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RESUMO DIREITO DAS COISAS NP1.docx

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RESUMO COISAS- NP1 
 
 Direitos Reais: histórico, princípios constitucionais, evolução. 
 
O Direito das coisas é o ramo do Direito Civil que tem como conteúdo relações jurídicas 
estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas, ou mesmo determináveis. Entende-se por 
coisas tudo aquilo que não é humano. O Direito das Coisas representa um complexo de normas 
que regulamenta as relações dominiais existentes entre a pessoa humana e coisas apropriáveis. 
Análise Constitucional Art.5º – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; XXII – é garantido o direto à 
propriedade; XXIII – a propriedade atenderá a sua função social. “O direito de propriedade não 
se reveste de caráter absoluto, eis que, sobre ele, pesa grave hipoteca social, a significar que , 
descumprida a função social que lhe é inerente (CF, art. 5º, XXIII), legitimar-se-á a intervenção 
estatal na esfera dominial privada, observados, contudo, para esse efeito, os limites, as formas e 
os procedimentos fixados na própria Constituição da República. O acesso à terra, a solução dos 
conflitos sociais, o aproveitamento racional e adequado do imóvel rural, a utilização apropriada 
dos recursos naturais disponíveis e a preservação do meio ambiente constituem elementos de 
realização da função social da propriedade. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, 
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados 
os seguintes princípios: ... II - propriedade privada; III - função social da propriedade; Análise 
pela vertente do solidarismo constitucional – Art. 3º, I, da CF/88. Art. 3º Constituem objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e 
solidária; Mudança no entendimento, demonstrando uma evolução no pensamento no sentido de 
conceber a função social e socioambiental da propriedade. Art. 1.228. O proprietário tem a 
faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que 
injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade deve ser exercido em 
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de 
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio 
ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
Observância dos Direitos Reais nas perspectivas: - Dignidade da Pessoa Humana; - Da 
Solidariedade Social; - Da Igualdade. Os Direitos Reais compreendem as relações jurídicas 
estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis, tendo como fundamento 
principal o conceito de propriedade, seja ela plena ou restrita. Os Direitos Reais constituem as 
relações jurídicas em si, de cunho subjetivo. 
DIREITO REAL E DIREITO PESSOAL: 
Conceito: 
1 – Direito Real: É o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade 
e contra todos; 
 2 – Direito Pessoal: Consiste numa relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do 
sujeito passivo determinada prestação. 
Teorias: 
1 – Unitária Realista: Procura unificar os direitos reais e obrigacionais a partir do critério do 
patrimônio, considerando que o direito das coisas e o direito das obrigações fazem parte de uma 
realidade mais ampla, que seria o direito patrimonial. 
2 – Dualista ou Clássica: Mais adequada à realidade, o direito real apresenta características 
próprias, que o distinguem dos direitos pessoais. 
DIREITO REAL: Princípios: 
a) Aderência, especialização ou inerência: Estabelece um vínculo entre o sujeito e a coisa; 
 b) Absolutismo: Os direitos reais exercem-se erga omnes, que devem absterse de molestar o 
titular. 
 c) Publicidade ou Visibilidade: O registro e a tradição atuam como meios de publicidade da 
titularidade dos direitos reais; 
d) Taxatividade: O número dos direitos reais é limitado, taxativo 
e) Tipificação ou tipicidade: O direitos reais existem de acordo com os tipos legais; 
f) Perpetuidade: A propriedade é um direito perpétuo, pois não é perdido pelo não uso. Já os 
direitos obrigacionais são transitórios: cumprida a obrigação, extinguem se. 
g) Exclusividade: Não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa; 
h) Desmembramento: Desmembram-se do direito-matriz, que é a propriedade, constituindo os 
direitos reais sobre coisas alheias; 
Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; 
V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor; 
IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; XII - a 
concessão de direito real de uso; XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS: - Relações jurídicas entre uma pessoa (sujeito 
ativo) e uma coisa. O sujeito passivo não é determinado, mas é toda a coletividade; - Princípio da 
Publicidade (tradição e registro); - Efeitos ergas omnes; - Rol taxativo do art. 1.1225 do CC; - 
Direito de Sequela ( a coisa responde); - Corrente majoritária da doutrina entende ser um direito, 
conceituando a posse como sendo o domínio fático que a pessoa exerce sobre a coisa. - Maria 
Helena Diniz entende ser a posse um direito real, um verdadeiro desdobramento da propriedade. 
- Segundo Beviláqua, a posse não é direito real, nem pessoal, mas um direito especial. 
POSSE Teorias 
1 – Subjetiva (de Savigny): A posse caracteriza-se pela conjugação do corpus (elemento objetivo 
que consiste na detenção física da coisa) e do animus (elemento subjetivo, que se encontra na 
intenção de exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio. 
 2 – Objetiva (de Ihering): Considera o animus já incluído no corpus, que significa conduta de 
dono. Esta pode ser analisada objetivamente, sem a necessidade de pesquisar-se a intenção do 
agente. A posse, então, é a exteriorização do domínio. O CC adotou tal teoria (art. 1.196) 
Conceito: Para Ihering, cuja teoria o nosso direito positivo acolheu, posse é conduta de dono. 
