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* * ERROS E TRATAMENTOS ESTATÍSTICOS (Estatística aplicada à Química Analítica) DOCENTE: MSc. Rogério Almiro O. Silva Teresina - PI 2018 FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU COORDENAÇÃO DO CURSO DE FARMÁCIA DISCIPLINA: QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA * * Introdução “Todas as medidas físicas possuem um certo grau de incerteza. Sempre que é feita uma medida há uma limitação imposta pelo equipamento. Assim, um valor numérico que é o resultado de uma medida experimental terá uma incerteza associada a ele.”(Baccan e col, 2001) Estatísitca Apresentação numérica dos resultados de observações * * A estatística na análise Química Etapas de uma análise: 1. Definição do problema analítico 2. Escolha do método de análise 3. Amostragem 4. Tratamento da amostra (e separação da espécie de interesse) 5. Calibração 6. Medida analítica RESULTADO (MÉDIA ± INCERTEZA) 7. Avaliação dos resultados : RESULTADO OBTIDO X RESULTADO ESPERADO 8. Ação * * Pontos “críticos”: 1. Definição do problema analítico 2. Escolha do método de análise 3. Amostragem 4. Tratamento da amostra 5. Calibração 6. Medida analítica 7. Avaliação dos resultados A estatística na análise Química * * Pontos “críticos”: 1. Definição do problema analítico 2. Escolha do método de análise 3. Amostragem A estatística na análise Química * * Pontos “críticos”: 4. Tratamento da amostra 5. Calibração 6. Medida analítica 7. Avaliação dos resultados A estatística na análise Química * * NA INDÚSTRIA, A ESTATÍSTICA ASSOCIADA À ANÁLISE QUÌMICA É CONSIDERADA UMA FORMA DE “GARANTIR A QUALIDADE DOS RESULTADOS” ! (exigência da ISO 17025) * * Medidas em Química Analítica Mol É a quantidade de uma espécie química que contém 6,02x1023 partículas (átomos, moléculas, íons, elétrons, etc). Massa Molar (M ou MM) A massa em g de 1 mol da espécie química. Massa molar atômica Peso atômico Ex: 1 mol de H = 1,0079g de H, 1 mol de Fe = 55,847g de Fe Massa molar molecular Peso Molecular e Peso Fórmula Ex: 1 mol de CO2 = 44,01 g de CO2 1 mol de H2O = 18,0158g de H2O * * Concentração da solução Concentração Molar (Molaridade) Concentração da solução expressa em mols do soluto por litros do solvente. Solução 1 molar = 1 mol da substância / 1L de solução ou 1 molar = 1 mmol da substância / 1 mL de solução * * Fator de diluição Fator de correção da concentração da solução após a sua diluição. * * Algumas unidades físicas de massa e volume: * * Unidades comuns para expressar concentrações traços de analito: * * Algarismos significativos Expressão do valor de uma dada grandeza determinada experimentalmente; O número de algarismos significativos expressa a precisão de uma medida; Eles irão representar um resultado experimental de modo que apenas o último algarismo seja o algarismo duvidoso. * * Exemplo: Com quantos algarismos significativos deve ser expressa a massa acima nas duas balanças? 11,1213 g ±0,1 g ±0,0001 g * * Exemplo: Os números 2,54 e 2,5400 são iguais matematicamente, mas são bastante diferentes quando representam os resultados de uma medida, como, por exemplo a massa de um corpo: 2,54g e 2,5400g. O valor 2,54g é obtido numa balança cuja sensibilidade é 0,01g, o que significa que a massa medida está compreendida entre 2,53-2,55g. Os algarismos 2 e 5 são conhecidos com certeza, enquanto que o 4 é duvidoso; O número 2,54 tem, portanto, 3 algarismos significativos e o resultado da medida deve ser expresso por (2,54 ±0,01)g. É errado colocar quaisquer outros algarismos depois do 4, mesmo que sejam zeros. * * Por outro lado, o valor 2,5400g só pode ser obtido em uma balança sensível com imprecisão de ±0,0001 g; isto significa que, neste caso, a massa está compreendida no intervalo de 2,5399g - 2,5401g, muito menor que o anterior. Agora não só os algarismos 2 e 5 são conhecidos com certeza mas também o 4 e o primeiro zero (2,5400 g; o algarismo duvidoso é o segundo zero (2,5400 g) e o número 2,5400 tem 5 algarismos significativos. Neste caso, o resultado da medida deve ser expresso por (2,5400 ±0,0001)g. * * Considerações a respeito dos algarismos significativos O número de algarismos significativos não depende do número de casas decimais; Pode-se expressar, por exemplo, a massa de 15,1321g em unidade de miligramas. O que nos dá o valor de 15132,1 mg. Note que a massa expressa em g tem 4 casas decimais e o valor em mg 1 casa decimal. Porém os dois valores tem 6 algarismos significativos. Quantos algarismos significativos tem os números 1516; 151,6; 15,16; 1,516 e 0,1516 ? * * Os