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Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Departamento de Engenharia de Alimentos Curso: Zootecnia Professora: Talita Macedo Disciplina: Classificação de Produtos de Origem Animal Introdução Resfriamento e Congelamento Enlatamento Secagem Salga Surimi Resfriamento Importante para a qualidade do pescado fresco. Manutenção da cadeia do frio → controlar os processos enzimáticos e deterioração bacteriana. Minimiza crescimento de microrganismos patogênicos Resfriamento Métodos de Resfriamento a bordo Conservação do pescado Resfriamento imediato T ↑ ponto de congelamento Manutenção da temperatura até processamento posterior Gelo Água + gelo Água do mar refrigerada Água do mar resfriada Resfriamento Resfriamento Conforme Resolução – CNNPA nº 12, de 1978: GELO: produto resultante da congelação de água potável. Deve ser inodoro, insípido. Características físicas e químicas correspondentes às da água potável. Deve obedecer ao seguinte padrão: Bactérias do grupo coliforme: ausência em 100 ml do produto degelado. Ausência de sujidades, parasitos e larvas. Refrigeração Operação unitária na qual a temperatura do alimento é reduzida entre -1 e 8ºC. É usada para reduzir as taxas de variações biológicas e microbiológicas, e prolongar a vida de prateleira de alimentos frescos e processados (até 14 dias). 1. Uso do gelo Pré-resfriamento através do contato baseado na transferência de calor do sistema. Manutenção em ponto ligeiramente acima do de congelamento; Vantagens: previne o ressecamento, reduz perda de peso e mantém a umidade; manutenção das características naturais do pescado fresco; Desvantagens: trabalhoso, qualidade e tipo de gelo interferem no produto final; Prática: 2:1 (peixe:gelo) – suficiente para resfriar o pescado Empregar gelo em pedaços ou escamas Pedaços grandes de gelo deixam marcas no pescado e não resfriam bem 1. Uso do gelo 2. Gelo Líquido (Slurry Ice) Mistura binária de gelo, em escamas ou triturado, e água do mar - suspensão de gelo em água gelada, T ~ 1,5ºC; Presença do sal; Usado nas embarcações de pesca (resfriamento rápido do pescado de alto valor), e no processamento de produtos que exigem um pré-resfriamento (antes da embalagem - distribuição refrigerada). 2. Gelo Líquido (Slurry Ice) Excelente método de resfriamento rápido - forma líquida (o frio estará em contato com toda a superfície) Vantagens: Melhor resfriamento do pescado evitando congelamento; Prevenção de contusões na pele e dano físico (corporal); Eliminação da contaminação de gelo; Menor gasto energético de trabalho e manutenção. Desvantagem: Custo x benefício em embarcações pequenas não torna viável. 3. Água do Mar Refrigerada (RSW) Água do mar resfriada abaixo de 0°C por refrigeração mecânica (salmoura em torno de 3%). Remoção rápida de calor do peixe - processo de resfriamento mais rápido. Apenas em embarcações pesqueiras. Temperatura do peixe (-1°C à -2°C). 3. Água do Mar Refrigerada (RSW) Vantagens: Resfriamento rápido; Reduzida pressão de armazenamento (peixes delicados - atum); Facilidade de manipulação de grandes quantidades de peixes Desvantagens: Absorção excessiva de sal e água pelo peixe, Perda proteica e acelerada rancificação. 4. Água do Mar Resfriada (CSW) Adição de gelo a água do mar Utilizada em pequenas embarcações Lavagem e remoção de sangue e resíduos mais efetivos Confere mais firmeza, facilitando processamento posterior 4. Água do Mar Resfriada (CSW) Vantagens: Pescado resfriado mais rapidamente quando comparado ao gelo; Necessário menos esforço para armazená-lo e descarregá-lo; Menor probabilidade de o peixe ser esmagado ou perder peso; Pescado mantido seguramente em baixas T (-1°C) sem congelá-lo; Confere firmeza à carne do peixe (auxilia em tratamentos posteriores) Pode ser realizado em pequenas embarcações. Desvantagens: Algumas espécies mantém-se bem ou um pouco melhor do que no gelo por 3-4 dias, mas depois se deterioram mais rápido; outras espécies absorvem quantidades inaceitáveis de água e sal. Exercício Suponha que você é o responsável pela qualidade em uma indústria de beneficiamento de pescado. Que tipo