Sempre que haja o exercício dos poderes de fato, inerentes à propriedade, existe posse, a não ser 
que alguma norma (como os artigos 1.198 e 1.208, p. ex) diga que esse exercício configura a 
detenção e não a posse. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
Observação: Existe um movimento doutrinário que entende que a teoria de Ihering, já não seria a 
mais correta no atual cenário brasileiro, uma vez que teríamos a aplicação dos institutos da função 
social na posse. Tal direcionamento seria materializado pelos artigos 1.238 e 1.242 que reduzem 
os prazos da ação de usucapião em decorrência da posse-trabalho. Por posse trabalho, entende-se 
que ao imóvel foi dada uma destinação, uma utilidade por parte do possuidor. Atendimento ao 
art. 6º da CF/88 - Proteção ao direito de Moradia 
Observação: Neste sentir, tramita no Congresso Nacional, o Projeto 699/2011, que visa alterar o 
artigo 1.196, para a seguinte redação: “Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem 
poder fático de ingerência socioeconômica, absoluto ou relativo, direito ou indireto, sobre 
determinado bem da vida, que se manifesta através do exercício ou possibilidade de 
exercício inerente à propriedade ou outro direito real suscetível de posse”. 
POSSE E DETENÇÃO: Há situações em que uma pessoa não é considerada possuidora,mesmo 
exercendo poderes de fato sobre uma coisa. Isso acontece quando a lei desqualifica a relação para 
mera detenção, como o faz nos arts. 1.198, 1.208 e 1.224, p.ex. Somente a posse gera efeitos 
jurídicos. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência 
para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. 
Exemplo Cite-se a hipótese de alguém que para o seu carro em um estacionamento, entregando-
o a um manobrista. A empresa de estacionamento é possuidora, diante da existência de um 
contrato atípico, com elementos do depósito; já o manobrista é detentor, pois tem o veículo em 
nome da empresa, com que tem relação de subordinação. EX: Possessória. Reintegração de Posse. 
Bem móvel. Veículo adquirido mediante financiamento . Entrega do bem ao réu, dono de garagem 
para ser vendido. Transferência, todavia, do mesmo a outrem para pagamento de d/vida por ele 
contraídos. Descabimento. Configuração como mera detenção, com simples custódia. Esbulho 
configurado. Ação procedente. Recurso desprovido. (TJSP, Apelação 0957508-2/00, Lins, 21ª 
Câmara Direito Privado, Rel. Sorteado Antonio Marson, j. 04.05.2005). Observação! Se estiver 
presente um comodato ou uma locação da coisa, não haverá detenção, mas posse do empregado, 
conforme vem entendendo a jurisprudência(STJ, CC 105.134/MG, 2ª Seção, Rel. Min. Fernando 
Gonçalves, j. 14/10/09, DJE 01/11/09). 
Espécies de Posse: 
Quanto à relação pessoa-coisa ou quanto ao desdobramento. 
a) Posse direta ou imediata: É a daquele que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em 
virtude de contrato (a posse do locatário, p. ex., que exerce por concessão do locador – CC art. 
1.197); 
 b) Posse indireta ou mediata: É a daquele que cede o uso do bem (a do locador, p.ex). Dá-se o 
desdobramento da posse. Uma não anula a outra. Nessa classificação não se propõe o problema 
da qualificação da posse, porque ambas são posses jurídicas (jus possidendi) e têm o mesmo valor. 
Quanto à presença de vícios. 
c) Posse justa: É a não violenta, clandestina ou precária (CC, art. 1.200). É adquirida 
legitimamente, sem vício jurídico externo; 
d) Posse injusta: É a adquirida viciosamente. Ainda que viciada, não deixa de ser posse, visto 
que a sua qualificação é feita em face de determinada pessoa. Será injusta em face do legítimo 
possuidor; será, porém, justa e suscetível de proteção em relação às demais pessoas estranhas ao 
fato. Quanto à boa-fé. 
e) Posse de boa-fé: Configura-se quando o possuidor ignora o vício, ou obstáculo que impede a 
aquisição da coisa (art. 1.201). É de suma importância a crença do possuidor de encontrar-se em 
uma situação legítima. O C.C estabelece presunção de boa-fé em favor de quem tem justo título; 
f) Posse de má-fé: É aquela em que o possuidor tem conhecimento dos vícios na aquisição da 
posse e, portanto, da ilegitimidade de seu direito. A posse de boa-fé se transforma em posse de 
má-fé desde o momento em que as circunstâncias demonstrem que o possuidor não mais ignora 
que possui indevidamente. Art. 1.202 do CC. 
Quanto ao tempo. g) Posse Nova: É a de menos de ano e dia. Não se confunde com ação de 
força nova, que leva em conta não a duração temporal da posse, mas o tempo decorrido desde a 
ocorrência da turbação ou do esbulho; 
h) Posse Velha: É a de ano e dia ou mais. Não se confunde com ação de força velha, intentada 
depois de ano e dia da turbação ou esbulho. 
Quanto à presença de título. i) Posse com Título, Civil ou Jurídica: Situação em que há uma 
causa representativa da transmissão da posse, caso de um documento escrito, como ocorre na 
vigência de um contrato de locação ou de comodato; 
j) Posse sem Título ou Natural: Situação em que não há uma causa representativa, pelo menos 
aparente, de transmissão domínio fático. Ex. Alguém que acha um tesouro, depósito de coisas 
preciosas sem a intenção de fazê-lo. Neste caso, a posse é qualificada como ato-fato jurídico, pois 
não há uma vontade juridicamente relevante para que exista um ato jurídico. 
Quanto aos efeitos. k) Posse “ad interdicta”: É a que pode ser defendida pelos interditos ou 
ações possessórias, quando molestada, mas não conduz à usucapião (a do locatário p. ex.); 
l) Posse “ad usucapionem”: É a que se prolonga por determinado lapso de tempo estabelecido 
na lei, deferindo a seu titular a aquisição de domínio. 
