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DOENÇA INFECCIOSA INTESTINAL FELINA

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SUSPEITA DE DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL FELINA
Gabriela Simone Machado da Silva 1 
RESUMO
O presente relato descreve um caso de suspeita de doença intestinal felina em uma
fêmea, sem raça definida, de sete anos de idade, castrada, pesando 3,475 kg, atendida na
Clínica Veterinária da Universidade de Caxias do Sul. O animal apresentava vômito,
espessamento das alças intestinais e borborigmos. O hemograma e o perfil bioquímico não
apresentaram alterações significativas, apenas discreto aumento de proteínas plasmáticas. No
exame de ultrassonografia foi observado, motilidade e presença de gás nas alças intestinais e
no estômago além de espessamento das alças. Como tratamento foi recomendada alimentação
pastosa e como terapia medicamentosa a imunossupressão, com uso de Prednisolona para
investigação da doença inflamatória e observar as fezes. 
Palavras – chave: felino, doença, intestinal, DIIF.
SUSPECTED FELINE INTESTINAL INFLAMMATORY DISEASE
ABSTRACT
The present report describes a case of suspicion of feline intestinal disease in a female,
undefined, seven year old female, castrated, weighing 3.475 kg, attended at the Veterinary
Clinic of the University of Caxias do Sul. The animal had vomiting, thickening of intestinal
loops and borborygm. The hemogram and the biochemical profile showed no significant
changes, only a slight increase in plasma proteins. In the ultrasound examination was
observed, motility and presence of gas in the intestinal loops and in the stomach besides
thickening of the loops. As a treatment it was recommended to eat pasty and as a drug therapy
immunosuppression, with the use of Prednisolone to investigate the inflammatory disease and
observe the feces.
Key words: feline, disease, intestinal, DIIF.
SUSPENSIÓN DE ENFERMEDAD INFLAMATORIA INTESTINAL FELINA
RESUMEN
El presente relato describe un caso de sospechosa de enfermedad intestinal felina en
una hembra, sin raza definida, de siete años de edad, castrada, pesando 3,475 kg, atendida en
la Clínica Veterinaria de la Universidad de Caxias do Sul. El animal presentaba vómito,
espesamiento de las uñas, alzas intestinales y borborigmos. El hemograma y el perfil
bioquímico no presentaron cambios significativos, sólo discreto aumento de las proteínas
plasmáticas. En el examen de ultrasonografía se observó, motilidad y presencia de gas en las
asas intestinales y en el estómago además de espesamiento de las asas. Como tratamiento se
1 Acadêmica de Medicina Veterinária na Instituição de ensino Universidade de Caxias do Sul
recomendó alimentación pastosa y como terapia medicamentosa la inmunosupresión, con uso
de Prednisolona para investigación de la enfermedad inflamatoria y observar las heces.
Palabras clave: felino, enfermedad, intestinal, DIIF.
INTRODUÇÃO
Doença Intestinal Inflamatória Felina (DIIF) é caracterizada pelo acúmulo de células
inflamatórias dentro do trato gastrointestinal em uma reação exacerbada e descontrolada a
uma estimulação imunológica normal. Na presença de determinado estímulo antigênico, é
iniciada uma resposta inflamatória que ocorre e permanece sem controle, aumentando a lesão
inicial. A extensão desses processos é variável, podendo envolver o intestino delgado, o
estômago e o cólon, resultando em uma infiltração de células inflamatórias.
A causa da DIIF ainda não foi descoberta, acredita-se que seja uma resposta
apropriada a um estímulo anormal e persistente, devido a uma alteração estrutural do intestino
ou causado por agente específico dentro do lúmen ou uma resposta imunológica exacerbada e
prolongada a um estímulo normal. Há um grande número de antígenos aos quais o trato
gastrintestinal é exposto diariamente, podendo desencadear reações inflamatórias locais.
Dentre as várias causas dessa inflamação podemos incluir parasitas, bactérias, fungos, vírus,
protozoários, neoplasias, doenças extra-intestinais (como pancreatite, nefropatias,
hepatopatias), hipertireoidismo (tireotoxicose), intolerância dietética e alergia alimentar. (1)
Na doença inflamatória intestinal comumente é observado diarreia, perda de peso,
anorexia, mas o principal sinal clínico é o vômito, este pode ser agudo, crônico ou
intermitente, e associado com a perda de peso é sugestivo de DIIF superior, enquanto que
episódios de fezes com presença de muco e sangue sugerem DIIF inferior. A diarreia é o
segundo sinal mais observado, relativamente comum nos felinos com doença de intestino
grosso, felinos com processos crônicos manifestam a diarreia em eventos relacionados ao
estresse, introdução de novos animais no ambiente, cio, acasalamento, mudança de local (2).
