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Livro U1 Liderenca Visao Empreendedora

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Liderança 
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Liderança 
e Visão 
Empreendedora
Unidade 1 – Empreender 
– Elementos de 
Empreendedorismo
Paula Cristina Afonso dos Santos 
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Sumário
UNIDADE 1 – A ação política 
Aula 1 - O espírito empreendedor..............................................................................................................................6
Aula 2 - Passos iniciais: O que fazer? Como começar?...........................................................................................13
Aula 3 - Fatores que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um empreendimento...........................17
Aula 4 - Conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para um empreendedor...................................21
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................26
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Apresentação
Olá, estudante!
Vamos iniciar a construção do conhecimento de Liderança e Empreendedorismo a partir 
desta disciplina.
Ela foi desenvolvida de forma a permitir que você passeie pelos conceitos e compreenda na 
prática a necessidade de se identificar o estilo de liderança predominante no indivíduo, bem 
como sua capacidade de empreender.
Será um imenso prazer desbravar esses conceitos com você.
Os conteúdos serão apresentados em três unidades de estudos, onde terão como pano de 
fundo o empreendedorismo, a liderança e a inovação.
Aproveite para interagir com o(a) tutor(a) no ambiente virtual.
Bons estudos!
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Introdução
O empreendedorismo é fundamental na criação de algo novo ou até mesmo no 
crescimento de um negócio. 
A ação de empreender inicia no encontro de uma oportunidade e um indivíduo 
empreendedor. 
O nascimento de uma oportunidade acontece quando o empreendedor vislumbra a 
possibilidade real de se iniciar algo novo, seja um produto, um serviço ou até mesmo 
algo já existente, mas que precisa passar por uma inovação. 
Junto com as oportunidades, surgem também as incertezas. Assim, é necessário ter a 
capacidade de avaliar o grau de incerteza de determinada oportunidade em potencial e 
até onde arriscar. A partir do momento que o empreendedor aumenta seu conhecimento 
sobre aquela oportunidade, seu grau de incerteza pode diminuir.
Bons estudos!
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Objetivos
Esperamos que, ao final desta Unidade, o aluno seja capaz de:
» Definir o conceito de empreendedorismo a partir do contexto histórico.
» Conhecer os passos iniciais para a abertura de um novo negócio e as características do 
 comportamento empreendedor.
» Identificar os fatores determinantes do sucesso ou fracasso de um empreendimento.
» Identificar as habilidade e atitudes necessárias para um empreendedor de sucesso.
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Aula 1 - O espírito empreendedor
Ao iniciarmos o estudo sobre empreendedorismo, é de suma importância conhecer o seu conceito. De acordo com Dornelas 
(2012, p. 28), empreendedorismo “[...] é o envolvimento de pessoas e processo que, em conjunto levam à transformação de ideias em 
oportunidade.” A partir deste conceito, entende-se a relevância que as oportunidades têm ao serem implantadas para que novos 
negócios se manifestem no mercado, salientando que para o sucesso desses negócios precisa que pessoas estejam envolvidas.
O termo empreendedorismo foi definido a partir de ideias de pensadores diversos que contribuíram para que hoje fosse possível 
entender de maneira clara seu conceito. 
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Conforme Chiavenato (2012), em 1725, o 
economista Richard Cantillon utilizou pela primeira 
vez o termo “empreendedor” fazendo entender 
que era o indivíduo que assumia riscos. Em 1814, 
outro economista, Jean-BaptisteSay, empregou a 
palavra para indicar o indivíduo que desloca de 
um setor para outro, recursos financeiros afim de 
suprir aquele com baixa produtividade. E em 1871, 
mais um economista, Carl Menger estabeleceu 
que o empreendedor é aquele que “se antecipa 
as necessidades futuras”.
No século seguinte, outros economistas contribuíram para 
estabelecer ainda mais este conceito. Em 1949, Ludwig 
von Mises declarava que o empreendedor é aquele que 
toma decisões. E 10 anos depois, Friedrich von Hayek 
afirmou que o empreendedorismo não envolvia apenas 
risco, mas, principalmente, a condução da evidenciação 
de um processo de descoberta de situações produtivas 
e oportunidades de novos mercados.