Quanto a Divisão: m) Posse “pro diviso”: É a exercida simultaneamente (composse), 
estabelecendo-se, porém, uma divisão de fato entre os compossuidores. 
n) Posse “pro indiviso”: É aquela em que se exercem, ao mesmo tempo e sobre a totalidade da 
coisa, os poderes de utilização ou exploração comum do bem. 
POSSE Aquisição da Posse: Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade (CC, art. 1.196). A 
sua aquisição pode concretizar-se portanto, por qualquer dos modos de aquisição e geral, como 
por ex., a apreensão, o constituto possessório e qualquer outro ato ou negócio jurídico, 
especialmente a tradição, que pode ser real, simbólica ou ficta. POSSE Aquisição da Posse: Art. 
1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome 
próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: 
I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, 
dependendo de ratificação. Obs: O artigo 1.205 do CC/2002, quando confrontado com o artigo 
494 do CC/1916, apresenta uma insuficiência, pela não menção ao constituto possessório. Para 
completá-lo, na I Jornada de Direito Civil aprovou-se o Enunciado n.77, prevendo que “A posse 
das coisas móveis e imóveis também pode ser transmitida pelo constituto possessório”. 
Proprietário que vende o imóvel nele permanece como locatário. Essa interpretação, em realidade, 
também pode ser retirada do artigo 1.204, segundo o qual se adquire a posse por qualquer forma 
de aquisição dos poderes relativos à propriedade. Constituto Possessório pelo STJ “Posse. Ação 
de reintegração. ‘Clausula constituti’. Outorga uxória. O comprador de imóvel com ‘clausula 
constituti’ passa a exercer a posse, que pode ser defendida através da ação de reintegração. 
Recurso não conhecido” (STJ, REsp 173.183/TO, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, 4ª Turma, j. 
01.09.1998, p.110. No mesmo sentido: STJ, REsp 1.158.992/MG, Rel. Min Nancy Andrighi, j. 
07.04.2011, publicado no informativo n.463) 
Aquisição: Aquisição Originária: Configura-se nos casos em que não há relação de causalidade 
entre a posse atual e a anterior. É o que acontece quando há esbulho, e o vício, posteriormente 
cessa. Existe um contato direto entre a pessoa e a coisa. 
Aquisição e Perda da Posse: Aquisição Derivada: Diz-se que a posse é derivada quando há 
anuência do anterior possuidor, como na tradição. De acordo com o art. 1.203 do CC, essa posse 
conservará o mesmo caráter de antes. Quando o modo é originário, surge uma nova situação de 
fato, que pode ser outros defeitos, mas não os vícios anteriores. Existe uma intermediação pessoal. 
Aquisição Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os 
mesmos caracteres. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; 
e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DO CARÁTER DA POSSE 
Perda da Posse: Perda da Posse: Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196 (CC, art. 1.223). Em suma, cessando 
os atributos relativos à propriedade, cessa a posse, que é perdida,extinta. Exemplificativamente, 
perde-se-a pelo abandono, pela tradição, pela destruição da coisa, por sua colocação fora do 
comércio, pela posse de outrem, pelo constituto possessório e etc, 
POSSE Perda da Posse: Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. Art. 1.224. Só se considera perdida 
a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a 
coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
Perda da Posse: Perda da Posse para o Ausente: Só se considera perdida a posse para quem 
não presenciou o esbulho, quando tendo notícia dele, se abstém de retomar a coisa, ou, tentando 
recuperá-la, é violentamente repelido (CC. 1.224). Essa perda é provisória, pois nada o impede 
de recorrer às ações possessórias. Perda da Posse: A norma mantém íntima relação com a 
boa-fé objetiva, particularmente com a perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu 
não exercício no tempo (supressio) e com a vedação do comportamento contraditório (venire 
contra fartum propriamente non potest). Isso porque o possuidor que não toma as medidas 
cabíveis ao ter conhecimento do esbulho não pode, após isso, insurgir-se contra ato de terceiro. 
Composse: É a situação pela qual duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente, poderes 
possessórios sobre a mesma coisa (CC, art. 1.199). Será pro diviso se se estabelecer uma divisão 
de fato para a utilização pacífica do direito de cada um. Permanecerá pro indiviso se todos 
exercerem, ao mesmo tempo e sobre a totalidade da coisa, os poderes de fato. Qualquer dos 
compossuidores pode valer-se do interdito possessório para impedir que outro compossuidor 
exerça uma posse exclusiva sobre qualquer fração da comunhão. 
Efeitos da Posse: Arts. 1.210 a 1.222 
 Frutos: São bens que saem do principal, que se destacam sem diminuir a sua quantidade. * 
Quanto a Origem: - Frutos Naturais - São os decorrentes da essência da coisa. Ex.: Furtos de 
uma árvore; - Frutos Industriais - São os que se originam de uma atividade humana. Ex.: 
Material produzido por uma fábrica; - Frutos Civis - São os que têm origem em uma relação 
jurídica ou econômica, de natureza privada, sendo também denominados rendimentos. Ex.: 
Aluguel, juros de capital, dividendo de ações Frutos: São bens que saem do principal, que se 
destacam sem diminuir a sua quantidade. 
* Quanto ao estado dos frutos: - Frutos Pendentes - Ainda ligados a coisa principal. Ex.: Frutos 
ainda preso à arvore; - Frutos Percebidos - São os já colhidos e separados.Ex.: Frutos colhidos 
pelo produtor; - Frutos Estantes - São os já colhidos e armazenados. Ex.: Frutos colhidos e 
colocados em caixas no armazém; Frutos: São bens que saem do principal, que se destacam sem 
diminuir a sua quantidade. 
