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Resumo Monitoria autoria e participação

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Os sujeitos do delito – autoria e participação
- A norma sempre delimita o sujeito do delito, definindo o círculo de pessoas que podem realizar a conduta prevista no tipo.
- Classificação dos delitos conforme o sujeito ativo:
Delitos comuns: qualquer pessoa pode praticar (geralmente, o sujeito é “oculto”. Exemplo: “‘matar alguém”).
Delitos especiais/próprios: exigem certas condições pessoas do autor (Exemplo: corrupção ativa, peculato, concussão... -> qualidade de funcionário público). Dividem-se em:
Delitos especiais em sentido estrito: a qualidade especial é necessária para que exista o crime (exemplo: todos os crimes que exigem ser funcionário público).
Delitos especiais em sentido amplo: a qualidade especial não pertence à norma principal incriminadora, mas aos seus elementos acidentais (qualificadoras, privilégios, causas de aumento/diminuição de pena, etc.). Exemplo: violação de domicílio (art. 150 do CP - pode ser por qualquer pessoa, mas, se for funcionário público, incide a causa de aumento do § 2).
Delitos de mão própria: apenas quem pratica diretamente o crime pode ser seu autor (é impossível a autoria mediata). Exemplo: crime de falso testemunho (art. 348 do CP).
- Requisitos para o concurso de pessoas: 
Objetivo: pluralidade de ações, cada uma com relevância causal (nexo de causa) e de imputação (contribuição para a criação e realização do risco). A contribuição pode se dar em qualquer momento do “caminho do crime” (desde a cogitação até a consumação). Porém, é necessário que o crime seja pelo menos tentado para se caracterizar a responsabilização do coautor/partícipe (isto é, que seja iniciada a execução).
Subjetivo: união de vontade entre os agentes (o ajuste não precisa ser prévio). 
- Obs.: é possível que um dos concorrentes quisesse praticar crime distinto do que foi efetivamente realizado (hipótese do § 2º do art. 29 do CP). Neste caso, aplica-se a este(s) concorrente(s) a pena do crime que quis praticar; se previsível o resultado mais grave, pode-se aumentar tal reprimenda até metade.
- Obs.: as circunstâncias pessoais não se comunicam, exceto se elementares do tipo (isto é, se integram a própria descrição típica). Exemplo: peculato (a condição de funcionário público é elementar, logo, comunica-se ao particular que contribui para o crime – e este, assim, também responderá por peculato). Não confundir circunstâncias do crime com circunstâncias pessoais do tipo.
- Há crimes em que o concurso de pessoas é necessário: crimes de “concurso necessário” ou “plurissubjetivos” (exemplo: associação criminosa – art. 288 do CP). 
- Sistemas diferenciadores e unitários: quem empresta a arma deve ter a mesma pena de quem atira?
- Teoria pluralista: todos os concorrentes praticam, cada um, uma ação distinta, e por isso devem responder por sua própria conduta. Crítica: o tipo realizado é só um e todas as condutas convergem para uma só ação, num só resultado.
 - Teoria dualista: ações agrupadas entre aquelas praticadas por autores, de um lado (as principais), e por partícipes, de outro (as acessórias). Crítica: há casos em que a participação é mais relevante que a ação principal (ex.: quem paga outrem para surrar terceiro).
Assim, surge os sitemas:
- Sistema unitário (monista): o crime é uno, não importa quantos pratiquem. Autores e partícipes respondem pelo mesmo crime, de igual modo. Quem empresta a arma é punido da mesma forma de quem atira. O texto do CP/40, em sua origem, adota o sistema unitário (art. 29), segundo a concepção da teoria da equivalência dos antecedentes (quem deu causa, não importa como, é autor). Apesar disso, e especialmente com a reforma de 1984, hoje se diz que a teoria adotada é a diferenciadora.
- Sistema diferenciador: distingue autor, que realiza a ação principal, do partícipe, cuja conduta é acessória. Mas com base em quais critérios?