Algum tempo depois, o também economista Joseph 
Schumpeter abordou o tema afirmando que o 
empreendedor é o indivíduo que é capaz de transformar 
uma simples ideia em uma inovação efetiva, por intermédio 
do que chamou de uma “destruição criativa”, que é a 
mudança a partir da introdução de novos produtos e 
serviços em substituição aos já utilizados. 
A partir de então, as discussões sobre empreendedorismo 
vêm se aprofundamento com várias contribuições de 
vários autores.
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Autor Contribuições
McClelland (1961) Identificou que o empreendedor tinha três necessidades: afiliação, sucesso e poder (sentimento 
de reconhecimento)
Rotter (1966) Responsável pela tese do “locus” de controle interno e externo (Locus em latim significa lugar). 
Desta forma, caso o indivíduo tenha locus de controle predominantemente interno, significa que 
ele tem um controle maior da sua vida, exigindo mais do próprio esforço e concentrando forças 
para lidar com os problemas por conta própria. Quando o indivíduo tem o locus de controle 
externo, exige mais dos outros, sendo dependente emocional e funcional e acabam sendo mais 
afetados por elogios e críticas a seu trabalho. Rotter enfatiza que o empreendedor evidencia o 
locus de controle interno.
Drucker (1970) Drucker afirmava que o comportamento do empreendedor reflete a necessidade de inserir sua 
carreira e sua instabilidade financeira na vanguarda e passar por riscos em prol de uma ideia, 
investindo dinheiro e tempo em algo que não tem certeza se dará certo.
Casson (1982) Para Casson, o empreendedor é aquele que toma decisões racionais e gerencia recursos 
insuficientes.
Sexton e Bowman (1985) O empreendedor tem grande flexibilidade a insegurança. 
Bandura (1986) O empreendedor busca a auto eficácia.
William Baumol (2002) O Empreendedor é quem impulsiona a inovação no livre mercado. 
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2012)
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O conceito de empreendedorismo aplicado na prática é 
benéfico à economia devido a criação de novas micros 
e pequenas empresas, pois são essas que mais geram 
empregos.
A prática do empreendedorismo possibilita o surgimento 
de novas empresas e consequentemente a criação de 
novos postos de trabalho, gerando renda às pessoas e 
dinamizando o mercado.
O empreendedorismo, de acordo com o SEBRAE (2017), 
[...] é tratado como um fenômeno ligado à criação de um 
negócio, com o propósito de explorar uma oportunidade, 
no entanto, eles também são responsáveis pela maior 
parte da geração de postos de trabalho. ”
No Relatório especial sobre o empreendedorismo 
apresentado pelo SEBRAE em 2017, apresenta a análise do 
impacto das pequenas empresas na geração de empregos 
formais.
Indicamos a leitura do Relatório Especial – O 
empreendedorismo e o Mercado de Trabalho, 
disponível em: https://bit.ly/2gzFn0b
Saiba Mais
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O empreendedor é o indivíduo que faz o empreendedorismo 
acontecer. É aquele que identifica a oportunidade e se 
arrisca em um novo negócio.
Para começar a falar do papel do empreendedor, 
é necessário salientar que existem dois tipos de 
empreendedores,de acordo com Ferreira, Santos e Serra 
(2010): 
• O empreendedor voluntário e 
• O empreendedor involuntário.
O empreendedor voluntário é aquele que sempre pensou 
em empreender, já o empreendedor involuntário é 
aquele que nunca pensou em se tornar um empreendedor. 
Como exemplo, podemos destacar alguém que tenha 
recebido um negócio de herança. Este indivíduo se torna 
um empreendedor por obrigação de levar adiante o 
negócio. Outra situação muito comum de empreendedor 
involuntário, é quando o indivíduo se vê em dificuldade de 
se recolocar no mercado de trabalho e enxerga na abertura 
de um novo negócio uma saída. Nos dois exemplos, os 
indivíduos não se prepararam para ser empreendedores.
De acordo com Dornelas (2012, p. 29), “o empreendedor é 
aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio 
para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”. 
Ainda de acordo com Dornelas, o empreendedor é o 
indivíduo que tem iniciativa e paixão pelo que faz, utilizando 
os “recursos disponíveis de forma criativa”, transformando 
o ambiente onde vive e assumindo riscos calculados.
A revista americana Fortune elegeu, em 2012, os maiores 
empreendedores do mundo. De acordo com a revista, 
Steve Jobs, criador da Apple vem em primeira posição. 
