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1-INTRODUÇÃO O ano de 1846 representa um marco na história da medicina: é realizada a primeira cirurgia sob anestesia, a dor finalmente vencida. A partir de então, operações inéditas puderam ser executadas e novas técnicas cirúrgicas desenvolveram-se, pois o cirurgião não mais necessitava trabalhar com máxima rapidez para amenizar o sofrimento do paciente. A anestesia realmente foi um triunfo para a cirurgia, porém só a anestesia não melhorou significativamente os resultados operatórios. Poucos dias após a intervenção o paciente desenvolvia febre alta, seguida de supuração da ferida com drenagem de grande material purulento. Progressivamente havia necrose e gangrena dos tecidos e a morte do paciente sobrevinha dias após, na maioria dos casos. Vária s foram as especulações a respeito do fenômeno não se encontrando solução adequada. Semmelweis, em 1840, trabalhando em uma maternidade em Viena, observou que as pacientes acompanhadas por estudantes apresentavam maior incidência de febre puerperal do que aquelas acompanhadas por parteiras. Após muitas investigações algo lhe chamou a atenção: os estudantes dirigiam-se diretamente das salas de necropsia para as enfermarias, com as mesmas roupas e sem lavarem as mãos.Procurando resolver a questão, obrigou a todos lavarem as mãos em solução de água clorada, não mais permitindo a passagem direta das salas de necropsia para as enfermarias. Os resultados em pouco tempo demonstraram redução sensível na porcentagem de febre puerperal. Apesar dos resultados, Semmelweis foi ridicularizado por alunos e professores, sendo mesmo afastado do serviço e sua hipótese ignorada. Os trabalhos iniciados por Pasteur, em 1857, sobre o estudo de putrefação e fermentação colocam por terra a teoria de geração espontânea, demonstrando que a fermentação é causada por partículas minúsculas por ele denominados microorganismos. Em 1860, Lister ao mesmo tempo em que toma conhecimento dos trabalhos executados por Pasteur observa que fraturas fechadas ao contrario das expostas, progrediam raramente para febre e supuração. Finalmente, em 1887, obtém êxito na intervenção cirúrgica de uma fratura exposta de rótula, fazendo a limpeza com solução de ácido fênico a 5%. O paciente evoluiu sem apresentar sinais de febre ou formação de pus na ferida. Inicialmente houve resistência por parte dos cirurgiões da época em aceitar suas teorias, porém com o decorrer dos anos seus trabalhos tornaram-se universalmente conhecidos e aceitos. Lister é considerado o precursor da antissepsia. Infecções hospitalares continuam sendo as principais complicações iatrogênicas, no entanto, podem ser evitáveis por meio da utilização das técnicas de esterilização e de antissepsia que visam atingir o estado de limpeza total (completamente livre de germes) denominado de estado de assepsia. 1 Assepsia e antissepsia 2 Tais técnicas têm, por muitas vezes, seus conceitos confundidos e até mesmos tidos como sinônimos, porém cada uma guarda particularidades, o que as tornam bastante diferentes. 2-ESTERILIZAÇÃO Esterilização significa a destruição por completo e todos os microorganismos vivos, sejam eles patogênicos ou não. São esterilizados materiais metálicos, tecidos e vidrarias e antes que estes objetos sejam submetidos à esterilização devem ser realizado a limpeza dos mesmos, para que se remova a maior quantidade de detritos e microorganismos. 3- TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO 3.1- CALOR SECO Existem vários meios de se obter a esterilização.Um deles é o calor seco que obtido através da utilização de estufas elétricas que promovem a oxidação do citoplasma dos microorganismos. São esterilizados por este meio, especialmente materiais metálicos como instrumentais, e vidrarias como os tubos de ensaios. Sabe-se que o calor de 180º C durante 30 minutos é o suficiente para eliminar todos os microorganismos. Qualquer material é considerado não estéril a partir do momento em que este entra em contato com o ar que é contaminado.Antes destes objetos sofrerem qualquer processo de esterilização os mesmos são envolvidos em panos ou papeis apropriados o que garante uma maior durabilidade da esterilização que no caso das estufas elétricas é de duas a 48 horas. 