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Causas excludentes de Responsabilidade Civil. Cláusula de não indenizarCláusula de não indenizar Prof. Marcus Biage Fonte: Pablo Stolze, Elpídio Donizete e Felipe Quintenela, Álvaro Vilaça • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil Trata-se de matéria de defesa do réu (agente causador do dano), podendo sustentar a exclusão da responsabilidade pelos motivos: 1.1. Estado de Necessidade; 1.2. Legítima defesa; 1.3. Exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal; 1.4. caso fortuito e força maior;1.4. caso fortuito e força maior; 1.5. culpa exclusiva da vítima; 1.6. fato de terceiro. Esses fundamentos, se acatados, poderão romper o nexo de causalidade fazendo desaparecer o dever de indenizar. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.1. Estado de necessidade Fundamentado no art. 188 CC, pode fulminar o dever de indenizar. Consiste na situação de agressão a um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele que se pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as circunstâncias do fato não autorizarem outra forma de autuação. (defesa de um direito seu ou de outrem de uma situação de perigo concreto) ** Absolutamente necessário. Responsabilizado pelo excesso. • Art. 188. Não constituem atos ilícitos: • I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; • II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. (estado de necessidade) • Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.1. Estado de necessidade Exemplo: Motorista que desvia seu carro de uma criança para não atropelá-la, e atinge o muro da casa, causando danos materiais. Atuou, nesse caso, em estado de necessidade. In causu, se o terceiro atingido (dono do muro) não for causador da situação de perigo, poderá exigir indenização do agente que houvera atuado em estado de necessidade, CABENDO AÇÃO REGRESSIVA contra o verdadeiro CULPADO (pai da criança).da criança). • Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. • Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.1. Estado de necessidade Nesse tem se manifestado a jurisprudência: Jurisprudência/Julgados Recentes/Dia 22/02/2018/TJDF/48859662 - APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. INTERNAÇÃO EM HOSPITAL PARTICULAR. DESPESAS 48859662 - APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA. INTERNAÇÃO EM HOSPITAL PARTICULAR. DESPESAS MÉDICO HOSPITALARES. EXCESSIVIDADE NÃO DEMONSTRADA. ESTADO DE NECESSIDADE NÃO EVIDENCIADO. INCABÍVEL DENUNCIAÇÃO DA LIDE. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NÃO CARACTERIZADA. 1. Para a configuração de estado de perigo, causa de anulabilidade doCARACTERIZADA. 1. Para a configuração de estado de perigo, causa de anulabilidade do negócio jurídico, além da demonstração do requisito objetivo, consistente na assunção de obrigação excessivamente onerosa, é necessário que se comprove o dolo de aproveitamento da parte beneficiada, isto é, do hospital, com o negócio entabulado. Havendo expressa aceitação do contratante em relação aos termos contidos no Termo de Responsabilidade, não há como invocar estado de perigo, previsto no art. 156 do Código Civil. 2. Ainda que seja dever do Estado dar atendimento médico à população, a Administração Pública não pode ser obrigada a arcar com o custo de internação em Unidade de Terapia Intensiva de hospital particular, de livre escolha do responsável pelo paciente, sem diligenciar quanto à disponibilidade de vagas em UTI da rede pública. No caso dos autos, como não restou comprovada a omissão do ente público, nem a obrigação de indenizar pelos prejuízos de quem for vencido no processo, em ação regressiva, não se admite a denunciação da lide. 3. Apelo do réu improvido, apelo do Distrito Federal provido, recurso adesivo do autor prejudicado. (TJDF; Proc 0019.46.9.202015-8070007; Ac. 107.0684; Sétima Turma Cível; Relª Desª Leila Arlanch; Julg. 31/01/2018; DJDFTE 22/02/2018) . • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.1. Estado de necessidade Nesse tem se manifestado a jurisprudência: • Jurisprudência/Julgados/2017/2017 - Justiça/TJSP/Continua.../ 87378210 - APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. ESTADO DE NECESSIDADE, QUE NÃO AFASTA O DEVER DE INDENIZAR, RESSALVANDO-SE AO CAUSADOR DIRETO DO DANO AÇÃO REGRESSIVA. 