* Quanto ao estado dos frutos: - Frutos Percipiendos - São os que deveriam ter sido colhidos, 
mas não foram. Ex.: Frutos que apodrecem na árvore; - Frutos Consumidor - São os que foram 
colhidos e nano existem mais. Ex.: Frutos colhidos e vendidos a terceiros. Frutos: São bens que 
saem do principal, que se destacam sem diminuir a sua quantidade. Obs: Conforme dispõe o artigo 
95 do CC/02, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico, mesmo que ainda não 
separados do bem principal. Obs: Necessidade boa-fé na posse para concretização dos direitos 
aos frutos. O art. 1.214, afirma que o possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos 
frutos percebidos. 
Efeitos da Posse: Ex: Um locatário está em um imóvel urbano, e no fundo deste, há uma 
mangueira. Enquanto vigente o contrato, o locatário, possuidor de boa-fé amparado pelo justo 
título, terá direito às mangas colhidas, ou seja, percebidas. Se o contrato for extinto quando as 
mangas ainda estiverem verdes(frutos pendentes), não poderão ser colhidas, pois são do locador 
proprietário. Se colhidas ainda verdes, devem ser devolvidas ao último, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos que couberem por este mal colhimento. 
Possuidor de má-fé - Artigo 1.216 - Responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem 
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-
fé. - Todavia, esse possuidor tem direito às despesas da produção e de custeio. Ex.: Se um invasor 
de um imóvel colhe as mangas da mangueira do terreno, deverá indenizá-las, mas será ressarcido 
pelas despesas realizadas com a colheita. Se deixarem de ser colhidas e, em razão disso, vieram 
a apodrecer, o possuidor também ser responsabilizado. Aplicação do Princípio da Reparação 
Integral dos Danos: Danos Materiais(emergentes e lucros cessantes) e Danos Morais, se presentes. 
Indenização por Benfeitorias e Direito de Retenção O mesmo princípio que rege a 
responsabilidade dos frutos na posse determina o regime das benfeitorias. As benfeitorias são 
bens acessórios introduzidos em um bem móvel ou imóvel, visando a sua conservação ou melhora 
da sua utilidade. Enquanto os frutos e produtos decorrem do bem principal, as benfeitorias são 
neles introduzidas. Classificação do Artigo 96 do CC/2002: - Benfeitorias Necessárias: Conservar 
e e evitar a deterioração; - Benfeitorias Úteis: Aumento e facilitação do uso da coisa; - Benfeitorias 
Voluptuárias: De mero deleite, que não aumentam o uso habitual da coisa. Indenização por 
Benfeitorias e Direito de Retenção Benfeitorias x Pertenças - Art. 93 do CC/2002: São pertenças 
os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao 
serviço ou ao aformoseamento de outro. - Exemplos de Pertenças: Bens móveis colocado pelo 
proprietário. - Pertenças são incluídas pelo proprietário Benfeitorias são incluídas pelo possuidor. 
Indenização por Benfeitorias e Direito de Retenção Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem 
direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se 
não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o 
direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. 
OBS: Conforme disposição do artigo 35 da Lei de Locação, salvo expressa disposição em 
contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo 
locador, bem como as úteis, estas desde que autorizadas, são indenizáveis e permitem o direito de 
retenção. Já as benfeitorias voluptuárias não são indenizáveis, podendo ser levantadas pelo 
locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura do imóvel (art. 36) 
Responsabilidade do Possuidor Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou 
deterioração da coisa, a que não der causa. Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, 
ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, 
estando ela na posse do reivindicante. 
Responsabilidade do Possuidor A responsabilidade do possuidor de boa-fé, quanto à coisa, 
depende da comprovação da culpa em sentido amplo (responsabilidade subjetiva), o que engloba 
o dolo (intenção de prejudicar, ação ou omissão voluntária) e a culpa em sentido estrito 
(desrespeito a um dever preexistente, por imprudência, negligência ou imperícia). O possuidor de 
má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de 
igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. A responsabilidade do 
possuidor de má-fé é objetiva, independentemente de culpa, a não ser que prove que a coisa se 
perderia mesmo se estivesse com o reivindicante. O dispositivo acaba consagrando a 
responsabilidade do possuidor de má-fé mesmo por caso fortuito (evento totalmente imprevisível) 
ouforça maior (evento previsível, mas inevitável), havendo uma aproximação com a teoria do 
risco integral. 
Usucapião A posse é requisito fundamental, embora não o único, para o usucapião (ou a 
usucapião). A aquisição da propriedade pelo usucapião é um dos principais efeitos da posse. 
Usucapir é adquirir a propriedade pela posse continuada durante certo lapso de tempo. 
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA: São os meios defesa da situação de fato que aparenta ser a 
exteriorização da propriedade. 1 - Legítima Defesa ou Desforço Imediato - Art. 1.210, §1º do 
Código Civil; (Reação Imediata) § 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou 
restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não 
podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 2 - Interditos Possessórios. 
Interditos Possessórios. 1- Ação de Reintegração de Posse; 2- Ação de Manutenção de Posse; 3 
- Interdito Proíbitório. 
PROTEÇÃO POSSESSÓRIA: 
1- Ação de Reintegração de Posse: Cabível na ocorrência de esbulho, ocasião em que o 
possuidor buscará na ação a recuperação da coisa esbulhada. A mais grave das ofensas é 
o esbulho, em que o possuidor é despojado do poder de fato sobre a coisa. Cuida-se da 
perda da posse. Verificação do artigo 561 do NCPC: Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou 
do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
2- 2- Ação de Manutenção de Posse: Cabível na ocorrência de turbação. Os atos turbativos 
molestam e dificultam a posse, sem suprimi-la do sujeito. Para a turbação, a ação 
adequada é a de manutenção de posse, pela qual se busca fazer cessar os atos 
perturbadores da posse. Verificação do artigo 561 do NCPC: Art. 561. Incumbe ao autor 
provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da 
turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de 
manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. 