zeros são significativos quando fazem parte do número e não são significativos quando são usados somente para indicar a ordem de grandeza. ZEROS À ESQUERDA DE OUTROS DÍGITOS NÃO SÃO SIGNIFICATIVOS, POIS INDICAM APENAS A CASA DECIMAL. Exemplo: Expressar o valor de 11 mg em g. Então, temos 0,011 g (que continua tendo dois algarismos significativos!) Exemplo 2: os números 0,1516, 0,01516, 0,001516 e 0,0001516 tem, todos 4 algarismos significativos, independente do número de zeros que existam à esquerda. Considerações a respeito dos algarismos significativos * * ZEROS COLOCADOS À DIREITA DE OUTROS DÍGITOS SOMENTE SERÃO SIGNIFICATIVOS SE FOREM RESULTADO DE UMA MEDIDA. NÃO SÃO SIGNIFICATIVOS SE APENAS INDICAM A ORDEM DE GRANDEZA DE UM NÚMERO. Exemplo: Se a massa de um corpo, por exemplo, dois gramas é medido numa balança que fornece a precisão de ±0,1 g, deve-se representá-la por 2,0 g. Neste caso o ZERO É SIGNIFICATIVO, pois é resultado de uma medida. OBS: Se for necessário expressar esta massa em mg ou em µg, teríamos: 2.000 mg e 2.000.000 µg. Nos dois casos apenas o primeiro zero, é o significativo. Em notação exponencial é mais fácil de se visualizar: 2,0 x 103 mg e 2,0 x 106 µg Considerações a respeito dos algarismos significativos * * Algarismos significativos O dígito 0 (zero) pode ser parte significante de uma medida. Exemplos: 0,261 3 algarismos significativos 90,7 3 algarismos significativos 800,0 4 algarismos significativos 0,0670 3 algarismos significativos * * Arredondamento de números Avalia-se o algarismo duvidoso: Se maior que 5 + 1 unidade Se menor que 5 mantém o número Se igual a 5 Impar = + 1 unidade Par = mantém o número Ex.: 9,47 = 9,5 9,43 = 9,4 9,45 = 9,4 9,35 = 9,4 * * Algarismos significativos do resultado de um cálculo Adição e subtração QUANDO DUAS OU MAIS QUANTIDADES SÃO ADICIONADAS E/OU SUBTRAÍDAS, A SOMA OU DIFERENÇA DEVERÁ CONTER TANTAS CASAS DECIMAIS QUANTAS EXISTIREM NO COMPONENTE COM O MENOR NÚMERO DELAS. * * Exemplo: Um corpo pesou 2,2 g numa balança cuja sensibilidade é de ± 0,1 g e outro 0,1145 ao ser pesado em uma balança analítica. Calcular a massa total dos dois corpos? Como deve ser expressado o resultado dessa soma? Qual o resultado da soma 1.000,0 + 10,05 + 1,066? Como deve ser expresso o resultado? Um pedaço de polietileno pesou 6,8 g numa balança cuja incerteza é de ± 0,1 g. Um pedaço deste corpo foi retirado e pesado em uma balança analítica cuja massa medida foi de 2,6367 g. Calcular a massa do pedaço de polietileno restante. * * Multiplicação e divisão O RESULTADO DEVE CONTER TANTOS ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS QUANTOS ESTIVEREM EXPRESSOS NO COMPONENTE COM MENOR NÚMERO DE SIGNIFICATIVOS Algarismos significativos do resultado de um cálculo * * Exemplo: Calcular a quantidade de substância existente nos seguintes volumes de solução de HCl 0,1000 mol L-1. a) 25,00 mL b) 25,0 mL c) 25 mL d) Na titulação de 24,98 mL de uma solução de HCl foram gastos 25,11 mL de solução de NaOH 0,1041 mol/L.Calcular a concentração da solução de HCl. * * Importante!!! Quando são feitas várias operações sucessivas, é conveniente manter os números que serão usados nos cálculos subsequentes com, pelo menos, um dígito além do último algarismo incerto. Como no exemplo já visto, deixa-se para fazer o arredondamento apenas após a conclusão do cálculo final, ainda mais que, frequentemente, tais cálculos são realizados com calculadoras eletrônicas. * * Erros de uma medida Por definição, erro ou incerteza de uma medida é a diferença entre o seu valor verdadeiro e o valor encontrado experimentalmente. Portanto, neste caso, a palavra “ erro” não deve ser entendida como engano. Como é praticamente impossível obter-se em uma só medida o valor verdadeiro, entende-se que em qualquer determinação experimental há um erro ou incerteza no seu valor. O que se procura fazer é minimizar a grandeza desse erro. * * Erros de uma medida Erro absoluto: definido como a diferença entre o valor medido e o valor verdadeiro de uma dada grandeza: Onde E = erro absoluto; X = Valor medido e Xv = valor verdadeiro. O erro de uma análise é geralmente expresso em termos relativos e, é calculado através da relação: Onde Er = erro relativo; E = erro absoluto e Xv = valor verdadeiro. Comumente expresso em %. E = X - Xv Er = E/Xv * * Exemplo: O teor verdadeiro de cloro num dado material é 33,30% m/v, mas o resultado encontrado por um analista foi de 32,90 % m/v. Calcular o erro absoluto e o erro relativo do resultado. Erro absoluto: 32,90 – 33,30 = -0,40% m/v Erro relativo: (0,40 / 33,30) x 