87378210 - APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. ESTADO DE NECESSIDADE, QUE NÃO AFASTA O DEVER DETRÂNSITO. ESTADO DE NECESSIDADE, QUE NÃO AFASTA O DEVER DE INDENIZAR, RESSALVANDO-SE AO CAUSADOR DIRETO DO DANO AÇÃO REGRESSIVA. Sentença mantida. Recurso negado. (TJSP; APL 0020853- 76.2012.8.26.0562; Ac. 10485291; Santos; Trigésima Segunda Câmara de Direito Privado; Relª Desª Maria de Lourdes Lopez Gil; Julg. 01/06/2017; DJESP 08/06/2017; Pág. 2712) • Nota: Repositório autorizado do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008 e do TST nº 35/2009.. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.2. Legítima defesa Também excludente de responsabilidade civil, com fundamento no art. 188, I do CC. Diferentemente do Estado de necessidade, na legítima defesa o indivíduo encontra-se diante de uma situação atual ou iminente de injusta agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não é obrigado a suportar. • Art. 188. Não constituem atos ilícitos: • I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; A legítima defesa real pressupõe a reação proporcional a uma injusta agressão, atual ou iminente, utilizando-se moderadamente dos meios de defesa posto à disposição do ofendido. Ex. Professor que reage a um assalto em sala de aula, em que o criminoso ameaça com uma faca e por reflexo ele atira o apagador que acerta os óculos do assaltante, trazendo prejuízo materiais e lesões no rosto. (Legítima defesa. Desobrigado a indenizar os danos causados). • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.2. Legítima defesa Obs. O terceiro atingido inocentemente, mesmo que diante de uma ação de legítima defesa, terá que indenizar, cabendo no futuro ajuizar ação regressiva contra o verdadeiro agressor. • Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. • Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. ** Não se aplica no código civil a legítima defesa putativa, mas somente no Direito Penal. Deve indenizar integralmente. Ex. Sujeito que ao ver seu desafeto leva sua mão ao bolso para pegar o lenço o que é interpretado pelo desafeto que seria uma arma e lhe atinge com 1 tiro. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.2. Legítima defesa Exemplo: Jurisprudência/Julgados Recentes/Dia 24/01/2018/TJSP/87799702 - APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MATERIAIS. E MORAIS. MORTE 87799702 - APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. DANOS MATERIAIS. E MORAIS. MORTE PROVOCADA POR POLICIAL MILITAR. TENTATIVA DE ROUBO PELA VÍTIMA. RESISTÊNCIA. TROCA DE TIROS.TENTATIVA DE ROUBO PELA VÍTIMA. RESISTÊNCIA. TROCA DE TIROS. EVENTO MORTE. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. IRRESIGNAÇÃO.DESCABIMENTO. Inexiste ato ilícito praticado pela autoridade policial quando agiu segundo as normas de conduta estabelecidas para as circunstancias: Em estrito cumprimento do dever legal e em legitima defesa, consequentemente, não comprovando a consequência danosa advinda da Administração Pública. Assim, a análise das provas dos autos indica a ausência de elementos aptos a configurar o nexo causal, sendo excluída a responsabilidade do suposto agente e, consequentemente, a de indenizar. Decisão mantida. Recurso negado. (TJSP; APL 1031779-06.2014.8.26.0053; Ac. 11088146; São Paulo; Primeira Câmara de Direito Público; Rel. Des. Danilo Panizza; Julg. 19/12/2017; DJESP 24/01/2018; Pág. 6005) • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.3. Exercício regular de direito e estrito cumprimento do dever legal Não haverá responsabilidade civil se o agente (causador do dano) atuar no exercício regular de um direito reconhecido. Ora! se alguém atua escudado pelo Direito, não poderá estar atuando contra esse mesmo direito. • Art. 188. Não constituem atos ilícitos: • I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; • Se por outro lado, o sujeito extrapola os limites racionais do lídimo exercício do seu direito,• Se por outro lado, o sujeito extrapola os limites racionais do lídimo exercício do seu direito, fala-se em ABUSO DE DIREITO, situação desautorizada pela ordem jurídica, que poderá repercutir inclusive na seara criminal. O excesso é o contraponto do exercício regular. • Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. • Ex. Atua no exercício regular do direito o lutador de boxe que dentro da atividade desportiva provoca lesões físicas no adversário. Não há indenização exceto se houver excesso. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil • Exemplo: • CIVIL E PROCESSO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPREGADA DOMÉSTICA. SUSPEITA DE FURTO. TRANCAMENTO NO APARTAMENTO. QUEDA DO EDIFÍCIO. SUSPEITA DE SUÍCIDIO. IRRELEVÂNCIA. RESPONSABILIDADE DOS PATRÕES. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. INOCORRÊNCIA. USO IMODERADO DO MEIO. DOUTRINA. RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. FALSIDADE DE DOCUMENTO. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA/STJ. ENUNCIADO Nº 7. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. CPC. ART. 132. SENTENÇA PROFERIDA PELO JUIZ DA INSTRUÇÃO, REMOVIDO PARA OUTRA VARA DA MESMA COMARCA. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE ENFRENTAMENTO DE TEMAS NÃO PREQUESTIONADOS. RECURSO DESACOLHIDO. • I - A relação de trabalho entre patrão e empregada doméstica confere àquele o poder de exigir tão-• I - A relação de trabalho entre patrão e empregada doméstica confere àquele o poder de exigir tão- somente as obrigações decorrentes do contrato de trabalho. Prender o empregado no local de trabalho, sob o argumento de averiguações quanto a eventual ilícito praticado, constitui uso imoderado do meio, nos termos da melhor doutrina. • II - O exercício regular de um direito não pode agredir o direito alheio, sob pena de tornar-se abusivo e desconforme aos seus fins. III - O cerceamento ao direito fundamental de ir e vir encontra no ordenamento constitucional hipóteses restritas, não se podendo atribuir ao empregador o poder de tolher a liberdade do empregado, ainda que por suspeita de crime contra o patrimônio. IV - Matéria concernente a falsidade documental, decidida pelas instâncias ordinárias com base nos fatos da causa, não pode ser revista em sede de recurso especial, nos termos do veto contido no verbete nº 7 da súmula desta Corte. V - Encontrando-se já encerrada a instrução do feito, a simples remoção do juiz que a tenha conduzido e concluído, máxime se efetivada para outra vara da mesma comarca, não o impede de proferir a sentença. VI - A técnica do recurso especial exige que os temas concernentes aos dispositivos legais apontados como violados pelo recorrente tenham sido debatidos no acórdão impugnado • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.4. Caso fortuito e força maior Dentre as causas excludentes de responsabilidade civil o caso fortuito e força maior são as mais polêmicas e controversas. Apesar de separados academicamente são sinômimos. Na prática são classificados da seguinte forma: a) Caso fortuito: infortúnios imprevisíveis do dia-a-dia (greve, paralisações, manifestações...)manifestações...) b) Força Maior: infortúnios imprevisíveis da natureza (enchente, raios, terremoto, tsunami...) • *** Ambos estão ligados a um fato imprevisível. Excluem a culpa e o nexo causal (regra) • Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. • Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.4. Caso fortuito e força maior Em regra, o Caso Fortuito e o Motivo de Força Maior excluem a responsabilidade civil, subjetiva ou objetiva, do agente; O Fortuito Interno é uma exceção a exclusão de responsabilidade. 1.4.1. Fortuito Interno: - Fortuito Interno é o fato imprevisível e inevitável, mas que está inserido nos riscos de uma atividade empresarial; - No Fortuito Interno, o nexo de causalidade não é excluído pelo caso fortuito ou força maior; - Não exclui o nexo de causalidade. Súmula 479 – STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados pelo fortuito interno relativos a fraudes e delitos praticados por terceiro no âmbito das operações bancárias. • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.4. Caso fortuito e força maior 1.4.2. Fortuito Externo: - são fatos que não advém da atividade da administração, mas de terceiros ou da natureza. Nesse caso a administração não deveria reparar o lesado. Ex. Raio que cai sobre o telhado de uma casa. Não há responsabilidade civil do estado. 