Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisioterapia Musculoesquelética I Ana Paula de Aguiar Trauma Acontecimentos não previstos e indesejáveis que, de forma mais ou menos violenta, atingem indivíduos neles envolvidos, produzindo-lhes alguma forma de lesão ou dano. Estrutura óssea • Tecido ósseo: • Altamente rígido e resistente • Sustenta e protege o corpo e seus órgãos • Serve como reservatório para íons de cálcio e fosfato • O periósteo e o endosteo reagem à lesão traumática ossea com aumento localizado na deposição ossea para formar calo como parte do processo de consolidação (KIERSZENBAUM, 2012) Fraturas • Perda/interrupção total ou parcial de continuidade de um osso, podendo ser um rompimento completo ou incompleto (JOSÉ ROSA, 2000) Fraturas AFECÇÃO DE OUTRAS ESTRUTURAS ETIOLOGIA Trauma direto ou indireto; Fratura patológica Traumatismo de alta energia; Traumatismo de baixa energia (rotacionais) Ocorrem devido à força causadora e fragmentos da fratura. Secção de nervos e vasos Hemorragia Edema de tecidos moles Rupturas tendinosas (JOSÉ ROSA, 2000) Classificação - Critérios • Etiologia • Mecanismos de fratura • Localização óssea • Contato com exterior • Traço Etiologia Mecanismos de fratura TRAUMÁTICA – direta ou indireta. FRATURA POR FADIGA OU STRESS – tensão repetitiva (metatarso , coluna, tíbia e fíbula) FRATURA PATOLÓGICA – ocorre em ossos previamente enfraquecidos por alguma patologia, que cedem a traumas banais ou, espontaneamente, ex.: Osteoporose. Localização óssea TERÇO PROXIMAL TERÇO MÉDIO TERÇO DISTAL Contato com o exterior • Fechada ou simples – Não há comunicação entre o foco da fratura e o meio ambiente • Aberta ou exposta – fragmentos ósseos em comunicação com o meio ambiente Critérios de Gustilo Anderson Critérios de Gustilo –Lunge para amputação Traço da fratura - incompleto EM GALHO VERDE – um lado do osso é fraturado "desgastando" uma parte do periósteo do lado oposto(osso flexível) Fratura incompleta (parcial) • perda parcial da continuidade do osso ou a existência de uma fenda que atravessa sua extensão, apesar de os fragmentos não se encontrarem totalmente separados FISSURA – lesão provocada por impacto num osso plano, como os do crânio e dos metatarsos Traço da fratura • Fratura completa • O osso se parte em dois ou mais fragmento • podem permanecer próximos uns dos outros • maioria dos casos espalham-se devido à própria força do impacto ou devido à tração exercida pelos músculos unidos aos ossos •Fratura longitudinal – ao longo do eixo do osso. •Fratura espiral- uma fratura onde um pedaço de osso é girado. •Fratura oblíqua – A fratura cresce na diagonal. •Fratura transversa – O osso se fratura transversalmente em relação ao eixo. Traço da fratura Fraturas por avulsão – uma forte contração muscular separa o tendão do osso. Fratura cominutiva – osso se quebra em vários pedaços. Fratura por compressão (esm agamento)geralment e ocorre nas vértebras. Processo de Consolidação Óssea • Formação de hematoma fraturário • Formação do tecido de granulação ( primeiras horas ) • Calo ósseo ( 1- 6 semanas ) • Consolidação ( 3 a 6 meses ) • Remodelação ( 1 a 5 anos ) Reação inflamatória Desbridamento ósseo e atividade osteoclástica Quimiotaxia dos vasos sanguíneos e células ósseas FASE INFLAMATÓRIA: dias - 1 a 2 semanas. (HOPPENFELD, MURTHY, 2001; DUTTON, 2010) ESTÁGIOS DE CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA 1 A 2 SEM FASE REPARATIVA: semanas a meses Calo mole Cartilagem, tecido fibroso e pequena quantidade de osso Osteoblastos- calo duro Osso reticulado ESTÁGIOS DE CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA (HOPPENFELD, MURTHY, 2001; DUTTON, 2010) 40% do processo e dura meses, dando estabilidade a fratura. Formação de osso lamelar Reabsorção do excesso de calo Reformação