidade inferior. Veja alguns exemplos de Americanas mais conhecidas: Brancas: Baco Blanc Courdec 14 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Seibel Tintas Bordô Concord Isabel Aqui nos deparamos com uma questão. Para a vitivinicultura, as uvas são classificadas como brancas ou tintas. Vinhos Rosés Já para produção dos chamados “Rosé” existe a necessidade da maceração das cascas das uvas tintas no processo de fermentação, onde dependendo da uva utilizada para a produção do vinho sua coloração rosé pode se dar já nas primeiras 18 horas nos tanque de fermentação. Existe também o processo denominado de Assemblage que consiste em misturar vinhos de diferentes variedades de uvas e até mesmo diferentes safras, porém sempre da mesma região vinícola, técnica aplicada tanto para brancos, tintos e rosés. Vinho Verde Outra particularidade se encontra na denominação do “Vinho Verde “que não tem associação nenhuma quanto a coloração da uva, pois pode ser tanto branco quanto tinto. É um vinho de características únicas no mundo produzido na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, no noroeste de Portugal, berço da espécie Alvarinho, apresentando alto grau de acidez mesmo quando madura. Vinhos Fortificados Ao nos referirmos a determinadas particularidades, não podemos deixar de citar outro grupo de vinhos que são os chamados “Vinhos Fortificados”. Os Vinhos fortificados têm como característica principal o fato de sua graduação alcoólica se encontrar entre 16 e 22% aproximadamente, o que durante o processo de fermentação estes percentuais não são atingidos e, consequentemente exige a necessidade de se adicionar mais álcool, a exemplo de aguarde vínica ou álcool de cereais. Veja alguns exemplos de vinhos fortificados e sua origem: 15 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Porto e Madeira – Portugal Jerez ou Xeres ou Sherry– Espanha Lacrima Chris – Itália Vinhos de Colheita Tardia Os vinhos de colheita tardia nasceram por acaso quando do atraso de uma determinada colheita,para não perdê-las seus produtores resolveram em colher as uvas passificadas, muito além de seu tempo ideal de colheita, desidratadas e com grande concentração de açúcar. O resultado foi bem interessante, produzindo um vinho extremamente doce, passando a ser apreciado como vinho de sobremesa. Devemos ainda citar os vinhos “Botritizado” - vinhos de sobremesa doce produzidos com uvas botritizadas, isto é, contaminadas com o fungo Botrytis cinerea. Este fungo tem seu endereço encontrado em poucas regiões do mundo a exemplo de Sauternes na França, esse fungo, ao invés de destruir as uvas, perfura-lhes as cascas, o que provoca a eliminação de água por parte da fruta e consequentemente o aumento da concentração de açúcar. Estas uvas tem aspecto de apodrecidas, daí o nome Podridão Nobre. Vinhos Barricados e o Carvalho Os Barris ou Barricas e Tonéis, tem sua fabricação para diversas finalidades, mas quando o assunto é vinho nos deparamos com produtos fabricados exclusivamente com uma madeira encontrada apenas no hemisfério norte que é o Carvalho. Existem diferentes tipos desta árvore, mas dois grandes grupos são apresentados, o Carvalho europeu e o Carvalho americano. A arte da fabricação destas barricas ou tonéis é denominada de tanoaria e quando destinados para a utilização vinícola os vinhos podem permanecer guardados por meses e até anos nestes recipientes que irão conferir ao líquido, características próprias e, consequentemente daí a denominação “vinhos barricados”. Vinhos Espumantes e o Champagne Antes de tudo é importante deixar claro que todo Champagne será um espumante, mas nem todo espumante será um Champagne, pois este tem sua origem exclusiva na região do Champagne, na França. 16 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Na elaboração de vinhos espumantes e o champagne o gás carbônico liberado no processo de fermentação ser retido para ocupar seu lugar nas garrafas, porém o Champagne é elaborado por um método mais complexo denominado Champenoise e somente são permitidas o uso de determinadas uvas a exemplo da Pinot Noir, e Chardonnay. Se durante a produção for utilizado apenas uvas brancas, será chamado “Blanc de Blancs” e quando produzidos somente de uvas tintas, será chamado de “Blanc de Noir”. Aroma e Bouquet Podemos dizer que o vinho nos transmite sinais e estes podem ser entendidos pelos aromas e bouquet. Podemos afirmar que um vinho tem aroma quando exala perfumes florais e frutados. Com o envelhecimento do vinho, o aroma passa a chamar-se bouquet que é a fragrância de um vinho que se desenvolve com a maturidade. Observado principalmente nos tintos, o bouquet resulta, por exemplo, do envelhecimento do vinho em barricas ou ainda na própria garrafa. A Filoxera Este pequeno inseto presente no solo da América do Norte, foi levado por navegantes à Europa e lá atacaram de maneira fulminante praticamente todos os vinhedos da Europa, e em um breve período de tempo, quase extinguiu toda a produção vinícola. Como as vinhas americanas eram resistentes à Filoxera, a alternativa encontrada foi a chamada enxertia. A enxertia consiste em plantar a parreira americana no solo e em seu caule fazer um corte em forma de “V” e neste ponto, encaixar o caule da europeia em forma de seta, ou simplesmente fazer dois cortes chanfrados em cada caule e proceder a amarração, que a natureza se encarrega de uni-los