 
Abaixo, listamos os 12 maiores empreendedores do 
mundo, de acordo com a revista Fortune (2012): 
 
1. Steve Jobs – Apple 
2. Bill Gates – Microsoft 
3. Fred Smith - Federal Express (FedEx) 
4. Jeff Bezos - Amazon.com 
5. Larry Page and Sergey Brin - Google 
6. Howard Schultz - Starbucks 
7. Mark Zuckerberg – Facebook 
8. John Mackey - Whole Foods 
9. Herb Kelleher - Southwest Airlines 
10. Narayana Murthy – Infosys 
11. Sam Waltes - Wal-Mart 
12. Muhammad Yunus - Grameen Bank
 
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Alguns mitos são relacionados ao empreendedor e 
dificultam a geração de novos negócios. Conforme Ferreira, 
Santos e Serra (2010, p. 32 e 34), os principais mitos que 
cercam o empreendedor são:
• O empreendedor já nasce pronto – Isso é um mito, pois 
o indivíduo pode desenvolver o perfil empreendedor.
• Assume riscos exagerados – Outro mito, pois os riscos 
assumidos pelo empreendedor são bem calculados.
• Tem dificuldade em trabalhar em equipe, pois 
é dono do próprio negócio – Mais um mito, 
pois o empreendedor de sucesso compartilha as 
responsabilidades e tarefas com sua equipe de 
trabalho.
• Os indivíduos com idade mais avançada não podem 
empreender – um dos maiores mitos, pois a experiência 
aumenta as chances de sucesso do negócio.
• O que motiva o empreendedor é o dinheiro – Isso é 
mito, pois muitos empreendem por realização de um 
sonho ou até mesmo, melhorar o ambiente que vivem.
Da mesma forma que existem mitos a respeito dos 
empreendedores, também existem verdades. Dornelas (2012, 
p. 28) aponta algumas verdades acerca do empreendedor:
• Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com 
certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso 
acumulam habilidades relevantes, experiências e contatos 
com o passar dos anos.
• A capacidade de ter visão e perseguir oportunidades 
aprimora-se com o tempo.
• Os empreendedores de sucesso assumem riscos 
calculados e evitam riscos desnecessários.
• Compartilham o risco com outros.
• São ótimos líderes.
• Criam times/equipes.
• Desenvolvem excelente relacionamento no trabalho com 
colegas, parceiros, clientes, fornecedores e muitos outros.
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Não existe apenas um tipo de empreendedor. 
Sendo assim, serão apresentados a seguir os tipos de 
empreendedores listados por Dornelas (2015).
Empreendedor informal: também conhecido como 
empreendedor de necessidade. Por não ter alternativa, 
cria o próprio negócio. Geralmente acontece porque foi 
demitido da empresa que trabalhava ou não consegue 
oportunidade no mercado de trabalho.
Empreendedor cooperado: são aqueles que se reúnem 
com outros empreendedores para fortalecer seu 
negócio. Exemplos de empreendedores cooperados são 
artesão, catadores de material reciclável.
Empreendedor individual: É o antigo empreendedor 
informal, mas agora legalizado. Este já tem uma 
empresa formal e contrata funcionários. A perspectiva de 
crescimento do seu negócio começa a aumentar.
Empreendedor Franqueado: é aquele que começa seu 
negócio a partir de uma marca já estabelecida no mercado 
por um franqueador. 
Empreendedor Social: esse tipo de empreendedor é 
aquele que se compromete com causas humanitárias. 
A principal diferença desse tipo de empreendedor para os 
demais, é que esse se realiza vendo suas ações trazerem 
resultados para outras pessoas e não para si próprio.
Empreendedor corporativo: são funcionários cumpridores 
de seus deveres na organização que trabalham, conscientes 
de seu papel. Trazem ideias visando o crescimento da 
empresa ao longo prazo.
Empreendedor público: atuam em organizações públicas 
e são comprometidos com o público geral. Se propõem a 
melhorar os serviços oferecidos à população e a utilizar os 
recursos públicos de forma mais consciente.
Empreendedor do conhecimento: é todo aquele que quer 
fazer diferença em sua área de atuação. Que planeja, se 
prepara, otimiza seu desempenho e executa sua atividade 
com perfeição.