É comum os gatos não serem avaliados, até que os sintomas se tornem frequentes e severos,
pois muitas vezes esses sinais passam despercebidos pelo tutor. Os quadros de vômito são
comumente tratados como distúrbios gástricos como bolas de pelos e distúrbios pancreáticos.
O diagnóstico de doença inflamatória intestinal é realizado por exclusão, para isso é
importante o histórico do animal, exame clínico detalhado e exames laboratoriais é importante
descartar todas as doenças que causam diarreia e vômito. O diagnóstico definitivo e
confirmatório é realizado através de histopatologia por meio de biópsia da mucosa intestinal.
(1)
O tratamento é realizado de acordo com a severidade da doença, mas é usualmente
baseado na antibioticoterapia, administração de drogas anti-inflamatórias e imunossupressoras
e na modificação da dieta, aspecto comprovadamente importante para a remissão e controle
da doença. O prognóstico é bastante variável, sendo que se pode conseguir um bom controle
do quadro; porém não há cura e as recidivas são comuns. (1)
A doença intestinal inflamatória felina é observada, principalmente, em animais de
meia idade (cinco a oito anos) e pacientes geriátricos. Porém, há descrições em um pequeno
número de pacientes com idade inferior a dois anos. Esta doença acontece em gatos tão jovens
quanto seis meses, e 23% dos animais afetados apresentaram menos de um ano de idade em
alguns estudos. Não existe predisposição racial óbvia para DIIF, apesar de alguns estudos
discutirem uma maior incidência em gatos de raças puras. Também não há predisposição de
sexo para esses casos. (1)
RELATO DE CASO
O presente relato descreve um caso de suspeita de doença inflamatória intestinal felina
em uma fêmea, sem raça definida, de sete anos de idade, castrada, pesando 3,475 kg, atendida
na Clínica Veterinária da Universidade de Caxias do Sul. Ao realizar o exame clínico
verificou-se que o felino estava alerta, com leve desidratação. Na palpação abdominal se
constatou espessamento das alças intestinais e borborigmos à auscutação.
O hemograma e o perfil bioquímico não apresentaram alterações significativas, apenas
discreto aumento de proteínas plasmáticas, com o exame de FIV/FeLV resultando negativo.
No exame de ultrassonografia foi observado, motilidade e presença de gás nas alças
intestinais e no estômago, além de espessamento das alças sugestivo de doença inflamatória
intestinal. Como tratamento foi recomendada alimentação pastosa e como terapia
medicamentosa a imunossupressão, com uso de Prednisolona 3mg/ml – 1 ml a cada 24 horas
durante 3 dias, após administrar 1ml a cada 48 horas durante 20 dias, para investigação da
doença inflamatória e observar as fezes e para os episódios de vômito foi indicado um
antiemético, todos os medicamentos foram administrados por via subcutânea. 
DISCUSSÃO E COMENTÁRIOS FINAIS
De forma geral, o principal sinal que se apresenta é o vômito, mas a doença tem sinais
inespecíficos como comportamento apático, presença de diarreia, anorexia ou polifagia, perda
de peso, polidipsia, poliúria e flatulência os quais se confundem comoutras afecções. (2)
Vômito, diarreia e perda de peso com aumento ou diminuição do apetite são sinais que
podem ocorrer isolados ou associados e a perda de peso sem vômito e diarreia merecem uma
atenção especial como manifestação clínica, não só porque não há muitos estudos que
demonstram que este é o sinal mais comum para DII, mas que muitos veterinários não
consideram doença intestinal primária sem a presença de vômitos ou diarreia. (2)
No caso clínico relatado neste artigo, o animal apresentava como sinais clínicos
episódios de vômito e leve desidratação, levando em consideração que o principal sinal
clínico da DIIF são episódios eméticos, associado com o espessamento das alças intestinais,
levou-se em consideração o diagnóstico de doença inflamatória intestinal felina, pois estes
sinais clínicos condizem com a literatura.