3- 3- Interdito Proibitório: A ameaça contra a posse, a violência iminente é remediada pelo 
interdito proibitório. É utilizado sempre na situação de agressão iminente ou receio 
justificarem de perturbação da posse. Cuida-se de situação em que a turbação ou o 
esbulho são altamente prováveis e atuais. Verificação do artigo 567 do NCPC: Art. 567. 
O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá 
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado 
proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o 
preceito 
Fungibilidade das Ações Possessórias. Verificação do artigo 554 do NCPC: O autor dirige-se 
ao juiz pedindo proteção possessória, independentemente da hostilidade descrita na inicial, que 
pode ampliar-se ou restringir-se no curso de curto lapso temporal. Não há, portanto, prestação 
jurisdicional fora do pedido do autor, nem pode o réu alegar na contestação outra modalidade de 
ofensa à posse, que não aquela descrita na inicial. Isso seria sua confissão de agressão a posse. 
(Venosa, 2013, p. 128) Ações afins aos Interditos Possessórios: 1 - Ação de Imissão de Posse; 2 
- Ação de Dano Infecto; 3 - Embargos de Terceiro 
- Ação de Imissão de Posse. Trata-se de ação para dar coisa certa; não se enquadra como 
procedimento especial; busca-se uma posse que ainda não lhe foi entregue; Aplicação nos artigos 
538, 625 e 806 do NCPC. 
- Ação de Dano Infecto. Aquele que correr risco sério e iminente de dano proveniente de ruína 
de casa vizinha “ou do vício de obras, pode pedir que o proprietário dê caução para garantia de 
indenização, da realização do reparo necessário ou da demolição”. O possuidor previne-se do 
dano exigindo a caução. Poderá ainda ser utilizado quando houver atentado à saúde, segurança, e 
sossego, em função do mau uso da propriedade vizinha. Aplicação dos artigos 1.227 e 1.280 do 
CC. Procedimento comum e ordinário em matéria de ordem processual. 
- Embargo de Terceiro. Na forma do artigo 674 do NCPC, aquele que, não sendo parte no 
processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens, por ato de apreensão judicial, em 
casos como o de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação judicial, arrecadação, 
arrolamento, inventario ou partilha, poderá requerer ao juiz da causa que sejam mantidos ou 
restituídos tais bens, por meio de embargos. Deve o autor/embargante fazer prova sumária de sua 
posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas, 
conforme disposição do artigo 677 do NCPC. 
PROPRIEDADE - Disposições Gerais - Arts. 1.228 a 1.232 
No direito brasileiro o direito de propriedade encontra seu fundamento no art. 5º, XXII, 
Constituição Federal, que o garante; e no próprio art. 1.228 do Código Civil, que assegura ao 
proprietário o direito de usar gozar e dispor de seus bens, e reavê-los do poder de quem quer que 
injustamente os possua. Conceito: “Propriedade é o direito que alguém possui em relação a um 
bem determinado. Trata-se de um direito fundamental, protegido no art. 5º, inc. XXII, da 
Constituição Federal, mas que deve sempre atender a uma função social, em prol de toda 
coletividade. A propriedade é preenchida a partir dos atributos que constam do Código Civil de 
2002 (Art. 1.228), sem perder de vista outros direitos, sobretudo aqueles com substrato 
constitucional” (Tartuce, 2017, v. IV, p. 115). - Direito à moradia - art. 6º da CF; - Dignidade da 
pessoa humana; FUNÇÃO SOCIAL - Patrimônio Mínimo; 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-
la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. § 1o O direito de propriedade 
deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que 
sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as 
belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a 
poluição do ar e das águas. 
Obs: Algumas decisões mais recentes consideram a obrigação de recuperação ambiental uma 
obrigação propter rem, que segue a coisa onde quer que ela esteja (STJ, REsp 1.237.071/PR, Rel. 
Min. Humberto Martins, 2ª Turma, j. 03.05.2011, Dje 11.05.2011. 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA PROPRIEDADE - USAR = jus utendi - GOZAR = 
fruendi - DISPOR = abutendi - REIVINDICAR = rei vindicatio (envolve a proteção específica da 
propriedade, que se perfaz pela ação reivindicatória). 
Ação Reivindicatória O direito de propriedade é dotado, assim, de uma tutela específica, fundada 
no direito de sequela, esse poder de perseguir a coisa onde quer que ela se encontre. Compete tal 
ação ao proprietário não possuidor contra o possuidor não proprietário. 