Empreendedor do Negócio Próprio: é aquele que busca 
liberdade. Quer ser o seu próprio patrão. 
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Iniciar um novo negócio não é uma tarefa fácil. É necessário 
ter um planejamento bem estruturado e o objetivo bem 
definido. Para isso, é preciso definir alguns detalhes que 
são imprescindíveis:
• Qual será o negócio? 
• Quem será seu cliente em potencial? 
• Qual produto/serviço será comercializado/produzido? 
De que forma será comercializado/produzido? 
O empreendedor, quando dá início a um novo negócio, 
percorre um trajeto sujeito às incertezas e imprevistos que 
estão inseridos num futuro ainda não conhecido. Essas 
incertezas acabam tirando o sono daquele que assume o 
risco de depositar suas economias em um novo negócio.
A falta de um planejamento é a principal causa de fracasso 
de um negócio, de acordo com o Sebrae. Índice de mortalidade 
das micro e pequenas empresas brasileiras ainda nos 
primeiros anos de permanência no mercado, chega a 70%.
Assim, fica evidente a falta de cultura de realizar um 
planejamento.
Não basta apenas ter uma ideia, deve-se planejar para que 
a ideia saia do papel e se torne realidade.
Conforme Chiavenato (2004), o planejamento é a primeira 
das funções administrativas, antecedendo as funções de 
organização, direção e controle. Planejar, sugere interpretar 
a missão da organização e determinar os seus objetivos, bem 
como os meios para seu alcance com máxima efetividade.
Para que as organizações obtenham o melhor aproveitamento 
de seus recursos é necessário realizar planejamentos. Mas, 
existe um planejamento para cada nível hierárquico. Sendo 
assim, destacamos três tipos de planejamento:
Aula 2 - Passos iniciais: O que fazer? Como começar?
Estratégico Tático Operacional
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O planejamento estratégico (marketing, Recursos 
Humanos, Financeiro e Produção) é elaborado pela alta 
administração da empresa, ou seja, pela presidência e 
diretoria. O objetivo do planejamento estratégico é ter 
uma visão macro das oportunidades e das necessidades 
da organização e elaborar estratégias para alcançar os 
objetivos organizacionais. Neste planejamento é levado 
em conta as condições externas e internas da empresa.
O planejamento tático é o que realiza o gerenciamento 
dos recursos da organização, para atingir os objetivos. É 
elaborado pelos gerentes.
O planejamento operacional considera colocar em 
prática os planos estratégicos e tático, ou seja, equivale 
as atividades laborais doscolaboradores para que os 
objetivos traçados pela alta direção sejam alcançados. 
Colocar em prática este planejamento é atribuição dos 
gestores de departamentos, que devem acompanhar 
as atividades e garantir que os profissionais obtenham 
efetividade em suas tarefas.
A decisão de se tornar um empreendedor ocorre, 
na maioria das vezes, em virtude de fatores sociais, 
ambientais, atributos pessoais.
De acordo com Dornelas (2012, p. 31) o início do processo 
de empreender acontece “quando um evento gerador 
desses fatores possibilita o início de um novo negócio”.
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Dornelas (2012) apresenta uma adaptação de Moore (1986) dos fatores que influenciam no processo de empreender:
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De acordo com Dornelas (2015) o processo de empreender é dividido em quatro fases:
Nesta fase ocorre 
a identificação da 
oportunidade e 
sua avaliação: para 
se identificar uma 
oportunidade é preciso 
estar muito atento a 
tudo que acontece ao 
redor, como por exemplo, 
problemas do cotidiano 
que quase ninguém se 
interessa em resolver. Mas, 
este problema precisa 
ser coletivo, ou seja, não 
pode ser algo que envolva 
uma ou poucas pessoas, 
mas algo que tenha uma 
abrangência maior. Pois, 
para que este problema se 
torne uma oportunidade 
de negócio muitas pessoas 
precisam ser impactadas.
Captação de recursos: 
Nesta fase, o empreende-
dor precisa usar seu poder 
de persuasão para que 
convença as pessoas a 
comprarem sua ideia. Esses 
recursos podem ser: pes-
soais, recursos de amigos e 
parentes, bancos, governo, 
incubadoras.
Na segunda fase será 
elaborado um plano 
de negócios. Será 
apresentado nesta fase 
o conceito do negócio. 