3.2- CALOR UMIDO Conseguido através da utilização de autoclaves que fazem a associação de altas pressões com altas temperaturas, o calor úmido é letal para os microorganismos devido à coagulação das proteínas citoplasmáticas destes. São esterilizados por este método especialmente matérias de borracha como as luvas e de tecido como, por exemplo, gorros, capotes, gazes e campos. Após a esterilização por este método, os objetos deveram passar pelo processo de secagem que é realizado no interior da autoclave. A durabilidade da esterilização empregando o calor úmido é, em média, de sete dias. A fervura que por muitas vezes empregada como método de esterilização deve ser evitada visto que esta não consegue promover a destruição dos esporos que são formas bacterianas que resistem a condições inóspitas, visto que as mesmas possuem um intenso poder de desidratação. 3 3.3 – GASES A esterilização empregando gases é comumente realizada, e um dos gases mais utilizados é o oxido de etileno, porém, para o emprego deste é necessário um equipamento especial, de alto custo, sendo este processo de esterilização mais utilizado por industrias que fazem a aplicação do mesmo em objetos que não podem ser submetidos às estufas e às autoclaves bem como no interior de embalagens de fios, agulhas e seringas. O oxido de etileno é tóxico e os matérias esterilizados por ele só podem ser utilizados sete dias após esterilização, a grande vantagem do emprego desta técnica é que a mesma apresenta a durabilidade de dois a três anos. 4- ANTISSEPSIA Antissepsia significa a destruição de microorganismos patogênicos sendo assim, é considerada também um sinônimo de desinfecção, porém a antissepsia é empregada apenas em tecidos vivos enquanto que a desinfecção é realizada em superfícies inanimada.Para a realização da antissepsia é necessário o emprego de substancias químicas, denominadas antissépticos. 4.1- ANTISEPTICO IDEAL O antisséptico ideal seria aquele que possuísse; 1) Espectro de ação amplo; sendo eficaz no combate de diversos microorganismos, como: bactérias, fungos, vírus e inclusive esporos. 2) Início de ação imediato 3) Efeito residual prolongado, apresentando ação antisséptica horas após a sua primeira aplicação. 4) Apresentar uma baixa toxicidade para os tecidos orgânicos, como pele e mucosas. 4.2- ANTISSÉPTICO UTILIZADOS NA PRÁTICA O antisséptico ideal não existe, porém, devem ser utilizadas substancias que agrupem a maior quantidade possível de propriedades da antisséptico ideal. a) Álcoois Esses antissépticos já foram utilizados com bastante freqüência na antissepsia da pele para a aplicação de injetáveis, porém apresentam um efeito residual diminuto e um espectro de ação limitado. Atualmente estão sendo substituídos por substancias a base de cloro e iodo. 4 b) Aldeídos e derivados c) Agentes oxidantes Atuam oxidando o sistema enzimático dos germes. O destaque deste grupo é o peróxido de hidrogênio (água oxigenada). Estes compostos possuem um efeito residual curto e estão entrando em desuso, visto que, são radicais livres que dificultam a cicatrização. Apresentam um elevado poder germicida, combatendo inclusive esporos, porém quando utilizados por muito tempo são irritantes para pele e mucosas. d) Halogênios e derivados Este grupo é composto por substanciasa base de cloro e iodo.Apresentam grande eficácia no combate aos microorganismos, eliminando até mesmo os esporos.São recomendados em cirurgias de longa duração devido ao seu amplo efeito residual. O destaque deste grupo vai para o PVPI conhecido comercialmente como Povidine, vale a pena ressaltar que esta substancia não deve ser utilizada em lesões, pois diminui a quimiotaxia dos neutrófilos além de promover a citólise destas células.Em tecidos lesionados e em pessoas que possuem sensibilidade ao iodo são empregadas substancias a base de cloro como a Clorexidine. 