para sempre, prevalecendo as características das uvas europeias. Enxertia - Fonte: Revista Divino 17 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Longevidade dos Vinhos Assim como um ser vivo, o vinho também pode ser considerado como uma “bebida viva” ou um “alimento vivo” um dos primeiros estudos de Louis Pasteur foi verificar por que um vinho se estragava, ou seja, se transformava em vinagre (que significa vinho azedo) e foi então que o cientista se deparou com micro-organismos presentes no vinho. Em função da particularidade destes estudos hoje sabemos que o vinho apresenta uma “curva de evolução” conforme o gráfico abaixo. Curva de evolução do vinho Adaptado de Amarante, 2005. Este gráfico nos evidencia que um vinho de fato envelhece e, portanto é errado afirmar que um vinho quanto mais velho melhor. O que garante a longevidade de um vinho são suas diversas particularidades, dentre elas o volume de álcool e o teor açúcar. Daí o fato de a maioria dos rótulos informarem prazos de validade indeterminado. Amarante, 2005 sugere tempos médios ideais para o consumo de determinados vinhos, como apresentamos abaixo: 18 UNIDADE 5 – Bares e Enologia Fonte Amarante, 2005 As Rolhas de Cortiça As rolhas também têm seu papel importante na conservação do vinho e sua fonte é a casca de uma árvore chamada de Sobreiro, mais cultivada na Espanha e em Portugal, sendo este o maior produtor mundial. Rolhas de cortiça atingem valores significativos no mercado internacional e em substituição a estas, hoje encontramos rolhas sintéticas, sistema de tampa de rosca e até mesmo embalagens Tetra Pack para vinhos mais acessíveis em termos de valor. Temperatura de acondicionamento e o Serviço de Vinho Outros aspectos que devem ser observados quanto à guarda dos vinhos a exemplo da temperatura que deve ser na faixa de 16ºC a 18ºC, sempre ser acondicionados deitados ou em um ângulo que permitam que as rolhas permaneçam sempre em contato com o vinho. Os Vinhos brancos são servidos gelados conforme indicação do produtor e os 19 UNIDADE 5 – Bares e Enologia tintos geralmente entre 16ºC e 18ºC. Para os tintos costumamos ouvir que devem ser servidos na “temperatura ambiente”, mas cuidado; depende do país e época do ano. A Carta de vinho: Tão importante quanto o cardápio no restaurante, a apresentação dos vinhos deve ser feita de maneira a enaltecer este produto. O Sommelier que é o profissional encarregado por todo o processo operacional relativo ao serviço de vinhos, desde a compra, estoque, gestão e recomendação enogastronômica bem como pela elaboração da carta de vinhos, que deve ser elaborada seguindo determinados critérios como sugere Pacheco, 2010: Vinhos abertos; Vinhos do país; Vinhos do continente; Vinhos de outros continentes; Vinhos e espumantes do país Champagnes e espumantes estrangeiros; Vinhos de sobremesa. Pacheco argumenta ainda que algumas regras básicas devem ser observadas na elaboração da carta de vinhos como: Os vinhos da região e do país vêm sempre antes dos estrangeiros; A lista de vinhos é elaborada por ordem por ordem crescente de preços; São identificados: a safra do vinho, a região de origem e o produtor; Geralmente, a carta de vinhos é impressa, mas pode ser escrita à mão; Usam-se também algumas ilustrações alusivas ao vinho; Sempre que necessário, a carta de vinhos deve ser renovada, como o acréscimo de novos vinhos e alterações na lista de preços. 20 UNIDADE 5 – Bares e Enologia 6. Sugestões de quantidades em eventos O serviço de vinhos em eventos deve levar em conta as características do público, tempo e alimentos oferecidos, bem como a época do ano em relação à temperatura ambiente, O verão nos remete aos vinhos brancos, desde que harmonizem com os pratos oferecidos no evento, assim como no inverno podemos sugerir vinhos tintos. Em linhas gerais podemos considerar meia garrafa de vinho por convidado para um serviço de duas horas, além das bebidas não alcoólicas.21 UNIDADE 5 – Bares e Enologia BIBLIOGRAFIA: http://josimarmelo.blog.uol.com.br/ acesso em: 14/07/2013 http://super.abril.com.br/saude/dez-mil-anos-pileque-historia-bebida-447717.shtml acesso em: 14/07/2013 http://www.cisa.org.br/artigo/234/historia-alcool.php acesso em: 14/07/2013 http://www.academiadovinho.com.br/biblioteca/historia.htm acesso em: 14/07/2013 http://www.gastronomias.com/bar-bebidas/aguardentes.htm acesso em: 15/07/2013 http://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/saque.html acesso em: 18/07/2014 http://www.assbb.org.br/ acesso em: 18/07/2014 https://www.abs-sp.com.br/ acesso em: 18/07/2014 http://www.vinhoverde.pt/pt/vinhoverde/ acesso em: 19/07/2014 AMARANTE, José Osvaldo Albano do. Os segredos do vinho para iniciantes e iniciados. São Paulo: Mescla, 2005 LILLA, Ciro. Introdução ao mundo do vinho. 3ª. Ed, São Paulo, Martins Fontes, 2011 PACHECO, Aristides de Oliveira. Manual do bar. São Paulo. São Paulo: SENAC, 1996. PACHECO, Aristides de Oliveira. Manual de Organização de banquetes. 2ª. Ed, São Paulo: SENAC, 2000. PINTO, Daniel. Manual didático do vinho. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2008. PACHECO, Aristides de Oliveira. Manual do maître D´hotel, 7ª Ed, São Paulo: SENAC, 2010 PACHECO, Oliveira de Aristides e Silva,Helena Siwla. Vinhos e Uvas. Guia Internacional com mais de 2.000 citações, 2ª. Ed, São Paulo: SENAC, 2001
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