Falaremos mais deste 
plano de negócios na 
próxima aula.
Nesta fase acontece 
o gerenciamento da 
empresa criada. Nela será 
estabelecida o estilo de 
gerenciamento, os fatores 
críticos de sucesso, a 
identificação de possíveis 
problemas.
4ª fase:1ª fase: 3ª fase:2ª fase:
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Como ponto de partida para identificar os fatores 
influenciadores de um empreendimento é importante 
conhecer quais as variáveis que norteiam o ambiente.
Conforme Chiavenato (2012, p. 17):
O processo empreendedor abrange todas as 
atividades, as funções e as ações relacionadas com 
a criação de uma nova empresa. Todos os negócios 
operam em um ambiente geral, que é composto 
de uma multiplicidade de variáveis que interagem 
dinamicamente entre si, como variáveis econômicas, 
sociais, tecnológicas, culturais, legais, demográficas 
e ecológicas. Todas essas variáveis causam impactos 
profundos em todas as empresas, sem qualquer 
discriminação.
Um empreendedor é um indivíduo de muita determinação 
e costuma tomar decisões de forma rápida e segura. 
Porém, para que seu empreendimento não fique fadado 
ao fracasso, ele precisa se organizar e montar seu plano 
de negócios.
O Plano de Negócios foi idealizado para que o 
empreendedor organizasse suas ideias em um documento. 
Ele é parte fundamental no processo de empreender. 
O Plano de Negócio auxilia na segurança do alcance das 
metas estabelecidas pelo empreendedor e a obtenção dos 
lucros desejados.
Aula 3 - Fatores que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um empreendimento
Plano de negócios é um documento usado para 
descrever o negócio e serve para que a empresa se 
apresente diante dos fornecedores, investidores, 
clientes, parceiros, empregados. (BIAGIO e 
BATOCCHIO, 2012, p. 03)
Quando o empreendedor tem em mente abrir um negócio, 
ele precisa elaborar um projeto para colocar em prática. O 
plano de negócio é a ferramenta mais indicada para quem 
quer desbravar em um negócio novo ou inovar algo já 
existente.
Detalhar um plano de negócios não acaba com as 
possibilidades de falhas, mas diminui a probabilidade e ajuda 
a enfrentá-las caso venham ocorrer.
O plano de negócios para uma empresa que ainda irá 
iniciar, engloba uma série de informações sobre o futuro 
empreendimento e determina suas principais características 
e situações para proporcionar uma análise de viabilidade e 
os riscos, e ainda facilita sua implantação.
E para uma empresa que já está em funcionamento, o plano 
de negócios não deve “apenas mostrar onde a empresa quer 
chegar (situação futura), mas também onde a empresa está no 
momento, apresentando os valores dos seus atuais indicadores 
de desempenho. ” (DORNELAS, 2012, p. 98)
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De acordo com Dornelas (2012), os aspectos-chave que 
devem ser destacados em qualquer plano de negócios são: 
• Em que negócio você está?
• O que você vende?
• Qual é o seu mercado-alvo?
Primeiramente, deverá ser respondido o seguinte 
questionamento: 
• Qual será o negócio?
O primeiro passo é a identificação de oportunidades de 
negócios compatíveis com a realidade do empreendedor, 
porque nem sempre uma oportunidade é ideal para 
todos os empreendedores. Ou seja, a caracterização do 
macro ambiente do negócio, identificando ameaças e 
oportunidades. Essa compatibilidade deve estar associada 
às suas características individuais, ao seu conhecimento 
prévio do negócio e aos seus projetos pessoais.
O segundo passo é definir o objetivo com base na visão de 
futuro.
É impossível prever o futuro, porém o empreendedor precisa 
trabalhar com uma visão de futuro. Ele deve projetar seu 
negócio com uma referência de futuro, enxergando sempre 
além do curto prazo.
Assim, um Plano de negócios se faz necessário neste 
momento.
O próximo passo será fazer um planejamento. O ato de 
planejar dá ao empreendedor uma certa tranquilidade, pois 
poderá pensar de forma estratégica.
O planejamento estratégico é um processo que impulsiona 
a empresa para o futuro. Para elaborar o planejamento 
estratégico deverá analisar o ambiente em 
que o seu negócio está inserido. Essa visão propicia ao 
empreendedor planejar suas ações para alcançar os objetivos 
dos negócios de forma efetiva.
