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Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II Prof. Danie l Roulim Stainki 36 13) TORACOTOMIA # CONCEITO: Entende-se por toracotomia a abertura e o fechamento cirúrgico da cavidade torácica. # INDICAÇÕES: 1. comprometimento esofágico (esôfago torácico): • obstrução por corpo estranho; • perfuração do esôfago por corpo estranho; • divertículo esofágico; • megaesôgago; • neoplasias (espirocercose); • compressão do esôfago por lesões peri-esofágicas (lifossarcoma do timo, ducto arterioso persistente). 2. lesões do coração e grandes vasos: • ducto arterioso persistente; • estenose da válvula pulmonar; • arteriotomia da pulmonar (remoção de filaróides); • colapso cardíaco (massagem cardíaca direta). 3. lesões da traquéia, pulmões e grandes vasos: • traumatismos da traquéia; • colapso do anel traqueal; • abscessos pulmonares; • pneumotórax persistente (Fig. 14); • neoplasias pulmonares; • toracotomia exploratória. Fig. 14 – Canino apresentando pneumotórax adquirido após trauma torácico e ruptura da pleura pulmonar visceral. Observa-se a compressão pulmonar e o deslocamento dorsal do coração. Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II Prof. Danie l Roulim Stainki 37 4. lesões da parede torácica e do diafragma: • hérnia diafragmática; • fraturas graves de costela; • fenestração de disco intervertebral. # CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS: 1. a abertura do tórax promove a supressão da função respiratória – com a abertura da parede torácica, ocorre o acesso do ar atmosférico para dentro da cavidade pleural, levando a abolição da pressão negativa intratorácica. Conseqüentemente a elasticidade natural do tecido pulmonar é perdida e o órgão entra em colapso, tornando evidente a necessidade da ventilação pulmonar. 2. existem várias técnicas anestésicas, mas todas devem ser acompanhadas pela ventilação pulmonar artificial. Ex: • barbitúricos associado com a ventilação pulmonar contendo oxigênio 110% sob pressão; • anestesia inalatória com ventilação pulmonar com oxigênio 100%. # TÉCNICAS DE TORACOTOMIA: 1. acesso unilateral: • secção intercostal; • ressecção costal; • semi-remoção costal. 2. acesso bilateral: • esternotomia. # LOCALIZAÇÃO DOS DIVERSOS ÓRGÃOS VIA ACESSO TORÁCICO LATERAL: • coração e grandes vasos – 4º e 5º espaços intercostais, lado esquerdo; • pulmões – 4º ao 6º espaços intercostais, lado esquerdo e dire ito; • esôfago – 7º ao 10º espaços intercostais, lado esquerdo; • veia cava caudal e diafragma – 6º ao 10º espaços intercostais, lado esquerdo e direito. # TÉCNICA CIRÚRGICA (SECÇÃO INTERCOSTAL): É a abordage m padrão ao tórax. O local de incisão varia normalmente desde o 3º até o 10º espaço intercostal. Faz-se primeiro uma incisão de pele e músculo cutâneo, paralela as costelas, desde a junção costocondral até o esterno. O músculo grande dorsal é incisado Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia – PUCRS Curso de Medicina Veterinária Cirurgia Veterinária II Prof. Danie l Roulim Stainki 38 através de suas fibras em sentido paralelo a incisão de pele, os músculos intercostais são incididos no centro, entre as costelas, evitando lesionar os vasos intercostais. A pleura parietal é perfurada e seccionada com tesoura. As costelas são afastadas mediante aplicação de um afastador costal (Finochieto) protegido por compressas úmidas. O fechamento é feito por meio da aplicação de pontos isolados simples, envolvendo as costelas adjacentes à incisão (nylon 0,30 - 0,40), é feito uma sutura continua simples ou festonada dos músculos intercostais (categute 2.0). Os músculos seguintes são suturados com pontos Sultan (categute 2.0). Antes de completar as suturas, deve-se deixar um dreno conectado a um selo d’água, para o restabelecimento da pressão negativa. A síntese de pele é feita com pontos simples isolados (mononylon 3.0 – 2.0). # PÓS-OPERATÓRIO: • curativo tópico; • administração de analgésicos ou bloqueio anestésicos dos nervos intercostais; • antibioticoterapia e antiinflamatórios. # COMPLICAÇÕES: • hipotermia, hipoventilação e desequilíbrio ácido-básico; • enfisema subcutâneo; • pneumotórax, hemotórax ou piotórax. # LEITURA OBRIGATÓRIA: BARROS, R. C. M. Quilotórax em gatos: revisão. Clínica Veterinária, n. 21, p. 31-40, 1999. # SUGESTÃO DE LEITURA: FOWLER, E. Intrathoracic surgery in large animals. J.A.V.M.A., v. 162, n. 11, p. 967-973, 1973. PIPPI, N. L. Alguns aspectos da toracotomia e m cão. Belo Horizonte, 1969. 14 p. Seminário (Mestrado em Medicina Veterinária) – Curso de pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, 1969.23 SAMPAIO, A. J. S. A. Toracotomia e m bovinos. Santa Maria, 1989. 11p. Seminário (mestrado em Medicina Veterinária) – Curso de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Santa Maria, 1989.
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