de pré- resfriamento a bordo você escolheria: a) Para um peixe de alto valor agregado b) Para um peixe bastante sensível a danos na pele c) Em peixes obtidos em embarcação bem pequena d) Em peixes que precisam de um resfriamento bem rápido em grandes embarcações Resfriamento Armazenamento refrigerado Prolonga a vida de prateleira em bom estado; Não é possível melhorar a qualidade do produto/parar deterioração Transporte refrigerado Operação de mudança do pescado resfriado de uma área de armazenamento fixo para outro Expositores refrigerados Dois tipos: vertical multi-deck cabinets e serve-over display Manutenção da temperatura 5°C Resfriamento Câmara de refrigeração Congelamento Operação unitária na qual a temperatura do alimento é reduzida abaixo do seu ponto de congelamento e uma porção da água sofre uma mudança no seu estado formando cristais de gelo. Curva tempo-temperatura durante o congelamento Congelamento Conservação do pescado: melhor forma de conduzir a matéria prima - produto de qualidade, sem alterar qualidade sensorial e nutricional. Recomenda-se em estocagem por período mais prolongado, pois a refrigeração apenas reduz a velocidade das reações bioquímicas e desenvolvimento microbiano. Não inativa a maioria das enzimas, apesar de sua atividade ser reduzida. Processo de congelamento Zona crítica de congelamento (0º a - 5ºC) Zona de máxima formação de cristais de gelo Deterioração por desnaturação proteica Congelamento rápido Redução da T inicial de 0º a -5ºC em 2 h (ou menos) Consequências: cristais de gelo pequenos, mudanças no músculo mínimas e exsudação mínima Congelamento lento (> 2 h) Consequências: Cristais de gelo grandes, alta exsudação, alta concentração de sais e solutos na célula, alta atividade enzimática, alterações irreversíveis na textura e aroma Mudanças de temperatura no alimento através da zona crítica Tipos de Congelamento Congelamento Lento - Formação de grandes cristais de gelo. - Localizados nos espaços extracelulares. - Desnaturação Protéica acentuada. - Grande perda de líquido no descongelamento. - Produtos com qualidade inferior. Congelamento Rápido - Formação de pequenos cristais de gelo. - Localizados no meio intracelular. - Desnaturação protéica mínima. - Perda mínima de líquido no descongelamento. - Produtos de qualidade superior. Formação de Cristais de Gelo Congelamento rápido: Microcristais de gelo circulares a nível intracelular. Congelamento lento: Encolhimento da célula, menor formação de cristais, porém maiores e em formato de bastões, à nível extracelular. Durante estocagem aumenta-se ainda mais o tamanho dos cristais. Nesta fase temos a grande formação de “drip” no descongelamento. Congelamento Métodos de congelamento 1. Túnel de congelamento – Congelamento por ar parado 2. Túnel de congelamento – Congelamento por ar forçado 3. Congelamento em placas 4. Congelamento por imersão em salmoura 1. Túnel de congelamento – ar parado Produto congelado diretamente ou colocado em bandejas acima das serpentinas de evaporação. Congelamento lento e realiza-se sob T na faixa de -25 a -30ºC. (Dura de 3 a 72h) Desperdício de tempo e perda na qualidadedo produto. Acúmulo de gelo em paredes e piso da câmara de congelamento. 2. Túnel de congelamento – ar forçado Ar é recirculado em T de -30 a -40ºC, com uma veloc. de 1,5-6 m.s-1; Maior coeficiente e transferência de calor na superfície do alimento; Pode ser contínuo ou em batelada; Não utiliza-se grandes velocidades para evitar o ressecamento, queimaduras ou mudanças oxidativas; Pode ser realizado em fluxo paralelo ou perpendicular, com o ar passando uniformemente pelas bandejas; Altamente econômico e flexível (adapta-se a diversos tamanhos e formas do alimento). 