1.4.3. O Caso Fortuito como Concausa (concorrência): - Se a concausa for dependente da conduta do agente, o nexo de causalidade não será excluído. - Se a concausa for independente da conduta do agente, o nexo de causalidade será excluído. REsp 1307032/PR de 2011. Fuga de Paciente Menor de Estabelecimento Hospitalar. Agravamento da Doença. Morte Subsequente. Nexo de Causalidade. Concorrência de Culpas. Reconhecimento. Redução da Condenação. Na aferição do nexo de causalidade, a doutrina majoritária de Direito Civil adota a teoria da causalidade adequada ou do dano direto e imediato, de maneira que somente se considera existente o nexo causal quando o dano é efeito necessário e adequado de uma causa (ação ou omissão). Essa teoria foi acolhida pelo Código Civil (art. 403). • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.4. Caso fortuito e força maior 1.4.3. O Caso Fortuito como Concausa: - As circunstâncias invocadas pelas instâncias ordinárias levaram a que concluíssem que a causa direta e determinante do falecimento do menor fora a omissão do hospital em impedir a evasão do paciente menor, enquanto se encontrava sob sua guarda para tratamento de doença que poderia levar à morte. - Contudo, não se pode perder de vista sobretudo a atitude negligente dos pais após a fuga do menor, contribuindo como causa direta e também determinante para o trágico evento danoso. Está-se, assim, diante da concorrência de causas, atualmente prevista expressamente no art. 945 do Código Civildiante da concorrência de causas, atualmente prevista expressamente no art. 945 do Código Civil (concorrência de culpa), mas, há muito, levada em conta pela doutrina e jurisprudência pátrias. - A culpa concorrente é fator determinante para a redução do valor da indenização, mediante a análise dograu de culpa de cada um dos litigantes, e, sobretudo, das colaborações individuais para confirmação do resultado danoso, considerando a relevância da conduta de cada qual. O evento danoso resulta da conduta culposa das partes nele envolvidas, devendo a indenização medir-se conforme a extensão do dano e o grau de cooperação de cada uma das partes à sua eclosão. • Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. • • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.5. Culpa Exclusiva da vítima - A exclusiva atuação culposa da vítima tem também o condão de quebrar o nexo de causalidade, eximindo o agente da responsabilidade civil. - Ex. Motorista que dirige atentamente e observando as regras de trânsito quando uma pessoa se atira contra o veículo tentando suicídio. Nesse caso não se pode imputar culpa ao motorista. - JURISPRUDÊNCIA - 87998287 - SEGURO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONVIDADA QUE TROPEÇA EM CAPACHO EM FESTA, CAI E FRATURA O TORNOZELO. Vítima que, na verdade, era a organizadora da festa. Culpa exclusiva da ofendida. Ausência de responsabilidade do dono da casa que, ainda assim, arcou espontaneamente com todos os gastos médicos. Vedação ao acordo entre segurado e ofendido para caracterizar a responsabilidade contratual da seguradora. Artigo 787, § 2º., do CC. Inexistência de ofensa ao dever de informar. Honorários advocatícios fixados nos termos do artigo 20, do CPC/73, por equidade. Recursos não providos. (TJSP; APL 1027705- 25.2015.8.26.0100; Ac. 11355647; São Paulo; Oitava Câmara de Direito Privado; Relª Desª Mônica de Carvalho; Julg. 12/04/2018; DJESP 17/04/2018; Pág. 1755) • • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.5. Culpa Exclusiva da vítima - JURISPRUDÊNCIA - 89261583 - ACIDENTE DE TRÂNSITO. INDENIZAÇÃO. PENSÃO MENSAL. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. Para configuração da responsabilidade indenizatória é necessário que se verifique a presença simultânea de três elementos essenciais, quais sejam: a ocorrência induvidosa do dano; a culpa, o dolo ou má-fé do ofensor; e o nexo causal entre a conduta ofensiva e o prejuízo da vítima. O ônus da prova incumbe à autora, nos termos do art. 333, I, CPC, que deverá demonstrar cabalmente a configuração dosà autora, nos termos do art. 333, I, CPC, que deverá demonstrar cabalmente a configuração dos elementos três ensejadores da responsabilidade civil subjetiva. Sendo constatado que o acidente ocorreu por culpa exclusiva da vítima, deve ser julgado improcedente o pleito inicial. (TJMG; APCV 1.0349.14.000832-8/001; Relª Desª Evangelina Castilho Duarte; Julg. 05/04/2018; DJEMG 13/04/2018) • • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.6. Fato de terceiro Esse elemento visa verificar se o comportamento de uma terceira pessoa, que não seja o agente do dano e a vítima, poderá romper o nexo de causalidade. Apesar da divergência jurisprudencial, cumpre destacar que encontra-se pacificado no STF e Código civil que a responsabilidade do