Ação Reivindicatória Pressupostos e natureza jurídica A ação reivindicatória tem caráter 
essencialmente dominial e por isso só pode ser utilizada pelo proprietário. Nessa ação o autor 
deve provar o seu domínio, oferecendo prova inconcussa da propriedade, com o respectivo 
registro, e descrevendo o imóvel com suas confrontações, bem como demonstrar que a coisa 
reivindicada se encontra na posse do réu. Três são os pressupostos: - A titularidade do domínio, 
pelo autor, da reivindicada; - A individualização da coisa; - A posse injusta do réu. O registro 
imobiliário é suficiente para demonstrar a titularidade do domínio. O pressuposto essencial da 
ação é a descrição atualizada do bem. Com os corretos limites e confrontações de modo a 
possibilitar a sua exata localização. Na reivindicatória, como já mencionado, o proprietáriovai 
retomar a coisa não de qualquer possuidor ou detentor, porém daquele que a conserva sem causa 
jurídica, ou a possui injustamente. É ação do proprietário que tem título, mas não tem posse, 
contra quem tem posse, mas não tem título. Aquele que reivindica quer primeiro ter a posse da 
coisa para depois usar, gozar e dispor dela. A pretensão reivindicatória é imprescritível e somente, 
perpétuo e somente se extingue nos casos expressos em lei (usucapião, desapropriação, etc 
AÇÃO REIVINDICATÓRIA ≠ AÇÃO DE IMISSÃO Na reivindicatória: o autor pede 
domínio e posse. Na imissão: o autor não pretende discutir a propriedade. Pretende, apenas, a 
consolidação em concreto do ius possidendi que adquiriu. Em certos casos, pois o adquirente 
(proprietário) poderá escolher entre a imissão de posse e a reivindicação, conforme julgue de seu 
interesse controverter apenas seu direito à posse, fundado no contrato, ou entenda mais 
conveniente fundar sua pretensão na condição de titular do domínio, trazendo para o debate, como 
pressuposto da ação, a propriedade. Certamente o adquirente terá contra o alienante a ação de 
imissão de posse para investir-se na posse da coisa adquirida ; contudo, não se lhe pode negar o 
direito de exercer a ação reivindicatória. Se o fizer, ficará exposto à defesa mais ampla do 
alienante, ao passo que limitará, drasticamente, a defesa deste se optar pela primeira ação. 
OBJETO DA AÇÃO REIVINDICATÓRIA Em linhas gerais podem ser reivindicados todos 
os bens que são objeto de propriedade, ou seja todas as coisas corpóreas que se acham no 
comércio, sejam móveis ou imóveis, singulares ou coletivas, simples ou compostas, mesmo as 
universalidades de fato, como um rebanho por exemplo. As universalidades de direito como 
patrimônio, a herança, não são reivindicáveis; são, porém, as coisas corpóreas que entram na sua 
composição. A parte ideal de imóvel indiviso, como metade ou terço, pode ser reivindicada, desde 
que o possuidor não seja condômino. O proprietário só pode propor ação reivindicatória contra 
terceiro (CC, art. 1.314), e não contra outro condômino, porque este também é proprietário e 
oporia ao reivindicante direito igual. Se a coisa pereceu em parte, reivindica-se o que resta, como 
se dá com o terreno e o material de casa destruída por exemplo. IMPORTANTE: não são 
reivindicáveis as coisas futuras, como aquelas coisas que ainda vão se separar do imóvel, os frutos 
pendentes, madeira, terra, etc. 
- Propriedade Plena ou Alodial: É a hipótese em que o proprietário tem consigo os atributos de 
gozar, usar, reaver e dispor da coisa. Todos esses caracteres estão em suas mãos de forma unitária, 
sem que terceiros tenham qualquer direito sobre a coisa. 
- Propriedade Limitada ou Restrita: É a situação em que recai sobre a propriedade algum ônus, 
caso da hipoteca, da servidão ou usufruto; ou quando a propriedade for resolúvel, dependente de 
condição ou termo, nos termos dos arts. 1.359 e 1.360 do CC. O que se percebe, portanto, é que 
um ou alguns dos atributos da propriedade passam a ser de outrem, constituindo-se em direito 
real sobre coisa alheia. 
No que concerne a propriedade limitada, pode ainda ocorrer a divisão em duas partes: Nua-
propriedade: Corresponde à titularidade do domínio, ao fato de ser proprietário e ter o bem em 
seu nome. Costuma-se dizer que a nua-propriedade é aquela despida dos atributos do uso e da 
fruição (atributos diretos ou imediatos). A pessoa que a detém recebe o nome de nu-proprietário, 
senhorio direto ou proprietário direto 
Domínio útil: Corresponde aos atributos de usar, gozar e dispor da coisa. Dependendo dos 
atributos que possui, a pessoa que o detém recebe uma denominação diferente: superficiário, 
usufrutuário, usuário, habitante, promitente comprador. Se o domínio útil e a nua-propriedade 
pertencerem à mesma pessoa, haverá propriedade plena. Caso contrário haverá propriedade 
restrita. A propriedade é um direito primário ou fundamental, ao passo que os demais direitos 
reais nele encontram a sua essência. Encontrando-se em mãos do proprietário todas as faculdades 
inerentes ao domínio, o seu direito se diz absoluto ou pleno no sentido de poder usar, gozar e 
dispor da coisa da maneira que lhe aprouver. 
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura 
e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam 
realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo 
em impedi-las. Obs: Informativo 557 do STJ: No caso em que o subsolo tenha sido invadido por 
tirantes (pinos de concreto) provenientes de obra de subestação do imóvel vizinho, o proprietário 
do imóvel invadido não terá legitimo interesse para requerer, com base no art. 1.229 do CC, a 
remoção dos tirantes nem indenização por perdas e danos, desde que fique constatado que a 
invasão não acarretou prejuízos comprovados a ele, tampouco impossibilitou o perfeito uso, gozo 
e fruição do seu imóvel. 
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os 
potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis 
especiais. Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recursos minerais 
de emprego imediato na construção civil, desde que não submetidos a transformação industrial, 
obedecido o disposto em lei especial. Restrição ao direito de propriedade para atender sua função 
social e aos interesses coletivos, estando ainda em consonância com o artigo 176 da CF/88. 
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando separados, ao seu 
proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, couberem a outrem. - Regra geral de que o 
acessório segue o principal; - Exceção: Art. 94 do CC - As pertenças(bens incorporados para 
fins de utilidade ou embelezamento) não acompanham. 
Principais Características do Direito de Propriedade - Em regra absoluto, devendo se observar 
a função social; - Exclusivo; - Perpétuo; - Elástico; - Complexo; - Direito Fundamental. 
