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Asma resumo

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Protocolos Assistenciais 
Hospital Escola Municipal de São Carlos 
Prof. Dr. Horacio Carlos Panepucci 
Protocolo assistencial: Crisme Asmática 
Versão 1: 
Jan/2012 
1 – Diagnóstico 
Sintomas 
- Dispnéia 
- Aperto no peito 
- Chiado 
 
Sinais 
- Tosse 
- Sibilo 
- Agitação 
- Aumento da frequência respiratória 
- Aumento da frequência cardíaca 
- Diminuição da função pulmonar 
 
� O uso de musculatura assessória e a 
dificuldade de falar frases completas 
podem ou não estar presentes, 
dependendo da gravidade da crise 
Fatores de Risco para Crises Fatais 
- Crise grave prévia 
- Duas ou mais hospitalizações por asma no 
último ano 
- Três ou mais visitas ao pronto socorro por 
asma no último ano 
- Hospitalização ou visita ao pronto socorro 
por asma no último mês 
- Uso de mais de 2 frascos de β2 agonista de 
curta duração por mês 
- Dificuldade para perceber os sintomas de 
asma ou a gravidade da crise 
- Problemas psicossociais 
- Co-morbidade cardiovascular ou 
psiquiátrica 
Exames Complementares e Indicações 
- Gasometria: sinais de gravidade; PFE < 30% após tratamento (box 2); 
- Radiografia de tórax: suspeita de pneumonia, pneumotórax ou necessidade de internação; 
- Hemograma: suspeita de infecção associada; 
- Eletrólitos: coexistência de doenças cardiovasculares; uso de diuréticos ou de altas doses de 
beta-2 agonistas; 
- ECG: pacientes com mais de 50 anos e com doença cardíaca ou DPOC. 
2 – Classificação de Gravidade 
 Leve a Moderada Grave Iminência de IRpA 
Dispnéia 
Ausente ou leve aos 
pequenos esforços 
Moderada ou em 
repouso 
Grave 
Dificuldade de fala Fala frases completas Fala frases incompletas 
Fala frases curtas ou 
monossilábicas 
Retração intercostal Leve ou ausente Geralmente presente Acentuada 
Sibilos 
Ausentes, com MV 
normal 
Localizados ou difusos 
Ausentes, com MV 
diminuído 
Pulso paradoxal (box 1) Ausente (< 10 mmHg) Presente (> 25 mmHg) Ausente 
Frequência respiratória Normal ou aumentada Aumentada Aumentada 
Frequência cardíaca ≤ 110 bpm 110-140 bpm > 140 ou bradicardia 
SaO2 > 95% Entre 91% e 95% < 90% 
PFE (box 2) > 50% Entre 30% e 50% < 30% 
3 – Tratamento e Evolução 
Leve a Moderada Grave Iminência de IRpA
- O2 para atingir SaO2 ≥ 90%
- β2 agonista de curta duração 
(aerossol dosimetrado ou 
solução nebulizadora – box 3)
- Corticóide sistêmico se não 
houver resposta imediata ou se 
o paciente tomou corticóide 
recentemente.
- O2 para atingir SaO2 ≥ 90% 
- β2 agonista de curta duração 
em alta dose
(aerossol dosimetrado ou 
solução nebulizadora – box 3) + 
brometo de ipratrópio
- Corticóide sistêmico
- Intubação com ventilação 
mecânica com 100% de O2
- Nebulização com β2 agonista 
de curta duração + ipratrópio
- Corticóide intravenoso
- Considerar sulfato de 
magnésio (box 5)
PFE ≥ 70% e melhora dos 
sintomas:
- Observar por 60 minutos
PFE entre 40 e 69% e sintomas 
moderados:
- β2 agonista de curta duração 
inalatório a cada 60 min
- Corticóide sistêmico
PFE ≤ 40% , sintomas graves e 
paciente de alto risco:
- Administrar O2
- β2 agonista de curta duração 
nebulizado + ipratrópio , a cada 
60min ou contínuo
- Corticóide sistêmico
Alta com orientações Reavaliar em menos de 4 horas (admissão ou alta)
Reavaliar após tratamento inicial Admissão em UTI
Boa Resposta: 
- PFE ≥70%
- Resposta sustentada por 60 
min após o último tratamento
- Sem sinais de gravidade
- Exame físico normal
Resposta Parcial:
-PFE entre 40-69%
-Sintomas leves a moderados
Resposta Pequena:
- PFE < 40%
- PaCO2 ≥ 42mmHg
- Sintomas graves
- Sonolência /confusão
Alta com orientações
Individualização da decisão: 
fatores de risco, probabilidade 
de aderência e ambiente 
doméstico
Admissão hospitalar
Admissão em UTI
 