Após definir o objetivo, será necessário que empreendedor 
defina a missão de seu negócio, bem como seus valores. Após 
esta definição de objetivos, missão e visão, ele deverá fazer 
uma análise do ambiente interno e externo da organização. 
Desta forma, o empreendedor poderá definir sua visão, ou 
seja, aonde pretende chegar.
Para se escrever um Plano de Negócios não se considera uma 
estrutura pré-formata, rígida, pois cada negócio possui suas 
especificidades e particularidades. Porém, qualquer Plano 
Atenção!
O cuidado a ser tomado é o de escrever um plano 
de negócios com todo o conteúdo que se aplica 
a esse documento e que não contenha números 
recheados de entusiasmo ou fora da realidade 
(DORNELAS, 2012, p. 97).
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de Negócio deve ter certas seções que proporcionarão melhor entendimento do negócio. O que vai definir o tipo de plano 
de negócios a ser elaborado será sua finalidade.
Para solicitar financiamento, o Plano de negócios deverá acatar também às exigências da entidade financiadora.
Essas seções precisam ser organizadas de forma que qualquer leitor entenda como a empresa é organizada, quais os objetivos, 
o produto/serviço que comercializa, seu mercado, a estratégia de marketing que será utilizada e sua situação financeira.
Dornelas (2012) apresenta algumas estruturas de Plano de Negócios. Utilizaremos como exemplo, uma dessas estruturas.
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O Plano de Negócios é composto por: 
1. Capa: uma das partes mais importantes do Plano de 
Negócios, pois é a primeira coisa que é visualizada por 
quem lê o seu Plano de Negócios;
2. Sumario: deve conter o título de cada seção e a página 
onde se encontra;
3. Sumário Executivo: é componente principal de um 
plano de negócios,pois é o que fará com que o leitor 
decida se dará continuidade na leitura ou não. Desta 
forma, precisa estar bem escrito e revisado. É necessário 
que contenha uma síntese das principais informações do 
Plano de negócios. Deve mostrar ainda qual o objetivo de 
apresentar o plano de negócios àquele leitor (ex: solicitar 
financiamento junto ao banco, apresentação da empresa 
para fechar parcerias etc.). Precisará conter: Missão, 
Objetivos do negócio, metas, estratégia de marketing, 
responsáveis pelo negócio, processo de produção, 
estrutura do negócio, investimento e o retorno financeiro. 
O Sumário Executivo deverá ser a última seção do plano de 
negócios a ser redigida, pois depende das outras seções.
4. Produto / serviço: Características do produto ou serviço 
que será produzido.
5. Plano de marketing: Estratégia de marketing; Projeção 
de venda e canais de venda e distribuição;
6. Plano operacional: Descrição das instalações e do 
processo de produção, máquinas e equipamentos, matéria 
prima/insumos e empregados;
7. Descrição da empresa: deverá ser escrito o histórico da 
empresa, com sua razão social, seu crescimento, faturamento 
dos últimos anos, impostos, estrutura organizacional, sua 
localização, certificações e parcerias.
8. Plano Financeiro: Fluxo de caixa; Balanço Patrimonial e 
Demonstração dos resultados;
9. Documentos anexos: Curriculum Vitae; contrato social; 
cartas de referências (se houver), contrato de aluguel, entre 
outros.
Dicas
Para conhecer mais sobre Plano de negócios, acesse 
o link: https://bit.ly/2LkFDcC
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Aula 4 - Conhecimentos, habilidades 
e atitudes necessários para um 
empreendedor
A figura do empreendedor para o desenvolvimento 
econômico e social do país é fundamental. Conforme 
Dolabella (2009) após uma pesquisa realizada pela GEM 
(Global Entrepreneurship Monitor) chegou-se à conclusão de 
que a criação de empresas é o meio mais eficaz para gerar 
empregos, alavancar o crescimento econômico e social e, por 
consequência, combater a pobreza em uma sociedade.
 De acordo com Dornelas (2012), alguns anos atrás, o caso 
de uma pessoa recém-formada se arriscar na criação de um 
negócio próprio era considerado uma grande loucura, pois 
as oportunidades de empregos ofertados pelas empresas 
nacionais e estrangeiras e a estabilidade de um emprego em 
um órgão público era bastante estimulante, pois ofereciam 
bons salários e oportunidades de crescimento.