2. Túnel de congelamento – ar forçado Corrente contínua de ar frio ( -35°C a -40°C) que passa pelo produto; Versátil; Produtos de formas e tamanhos diferentes; O produto que entra em contato com placas metálicas nas quais atravessa o ar frio; Filés ou blocos uniformes; T entre -25º a -40ºC; Pressão ~ 0,1 a 0,2 Kg/cm2; 3. Congelamento em placas 4. Congelamento por imersão em salmoura Usadas sol. concentradas de NaCl e CaCl2; Refrigeradas em um sistema de compressão mecânica e os produtos mergulhados na solução refrigerada; Salmoura circulada entre 0,04 a 0,09 m/s; Pode haver penetração de sal no produto. Pós-tratamento ao congelamento Glaciamento (glazing) Método empregado para reduzir os efeitos das alterações ocasionadas pela aplicação do frio. Aplicação de uma fina camada de gelo sobre o produto já congelado. Previne a desidratação, oxidação lipídica e perda de coloração. Pós-tratamento ao congelamento Glaciamento (glazing) Imersão/Pulverização de água fria no pescado → formar fina camada de gelo; Aditivos e 1-3 °C por 5 a 10 segundos. Alterações no pescado congelado Sabor e textura Desnaturação proteica Oxidação lipídica Alterações sensoriais Alterações por desidratação Alterações no pescado congelado Desnaturação de proteínas Carne esponjosa no peixe Destruição das fibras musculares Dessecação Redução da qualidade dos lipídeos Descongelamento Recomendado o descongelamento do produto em temperaturas entre 10 e 15ºC – acima disso: maior chance de deterioração; O descongelamento inicia-se na superfície e migra para o interior. Centro geométrico do alimento: última região à descongelar; Conservação do pescado congelado Para qualquer um dos métodos de congelamento: A estocagem a -18 °C mantém a qualidade do produto por 6 a 8 meses, se o pescado for gordo ou pré-cozido. Para peixes magros e in natura, o período máximo de conservação é por 10 a 12 meses. Enlatamento Objetivo: Preparação de um produto de boa qualidade capaz de ser armazenado durante um tempo razoável. Uma excelente forma de transporte do produto; Não necessita refrigeração. Enlatamento Condições para conservação satisfatória: 1) Conteúdo isento de bactérias; 2) Paredes internas resistentes (corrosão, armazenamento); 3) Lata hermeticamente fechada. Processo de enlatamento Tratamento do pescado Tratamento com salmoura Preenchimento da embalagem Líquido de cobertura Evacuação de ar / fechamento Tratamento térmico Resfriamento Rotulagem e embalagem Tratamento do pescado Lavagem; Retirada das escamas; Evisceração; Remoção da cabeça; Eliminação de restos de sangue (lavagem). Enlatamento Tratamento com salmoura Pescado imerso em solução concentrada de sal por um determinado tempo; Objetivo: estabilizar o sabor do produto enlatado e realçar o seu sabor característico; Enlatamento Enlatamento Preenchimento das embalagens Manual ou mecânico; Cuidados: Evitar a formação de bolsas de ar; A lata não deve ficar cheia demais; Deixar espaço de cabeça 2,5 mm. Enlatamento Adição do líquido de cobertura Óleo vegetal, molho de tomate, água; Função: ajustar o peso → preenchimento do espaço vazio da lata; Adição de molho de cobertura quente (65°C a 75°C) → auxiliar na formação do vácuo e elevar a temperatura inicial. Meio de cobertura Outros Líquidos de cobertura Em molho: o produto que tenha por meio de cobertura molho com base em meio aquoso, gorduroso ou aquoso e gorduroso. Na composição dos diferentes molhos, o ingrediente principal que o caracteriza deve fazer parte do nome do produto; Em escabeche: o produto que tenha por meio de cobertura vinagre, adicionado ou não de sal, acrescido ou não de outros ácidos alimentícios e substâncias aromáticas, com pH apropriado ao produto; Em vinho branco: o produto que tenha por meio de cobertura principal o vinho branco, adicionado ou não de ingredientes e aditivos. Enlatamento Evacuação do espaço de cabeça Expulsão do ar da lata antes de fechar → produzindo vácuo parcial; Evita deformações nas lata → redução da pressão interna durante o aquecimento; Retarda a corrosão da lata; Evita oxidação lipídica. Enlatamento Fechamento das latas Sutura que mantém a embalagem hermética Dupla sutura → une a tampa ao corpo da embalagem Lavagem com água e detergente Eliminar o azeite e a sujeira externa da embalagem Enlatamento Tratamento térmico Obj.: Destruir microrganismos e inativar enzimas; Amolece a espinha da sardinha tornando-a de fácil digestão; Tempo e temperatura do processo baseados na resistência dos esporos de Clostridium botulinum. Resfriamento Até temperatura de 40°C a 45°C. Rotulagem e embalagem Salga Definição: Peixe salgado e seco: produto elaborado com peixe limpo, eviscerado, com ou sem cabeça e convenientemente tratado pelo sal (cloreto de sódio), com níveis de saturação mínima de 95%, com ou sem aditivos, devidamente seco; Não pode ter mais de 40% de umidade para as espécies consideradas gordas, tolerando-se 5% a mais para espécies magras, segundo RT de Identidade e Qualidade de peixe salgado e seco do MAPA (BRASIL, 2000). Salga Método de preservação baseado na penetração do sal no interior dos tecidos. O princípio de conservação baseia-se na desidratação osmótica por difusão. Desnaturação protéica. Qualidade da Matéria-Prima x Qualidade do Sal. Salga Tipos de Sal Sal Marinho - Extraído pela evaporação da água do mar. Sal de águas subterrâneas Sal de rocha ou sal-gema - Extraído de minas subterrâneas resultante de lagos e mares antigos que secaram. Salga A pureza do sal é um dos parâmetros importantes de qualidade no processo de salga. Marinho: 99% de NaCl Rochas: 95 a 99% de NaCl. Salmoura: 99,99% de NaCl. Métodos de Salga Salga Seca • 30% de NaCl em relação ao peso da Matéria-Prima; • Pescado deve estar eviscerado, em forma de filés ou mantas; • Sal cristalizado é colocado em contato direto com as peças de pescado; • Formação da salmoura devido ao conteúdo de água do pescado. - As camadas devem ser alternadas a cada 24 horas. Métodos de Salga Vantagens: - Forte efeito desidratante. - Velocidade de penetração do sal é rápida. - Pode ser praticada dentro das embarcações. Desvantagens: - Penetração do sal não é homogênea. - Grande desnaturação protéica redução da qualidade. - Aparência desagradável. - Baixo rendimento. - Produto sujeito à oxidação de gorduras. Métodos de Salga Salga Úmida: - Matéria-prima é colocada em tanques onde se encontra a salmoura saturada. - A água do músculo do peixe flui no sentido da salmoura, diluindo-se. - Concentração: 300-360 g de sal por litro de água. - Tempo de salga: peixe pequeno inteiro ou eviscerado → 24 horas. - peixes de maiores tamanho: até 60 horas Métodos de Salga Vantagens: - Diminuição da oxidaçãode gorduras pelo oxigênio atmosférico. - Possibilidade de ajuste na concentração da salmoura. - Desidratação moderada do produto. Desvantagens: - Maior custo que a salga seca. Métodos de Salga Salga Mista: - Peixe empilhado em camadas alternadas de sal em tinas ou tanques; - A parte líquida que é liberada não é drenada; - Após 48 a 72 horas, o peixe é retirado da salga seca, lavado na própria salmoura e empilhado para escorrer o excesso de umidade; - É frequente recorrer à prensagem → expelir o ar e acelerar a saída de gordura. Salga Sal Fino: - Penetração rápida no início do processo. - Com a coagulação das proteínas, o poder de penetração decresce. - Conservação deficiente do produto. Sal grosso: - Atua lentamente. - Não se verifica coagulação das proteínas. - Conduz a alterações indesejáveis do pescado devido a ação lenta. Salga Quanto maior o teor de gordura do pescado: maior é o tempo de salga. Quanto maior a espessura da peça: maior é o tempo de salga. Quanto mais elevada for a temperatura: menor é o tempo de salga. Quanto maior a umidade: mais rápida a formação da salmoura. Secagem Segundo relatos de DIAS, (1983); LOURENÇO, FERNANDES & CINTRA, (2001), o método de conservação pela salga reduz o conteúdo de água, mas não o suficiente para que haja uma preservação por longo tempo à temperatura ambiente, fazendo-se necessária maior redução de umidade, por meio de secagem do produto, por exemplo. Secagem Vantagens da secagem prolonga a vida de prateleira; processo de baixo custo; condições mínimas de estocagem. Secagem Pontos básicos para a escolha de um sistema de secagem: 1. Condições climáticas da região: temperaturas elevadas, baixa precipitação pluviométrica, baixa umidade relativa, velocidade do vento; 2. Custo de produção e mão de obra: o custo é maior quando se utilizam equipamentos; 3. Exigências do mercado: para se obter um produto de boa qualidade para comercialização, a secagem deve ser artificial, com o controle de todos os parâmetros ambientais. Secagem Secagem Natural: oAo ar livre; oÉ efetiva quando a umidade do ar é