5 5- MANUTENÇÃO DO ESTADO DE ASSEPSIA Os componentes básicos dos procedimentos assépticos são o centro cirúrgico, o paciente, a equipe cirúrgica e os instrumentos, sobre os quais se aplicam cuidados especiais para que o estado de assepsia seja mantido. 5.1- CENTRO CIRURGICO Deve ser projetado em ambiente isolado, sendo o ideal aquele que não oferece qualquer risco de contaminação bacteriana ou viral, para isto deve-se instituir regras rigorosas relacionadas aos indivíduos que nele entram. Deve sempre ser vedada à entrada ou permanência nos centros cirúrgicos de pessoas com lesões cutâneas não cicatrizadas ou com infecções de vias aéreas. No centro cirúrgico distinguem-se três áreas de relevância a técnica asséptica, que são: zona de proteção, zona limpa e zona asséptica ou estéril. 1.1-ZONA DE PROTEÇÃO Corresponde ao local de transito da equipe cirúrgica, incluindo os vestiários onde serão abandonadas as roupas rotineiras e vestidas roupas apropriadas para adentrar o Centro Cirúrgico. Vestiário da Equipe Cirúrgica: com armários para a de toda a roupa de cada elemento que irá trafegar no ambiente cirúrgico, além do local onde está disponível o uniforme próprio do centro cirúrgico, de cor diferente dos usados nas demais áreas do hospital. 6 1.2- ZONA DE TRANFERÊNCIA Corresponde ao local onde os pacientes são passados das macas de suas respectivas unidades de internação para macas que só trafegam no Centro Cirúrgica, evitando assim a contaminação do ambiente cirúrgico pelas rodas das macas advindas de outros locais do hospital. Porta da Zona de transferência, como pode ser visto, a mesma não abre por completo, impedindo assim, a passagem da maca das unidades de internação para o interior do centro cirúrgico. 2- ZONA ASSÉPTICA É também denominada de zona estéril é constituída pelas salas de operações, onde são realizadas as cirurgias, e a sala de subesterilização, esta é dotada de uma autoclave para que seja esterilizado qualquer material que por ventura tenha sido contaminado e que seja imprescindível na realização daquela cirurgia. O acabamento de um centro cirúrgico é o somatório de detalhes que conjuntamente irão influir na eficiência e segurança das atividades desenvolvidas no interior do mesmo. PISO O piso deve ser de material resistente, não poroso, de fácil visualização de sujeiras, livre de ralos e frestas que possam facilitar o acumulo de microorganismos, além de formar cantos arredondados com as paredes. 7 PAREDES As paredes devem ser lisas, sem frestas, apresentando cantos arredondados, para facilitar a limpeza e evitar o acumulo de poeira, devem ser pintadas com cores tranqüilizantes como o verde, por exemplo, além de não possuir ar condicionado e janelas acopladas a mesma. PORTAS As portas de uma sala de operações são abertas um número significante de vezes durante a atividade em uma sala cirúrgica.Para diminuir a turbulência das correntes de ar, recomenda-se um sistema de pressão positiva no interior das salas de operação. As portas também devem ser dotadas de visores de vidro para facilitar a visão entre os dois ambientes e diminuir o número de aberturas desnecessárias da porta. 8 FORRO O forro deve ser liso formando cantos arredondados com as paredes, ale de possuir luminárias embutidas e apresentar uma central de ar condicionado acoplada. 3- ZONA LIMPA A zona limpa é considerada uma zona de transição entre as zonas de proteção ou transferência e a zona asséptica ou estéril.Tal zona é composta por vários setores de serviços auxiliares para a realização dos atos cirúrgicos. SALA DE RECUPERAÇÃO DO PACIENTE Ao termino do ato cirúrgico os pacientes que se destinam às enfermarias ficam em observação nesse local, sendo transferidos após estarem recuperados e considerados fora de risco imediato. SALA DE SERVIÇOS AUXILIARES Reservada para a realização de exames laboratoriais urgentes, bem como estocagem de sangue ou medicação em geladeira. SALA DE EQUIPAMENTOS É utilizada para a colocação de aparelhos de uso eventual ou de rotina nas operações. 