do canal medular FASE DE REMODELAGEM: meses ou anos ESTÁGIOS DE CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA (HOPPENFELD, MURTHY, 2001; DUTTON, 2010) 70% do processo, pode durar anos. Inicia-se a aproximadamente no 40º dia, quando o foco encontra-se mais estável. Diagnóstico • Trauma de baixa ou alta energia • Estalo • Dor • Impotência funcional • Inspeção • Palpação Diagnóstico por imagem • RX • Utrasom • Tomografia C. • Ressonância M. • Cintilografia Óssea • Densitometria Óssea RX Luxação glenoumeral Osteossínteses Tratamento cirúrgico Osteossíntese: utilização de implantes para fixar o osso na posição requerida promovendo a sua consolidação de forma satisfatória: • Placas, parafusos e pinos: aplicados na superfície dos ossos de forma a fixar os fragmentos e promover a consolidação. • Encavilhamento intra-medular: fio, haste metálicas introduzidos no canal medular do osso, ao longo do seu maior eixo, mantendo o seu alinhamento. • Osteotaxia (ou Fixação Externa): aplicação de pinos ou fios metálicos no osso, por sua vez ligados a um dispositivo (Fixador) externo. • Fios Metálicos: geralmente aplicados através da pele de forma a fixar os fragmentos ósseos. Osteossinteses • Placas • Parafusos • Fios • Hastes • Fixadores externos PRINCÍPIOS BIOMECÂNICOS DOS DISPOSITIVOS DE FIXAÇÃO FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURAS DA CLAVÍCULA Grande parte são causadas por queda ou outro traumatismo direto ao ombro, habitualmente com a clavícula dobrando e fraturando sobre o fulcro (apoio) da primeira costela. Objetivos funcionais: Melhorar e restaurar a função do ombro para AVDs e para atividades vocacionais e esportivas. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURAS UMERAIS PROXIMAIS: Causadas por queda sobre o cotovelo, ou sobre uma mão espalmada, convulsões; por traumatismo (sobretudo no caso do paciente idoso). Objetivos funcionais: Melhorar e restaurar a função do ombro nas atividades de cuidados pessoais, vestir e tirar a roupa e se arrumar. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURAS PARTE DISTAL DO ÚMERO: Fraturas do tipo extensão: decorrentes de queda sobre a mão aberta ou golpe direto no cotovelo. As do tipo flexão: força direta posterior do cotovelo. Objetivos funcionais: Restaurar as atividades que necessitem de flexão/extensão e supinação/pronação, como alimentação, higiene pessoal, vestir- se/despir-se e cuidados com a aparência (ex.: pentear os cabelos). Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURAS DO OLÉCRANO: Golpes diretos, quedas sobre mão espalmada com o cotovelo em flexão. Objetivos funcionais: Restaurar e normalizar as AVDs: se arrumar, alimentar-se, vestir-se, higiene e cuidados pessoais. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURA DE COLLES: Queda sobre a mão espalmada que leva à fratura e deslocamento dorsal do rádio. Objetivos funcionais: Restabelecer a força de preensão e de pinçamento da mão. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) Objetivos funcionais Reestabelecer a capacidade de preensão. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001)FRATURAS MAIS FREQUENTES FRATURA FALANGIANAS: Quase todas são causadas por traumatismo direto na mão. FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURAS DO COLO FEMORAL: Quase todas as fraturas do colo do femural em pacientes idosos são espontâneas, ou causadas por traumatismo de baixa energia. (Osteoporose senil (tipo II) - enfraquecimento ósseo). Objetivos funcionais: Normalizar o padrão de marcha do paciente. Conseguir 90° de flexão do quadril, para permitir a posição sentada adequada. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) FRATURAS MAIS FREQUENTES • FRATURAS DA PATELA: Trauma direto na patela; trauma indireto decorrente de contração violenta do músculo quadríceps. Objetivos funcionais: Normalizar o padrão da marcha, especialmente na fase de apoio. Realizar treinamento proprioceptivo e específico para a prática esportiva. Fonte: Elaborada pelo autor (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) Fisioterapia Reabilitação • PO imediato?? • Ambulatório?? • Enfermaria?? EXERCICIO TERAPÊUTICO E AMPLITUDE DE MOVIMENTOS FINALIDADE DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO: • Restauração das funções; • ADM: completa (anatômica) ou funcional (movimento necessário para desempenhar tarefa específica); • Performance; • Força muscular; • Resistência (endurance). (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO DEPOIS DE UMA FRATURA Efeitos do exercício Isométrico Isotônico Isocinético Ganho de força Numa posição articular Ao longo de toda ADM; ganho máximo nas extremidades da ADM da articulação Ganho igual ao longo de toda ADM Efeito na ADM Sem alteração Mantém ou aumenta Mantém ou aumenta Ocasião do exercício Estágio inicial Estágio intermediário Estágio avançado (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) EXERCÍCIOS DE FORTALECIMENTO E DE ALTO DESEMPENHO (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) EXERCÍCIOS EM CADEIA ABERTA Componente distal da extremidade não está fixo, proporcionando um movimento do segmento de forma isolada. Não há descarga de peso. EXERCÍCIOS DE CANEIA CINÉTICA FECHADA Depende da fixação das partes proximal e distal do corpo que estão sendo mobilizadas durante o exercício. Fortalecem numerosos grupos musculares simultaneamente. (DAVIES, G.J., HEIDERSCHEIT, B.C., CLARK M., 2006) EXERCÍCIOS PLIOMÉTRICOS: Podem ser prescritos para que seja conseguida a força necessária para o desempenho atlético. EXERCÍCIO FUNCIONAL OU ESPECÍFICO PARA TAREFA: Aumentam desempenho e força Hipertrofia das fibras musculares Melhoram coordenação neuromuscular, agilidade e força. MODALIDADES UTILIZADAS NO TRATAMENTO DE FRATURAS P.O./OBJETIVAM REDUZIR O DESCONFORTO E INTENSIFICAR OS EFEITOS DOS EXERCÍCIOS. FRIO TERAPÊUTICO (bolsa de gelo/ vapor resfriante): Analgesia Controle do edema CALOR SUPERFICIAL (bolsas quentes/banho de parafina): Analgesia Facilita a mobilização MODALIDADES ELÉTRICAS: Drenagem de edema, ex.: FES Fortalecimento. Casos selecionados - estimulação galvânica de alta voltagem pode auxiliar na redução do espasmo muscular, particularmente quando é necessário para > ADM (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) HIDROTERAPIA: Melhora a ADM e a circulação Favorece a drenagem de edema Melhora a aceitação de peso MODALIDADES UTILIZADAS NO TRATAMENTO DE FRATURAS (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) CALOR PROFUNDO INDICAÇÕES ULTRA-SOM Encurtamento muscular pós fratura; Contração da cápsula articular; DIATERMIA POR ONDAS CURTAS Tratamento de contraturas e aderências subcutâneas pós fratura. DIATERMIA POR MICROONDAS Encurtamento muscular pós-fratura. MODALIDADES UTILIZADAS NO TRATAMENTO DE FRATURAS (HOPPENFELD, MURTHY, 2001) CALOR PROFUNDO INDICAÇÕES ULTRA-SOM Encurtamento muscular pós fratura; Contração da cápsula articular; DIATERMIA POR ONDAS CURTAS Tratamento de contraturas e aderências subcutâneas pós fratura. DIATERMIA POR MICROONDAS Encurtamento muscular pós-fratura. REFERÊNCIAS DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica, exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. GUSTILO, R.B. Management of Open Fractures and Their Complications, vol. 4. Saunders Monographs of Clinical Orthopaedics — edição, 1982. HOPPENFELD, S., MURTHY, V. Tratamento e Reabilitação de Fraturas. Barueri, SP: Manole, 2001 SALTER, R. B. Distúrbios e lesões do sistema musculoesquelético. 3ª ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001. Sessão III cap 15. Pag. 425 a 504
Compartilhar