baixa; oRecolhimento e empilhamento durante a noite; oPromove redução de até 50% na umidade do pescado. Secagem Vantagens: oElevada eficiência energética; oBarata. Desvantagens: oDemorada oDepende de condições climáticas; oOxidação das gorduras pela exposição à luz. oFormação de produto ressecado. Secagem Natural Secagem oUtilização de equipamentos; oControle da temperatura, velocidade do ar e umidade relativa; oTeor de umidade inferior a 25%. oTipos de Secadores: Camisa de Vapor Vapor Secadores Providos de Ar quente Secagem Artificial: Secagem Secagem Vantagens: oPermite um melhor controle da qualidade de produto acabado; oMenor espaço físico ocupado; oCondições sanitárias controladas; oTempo de desidratação é menor. Secagem Artificial Secagem Desvantagens: oAlto custo de processamento quando se utilizam equipamentos; oMuitos alimentos perdem seu valor nutritivo (principalmente vitaminas); oQuando mal processado ocorrem alterações na cor, sabor e textura. Secagem Artificial Secagem Fatores que afetam a velocidade de secagem: Quanto maior a velocidade do ar maior a velocidade de secagem; Quanto maior a área de exposição do produto maior velocidade de secagem; Quanto maior a temperatura do ar maior a velocidade de secagem; Quanto maior a umidade relativa do ar menor a velocidade de secagem. Secagem Artificial: Alterações em produtos submetidos a secagem Fatores que afetam a velocidade de secagem: O pescado com baixa umidade é muito frágil; A oxidação da gordura do pescado pode resultar em níveis inaceitáveis de sabores estranhos e ranço; Nas primeiras etapas da secagem pode haver uma grande incidência de moscas, que depositam ovos que se encubam em um prazo de poucas horas. Alterações em produtos submetidos a secagem Crescimento de Bactérias Vermelhas: Responsável pelo odor desagradável de pescado contaminado; Provocam alterações nas proteínas. Etapas de salga e secagem mal executadas. Crescem em soluções de até 17% de sal e 55 °C. Defumação Baseia-se na exposição do alimento à fumaça proveniente da queima incompleta de madeira, serragem, carvão,etc. Cheiro e sabor característicos; prolongamento da vida útil, por ser desidratado. Defumação Conservação do Produto: Redução da atividade de água; Presença de substâncias bactericidas e bacteriostáticas na fumaça. Capa protetora → desidratação na superfície do produto, Coagulação de proteínas e formação de uma camada de resina Defumação Composição da fumaça: complexa, dependendo do tipo de madeira e da sua queima; Compostos tais como: fenóis, ácidos orgânicos e seus derivados, alcóois, aldeídos, cetonas, compostos básicos e hidrocarbonetos; Fenóis e aldeídos: aroma específico aos produtos defumados, evitam a oxidação dos lipídios e junto com ácidos orgânicos são os principais responsáveis pela inibição do desenvolvimento dos microrganismos; Defumação Do ponto de vista tecnológico, a defumação ocorre em três etapas: • Retarda autólise e putrefação; • A carne desidrata; Salmouragem • Minimiza a deterioração provocada por enzimas e bactérias. • Formação da película. Secagem • O pescado absorve os componentes da fumaça → sabor e coloração caracerísticos. Defumação Defumação a Frio Salga Seca; Durante a cura o peixe se desidrata e a carne fica mais firme → impregnação da fumaça; Lavagem em água doce; Secagem ao vento; Defumação: Temperatura em torno de 40 °C; À noite; 3 a 4 semanas. Defumação a Quente Objetiva mais proporcionar sabor característico do que prolongamento da vida útil do produto. Utiliza-se, normalmente, a salga úmida e menor tempo de imersão → 20 a 50 minutos O teor final de sal no peixe é menor do que no processo a frio, como também, o tempo de defumação, em função da maior temperatura empregada. Defumação a Quente Ocorre em três fases: Primeira fase: 60 °C por 30 a 60 min → Carvão; Segunda Fase: 80 °C por 1h30min → Madeira (Eucalipto, árvores frutíferas); Terceira Fase: quando a carne estiver avermelhada e bem seca. 65 a 120 °C por 4 a 6 horas. Defumação a Quente Surimi Termo japonês que significa músculo de pescado picado. Definido como músculo de pescado moído previamente, desossado (mecanicamente separado), lavado