9 SECRETARIA É a unidade central do Centro Cirúrgico, de aonde partem todas as diretrizes para os vários setores do ambiente cirúrgico e constitui também o local de contato com as demais áreas do hospital. CONFORTO MÉDICO É a sala de estar, destinada ao pessoal médico de plantão ou que aguarda o momento da cirurgia. 10 SALA DE MATERIAIS Destina-se a guardar e estocar todos os materiais para uso imediato nas cirurgias. LAVABO Fica próximo às salas de operação, tendo torneiras de água, escovas estéries, sabão, aparelhos dispensadores e borrifadores. È uma peça fundamental para a antissepsia da equipe cirúrgica. 5.2- PACIENTE 11 É a fonte mais importante de contaminação na sala de cirurgia, sendo que seu preparo deve se iniciar na véspera dos procedimentos eletivos. O doente precisa receber vários cuidados por parte da equipe cirúrgica. O cuidado não deve ser limitado somente a área correspondente à futura ferida operatória e sim, ao paciente como um todo, estendendo-se as suas roupas pessoais e de cama. 1-BANHO O preparo da pele do paciente antes de uma incisão é um dos métodos mais importantes para redução da infecção. O banho no dia da cirurgia tem sido contra indicado por aumentar a difusão de germes, visto que com o uso de detergentes, a gordura existente na pele é removida e há descamação acentuada, veiculando maior quantidade de germes. Contudo, como o clima de nossa região é extremamente quente, permite-se que o banho seja tomado até 8 horas antes da cirurgia. 2-TRICOTOMIA / EPILAÇÃO Só deve ser empregada quando se prevê que o pêlo possa interferir no processo cirúrgico. Quando necessária, deve ser realizada o mais próximo possível do momento da cirurgia, visto que freqüentemente ocorrem escoriações que podem evoluir para infecções. Estudos recentes demonstram que a tricotomia deve ser em área limitada a incisão cirúrgica, exteriorização de drenos e fixação de curativos, bem como realizada de preferência, com o auxílio de creme depilatório ou depiladores elétricos, ao invés do uso de lâminas.É preferível que se faça a epilação que consiste na simples aparação dos pêlos, e desta forma evita-se a ocorrência de lesões. 3-ROUPAS É recomendável que o doente seja introduzido na sala de cirurgia sem os lençóis e cobertores com que saiu da enfermariaou quarto, pois estes são geralmente fonte de infecção. Não é admissível a entrada na sala de operações de pacientes com próteses, anéis, cordões, brincos e outros. 4-ANTI-SEPSIA Na sala de operações a pele é preparada com substância à base de iodo (Betadine*) ou clorexidine; os detergentes anti-sépticos à base de clorofeno são utilizados nos indivíduos com sensibilidade cutânea ao iodo. Estes compostos são aplicados na área onde se planeja realizar a incisão. As soluções mais utilizadas para anti-sepsia são os iodóforos (Betadine*). O iodo é reconhecido como antimicrobiano de amplo espectro, com atividade contra fungos, vírus e bactérias. Compostos de iodo altamente complexos são muito estáveis, não possuem odor e são menos irritantes para os tecidos do que a tintura de iodo. Após o contato com a pele, estes complexos liberam iodo lentamente, promovendo atividade prolongada. A técnica mais aceita para limpeza da pele do paciente consiste em iniciar pela área onde será feita a incisão e considerar esta porção mais limpa. A gaze contaminada nunca 12 deve ser recolocada na solução anti-séptica.Jamais realizar o procedimento da periferia para o local da incisão. Em cirurgias gastrointestinais, o campo operatório é dividido em quadrantes. O primeiro passo é embeber a gaze estéril em solução anti-séptica e delimitar com um quadrado ou retângulo o campo operatório. O limite superior é uma linha que tangencia a união dos mamilos, o limite inferior é outra linha que tangencia a raiz das coxas, e lateralmente a antissepsia é delimitada pela linha hemiclavicular. Em seguida, com outra gaze com anti-séptico, limpa-se a cicatriz umbilical. 13 Com uma terceira forma-se quadrantes. Sendo cada um será limpo com uma gaze diferente no sentido do centro (local onde será realizada a incisão) para a periferia. 14 Até que a antissepsia seja realizada por completo. 