transportador não será ilidida por culpa de terceiro, senão vejamos: • Súmula 187 – STF : A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o• Súmula 187 – STF : A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. • Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. • Trata-se in causu de obrigação de resultado ou garantia. • • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.6. Fato de terceiro Exemplo. Motorista que para na faixa de pedestre regularmente, e é abalroado na traseira por outro veículo que trafegava desatento, arremessando seu veículo sobre um pedestre ou outro veículo. Nesse ponto há divergência entre a jurisprudência que ora entende que deve indenizar o pedestre e depois entrar com ação regressiva; Outra parte entende pela inaplicabilidade.pedestre e depois entrar com ação regressiva; Outra parte entende pela inaplicabilidade. Resp 18.840-RJ. AUTOMOBILISTICO. CULPA EXCLUSIVA DE TERCEIRO. AUSENCIA DE COMPORTAMENTO VOLITIVO DO CONDUTOR DO VEICULO ABALROADOR. INAPLICABILIDADE DOS ARTS. 160, II E 1.520, CC. HIPOTESE DIVERSA DA APRECIADA NO RESP 18.840-RJ (DJU DE 28.03.94). DENUNCIACAO DA LIDE. IMPROCEDENCIA DO PEDIDO DEDUZIDO NA ACAO PRINCIPAL. ONUS DA SUCUMBENCIA. PRECLUSAO. RECURSO DESACOLHIDO. I - NAO HA DE ATRIBUIR-SE RESPONSABILIDADE CIVIL AO CONDUTOR DE VEICULO QUE, ATINGIDO POR OUTRO, DESGOVERNADO, VEM A COLIDIR COM COISA ALHEIA, PROVOCANDO-LHE DANO, SENDO TAL SITUACAO DIVERSA DAQUELA EM QUE O CONDUTOR DO VEICULO, AO TENTAR DESVIAR-SE DE ABALROAMENTO, ACABA POR CAUSAR PREJUIZO A OUTREM. II - CASO EM TELA, O PREJUIZO EXPERIMENTADO PELO DONO DA COISA DANIFICADA NAO GUARDA RELACAO DE CAUSALIDADE COM QUALQUER ATITUDE VOLITIVA DO REFERIDO CONDUTOR, CUJO VEICULO RESTOU ENVOLVIDO NO ACIDENTE COMO MERO INSTRUMENTO DA ACAO CULPOSA DE TERCEIRO. • • 1. Causas excludentes de responsabilidade Civil 1.6. Fato de terceiro JURISPRUDÊNCIA APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. Ação de obrigação de fazer cumulada com pedido de indenização por danos morais. Ilegitimidade passiva afastada. O réu possui legitimidade passiva para responder a ação ajuizada em função de utilização de aplicativo que pertence ao mesmo conglomerado econômico e da qual detém o controle. Mérito. Difamação via aplicativo whatsapp. Ausência de nexo causal entre a conduta do réu e alegada manutenção de perfil falso e a difamação ocorrida, considerando que a clonagem de linhamanutenção de perfil falso e a difamação ocorrida, considerando que a clonagem de linha telefônica e a utilização desta por funcionário da operadora de telefonia móvel, corresponde a fato de terceiro, excludente da responsabilidade. Inexistência dos pressupostos da responsabilidade civil e conseqüente dever de indenizar. Apelo parcialmente provido. Recurso adesivo prejudicado. (TJRS; AC 0055981-77.2018.8.21.7000; Novo Hamburgo; Sexta Câmara Cível; Rel. Des. Ney Wiedemann Neto; Julg. 29/03/2018; DJERS 13/04/2018) • • 2 . CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR Também chamada de Cláusula de irresponsabilidade, trata-se de convenção pela qual as partes excluem o dever de indenizar em caso de inadimplemento da obrigação. Portanto, incito à responsabilidade civil contratual. Cláusula sujeita a matéria de ordem pública e pode ser questionada se estiver em confronto direto com os demais princípios do ordenamento jurídico. Nas relações consumeristas já existe previsão expressa na lei proibindo esse tipo de cláusula. • Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. Ex. Empresas que promovem guarda de veículos (estacionamentos privados) que excluem a própria responsabilidade em caso de furtos, roubos etc. CLÁUSULA ABUSIVA. INAPLICABILIDADE. Súmula 161 –STF : Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar. • 2 . CLÁUSULA DE NÃO INDENIZAR Por outro lado tem jurisprudência do STJ que confirmou cláusula de não indenizar em um caso de furto no interior de condomínio. • Condomínio. Furto de veículo. Cláusula de não indenizar. • 1. Estabelecendo a Convenção cláusula de não indenizar, não há como impor a responsabilidade do condomínio, ainda que exista esquema de segurança e vigilância, que não desqualifica a força da regra livremente pactuada pelos condôminos. 2. Recurso especial conhecido e providocondôminos. 2. Recurso especial conhecido e provido • • OBRIGADO• OBRIGADO
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