Teoria subjetiva: o autor é definido por quem “quer o fato como seu” (manifestação subjetiva da vontade de realizar o crime). Já o partícipe “quer como fato alheio”, apenas para participar no fato de outrem. Críticas com base em dois casos: “caso da banheira” – a mulher ajudou a sua irmã a colocar sua criança recém-nascida ilegítima em uma banheira, para afogá-la (quem queria o fato como seu era a mãe, mas quem realizou foi sua irmã – o Tribunal alemão entendeu o fato da irmã apenas como auxílio); “caso Staschynskij” – terrorista que seguiu instruções do governo estrangeiro e matou duas pessoas com gases tóxicos (foi punido apenas como auxílio).
Teoria objetivo formal: autor é quem realiza o núcleo do tipo, enquanto o partícipe realiza outras ações alheias. Crítica: e o autor mediato, que, por exemplo, instrumentaliza outra pessoa para realizar o crime?
Teoria do domínio do fato: Com Welzel (“domínio final do fato”) e, depois, Roxin (“domínio do fato”). Aqui, autor é quem domina o fato (quem tem poder/controle de determinação/decisão sobre o crime). 
- Obs: a teoria do domínio do fato aplica-se aos “delitos de domínio”; a teoria dos delitos de violação de dever aplica-se aos “delitos de dever” (ex.: delitos omissivos e os especiais/próprios). Nestes, é autor quem tem o dever de cuidado (e não quem exerce o controle sobre a ação criminosa).
AUTORIA:
Autoria imediata: quem realiza o delito diretamente (domínio da ação);
Autoria mediata: vale-se de terceiro como instrumento para a realização do crime (domínio da vontade).
- Casos: valer-se de alguém inimputável; valer-se do erro de outrem (se o erro é vencível, o executor responde como partícipe); situação dos aparatos de poder organizados, sendo os requisitos: o domínio da organização pelo “homem de trás”; a desvinculação da estrutura com o direito (regimes ditatoriais, por exemplo), CRITICADO PELO PROFº (para ele, não seria necessário estar à margem da ordem jurídica); a fungibilidade do autor imediato (se não fosse ele, seria qualquer outro); e a alta disposição do executor para realizar a ordem (sentimento de pertencimento e proteção na hierarquia).
Coautoria: repartição de tarefas entre os autores (domínio funcional do fato) quanto ao “quando”, “se”, “onde” e “como” do crime.
PARTICIPAÇÃO: 
- O partícipe é quem contribui para o crime alheio, com uma ação acessória à conduta principal do autor.
- Teoria da acessoriedade extrema: a punibilidade do partícipe está totalmente condicionada à do autor; assim, para se punir o partícipe, o autor deve ter praticado ação típica, antijurídica e culpável. Adotada na Alemanha até o final da Segunda Guerra.
- Teoria da acessoriedade mínima: bastaria uma ação típica (causas de justificação ou exculpação se comunicariam ao partícipe). Absurdo: quem ajuda outrem a agir em legítima defesa responderia pelo crime (enquanto o autor teria sua ação justificada).
- Teoria da acessoriedade limitada: para a punição do partícipe, o autor deve ter praticado apenas uma ação típica e antijurídica (exclusão da culpabilidade não se comunica ao partícipe). Utilizado hoje na Espanha e na Alemanha, bem como no Brasil após a reforma de 1984.
- Para a configuração da participação, o crime deve ter sido ao menos tentado.
- CLASSIFICAÇÕES:
Induzimento e instigação (participação moral): interfere no psiquisimo do agente, moldando sua vontade. Instigador é quem incentiva a vontade que já existe de praticar o crime. Indutor é quem faz nascer no agente a vontade da prática ilícita.
Cumplicidade/auxílio (participação material): auxílio material para o crime (fornecendo materiais, ferramentas, etc.).
- Formas excepcionais: 1) participação em cadeia (participação da participação); 2) participação sucessiva.

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