Porém, esse cenário mudou e o empreendedorismo no Brasil 
começou a ser tratado com o grau de magnitude que lhe é 
merecido.
Fernando Dolabela (2008, p. 14), discorre que o 
empreendedor é “um agente de mudanças”. Diz ainda que o 
empreendedorismo “é um termo que implica uma forma de 
ser, uma concepção de mundo, uma forma de se relacionar. 
[...] é um insatisfeito que transforma seu inconformismo em 
descobertas e propostas positivas para si” e para a sociedade.
O empreendedor de sucesso apresenta características e 
particularidades pessoais que, adicionados a características 
ambientais e sociológicas, fomentam o nascimento de uma 
nova empresa.
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Dornelas (2012) elenca algumas características dos 
empreendedores de sucesso, conforme apresentadas a seguir:
a) São visionários: os empreendedores de sucesso têm 
visão do futuro, e conseguem ver como será o futuro para 
seu negócio e sua vida;
b) São indivíduos que fazem a diferença: os 
empreendedores têm capacidade de transformar uma 
ideia abstrata em algo concreto;
c) Sabem tomar decisões: os empreendedores de sucesso 
tomam decisões corretas na hora certa, principalmente 
em momentos de contratempo, sendo esta a marca do 
sucesso do empreendedor.
d) Sabem explorar ao máximo as oportunidades: para os 
empreendedores de sucesso, as ideias são concebidas por 
aquilo que a maioria das pessoas consegue ver, mas não 
conseguem distinguir algo proveitoso para transformá-las 
em oportunidades.
e) São determinados e dinâmicos: o comportamento 
dos empreendedores de sucesso é determinado por seu 
comprometimento. Buscam com todas as forças atingir 
seus objetivos, pois sua vontade de “fazer acontecer” 
ultrapassa qualquer obstáculo.
f) São dedicados: os empreendedores dedicam todo 
seu tempo ao seu negócio. São capazes de comprometer 
relacionamentos com amigos e família por conta dos 
negócios. Até a própria saúde conseguem deixar em 
segundo plano. São obstinados por trabalho.
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g) São otimistas e apaixonados pelo que fazem: o 
principal combustível que os fazem cada vez mais felizes é 
o amor pelo seu trabalho. O otimismo faz que enxerguem 
sempre o sucesso e nunca o fracasso.
h) São independentes e constroem o próprio destino: os 
empreendedores de sucesso querem ser donos do próprio 
negócio e gerar emprego. Não querem ser empregados, 
querem ser independentes.
i) Ficam ricos: Os empreendedores consideram o 
dinheiro como consequência do sucesso dos negócios. 
Mas enriquecer não é o seu objetivo principal.
j) São líderes e formadores de equipes: os 
empreendedores sabem que para obter sucesso é 
imprescindível uma equipe competente. Desta forma, eles 
se tornam líderes. E recrutam os melhores candidatos 
como seus assessores para auxiliá-los nas áreas que não 
detém conhecimento.
k) São bem relacionados (networking): os 
empreendedores constroem uma rede de relacionamento 
para atuar no mercado.
l) São organizados: a organização é uma das características 
mais evidente no empreendedor. Na obtenção e alocação 
dos recursos financeiros, tecnológicos, humanos e 
materiais utilizam o bom senso, buscando sempre o 
melhor para o sucesso do negócio.
m) Planejam: planejar é a função mais importante para o 
empreendedor. E ele faz isso desde a concepção do plano 
de negócios até a sua apresentação a algum investidor.
n) Possuem conhecimento: os empreendedores buscam 
sempre por mais conhecimento. A construção de seu 
conhecimento nunca tem um fim. Sempre atentos a mais 
informações. Esses conhecimentos podem ser provenientes 
de experiência prática, know-how, ou até mesmo de cursos, 
especializações, leituras e conselhos.
o) Assumem riscos calculados: essa pode ser a 
característica mais popular dos empreendedores. Mas, para 
ser um autêntico empreendedor, é preciso que assuma riscos 
calculados e saiba gerenciar os riscos, avaliando as chances 
efetivas de sucesso.
p) Criam valor para a sociedade: com a geração de 
empregos, os empreendedores criam valor para a sociedade, 
impulsionando a economia e buscando formas de melhorar 
a vida das pessoas.