várias vezes com água fria (5 a 10°C), seguido pela mistura de crioprotetores. Surimi Extrato de proteínas miofibrilares de pescado. Elevada capacidade de formação de gel e emulsificante. Base para elaboração de muitos produtos: criar e imitar texturas. Espécies de pescado utilizadas: Pouco valorizadas e de difícil comercialização, abundantes na região. Surimi Surimi de Pescado Magro deve ser: Branco, inodoro, sem resíduos e com conteúdo de umidade próximo de 75%. Presença de gordura praticamente nula. Teor protéico de 12 a 17%. Processo de obtenção do surimi Separação mecânica do músculo Ciclos de lavagem Eliminação do excesso de água Refino Adição de ingredientes Congelamento e conservação do surimi Mat-prima lavagem Surimi Preparação da Matéria-Prima: O pescado deve ser eviscerado e a cabeça retirada; Em seguida é lavado em máquinas de tambor rotatório; Em alguns casos é utilizado somente o filé. Separação Mecânica do Músculo: Processo de moagem. Surimi Separaçãoparcial do músculo: pequenas espinhas, algumas escamas e tecido conjuntivo passam através dos orifícios do crivo. Surimi – Ciclos de lavagem Carne triturada lavada sucessivamente com água fria (3 ciclos) • Lavagens retiram proteínas sarcoplasmáticas (evita formação de gel); Primeira lavagem: adicionado bicarbonato de sódio (0,4 a 0,5%) – intensifica ação de gel, aparência mais límpida; • Última lavagem: adicionada solução de NaCl(0,1M) para agilizar extração de proteínas sarcoplasmáticas; Quanto mais lavagens, maior a capacidade funcional do surimi, maior a dificuldade de eliminar água posteriormente. • Retirada da água por centrifugação ou prensagem; Surimi Objetivos dos Ciclos de Lavagem: Eliminar impurezas (gordura, pele, escama) Eliminar componentes que promovem características sensoriais indesejáveis; Excluir componentes que reduzam a estabilidade do surimi durante a estocagem: sais inorgânicos, sangue e proteínas sarcoplasmáticas; Três ciclos → água fria (10°C) Gasto de água inferior a 25 vezes o peso do surimi. Surimi Eliminação do excesso de água: Aplicação de pressão através de prensagem; Redução dos níveis até umidade final entre 75% e 80%. Refino: Retirada de possíveis fragmentos que ainda possam existir no surimi; Homogeneizar o produto. Surimi Adição de Ingredientes: Crioprotetores - evitam que as proteínas miofibrilares percam sua capacidade de formar géis após o descongelamento; Açúcares sacarose, frutose, lactose, glicose, sorbitol - máximo de 8%. Aminoácidos: ácido aspártico, ácido glutâmico Ácidos carboxílicos: malônico, glutâmico, láctico Sal – Ka-en: 2,5%, Mu-en: sem sal A mistura deve ser rápida, de modo a evitar a elevação da temperatura do Surimi. Produção de surimi de CMS de Tilápia CMS 1ª Lavagem 2ª Lavagem 3ª Lavagem 4ª Lavagem Produção de surimi de CMS de Tilápia Surimi após lavagens Surimi após prensagem Acondicionamento para congelamento Surimi desidratado Surimi - produtos Amido (resistência do gel e capacidade de retenção de água); Albumina de ovo (resistência do gel e brilho); Proteínas lácteas, de soja e de glúten de trigo (resistência do gel); Surimi - Procedimentos Tecnológicos Produtos moldados: moldagem da pasta amassada na forma desejada, deixando que se assente e forme o gel elástico. Produtos com aparência fibrosa: aquecimento para formação do gel suwari Produtos moldados compostos: formam-se fibras ou tiras de gel com o comprimento adequado e colocam-se em moldes Produtos emulsificados: adição de gordura inferior a 10%. Fermentação Produtos fermentados do Pescado: preparados por salga da matéria-prima e fermentação do produto salgado Fermentação: Transformação de substâncias orgânicas em compostos mais simples, por mo ou enzimas. Fermentação de hexoses em piruvato, formando ácido lático (bactérias específicas). Fermentação Anchovados: Autênticos: somente podem ser elaborados com peixes da família ENGRAULIDAE, como: (Engraulis encrasicolus, Engraulis ringens, E. anchoita, E. mordax, Engraulis japonica). Países de língua latina: o termo “anchovado ou anchovagem” é utilizado como sinônimo para pescado fermentado e fermentação. (Passa por salga antes). Engraulis encrasicolus