3.5-CAMPOS OPERATÓRIOS Campos são pedaços de tecidos grossos de formato quadrado ou retangular de dimensões variadas utilizado para delimitar e isolar o campo operatório. O primeiro campo a ser colocado é o superior. Posteriormente, faz-se a colocação do campo superior, que é erguido formando a tenda do anestesista. O cirurgião ficará localizado posterior à tenda monitorando o metabolismo do paciente. 15 Por fim são colocados os campos laterais Fixados entre si por meio de pinças de campo (Backhaus) ou por pontos de reparo. que podem unir os campos ou então unir os campos à pele do paciente. 5.3- EQUIPE CIRÚRGICA A preparação e conduta da equipe cirúrgica são de grande importância no tratamento asséptico do paciente. A contaminação é diretamente relacionada com o número e trânsito de pessoas na sala. A equipe cirúrgica é composta pelo cirurgião, auxiliares, instrumentador e anestesista. Sua constituição é extremamente variável, estando em estreita relação com o tipo e porte da intervenção a ser realizada. 1-BANHO Deve ser evitado momento antes da cirurgia, pelo mesmo motivo que é contra indicado para o paciente. A propagação de germes é maior no período de 30 a 90 minutos após o banho, diminuindo progressivamente até estabilização em 2 horas. 16 2-ROUPAS As roupas rotineiras devem ser trocadas antes de se adentrar no ambiente cirúrgico. São vestidas calça e blusa após a retirada de toda a roupa anteriormente usada. 3-GORROS E TOUCAS Devem cobrir todo o couro cabeludo, impedindo que os cabelos sejam fonte de contaminação. Pessoas de cabelos longos devem dar preferência às toucas com elástico. 4-MÁSCARAS Devem recobrir confortavelmente a boca e o nariz, porém deve estar justa o suficiente para impedir o efeito de projétil produzido ao se falar e respirar. Até 40% da equipe cirúrgica carreiam S.aureus em suas cavidade oral e nasal. Deve ser evitada a expiração forçada como tosse e espirro, bm como a fala excessiva para aumentar a sua segurança. A máscara deve ser repetidamente trocada durante as operações duradouras, uma vez que sua eficiência progressivamente decresce. 5- ÓCULOS Podem ser utilizados com anteparos laterais para proteger os olho sempre que houver a possibilidade de borrifos ou respingos de sangue ou líquidos corporais. 6- MÃOS 17 A equipe cirúrgica deve escovar as suas mãos e braços até os cotovelos com uma solução anti-séptica antes de cada cirurgia. Agentes como iodóforos e clorexidina associados a um detergente provaram ser eficazes. Não foi observada diferença entre tempos de escovação de 3 a 5 minutos e tempos maiores, ou entre o uso de uma esponja e de uma escova. Mais recentemente há grandes evidências de que a simples lavagem das cumpre a função de escovação dos membros, limitando este procedimento às unhas. O anti-séptico ideal deve ter amplo espectro de ação, alto poder germicida, atuando de forma rápida e prolongada sobre microrganismos e que mantenha a sua ação mesmo na presença de líquidos orgânicos. UZEDA e col. Estudaram a ação imediata de alguns produtos (sabões e ou anti- sépticos) utilizados em larga escala, tais como: clorexidina a 4%, propileno glicol, irgasan DP-300, sabão de coco (óleo de coco de babaçu, hidróxido de sódio, carbanato de cálcio, cloreto de sadio e água), PVPI e álcool isopropílico a 70% determinam redução estatisticamente significativa em relação aos demais, sendo, portanto, considerados eficientes na redução da microbiota das mãos. A limpeza das mãos deve ser realizada em duas etapas: 6.1 -DESINQUINAÇÃO Consiste na limpeza da pele para remoção da flora superficial nela existente.Este processo requer a escovação da pele com água e sabão em abundância. Pela possibilidade de as escovas veicularem infecções das mãos de um cirurgião para o outro é recomendada a esterilização ou descarte das escovas após suas utilizações. Os lavabos dispõem de torneiras com braços longos para facilitar o fechamento das mesmas com o auxilio de pequenos movimentos com o cotovelo. A água deverá ser despejada mãos do cirurgião. Posteriormente, com os pés, ele pressionará a bomba do aparelho dispensador que despejará o antisséptico degermante, isto é , que produzira espuma no momento da escovação. 