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É interessante observar que além destas características, 
existe uma outra ainda mais particular para os 
empreendedores de sucesso, que é a de conhecer o 
negócio que atua como ninguém, exigindo dele tempo e 
experiência (Dornelas, 2012).
Dornelas (2015) descreve que de acordo com estudos 
realizados pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio 
às Micro e Pequenas Empresas), foram identificadas 
em empreendedores de sucesso, dez características 
comportamentais que se dividem em três grupos.
1) Conjunto de características relacionadas com a 
realização:
• Busca de oportunidade e iniciativa.
• Corre risco calculado.
• Exige qualidade e eficiência.
• Persistente.
• Comprometimento.
2) Conjunto de características relacionadas com o 
planejamento:
• Busca de informações.
• Estabelece metas.
• Planejamento e monitoramento sistemático.
3) Conjunto de características relacionadas com o poder:
• Persuasão e rede de contatos.
• Independência e autoconfiança.
Analisando com mais atenção essas 10 características 
comportamentais do empreendedor, todas estão relacionadas 
ao conhecimento, habilidades e atitudes do indivíduo;ou 
seja, ele deve saber, saber o que fazer e como fazer.
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Essas habilidades são divididas em 3 (três) classes: pessoais, econômicas e mercadológicas.
Atenção!
 
O empreendedor precisa apresentar certas habilidades para gerenciar uma empresa de forma efetiva, 
principalmente em tempos de crise.
1. Habilidades pessoais: 
• Aprender sempre: O 
empreendedor deverá estar 
sempre atualizado e buscando 
cada vez mais conhecimento.
• Controle do estresse: Nem 
tudo dará certo. E controlar o 
estresse ajudará a pensar em 
alternativas.
• Ser auto-suficiente: O 
empreendedor precisa ser 
capaz de gerenciar seu negócio 
de forma independente.
• Ser auto-crítico: Ser capaz de 
analisar a si próprio e verificar 
onde precisa melhorar.
• Ser resiliente: Não perder o 
foco em tempos de crise.
2. Habilidades econômicas: 
• Capacidade de 
aumentar seu 
capital: Saber investir 
seu capital de forma 
assertiva.
• Controle de dinheiro: 
Para gerenciar seu 
próprio negócio, o 
empreendedor deverá 
primeiro saber se é 
capaz de administrar 
seu dinheiro, pois é 
fundamental saber 
para onde vai seu 
dinheiro.
3. Habilidades mercadológicas:
• Fazer contratações eficazes: Ter pessoas 
eficazes ao seu lado ajudará a impulsionar o 
crescimento e desenvolvimento da empresa. 
Contratar bons profissionais é primordial para 
atingir os objetivos da empresa.
• Saber gerenciar: Não adianta fazer 
contratações eficazes, se não souber gerenciar 
seu quadro de pessoas. É necessário motivar e 
desenvolver o potencial de toda equipe.
• Ter foco nos clientes: Os clientes são a razão 
de existir da empresa. Sem clientes, não há 
negócios. Verifique se seu negócio atende 
realmente a necessidade do seu púbico alvo.
• Inovação: Os negócios e as necessidades 
dos clientes mudam rapidamente. O 
empreendedor precisa estar sempre preparado 
para as mudanças e tendências de mercado, se 
mantendo sempre a frente a concorrência.
Filme 
A seguir, indicamos filmes que ilustram o conteúdo mostrado nesta unidade.
• A grande virada (2010) – é um filme que conta a história de profissionais bem-sucedidos que perdem seus 
empregos devido a uma recessão política.
• A Rede Social (2010) - o filme narra como surgiu a maior rede social da atualidade, o Facebook.
• Fome de Poder (2016) - conta a história dos irmãos McDonald’s e a trajetória de criação do maior 
empreendimento de fast foot do mundo.
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Referências
bibliográficas
BIAGIO, Luiz Arnaldo; BATOCCHIO, Antônio. Plano de Negócios: estratégias para micro e pequenas empresas. São Paulo: 
Manole, 2012.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Manole, 2012.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração dos novos tempos. São Paulo: Campus, 2004.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. 3. Ed. Rio de 
Janeiro: LTC, 2015.
DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 4. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.