Formas de Aquisição da Propriedade Imóvel Acessões: Art. 1.248. A acessão pode dar-se: I - 
por formação de ilhas; II - por aluvião; III - por avulsão; IV - por abandono de álveo; V - por 
plantações ou construções. 
Acessões: Constituem o modo originário de aquisição da propriedade imóvel em virtude do qual 
passa a pertencer ao proprietário tudo aquilo que foi incorporado de forma natural ou artificial. 
Naturais: Ilhas, aluvião, avulsão e o abandono de álveo; Artificiais: Plantações e Construções 
Formas de Aquisição da Propriedade Imóvel Ilhas - Art. 1.249, I do CC. 
Aluvião - Art. 1.250 do CC Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e 
imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo 
desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo 
único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-
se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem. 
Avulsão - Art. 1.251 do CC Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra 
se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, 
se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. 
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a 
porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida. 
Álveo Abandonado - Art. 1.252 do CC Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence 
aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenizaçãoos donos dos 
terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se 
estendem até o meio do álveo. É a superfície que águas cobrem sem transbordar para o solo natural 
e ordinariamente enxuto. Em outras palavras, o álveo abandonado vem a ser o rio ou a corrente 
de água que seca; o rio que desaparece. 
Usucapião Constitui uma situação de aquisição de domínio, pela posse prolongada, permitindo a 
lei que uma determinada situação de fato alongada por certo intervalo de tempo se transforme em 
uma situação jurídica: a aquisição originária da propriedade (RIBEIRO, Benedito Silvério. 
Tratado…, 2006, p. 160-172). Pode-se afirmar que a usucapião garante estabilidade da 
propriedade, fixando um prazo, além do qual não se pode mais levantar dúvidas a respeito de 
ausência ou vícios do título de posse. De certo modo, a FUNÇÃO SOCIAL da propriedade acaba 
sendo atendida por meio da usucapião. Os atos de mera tolerância não induzem a ação de 
usucapião. A posse transmitida via contrato também não pode ser alvo de usucapião. 
Características da Posse: - Posse com intenção de dono (animus domini); - Posse mansa e 
pacífica; - Posse contínua e duradoura, em regra e com determinado lapso temporal; (Art. 1.243) 
- Posse justa; Posse de boa-fé e com justo título, em regra.(Arts. 1.242 e 1.260) 
Modalidades de Usucapião Imobiliário - Ordinário (art. 1.242); - Extraordinário (Art. 1.238); - 
Constitucional, agrário ou especial rural - (pro labore) - Art. 191, caput, da CF/88, art. 1.239 do 
CC e Lei nº 6.969/81; - Especial Urbana - pro misero (art. 183, caput, da CF/88, art. 1.240 do CC 
e art. 9º da Lei nº 10.257/01; - Especial Urbana por abandono do lar; - Especial Especial Urbana 
Coletiva; - Especial Especial Indígena (art. 33 da Lei nº 6.001/73); - Da usucapião imobiliária 
administrativa (art. 1.071 do CPC) 
Usucapião Ordinário - Art. 1.242 do CC Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel 
aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. Posse-
Trabalho Posse Qualificada pela Função Social. Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo 
previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro 
constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem 
estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. 
Usucapião Extraordinário - Art. 1.238 do CC Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem 
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, 
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, 
a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O 
prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no 
imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. É seu 
requisito essencial, em regra, a posse mansa e pacífica, ininterrupta, com animus domini e sem 
oposição por 15 anos. O prazo cai para 10 anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua 
moradia habitual ou houver realizado obras ou serviços de caráter produtivo, ou seja, se a função 
social da posse estiver sendo cumprida pela presença da posse-trabalho. 
- Constitucional, agrário ou especial rural - (pro labore) - Art. 191, caput, da CF/88, art. 1.239 
do CC e Lei nº 6.969/81 Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, 
possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não 
superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela 
sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. - Constitucional, agrário ou especial rural - (pro labore) 
- Art. 191, caput, da CF/88, art. 1.239 do CC e Lei nº 6.969/81 Requisitos: - Área superior a 50 
hectares, localizada na zona rural; - Posse de 5 anos ininterruptos, sem oposição e com animes 
domini; - Utilização do imóvel para subsistência ou trabalho (pro labore), podendo ser na 
agricultura, na pecuária, no extrativismo ou em atividade similar. Terra produtiva pela força do 
trabalho; - Aquele que pretende adquirir por usucapião não pode ser proprietário de outro imóvel, 
seja ele rural ou urbano. 
- Especial Urbana - pro misero (art. 183, caput, da CF/88, art. 1.240 do CC e art. 9º da Lei 
nº 10.257/01 Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta 
metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua 
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem 
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito previsto no parágrafo 
antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
- Especial Urbana - pro misero (art. 183, caput, da CF/88, art. 1.240 do CC e art. 9º da Lei 
nº 10.257/01 Requisitos: - Área urbana não superior a 250m2; - Posse mansa e pacífica de 5 anos 
ininterruptos, sem oposição, com animes domini; - O Imóvel deve ser utilizado para sua moradia 
ou de sua família, nos termos do art. 6º da CF/88 (pro misero); - Aquele que adquire o bem, não 
pode ser proprietário de outro imóvel, rural ou urbano; não podendo a usucapião especial urbana 
ser deferida mais de uma vez. 
- Especial Urbana por abandono do lar Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos 
ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 
250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-
á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído 
pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo 
possuidor mais de uma vez. - Especial Urbana por abandono do lar Enunciado 595 do CJF “O 
requisito do ‘abandono do lar’ deve ser interpretado na ótica do instituto da usucapião familiar 
como abandono voluntário da posse do imóvel somando à ausência da tutela da família, não 
importando em averiguação da culpa pelo fim do casamento ou união estável.” 