18 ÞTécnica de escovação: deverá sempre ser iniciada pelas unhas, e a escova que foi utilizada deverá ser desprezada. mãos, caminhando no sentido do cotovelo que será a zona de transição entre a parte limpa (antebraço) e a parte contaminada (braço). A seqüência de escovação deve ser: 1- face-palmar; 2-face dorsal das mãos; Posteriormente faz-se a escovação das mãos, caminhando no sentido do cotovelo que será a zona de transição entre a parte limpa (antebraço) e a parte contaminada (braço). A seqüência de escovação deve ser: 1-face-palmar 2- face dorsal das mãos 19 3-interdígitos 4- face anterior do antebraço; 5-faceposterior do antebraço 6- Remoção do Antissépico A posição correta para a lavagem das mãos deve ser com estas em um nível acima dos cotovelos, de modo que a água e o sabão utilizados na desinquinação escorram da área limpa (mãos) para a área contaminada (cotovelos). A secagem das mãos deverá ser realizada nesta mesma posição, com movimentos compressivos, e não de fricção. 20 2- ANTI-SEPSIA COMPLEMENTAR Após a secagem das mãos e antebraço com compressa estéril, deve ser procedida a aplicação da solução anti-séptica complementar com álcool iodado ou poliviniliodopirrolidona (PVPI) tópico, isto é, que não produza espuma.Esta aplicação pode ser realizada de duas maneiras: uma em que um circulante irá borrifar o antisséptico nas mãos do cirurgião ou em que o antisséptico seja despejado através de um aparelho dispensador. É conveniente que a secagem da solução se faça pela evaporação, deixando que se forme uma película sobre a pele que aumentará seu efeito residual. 7- AVENTAIS OU CAPOTES NEUBER (1882) propôs o uso de aventais cirúrgicos em substituição as tradicionais casacas e sobrecasacas. Os aventais quando confeccionadas em tecido de malha frouxa, como os usuais, são ineficazes para impedir a contaminação, logo são feitos de tecido vegetal ou sintético, devendo se estender até abaixo do nível dos joelhos, possuindo mangas compridas com punhos elásticos. São dotados de cinto ou cordões para a sua amarração. Têm como finalidade a formação de barreira estéril entre as superfícies contaminadas e o campo operatório. 21 Para a colocação do avental deve-se manipular apenas a usa face interna na região da gola para que ele se desdobre. Depois são introduzidas as mãos em direção as mangas e após estas terem ultrapassado os punhos, os cintos deverão ser apresentados para que o circulante proceda a amarração. Os pontos vulneráveis de um avental são: região das golas, punhos e barra inferior. Estudos de penetração bacteriana no material do avental mostraram que a contaminação é maior com o pano, menor com o papel e mínima com o plástico. O uso de aventais descartáveis foi associado a uma redução significativa no número de infecções da ferida operatória. 22 Os pontos vulneráveis de um avental são: região das golas, punhos e barra inferior. Estudos de penetração bacteriana no material do avental mostraram que a contaminação é maior com o pano, menor com o papel e mínima com o plástico. O uso de aventais descartáveis foi associado a uma redução significativa no número de infecções da ferida operatório, porém na maioria das vezes, após a utilização, os capotes são desprezados em cestos, de onde serão recolhidos para sofrerem esterilização. 8 - LUVAS Possuem dupla função: proteger o pacientes da mão do cirurgião e proteger o cirurgião de sangue potencialmente contaminado. Introduzidas no meio médico por HAlSTE (1889) para proteger as mãos de sua instrumentadora, alérgica ao ácido carbólico, substância então utilizada para a esterilização. São feitas de látex e preparadas com talco em seu interior para o fácil calçamento. Os tamanhos variam de 6 a 8. O cuidado principal no calçamento está em não tocar com a mão nua as faces externas da luva, assim como não tocar, com a mão já enluvada, as faces internas, superfícies ou objetos contaminados. Para a retirada do talco de sua face externa, pode-se faze-la com o auxílio de uma compressa umedecida em soro fisiológico. 23
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