Ao exame físico, os gatos com DIIF podem estar normais. Os achados clínicos podem
incluir o baixo escore corporal, desidratação, espessamento das alças intestinais e algia
durante a palpação abdominal. Esses sintomas inespecíficos nos confundem com outras
doenças como linfoma alimentar. Também, devemos ter a atenção à palpação da tireoide para
verificação de nódulos e exame oral para eliminar corpos estranhos lineares (2)
A anamnese e o exame clínico são úteis para determinar se o vômito e a diarreia são
primários do trato gastrointestinal ou secundários a doenças extraintestinais. O histórico pode
auxiliar identificando alguns fatores predisponentes, tais como a dieta, fatores ambientais,
exposição a parasitas, agentes infecciosos, drogas, toxinas, etc. Ele deve conter informações
importantes como o tempo de duração dos sinais clínicos, a dieta do paciente, descrição das
características das fezes segundo cor, volume, presença de muco ou sangue, frequência de
defecação, ou dos vômitos, perda de peso, situação da vermifugação e vacinação, etc. (2)
Mesmo uma boa anamnese não garante um apontamento tão assertivo a DIIF,
especialmente por se caracterizar como uma doença cíclica, marcada por exacerbações e
remissões espontâneas do quadro clínico. Apesar de alguns pacientes apresentarem sinais
súbitos, os quadros de êmese são intermitentes e podem ser confundidos com episódios de
ingestão de bola de pelos. O vômito é considerado pela literatura o mais importante sinal
dessa doença.(3)
O diagnóstico de doença inflamatória intestinal é de exclusão, havendo necessidade de
se fazer exames laboratoriais para descartar algumas doenças: Hemograma completo,
bioquímica sérica, urinálise, dosagens de hormônios tireoidianos, sorologia para FIV e FeLV,
coproparasitológico e citologia fecal são normalmente realizados, de acordo com a
sintomatologia apresentada pelo paciente (2)
Os exames de hemograma e bioquímicos do caso do felino aqui relatado, não
apresentaram alterações significativas, apenas aumento da proteína plasmática, o que pode
estar relacionada a leve desidratação que o animal apresentava. Foram realizados testes de
FIV e Felv os quais resultaram negativos, sendo descartada a possibilidade de relação dos
sinais clínicos com estas enfermidades.
A DIIF não tem um diagnóstico específico. Ela representa uma doença com
características crônicas de inflamação intestinal sem causa conhecida. É necessário realizar
diagnóstico de exclusão eliminando as causa conhecidas de gastroenterite crônica em gatos.
(3)
A ultrassonografia abdominal na DIIF tem grande valor diagnóstico, revelando
alterações de ecogenicidade, espessamento da parede intestinal (no corte longitudinal deve ter
menos que 3,00 mm), perda de definição das camadas da parede intestinal e linfadenomegalia
mesentérica (2)
Um teste dietético deve ser realizado em gatos com suspeita de DIIF antes de dar
início a terapia medicamentosa. Se ocorrer remissão dos sinais clínicos somente com a
mudança da proteína da dieta, o diagnóstico de sensibilidade alimentar é mais apropriado. A
manipulação dietética é o primeiro passo crítico no manejo da DIIF em gatos. (3)
O tratamento de base da DIIF é a imunossupressão. Em felinos é preferível o uso da
prednisolona à prednisona, pois possui maior biodisponibilidade. Pode ser administrada na
dose de 4,0mg/kg, SID, PO, por 10 dias. Logo após, essa dosagem é dividida pela metade e
repetida em um ciclo 10-14 dias. Novamente, é reduzida pela metade para um novo ciclo. A
intenção sempre é administrar a menor dose de corticosteroide possível para controlar os
sinais clínicos. Antes da utilização de imunossupressores recomenda-se a pesquisa de doenças
infecciosas subjacentes como toxoplasmose, FIV e FeLV. (3)
O diagnóstico definitivo do presente relato resultou prejudicado, por falta de retorno
do proprietário à clínica, não sendo possível verificar se o tratamento medicamento
administrado – imunossupressão, com uso de Prednisolona, e o tratamento alimentar com
alimentos pastosos resultaram positivos. A falta de retorno do proprietário com o animal para
uma nova consulta também prejudicou possíveis exames como o histopatológico.
Para um diagnóstico definitivo de doença inflamatória intestinal felina é de suma
importância que haja a exclusão de todas as enfermidades que apresentam a sintomatologia
mais característica da DIIF que são episódios eméticos e diarreia. Devido a uma grande
quantidade de diagnósticos diferenciais, é necessário que seja realizado exames para excluir
todas as possíveis causas e se faz necessário muitas vezes a utilização de biópsia intestinal.
A DIIF não tem cura, porém é possível manter o animal com qualidade de vida e com
os sinais clínicos controlados, através de uma dieta adequada e terapia com
imunossupressores. Normalmente os felinos apresentam boa melhora na condição de vida e
falhas no tratamento devem ser investigadas para revisar uma possível falha de diagnóstico.
REFERÊNCIAS
1. BERNIS, Bernardo Mourão Octaviani. Doença Inflamatória Intestinal Felina. 2006.
Disponivel em: <https://docplayer.com.br/16346180-Doenca-intestinal-inflamatoria-
felina.html>. Acesso em 01 out. 2018.
2. CALDEIRA JÚNIOR, Tarciso Marques. Doença inflamatória intestinal cronica felina.
2016. Disponível em: <https://www.equalisveterinaria.com.br/wp-
content/uploads/2017/06/TCC-DII-Cl%C3%ADnica-M%C3%A9dica-de-felinos-EQUALIS-
2016.pdf>. Acesso em: 30 set. 2018.
3. SIQUEIRA, Fernanda Pereira. Doença inflamatória intestinal felina. 2012. Disponível
em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/67862/000868860.pdf?sequence=1>.
Acesso em: 28 set. 2018.

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