- Especial Especial Urbana Coletiva Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e 
cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia, por cinco 
anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados 
por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores 
não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. Requisitos: - Área urbana, havendo 
limitação mínima de 250m2; - Posse de 5 anos ininterruptos, sem oposição, com animes domini. 
Não existe exigência de que a posse seja de boa-fé; - Existência no local de famílias de baixa 
renda, utilizando o imóvel para moradia nos termos do art. 6º, da CF/ 88; - Ausência de 
possibilidade de identificação da área de cada possuidor; - Aquele que adquire não pode ser 
proprietário de outro imóvel - rural ou urbano. 
Formas de Aquisição da Propriedade Móvel. Da Ocupação: Art. 1.263. Quem se assenhorear 
de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei. 
Assim, a pessoa que adquire um bem que não pertence a qualquer pessoa (res nullius), o faz de 
forma originária, por meio da ocupação. Obs: Também pode ser objeto de ocupação a coisa 
abandonada por alguém, em virtude da derrelição (res derelita). A título de exemplo pode sercitado o caso de alguém que adquire um cão abandonado por outrem, adquirindo a sua 
propriedade. Mas vale a ressalva, se o cão é perdido, a pessoa que o encontra não lhe adquire o 
domínio , até porque muitas vezes o dono o está procurando, com a estipulação de uma promessa 
de recompensa. Obs: Como esclarece Orlando Gomes, a coisa abandonada não se confunde com 
a coisa perdida, pois “quem perde uma coisa não perde a sua propriedade, privado estará, 
enquanto não a encontrar, de exercer o domínio, mas, nem por isso a coisa deixará de ter dono. 
Ocupação, portanto, só se realiza de coisa abandonada, nunca de coisa perdida. (GOMES, 
Orlando. Direitos reais…, 2004, p. 202) 
Do achado de tesouro: Vedação ao Enriquecimento sem Causa Art. 1.264. O depósito antigo de 
coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o 
proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente. Art. 1.265. O tesouro pertencerá por 
inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por 
terceiro não autorizado. Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por 
igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o 
descobridor. 
Da usucapião de bens móveis: Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua 
e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. 
ORDINÁRIO Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá 
usucapião, independentemente de título ou boa-fé. EXTRAORDINÁRIO Art. 1.262. Aplica-se à 
usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244. Da usucapião de bens móveis: 
Requisitos da usucapião ordinária: Posse mansa, pacífica com intenção de dono por três anos, 
justo título e boa-fé. Requisitos da usucapião extraordinária: Posse mansa, pacífica e com intenção 
de dono por cinco anos. Da Especificação: Consiste na transformação da coisa em uma espécie 
nova, diante do trabalho do especificado, não sendo possível o retorno a forma anterior. A forma 
de aquisição é derivada, pois, há em certo sentido, uma relação pessoal entre o dono da coisa 
anterior e o especificado, aquele que efetua o trabalho. Exemplos - Escultura em relação à pedra; 
da pintura em relação à tela; da poesia em relação ao papel. A pedra agora é uma estátua; a tela é 
uma quadro; o papel uma obra literária. 
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, 
desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior. Art. 1.270. Se toda a matéria 
for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie 
nova. § 1o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de 
má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima. § 2o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em 
relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, 
a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-
prima. Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano 
que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1o do artigo antecedente, quando 
irredutível a especificação 
Da Confusão, da Comistão e da Adjunção: Confusão: mistura de coisas líquidas (ou mesmo 
gases), em que não é possível a separação; Comistão: Mistura de coisas ou secas, não senso 
possível a separação. Exemplos: misturas de areia e cimento; misturas de cereais de safras 
diferentes, não sendo possível identificar a origem. Adjunção: justaposição ou sobreposição de 
uma coisa sobre outra, sendo impossível a separação. Exemplos: tinta em relação à parede; selo 
valioso em álbum de colecionador. Da Confusão, da comistão e da adjunção: Art. 1.272. As 
coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento 
deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração. § 1o Não sendo 
possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, 
cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a 
mistura ou agregado. § 2o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do 
todo, indenizando os outros. Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-
fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, 
abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será 
indenizado. Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à 
confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273. 
Da Perda da Propriedade Imóvel e Móvel. Assim, o imóvel urbano que o proprietário 
abandonar, com a intenção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na 
posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade 
do Município ou à do DF, caso se ache nas respectivas circunscrições (art. 1.276). Preceitua o 
parágrafo primeiro do referido artigo que o imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas 
circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade 
da União, onde quer que se localize. 
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a intenção de não mais o 
conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na posse de outrem, poderá ser arrecadado, 
como bem vago, e passar, três anos depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, 
se se achar nas respectivas circunscrições. § 1o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas 
mesmas circunstâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois, à 
propriedade da União, onde quer que ele se localize. § 2o Presumir-se-á de modo absoluto a 
intenção a que se refere este artigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de 
satisfazer os ônus fiscais. - Perecimento: Simboliza a perda do objeto ou da utilidade do bem. 
Desaparecendo o objeto da propriedade, por força natural ou atividade humana, não existe mais 
direito, por lhe faltar objeto. Trata-se de modalidade involuntária de perda da propriedade. Ex: O 
campo tomado definitivamente pelas águas ou o móvel destruído pelo incêndio desaparecem para 
realidade e para a vida negocial. Não há direito sem objeto. Desapropriação: Supremacia do 
interesse público sobre o particular. Função social da propriedade x Interesse do Particular

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