100 = - 1,2 % m/v O valor verdadeiro da concentração de uma solução é de 0,1005 mol L-1 e o valor encontrado é 0,1010 mol L-1. Calcular o erro absoluto e o erro relativo do resultado. Erro absoluto: 0,1010 -0,1005 = + 0,0005 mol L-1 Erro relativo: (0,0005/0,1010) x 100 = 0,49 % (0,5 %) * * Tipos de erros Erros determinados ou sistemáticos: possuem um valor definido e, pelo menos em princípio, podem ser medidos e computados no resultado final. São inúmeros e agregados em quatro grupos mais importantes: Erros de método: erros inerentes ao próprio método. São os mais sérios dos erros determinados, pois são os mais difíceis de serem detectados; Erros operacionais: Erros relacionados com as manipulações feitas durante a realização das análises. Dependem exclusivamente da capacidade técnica do analista. Ex: contaminação de precipitados. Erros pessoais: provém da inaptidão de algumas pessoas em fazerem certas observações, corretamente. Ex: mudança de coloração de indicadores. Erros devidos a instrumentos e reagentes: relacionados com as imperfeições dos instrumentos, aparelhos volumétricos e reagentes. * * Erros Aleatórios ou Indeterminados: são resultantes da impossibilidade de se manter os fatores rigidamente idênticos, ou seja, são resultantes de efeitos de variáveis descontroladas nas medidas. As variações são, portanto inerentes ao sistema, irregulares e resultam em variabilidade. Tipos de erros Não podem ser corrigidos! Estes erros podem ser submetidos a um tratamento estatístico que permite saber qual o valor mais provável e também a precisão de uma série de medidas. A função do analista é obter um resultado tão próximo quanto possível do “valor verdadeiro” mediante a aplicação correta do procedimento analítico * * Exatidão e precisão É possível distinguir duas contribuições à incerteza: limitações de precisão e limitações de exatidão. A precisão exprime a reprodutibilidade da medida, isto é, a possibilidade de se “repetir” o valor encontrado. A exatidão indica até que ponto esse valor se aproxima do valor verdadeiro ou, pelo menos, do valor mais provável. * * Um exemplo clássico da diferença entre precisão e exatidão pode ser facilmente visualizado no exercício de tiro ao alvo. Exatidão e precisão Situação A: a série de disparos foi precisa e exata Situação B: a série de disparos foi precisa e inexata * * Exatidão e precisão Situação C: a série de disparos foi imprecisa, porém exata. Situação D: a série de disparos foi imprecisa e inexata * * Mediana e Média Aritmética Mediana: Num conjunto disposto em ordem de grandeza, o valor acima e abaixo do qual há um mesmo número de casos Média Aritmética: O quociente da soma de x valores por N elementos. Exemplo: Resultados da análise da acidez total do vinagre:4,62%; 4,68% e 4,59% Mediana = 4,62% Média Aritmética = 4,63% * * Desvio padrão Expressa a precisão de uma série de medidas (número observações). S - desvio padrão estimado de um conjunto finito de valores experimentais, para N 30, (N – 1) - graus de liberdade, xi - valor experimental individual em uma série de medidas (número de observações). x̅ - média estimada (média aritmética), * * Exemplo: Na determinação de ferro em uma amostra, realizada segundo um dado método, um analista obteve as seguintes porcentagens do elemento: 31,44; 31,42; 31,36 e 31;38% m/v. Calcular o desvio-padrão para uma simples medida e a média. * * Rejeição de Resultados “Quando são feitas várias medidas de uma mesma grandeza, um resultado pode diferir consideravelmente dos demais. A questão e saber se esse resultado deve ser rejeitado ou não, pois ele afeta a media.” (Baccan e Col., 2001) Sempre analisar criticamente e rejeitar resultados: provenientes de procedimentos incorretos (pesagens sem tara, medidas em instrumentos descalibrados) medidas possivelmente afetadas por fatores externos (“picos” de energia) * * * * Rejeição de Resultados (Teste Q) Valores críticos do quociente de rejeição “Q” Para n ≤ 10 * * Exemplo: Quais medidas devem ser rejeitadas para uma análise de cobre em latão, com 95% de confiança, entre 15,42; 15,51; 15,52; 15,53; 15,56; 15,56 e 15,68 % m/m? Considerando os valores na ordem: - Determinação da faixa: - Cálculo da dif. entre os valores menores: - Cálculo de Q: - Cálculo da dif. entre os valores maiores: - Cálculo de Q: 15,68 – 15,42 = 0,26 15,51 – 15,42 = 0,09 Q= 0,09/0,26 = 0,35 Q calc 0,35 < Q 95%0,568 O menor valor e aceito (15,42) 15,68 – 15,56 = 0,12 Q = 0,12/0,26 = 0,46 Q calc 0,46 < Q 95% O maior valor tb é aceito (15,68) *
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