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Análise de um Micro Conto

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PCC 2° semestre turma 2014
Análise de um micro conto
Kátia Lopes RA:1434191
Polo
Alta Floresta MT
2018
O conto é uma das formas narrativas mais antigas da espécie humana. É uma narrativa curta, há pouca figura dramática, nunca consideradas profundamente, há acontecimento breve, sem grandes acontecimentos no enredo, tempo e espaço são elemento secundário podendo até nem existir, além disso os próprios acontecimentos podem ser dispensáveis.
O micro conto é um conto de estrutura mínima, onde menos é mais, há uma brevidade da narrativa, porém o micro conto nem sempre acontece em um só paragrafo ou frase.
Nos tempos atuais, o micro conto pode ser compreendido como sinal da modernidade dos tempos, ele dialoga com novas formas de representação imediatas, objetivas, fragmentárias que beneficiam a economia de tempo dos leitores, habituados à leitura diagonal, em lugar da orientação unidimensional e hoje com o uso da tecnologia é a forma mais rápida de comunicação.
Dalton Trevisan
“Ah, é? ”
Ah, é?
Mal a pobre se queixa:
- Aí, que vida infeliz.
Ele a cobre de soco e pontapé:
- E agora? Está se divertindo?
Apanha ela (grávida de três meses) e apanham as cinco pestinhas. Uma
das menores fica de joelhos e mão posta:
- Sai sangue, pai. Não com o facão, paizinho. Com o facão, dói.
Uso de ponto de vista: Prática da economia de linguagem, abordando o feito de muito contar, pouco falando e técnicas de sugestão que levam o leitor à co-autoria do texto.
Personagens: Mulher grávida, marido e cinco filhos.
Tom da narrativa: Utilizando a terceira pessoa do singular, o sujeito do conto fica aberto para ser qualquer pessoa ou o próprio leitor. (Muitos dos ditos minicontos são, na verdade, tiradas líricas). Narratividade. Não é uma mera vinheta, drama ou parte final de uma piada. Pode haver um slogan ou um final aberto, porém é possível identificar dados narrativos como figura dramática, problema, ápice e resolução. Como em qualquer texto, requer-se certa familiaridade com seu contexto.
Figuras da linguagem: O micro conto continuamente trabalha com narrativas inteiras subentendidas em pequenos contextos e performances que dependem da superinterpretação do leitor. No caso esse é um texto irônico.
Tema da narrativa: hereditariedade da Violência a qual o homem tem estatuto de superioridade e controle sobre a mulher, que deve ser contida em todos os sentidos.
 Qual é o conflito social apresentado no conto? Dalton Trevisan traz neste micro conto o conflito da violência doméstica e dissentimentos dentro dos lares das famílias 
Para desenvolver esse último ponto considere os PCCs de todas as disciplinas do semestre, em particular, os das disciplinas Ciências Sociais (Relação indivíduo e sociedade) e Psicologia e Desenvolvimento (Diferenças individuais). Analisando o micro conto em termos de Psicologia da Aprendizagem, analisando o micro conto em termos de Psicologia da Aprendizagem, 
Ciências Sociais (relação indivíduo e sociedade): O fato social, segundo Durkheim, consiste em maneiras de agir, de pensar e de sentir que exercem determinada força sobre os indivíduos, obrigando-os a se adaptar às regras da sociedade onde vivem. No entanto, nem tudo o que uma pessoa faz pode ser considerado um fato social, pois, para ser identificado como tal, tem de atender a três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Pode-se dizer que os conflitos vivenciados pelas crianças podem repercutir no seu aprendizado e em sua personalidade em formação, pois que no processo de aprendizagem o indivíduo tem que agir sobre o meio. Trevisan aponta para uma problemática culturalmente desenvolvida e estabelecida, uma vez que o leitor é levado a acreditar que a cena contada no micro conto não é singular, mas frequente (no trecho “Não com o facão, paizinho. Com o facão, dói). De acordo com a matéria Ciências Sociais, este conto é um texto narrativo sem muitos argumentos, mas deixa explícito um contexto social. É intencional, pois o mesmo levanta uma questão social vivida por muitas famílias nos dias de hoje, deixando assim o leitor pasmado com muita pontuação e dialogo, o miniconto apresenta um cenário, de uma família com problemas sociológicos e psicológicos de um indivíduo desumano.
Psicologia e Desenvolvimento (Diferenças individuais). O comportamento do personagem masculino. O comportamentalismo ou ciência do comportamento humano surge a partir de J.B.Watson (1878-1958), em oposição aos funcionalistas, e propõe uma psicologia cujo objeto de estudo se desloca da mente e passa para o comportamento e suas interações com o ambiente. Como quaisquer outros animais, os indivíduos humanos nascem dotados de impulsos, emoções, instintos e desejos herdados da natureza.
O comportamento do personagem demonstra uma agressividade, um fato chocante, um desequilíbrio mental, falta de cultura e um fato social criminoso. O comportamento das personagens femininas: Se subentende que são todas mulheres da casa que se submete ao homem, que a cultura, a criação, a educação vem do homem da casa. 
É comum muitos pais acreditarem que a punição através da violência seja uma forma eficaz de educar, muito embora, no conto, a violência seja mais uma forma de intimidação pura e simples, do que uma forma de educar. De qualquer forma, sabendo-se que a aprendizagem é um processo dinâmico, a criança tende a reproduzir a violência a que foi submetida, o que pode gerar várias conseqüências ao longo da vida de quem a sofre. 
Referências bibliográficas
 CARRIJO, Simone Soares. Aventurando-se com os contos populares. 2009. Disponível em:
<Http://www.revistas.jatai.ufg.br/índex.php/acp/article/view/755/401>. Acesso em: 14 de out. 2018.
TREVISAN, Dalton. Ah, é?, Editora Record – Rio de janeiro,
1994.
TREVISAN, Dalton. Ah, é?, Editora Record - Rio de Janeiro, 1994.

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