4 – Medicações Utilizadas 
β-2 agonista de curta duração 
Salbutamol 
ou 
Fenoterol 
Aerossol dosimetrado 100 µg/jato 5 jatos a cada 20 min e, após, 1 
jato a cada hora 
Solução para nebulização 5 mg/mL 10 a 20 gotas a cada 20 min; 
totalizando 3 aplicações. Após, 
manter 1 aplicação a cada hora. 
Terbutalina Ampolas de 0,5 mg 0,25 a 0,5 mg, SC, até de 6/6 h 
Corticosteróide sistêmico 
Prednisona Via oral 
1-2mg/kg (máximo 60mg), VO 
dose única ou dividida em 
duas doses 12/12h. 
Hidrocortisona Via parenteral 
200 mg EV. Doses 
subseqüentes: 3mg/Kg de 
peso 4/4 h até sair da crise 
Anticolinérgico sistêmico 
Brometo de ipratrópio 
Aerossol dosimetrado 20 µg/jato 
3 jatos juntamente com β-2 
agonista 
Solução para nebulização 0,25 mg/mL 20 a 40 gotas até de 4/4 horas 
Outros medicamentos 
Sulfato de magnésio 
(vide box 5) 
Via parenteral 
1-2 g EV durante 20 min, 
diluída em 50-100 mL de SF 
4 – Orientações para Alta 
- Manter beta-2 via inalatória, de 2 a 5 jatos a cada 4 horas, por 48 horas 
- Prednisona 1 a 2 mg/Kg, máximo de 60 mg, via oral, por 7 a 10 dias 
- Educação do paciente (revisão dos medicamentos, inclusive técnica de inalação; controle 
ambiental e plano de ação para novas crises) 
- Atualização vacinal (pneumococo e influenza) 
- Referir ao tratamento ambulatorial 
5 – Referências Bibliográficas 
- Lazarus SC. N Engl J Med 2010; 363(8):775-764. 
- Expert Panel Report 3 (EPR-3): Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma-Summary 
Report 2007. J Allergy Clin Immunol. Nov 2007;120(5 Suppl):S94-138 
- Bateman ED, Hurd SS, Barnes PJ, Bousquet J, Drazen JM, FitzGerald M, et al. Global strategy for asthma 
management and prevention: GINA executive summary. Eur Respir J. Jan 2008;31(1):143-78. 
- IV Diretrizes Brasileiras de Manejo Asma. Soc. Brasileira de Pneumologia. J Bras Pneumol 2006; 32 
(supl 7):S 447-S 474 
6 – Autoria 
Guilherme Avanço, graduação Medicina UFSCar. 
José Eduardo Vitorino Galon, graduação Medicina UFSCar 
7 – Revisão 
Prof. Dr. Fábio Fernandes Neves, DMed – UFSCar 
8 - Anexos 
TERMOS-CHAVE
PFE: Pico de fluxo expiratório
CEO: Corticoesteróide sistêmico
IrpA: Insuficiência respiratória aguda
DPOC: Doença pulmonar obstrutiva 
crônica
MV: Murmurios vesiculares
BOX 2 – PFE
É definido como o maior fluxo obtido 
durante a expiração forçada. O paciente 
faz uma inspiração forçada máxima 
seguida de uma expiração forçada 
máxima. 
Há disponíveis aparelhos portáteis para 
aferição do PFE em ambientes 
ambulatoriais, de fácil utilização.
Após colocar o indicador do aparelho na 
base da escala numerada, com o paciente 
em pé ou sentado, com a cabeça 
retificada, pede-se que este realize uma 
inspiração profunda, enchendo 
completamente os pulmões de ar. Colocar 
o bucal na boca, fechando-o com os lábios, 
e sem obstruí-lo com a língua.
Solicitar ao paciente que assopre o mais 
rápido e profundamente que puder, de 
uma só vez.
Aferir no mínimo 3 vezes, anotando o 
valor mais alto.
BOX 5 – SULFATO DE MAGNÉSIO
Indicado para os casos refratários ao 
tratamento proposto no item 4 –
Medicações Utilizadas. 
Havendo administração de sulfato de 
magnésio, o médico deverá estar atento 
para seus efeitos adversos e, se 
necessário, administrar o antídoto 
(gluconato de cálcio).
BOX 1 – PULSO PARADOXAL
É uma variação da pressão arterial sistólica durante o ciclo 
respiratório.
Após insulflar o manguito até o colabamento da artéria 
braquial (quando não há nenhum som audível), desinsulflá-lo 
lentamente até que sejam auscultados os ruídos de Korotkoff 
apenas durante a expiração (Psis 1). 
Continuar desinsulflando o manguito até que os ruídos sejam 
auscultados em todo o ciclo respiratório (inspiração e 
expiração). Essa será a Psis 2.
Classifica-se como pulso paradoxal a diferença entre esses 
valores (Psis 1 – Psis2) maior do que 10mmHg.
BOX 3 - β2 AGONISTA EM AEROSSOL DOSIMETRADO X 
SOLUÇÃONEBULIZADORA
As partículas do aerossol dosimetrado têm menor diâmetro, 
alcançando locais mais distais da árvore traqueobrônquica. 
Entretanto é necessária a sincronia entre a inspiração e a 
aplicação do medicamento, que pode estar dificultada em 
pacientes com dispnéia intensa.
Dessa forma, apesar de a solução nebulizadora gerar 
partículas maiores (portanto com menor alcance na árvore 
traqueobrônquica), sua administração é mais facilitada nos 
casos de dispnéia grave.
BOX 4 – NEBULIZAÇÃO COM β2 AGONISTA NA 
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Alguns aparelhos de ventilação mecânica têm 
disponíveis entrada para acoplamento de solução 
nebulizadora.
Nos casos em que não ocorre essa 
disponibilidade, considerar β2 agonista injetável 
(vide item 4 – Medicações Utilizadas)
 
09 - Realização 10 - Apoio

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